Cada vez que tento gozar as delícias do ócio e parar de escrever sobre essa chatice em que se transformou o futebol, aparece o sacana do Ricardo Teixeira com suas estripulias à frente da CBF. O homem não dá sossego, a não ser para a turma da Globo que, não tá nem aí para as bandalheiras na entidade que manda e desmanda por aqui e em outras entidades similares. Como aquela que tem sede na Suiça, onde certamente as contas bancárias de todos estão bem fornidas e em segurança.
Claro que há gente honesta entre os profissionais do jornalismo global esportivo ou não. Problema é que o patrão botou lá no quadro de avisos um pequeno lembrete: quem ajuda a pagar nossa folha é o Dr. Ricardo. Portanto, nada de reportagens ou comentários desairosos envolvendo o ínclito presidente da CBF, Copa de 2014, coisa e tal. Então, bico calado, em boca fechada não entra mosca e o emprego está garantido.
Motivo destas irritadas e mal traçadas é a entrevista de Ricardo Teixeira publicada esta semana pela revista Piauí. Além de um deboche e primor de cinismo, é um desafio às instituições que deveriam tomar conta do assunto e botar esse cidadão na cadeia. Os palavrões agridem, mas não incomodam tanto quanto a sua certeza de impunidade. O homem chegou a dizer que só começaria a se preocupar quando saísse alguma coisa no Jornal Nacional.
Só pra refrescar a memória dos ainda têm esperança de que aconteça alguma coisa, que alguém perca mandato ou vá preso. A Bancada da Bola prevalece no Congresso, com ramificações por outras casas oficiais da Capital da República. Ou até mesmo aqui em Santa Catarina, onde tem gente se perpetuando no poder à custa de muita malandragem e corrupção. Não esqueçam, a Bancada já deu jeito nisso uma vez, derrubando uma CPI.
Como se já não bastasse o monte de lama – pra não dizer outra coisa – que enche corredores e gabinetes da Câmara e Senado, ainda temos que pagar o soldo de Tiriricas, Romários, Popós e o agora Senador Zezé Perrela, para quem não sabe, presidente do Cruzeiro e um dos fichas mais sujas entre a cartolagem brasileira.
Longe dos gramados, bispos da Record e a cúpula global encenam guerrinha particular, movida por interesses muito distantes da sociedade e tendo como pano de fundo os direitos de transmissão, seja lá de que esporte ou evento for. Cada um faz seu jogo de cena. As discussões mais tormentosas e acaloradas acabam sempre no futebol e seus personagens sinistros, liderados pelo Capo di Tutti Capi, Dr. Ricardo.
Não se iludam com os arroubos de honestidade da Record. Bispos e pastores seguem fiéis arrecadando dízimos para sua pobre igreja e a Globo renovando sua cartilha de sustentação aos que, como ela, e com ela, enchem a burra sugando os clubes brasileiros e fragilizando nosso futebol.
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