domingo, 7 de fevereiro de 2010

Mentiras ou meias verdades

Sempre me incomodei com a maneira de trabalhar de certos companheiros de profissão na área esportiva, embora a referência seja válida para qualquer setor do jornalismo. Não perguntam, bajulam, não questionam, sacodem a cabeça como vacas de presépio. Dão muita importância às versões oficiais, passam ao largo de determinados assuntos, exatamente aqueles que causam certo incômodo às fontes, principalmente quando estão frente a frente com um dirigente. O poder, ainda que efêmero e insignificante, os assombra e atemoriza. O resultado é o leitor- ouvinte- telespectador desinformado, enganado, e chefetes mais realistas que o Rei plenamente satisfeitos com a grande mentira ou as meias verdades que ajudam a produzir.

Volta e meia escrevo sobre isso. Já assuntei também sobre os treinadores mal humorados. Volto ao assunto, mesmo correndo o risco da repetição, graças ao que escreveu oportunamente esta semana o paulista Cosme Rímoli no seu blog e que reproduzo abaixo:

“Jorge Fossati comprou briga com quem não poderia.

O treinador uruguaio se irritou com uma pergunta banal e abandonou a coletiva do Internacional.

Ele foi brincar com fogo.

A imprensa gaúcha é séria e ranzinza.

Parece a paulista.

Com a grande diferença que não tolera desaforos.

Em São Paulo por causa da enorme concorrência na mídia, provocações, respostas atravessadas até abusos são tolerados.

Um grande exemplo foi Leão que cansou de fazer rodízio.

Humilhava cada dia um jornalista.

E contava com a covarde conivência dos outros que riam do repórter embaraçado.

A carreira de Leão nos grandes clubes acabou.

Mas ainda existem outros.

Muricy acredita que virou sua marca registrada ser grosso.

Dá Ibope nos jornais esportivos da tevê.

E é sempre seco quando o assunto não lhe interessa.

Por exemplo, a endividada diretoria palmeirense que precisa buscar como reforços jogadores que estavam há quase um ano parados, como Lincoln.

Ou então Luxemburgo que geralmente escolhe um garoto recém saído da universidade ou um repórter interiorano para desabafar toda a sua irritação.

A grosseria, má educação, prepotência é diluída nas Capitais com mais de dois clubes grandes.

Em Porto Alegre não.

Ou você é Inter.

Ou é Grêmio.

Inclusive repórteres.

E o mais interessante é que os jornalistas ficam mais agressivos quando cobrem as equipes que gostam.

Treinadores que tentam humilhar repórteres impreterivelmente não se dão bem.

Em Porto Alegre há uma linha de conduta.

A imprensa é mais unida.

Jorge Fossati se irritou à toa.

Mas nunca poderia ter abandonado a coletiva.

Haverá retaliação.

Uma bobagem como esta reflete mais tarde.

Quando a equipe está na fase decisiva, lutando por um título.

Em Porto Alegre, os jornalistas esportivos têm vida própria.

E seus veículos de comunicação costumam comprar a briga.

Não baixam a cabeça com quem quer que seja.

Peleiam.

Não são meros marionetes como nos grandes centros do País.

Onde o importante para a tevê, rádio e jornal o que vale é ter a palavra de quem é importante.

Repórter é descartável.

Como um aparelho de barbear usado.

O que interessa é vender.

A irritação do treinador do Inter é injustificável.

Sua campanha é impecável, o time ainda não perdeu sob o seu comando.

Ele acabou de ganhar o Grenal.

Fossati comprou briga com quem não poderia.

É esperar para ver…"

Acrescento: como mudou esse Fossati, hoje treinador do Inter e que conhecemos aqui como goleiro campeão pelo Avaí em 1988.

2 comentários:

  1. Concordo. O respeito deve existir de parte a parte. Reciprocidade, educação e uma boa convivência, assim é mais fácil.
    Mas, por questão lógica, acho que essas coletivas estão sendo muito valorizadas. Técnicos e jogadores têm suas funções primárias. A entrevista é secundária, terciária ou sequer necessária.

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  2. È meu amigo em relação ao Muryçoca
    nossa imprensa é mulher de malan-
    dro apanha e ainda puxa o saco do
    cara,alguns acham ele autentico e
    um ranzinza engraçado.

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