domingo, 22 de fevereiro de 2009

A galinha agonizante


(reprodução da TVBV do desfile da União da Ilha, “roubada” do blog da amiga, jornalista e fotógrafa Elaine Borges)

Nada de Coloninha, Consulado, Protegidos ou a novata União da Ilha. Segundo meu amigo radialista e blogueiro, Marcelo Fernandes, o grande sucesso do carnaval de Florianópolis foi a escola da Prefeitura, a Unidos do Tapume. Mais um show de mau gosto e improvisação. Estou dizendo isso com base em depoimentos, noticiários e pelo que vi de fora, passando quase todo o dia por aquele monstrengo ampliado e por enquanto inacabado. Só botei o pé naquela coisa uma vez e jurei nunca mais pisar ali. É uma ode à falta de planejamento e de visão, monumento erguido por causa da macaquice em um dos locais que deveria merecer o maior cuidado por parte das autoridades municipais e estaduais. Mas, me digam, qual dos últimos governadores ou prefeitos teve algum tipo de preocupação com Florianópolis? Sobre Câmara Municipal nem é bom falar. A de hoje e as de ontem cantam o mesmo samba enredo cuja letra corruptora fomos obrigados a decorar. A passarela Nego Quirido, se não me engano invenção do Edson Andrino, é apenas um elemento novo para deixar bem feiosa a parte central da nossa cidade, uma das capitais mais bonitas do Brasil. Tem “merdódromo” como cartão de apresentação, bem na entrada, uma outra excrescência que um dia foi escola de trânsito, e um centro de eventos fechado para o mar, obra até hoje sob suspeita de favorecimento a um empresário que devia na época uma fortuna em impostos sonegados. Para coroar construíram o tal sambódromo, remendado a cada administração municipal, e de serventia restrita a esta época, apesar de todas as promessas de sua transformação em uma espécie de “arena multiuso”, como classificaria um termo da moda e, na verdade, nossa grande carência. Necesitamos de um equipamento que abrigue não só carnaval, mas shows, eventos esportivos e atividades culturais de maior amplitude. Nisso ninguém pensa. Basta enterrar uma fortuna naquilo que chamam de sambódromo para servir à população somente dois dias por ano. Vamos ver agora quanto tempo leva para a conclusão – se é que não vamos ficar no tijolo sem reboco - do que foi iniciado e prometido como a grande obra para incrementar o turismo da Capital. Praias limpas, acessos facilitados, tratamento de esgoto, bons serviços, preservação do meio ambiente, tudo isso é assunto para o futuro, quando a galinha dos ovos de ouro não puder mais cacarejar.

2 comentários:

  1. Oi amigo Mario, tens toda a liberdade de usares minhas fotos do blog.
    Concordo com teu comentário, o sambódromo foi concluido horas antes do desfile. Sorte que "apertaram" todos os parafusos.Aquele elefante branco precisa, sim, ser usado pra outros fins, não só nos tres dias de carnaval.Vamos ver se os planos do alcaide se concretizam.
    Beijos
    Elaine

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  2. bom, coordenado pelo cavala$$i, ques o que?
    pobre Ilha!
    abs

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