Depois de ler o Caderno 2 do Estadão desta segunda-feira deu pra morrer de inveja dos paulistas, lembrando do que temos e o que somos em matéria de entretenimento. O jornalão de São Paulo traz anúncios de shows do moderno tango argentino, do pianista cubano Gonzalo Rubalcaba junto com o brasileiro Paulo Moura, do guitarrista de blues Buddy Guy e outras atrações musicais que jamais chegarão a Florianópolis. Passarão por cima, caso do bluesman, que fará uma apresentação em Porto Alegre. Nem preciso mencionar detalhes da diversificada programação de cinema e teatro. Claro que a referência ao maior centro econômico e cultural do país deve servir como simples parâmetro para nossos sonhos de consumo raras vezes realizados. Para os leitores deste modesto espaço terem uma idéia do tamanho da minha revolta com a indigência cultural em que vivemos, vou contar um episódio do fim de semana ocorrido no Teatro Ademir Rosa, o conhecido CIC. Foi domingo à noite, durante uma peça teatral. Em cena, a atriz Denise Fraga interrompeu o espetáculo por causa das goteiras que começavam a molhar demais o palco. Um constrangimento sem tamanho para atores e público, todos envergonhados com a precariedade da nossa maior casa de espetáculo que, dizem, será reformada em breve. Mais uma vez, aliás. Enquanto isso o Teatro Pedro Ivo, inaugurado há pouco com pompa e circunstância pelo governo, segue às moscas e sem agenda. Idem o TAC. Quem pode vai a Curitiba, São Paulo ou Porto Alegre, Quem não pode, como os "sem teto" da nossa orquestra sinfônica, fica por aqui cheio de inveja e tristeza pela mediocridade a que somos submetidos pela “inteligenzia” cultural do atual governo.
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