Admiro torcedores que ainda arranjam força e entusiasmo para freqüentar estádios. São uns heróis. Não aqueles que enchem a cara para arrumar coragem e confusão, mas os que gostam do futebol e dos seus clubes. Simples assim.
Já perdi o ânimo para enfrentar engarrafamentos, falta de segurança, truculência de policiais mal preparados, risco de carro arrombado, banheiros imundos, desrespeito de assessores de imprensa cheirando a fralda mijada, locais de trabalho com mesas e cadeiras quebradas, torcedor bêbado invadindo cabines e cobrando elogios ao seu time. Ou aquele da arquibancada mesmo que gosta de interpelar jornalistas com idêntico propósito. E as comidinhas, verdadeiros passaportes pro inferno? Deus me livre. Campo de futebol hoje só por obrigação profissional. Prefiro a pipoca, a segurança e o conforto da minha casa em fente a tv.
E olhem que escrevo de barriga cheia. Quem vive em Florianópolis tem situação um pouco diferenciada.Um pouco, eu disse. Ainda se confunde mordomia e privilégio para alguns, rádios, principalmente, com a necessidade de oferecer condições de trabalho para qualquer profissional a serviço que pise no seu estádio. Salgadinhos, café e refrigerantes não substituem linhas de transmissão, acesso à internet ou uma prosaica bancada onde se possa escrever ou colocar um lap top.
A Federação faz vistorias que não ultrapassam as quatro linhas do gramado, invariavelmente sem a presença de um jornalista para defender as nossas cores. Quando aparece um, trabalha para o outro lado, pressionado pelo comprometimento de uma relação que prefiro nem comentar. E salve o pay per view.
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