A TV Globo desde sábado e durante todo o fim de semana em seus noticiários decidiu estabelecer um verdadeiro conflito com as informações oficiais sobre o acidente de Felipe Massa. Tudo que chegava ao narrador Galvão Bueno ou à repórter Mariana Becker a pretexto de cautela, creio eu, era imediatamente desmentido ou ignorado pelos dois. Bastava comparar com o que as emissoras de rádio transmitiam. Ninguém estava torcendo pelo pior, queríamos notícias positivas, é claro, mas os boletins médicos emitidos pela equipe que cuida de Massa no hospital eram sistematicamente contrariados sem nenhuma sustentação. Hoje felizmente a situação mudou porque Felipe aos poucos mostra sinais de recuperação. No entanto o piloto brasileiro passou pelo risco de morte, menos para a Globo que insistia em confrontar a notícia oficial com a opinião de um médico brasileiro, gabaritado, até pode ser, mas que não participara do episódio em sua totalidade, pois viajou a Budapeste somente sábado à noite. É comum e muito nociva à atividade jornalística essa intromissão da amizade com a fonte, interferindo no resultado final da informação. Ainda não sabemos se Felipe Massa sairá do hospital com alguma seqüela e mesmo quando chegar a hora será bom aguardar por um pronunciamento isento.
O noticiário ficou um pouco desacreditado pelo envolvimento emocional dos principais personagens. Até Rubinho Barrichelo foi mais técnico e mais eficiente ao falar a respeito do acidente sem misturar amizade com a fidelidade à informação e ao detalhamento correto do acidente, suas causas e efeitos.
Em meio a essa balbúrdia e a tanto ruído na comunicação, até agora não se ouviu nenhum tipo de questionamento ou uma boa explicação sobre como um bólido de altíssima tecnologia deixa uma mola pelo caminho. Afinal, a quebra de uma barra de direção matou Ayrton Senna e um defeito prosaico como o do carro do Rubinho quase provocou outra tragédia brasileira na Fórmula I.
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