Giba no jogo de Pelé no Adolfo Konder
O Gilberto Nahas, ex-árbitro, agora também em todos os sentidos um ex-combatente (foi sepultado nesta quarta (7)no Itacorubi), tinha boas histórias para contar, vividas em campos de futebol e cercadas de muita polêmica. Algumas engraçadas, como aquela bem conhecida do estádio Adolfo Konder, quando expulsou os 22 jogadores de Avaí e Figueirense. Era um jogo em homenagem ao aniversário da Marinha e virou “o clássico da vergonha”. Como bandeira lembro do Nahas no amistoso entre Avaí e o Santos do Pelé, ainda no velho Adolfo Konder. Nunca aquela carequinha levou tanta laranja de uma torcida.
Giba, como gostava de ser chamado, não tinha vergonha nem medo da encrenca e da polêmica, muito menos das críticas duras que às vezes envolviam suas arbitragens. Sempre tinha uma explicação. Testemunhei uma atribulada atuação dele, em fins de 1971, jogo no Orlando Scarpelli entre Figueirense e Juventus de Rio do Sul, estréia de Santa Catarina na Loteria Esportiva.
Era minha primeira vez também em gramados da Capital. Ainda estava em Blumenau, no Jornal de Santa Catarina e jogo da Loteria Esportiva era uma festa, uma atração para rádios de todo o país. Para Florianópolis vieram Globo, Tupi, Bandeirantes, sei lá quem mais, para ver os catarinenses começando na LE.
O narrador JB. Telles trabalhou como repórter neste jogo para uma das emissoras de fora. Não lembro qual. Pelo jornal fiquei atrás de um gol, à esquerda das cabines. Árbitro, Gilberto Nahas, placar de 1 a 0 para o Juventus, segundo tempo.
Lá pelas tantas aconteceu um cruzamento alto para o meio da área. O ponteiro Caco pulou mais alto que um zagueiro e marcou com a mão o gol de empate do Figueirense. Foi como uma cortada do voleibol, de cima para baixo, e bem na minha frente. O Giba, sem vacilar, confirmou o gol, apesar da chiadeira juventina. Fiquei surpreso, o toque de mão fora muito claro. O Telles saiu do seu posto e veio correndo me consultar, dada a minha posição privilegiada. Dei a informação baseado no que meus olhos viram e no que realmente aconteceu. Gol ilegal.
Jogo de Loteria, confusão das grandes. O fotógrafo do Jornal de Santa Catarina era o J.B Scalco, já falecido, um gaúcho que passou por aqui e acabou na Revista Placar. Dia seguinte foto do Scalco na capa do JSC e nos principais jornais do Brasil com o Caco em primeiro plano no momento em que socava a bola para marcar o gol do Figueira.
O árbitro, claro, disse que viu o lance como legal, com o bandeirinha nem aí pra confusão. Giba enlouqueceu, não admitiu o erro documentado por testemunho e fotografia, e aprontou um escarcéu. Disse que era montagem, pediu o negativo para periciar na polícia, ameaçou o jornal, pintou e bordou. Não teve jeito. A solução foi esperar o assunto esfriar, voltar às boas com a imprensa e acrescentar o episódio às histórias e ao folclore do futebol catarinense. Valeu Giba
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Belo texto Medaglia, vc tem de escrever um livro sobre casos do futebol catarinense. Quer dizer que foi por causa daquela mão que vc virou torcedor do Leão da Ilha?(risos). beijos
ResponderExcluirTash tola, tash? Sabes muito bem qual é o meu time do coração. Queres é me intrigar com o outro lado.
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