A súmula do árbitro do clássico, Rodrigo D'Alonso, além de mal redigida diz muito pouco
O poderoso São Paulo acaba de ser punido com a perda do mando de campo em dois jogos e multa de R$ 10 mil. Tudo por conta das estripulias da sua torcida na Arena Barueri, onde o time teve que jogar contra o Corinthians porque o Morumbi estava ocupado com um show de rock. Agora os são paulinos terão que achar outra casa a no mínimo 100 quilômetros da capital.
Situações semelhantes no Campeonato Catarinense costumam virar pizza, embora a legislação aponte para punições. Conheço um ex-presidente do nosso Tribunal de Justiça Desportiva e especialista no assunto que não quer mais saber dessa turma. Envergonhado, cansou de lutar contra a impunidade.
Nossos clubes e suas respectivas torcidas estão acostumados com a generosidade – cumplicidade - do TJD catarinense, confortavelmente camuflado em Balneário Camboriú, onde a tolerância passa de todos os limites. Querem exemplos? Lembram de um menino torcedor do Joinville assassinado por uma pedra jogada no ônibus que passava por Biguaçu? Até hoje neca de pitibiribas. O que aconteceu depois daquele episódio em Criciúma onde um torcedor local teve a mão amputada por um rojão? Com os agressores identificados o caso terminou na gaveta da justiça. Que tipo de punição receberam o Joinville e seus torcedores por causa das tocaias contra a torcida do Avaí nas proximidades da Arena? Coisa premeditada, e quem sabe represália pela morte do menino, pois os baderneiros ficam escondidos em um matagal nas cercanias do estádio. O que vai acontecer com o Avaí como conseqüência dos incidentes do último clássico? Jogo interrompido por mais de 15 minutos pela fumaça dos sinalizadores, proibidos pelo Estatuto do Torcedor, e torcida adversária apedrejada feito Madalena ou mulher iraniana. Sem contar as inúmeras brigas dentro e fora da Ressacada.
Não tem policiamento que dê conta de tantos baderneiros. Mas ao invés de aceitarmos jogos de uma só torcida, como propõe parte da crônica esportiva, o próprio presidente do Avaí, João Nilson Zunino, tal e qual a incompetência e os dirigentes da Federação Catarinense de Futebol imaginaram como solução mágica. Devemos exigir, isto sim, identificação e prisão destes criminosos, além de ações concretas dos tribunais das justiças desportiva e comum.
Em nome de bons espetáculos os próprios clubes deveriam zelar por suas praças esportivas e pelo bom comportamento de seus torcedores. E aquelas câmeras recentemente instaladas, registre-se, apenas por exigência da lei, servem para quê? Fosse só pela vontade dos clubes elas nem existiriam. É só conferir em quantos estádios o equipamento funciona. E os pequenos juizados agora instalados em alguns estádios? Só assistem aos jogos? Na verdade, como comprovam os fatos, até aqui tudo inútil porque o que prevalece são a omissão e/ou conivência, igualmente criminosas.
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