quarta-feira, 13 de abril de 2011

Da Leléia ao cemitério


Tem festa dos Dinossauros dia 28 de maio na Churrascaria Meu Cantinho (fotinho aí de cima), no Kobrassol. Custa 50 pilas com comida e bebida a vontade até dez e meia, ou 22h30m, como queiram. O lugar é simpático e barulhento, posso garantir que bem menos do que aquelas redações movidas a máquina de escever, aparelhos de telex, radiofotos e telefotos. Lá estarão todos os Dinos, meio Dinos e quejandos, que passaram por O Estado desde os tempos finais da Conselheiro Mafra, com escala nos altos da Felipe Schmitd e último destino na Rodovia SC-401, em frente ao cemitério Jardim da Paz. Eu falei cemitério? É isso mesmo. Coisas do destino. Pelo menos ali o endereço do "mais antigo" era bem mais silencioso.

Que o digam os que trabalharam na Felipe, ao lado da "Leléia", como chamávamos aquela igreja barulhenta com culto todos os finais de semana, na hora do fechamento, ao som de gritos,gemidos e de uma bandinha pra lá de desafinada.

Lembrete: nas proximidades do Nosso Cantinho não tem pousada paradisíaca, apenas aqueles hoteis tipo churrascaria em baixo, apartamentos (?) em cima. Melhor que dormir na calçada ou infringir a Lei Seca.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O "acadêmico" Ronaldinho

Reprodução site oficial do Flamengo

Ronaldinho não é mais Gaúcho. Agora, com todas as letras, é Carioca. A troca obrigatória do codinome se deve ao seu novo habitat, o Rio de Janeiro e suas ofertas. Domingo, depois da vitória sobre o Botafogo, ele se esbaldou em duas festas cercado por muitas mulheres, todas atraídas, sem dúvida, por sua beleza, atributos físicos e talento futebolístico.

Esse roteiro não é novidade. É a rotina desde que Ronaldinho voltou ao Brasil e se instalou na Cidade Maravilhosa. Sua desmedida atração pelas tentações cariocas é antiga e escancarada. Não foi por outro motivo que deixou a torcida gremista irada mais uma vez, ao trocar a sisudez porto-alegrense pelas divertidas noites do Rio de Janeiro.

O novo veio segunda-feira, com a homenagem da Academia Brasileira de Letras ao jogador. Mais uma bizarrice, entre tantas já cometidas pela instituição. O orgulhoso presidente da ABL, Marcos Villaça, entregou ao craque em processo de aposentadoria, uma das mais altas honrarias acadêmicas, a medalha Machado de Assis, junto com um livro do escritor rubro negro José Lins do Rego, “Flamengo, uma paixão”.

Talvez seja um pouco tarde para a iniciação do Ronaldinho na literatura. Não tem importância, o Flamengo e a Academia atingiram seus objetivos, com a pompa e circunstância exigidas pelo momento. Bom futebol, que é o que interessa na carreira de um atleta, Ronaldinho ainda não mostrou aos apaixonados flamenguistas. No meu modesto entendimento é uma lua de mel com prazo de validade já que o cenário preferido do jogador faz tempo não está limitado às quatro linhas do gramado. Praia, boates, festas, samba, pagode e agora o chá da tarde na ABL, são as prioridades.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Perguntar não ofende, a falta de respostas sim

Toda vez que alguém faz uma crítica aos preparativos do Brasil para a Copa de 2014 e à Olimpíada de 2016 o Ministro do Esporte, Orlado Silva, pula da cadeira. Aliás, é uma das poucas vêzes em que ele se mexe e dá mostras de sua existência. Defende o indefensável, explica o inexplicável, como se a população brasileira fosse formada por um bando de debilóies. Se bem que tem hora que quase acredito nisso. Voltando ao Ministro, custo a crer que ninguém no governo Dilma (no de Lula se sabe que não)está preocupado com a possibilidade de o Brasil pagar o maior mico esportivo do mundo. Sobre isso o jornalista Juca Kfouri fez algumas colocações oportunas e perguntinhas ídem, cujo foco passa inevitavelmente pela até aqui desastrosa e comprometedora atuação de polítios e dirigentes esportivos direta ou indiretamente envolvidos com os dois grandes eventos que estamos prestes a trazer para o Brasil.

Por Juca Kfouri, na Folha de São Paulo

“PERGUNTAS QUE você precisa fazer para você mesmo para não perder a capacidade de se indignar, por mais que sejam repetitivas, e as respostas, insatisfatórias, escandalosas mesmo.

Por que o presidente do Comitê Organizador de Londres-2012 é Sebastian Coe, dos maiores atletas da história da Inglaterra, e, aqui, é Carlos Nuzman, que também preside o Comitê Olímpico Brasileiro, algo inédito na história olímpica, o mesmo cartola comandar os dois órgãos?

Por que, aqui, o presidente do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo é Ricardo Teixeira, o presidente também da CBF, se na França o presidente foi Michel Platini, que não era o presidente da FFF, a Federação Francesa de Futebol?

Por que, aqui, o presidente do COL é quem é, se na Alemanha foi Franz Beckenbauer, que também não era o presidente da federação local?

Por que o conjunto aquático Maria Lenk não será aproveitado para as provas de natação na Olimpíada-2016, se, quando construído para o Pan-2007, foi apresentado como trunfo para a candidatura do Rio de Janeiro?

Por que o Morumbi, há 50 anos servindo o futebol mundial, palco de jogos das eliminatórias de diversas Copas do Mundo, de várias decisões da Libertadores, do Mundial de Clubes da Fifa, não serve para a Copa-2014, um evento que dura um mês, com, no máximo, seis jogos por estádio?

Por que não há, nos dois comitês nacionais, nenhum, rigorosamente nenhum brasileiro que o país admire, alguém que tenha fé pública, credibilidade tal que ninguém o imagine fazendo coisas erradas com dinheiro público? Nenhum!

Por que a OAB não tem um representante? A ABI? As centrais sindicais? O IAB? A UNE, o Corpo de Bombeiros, o raio que os parta?!

Cadê os Ermírio de Moraes, os Gerdau, os Moreira Salles? O capital e o trabalho? Cadê?

E note que não se reclama aqui da ausência de ninguém dos poderes Legislativo e Judiciário, embora seja um absurdo que não haja, também, ninguém do Executivo, noves fora Henrique Meirelles, a APO, Autoridade Pública Olímpica, mas que, lembremos, é indicação do governo federal, não faz parte do comitê organizador da Olimpíada.

Está mais do que na hora de não engolir tanto escárnio, porque quem pagará a conta de um novo estádio em São Paulo, de novos equipamentos no Rio, de tudo, é você, sou eu, somos nós.”

terça-feira, 5 de abril de 2011

O almanaque do Zé

Do jeito que andam belicosos nossos torcedores aqui na Capital, que tal uma chegadinha nesta terça-feira (5) à noite na Assembléia Legislativa no lançamento do “Almanaque do Futebol Catarinense”? A pesquisa para este trabalho é dos jornalistas Zé da Silva, o chargista criciumense que hoje é também roteirista da Rede Globo, e de Emerson Gasperim. O evento acontece a partir das 19 horas no hal da Assembléia. Bom ambiente para que os brigões façam as pazes e conheçam um pouco da história do nosso futebol desde o tempo em que se ia aos estádios apenas para torcer pelo clube do coração.

A fumaça que vem da pizzaria

A súmula do árbitro do clássico, Rodrigo D'Alonso, além de mal redigida diz muito pouco

O poderoso São Paulo acaba de ser punido com a perda do mando de campo em dois jogos e multa de R$ 10 mil. Tudo por conta das estripulias da sua torcida na Arena Barueri, onde o time teve que jogar contra o Corinthians porque o Morumbi estava ocupado com um show de rock. Agora os são paulinos terão que achar outra casa a no mínimo 100 quilômetros da capital.

Situações semelhantes no Campeonato Catarinense costumam virar pizza, embora a legislação aponte para punições. Conheço um ex-presidente do nosso Tribunal de Justiça Desportiva e especialista no assunto que não quer mais saber dessa turma. Envergonhado, cansou de lutar contra a impunidade.

Nossos clubes e suas respectivas torcidas estão acostumados com a generosidade – cumplicidade - do TJD catarinense, confortavelmente camuflado em Balneário Camboriú, onde a tolerância passa de todos os limites. Querem exemplos? Lembram de um menino torcedor do Joinville assassinado por uma pedra jogada no ônibus que passava por Biguaçu? Até hoje neca de pitibiribas. O que aconteceu depois daquele episódio em Criciúma onde um torcedor local teve a mão amputada por um rojão? Com os agressores identificados o caso terminou na gaveta da justiça. Que tipo de punição receberam o Joinville e seus torcedores por causa das tocaias contra a torcida do Avaí nas proximidades da Arena? Coisa premeditada, e quem sabe represália pela morte do menino, pois os baderneiros ficam escondidos em um matagal nas cercanias do estádio. O que vai acontecer com o Avaí como conseqüência dos incidentes do último clássico? Jogo interrompido por mais de 15 minutos pela fumaça dos sinalizadores, proibidos pelo Estatuto do Torcedor, e torcida adversária apedrejada feito Madalena ou mulher iraniana. Sem contar as inúmeras brigas dentro e fora da Ressacada.

Não tem policiamento que dê conta de tantos baderneiros. Mas ao invés de aceitarmos jogos de uma só torcida, como propõe parte da crônica esportiva, o próprio presidente do Avaí, João Nilson Zunino, tal e qual a incompetência e os dirigentes da Federação Catarinense de Futebol imaginaram como solução mágica. Devemos exigir, isto sim, identificação e prisão destes criminosos, além de ações concretas dos tribunais das justiças desportiva e comum.

Em nome de bons espetáculos os próprios clubes deveriam zelar por suas praças esportivas e pelo bom comportamento de seus torcedores. E aquelas câmeras recentemente instaladas, registre-se, apenas por exigência da lei, servem para quê? Fosse só pela vontade dos clubes elas nem existiriam. É só conferir em quantos estádios o equipamento funciona. E os pequenos juizados agora instalados em alguns estádios? Só assistem aos jogos? Na verdade, como comprovam os fatos, até aqui tudo inútil porque o que prevalece são a omissão e/ou conivência, igualmente criminosas.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O clássico de dois jogadores

Um chute de Reinaldo decidiu o jogo - Divulgação-site oficial

Nem Jorginho, muito menos Silas. Os destaques do clássico de domingo foram Wilson e Reinaldo. Os dois sozinhos garantiram a primeira vitória do Figueirense fora de casa. O técnico vencedor botou em campo o que tinha e mexeu mal quando decidiu garantir o 1 a 0. O perdedor está precisando de uma “enquadrada” dos dirigentes, a exemplo do que já aconteceu em sua primeira passagem pelo Avaí. Sem isso vai morrer abraçado com o time, seus estranhos conceitos táticos e com os bruxinhos que elege a cada jogo, deixando no banco jogadores de qualidade superior. Foi, em resumo, um clássico decidido pela individualidade. Os torcedores dos dois lados merecem também um enquadramento,aquele cercado por grades de ferro.