quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Quinta-feira

Fanfarronices presidenciais

Ouvindo e vendo Lula na solenidade da Copa 2014 lembrei das nossas futricas domésticas, especialmente de Casildo Maldaner, cujo festival de besteirol rendeu um livro, o Casildário. Nosso nordestino presidente ganha longe do oestino Casildo, e tem se superado a cada improviso, como aconteceu em Zurique com a frase “vamos fazer uma Copa para argentino nenhum botar defeito”. Uma delícia para quem gosta e vive grandes rivalidades no futebol. Foi legalzinha essa cutucada em los hermanos, mas ao mesmo tempo um perigo. Vem troco por aí, podem esperar. Tomara não seja na forma de um “Maracanazo dois, a lição”. Repetir com a Argentina o que já aconteceu com o Uruguai em 50 no Maracanã? Não quero nem pensar, presidente Lula.

Eu prometo

Então ta. Vamos viver a Copa no Brasil, vamos relaxar e gozar (a ministra Marta já faz isso, e com um argentino que não deve botar defeito) durante sete anos, o espaço de tempo que temos até 2014. Embora as lições do Pan-Americano estejam aí fresquinhas, com uma porção de elefantes brancos a serem domesticados e uma contabilidade mal resolvida assombrando políticos e autoridades esportivas. Não vou remar contra a correnteza nem combater pás de moinho. Prometo que só de vez em quando, aqui da província, reclamarei de alguma coisa, acharei algum defeito ou usarei minha calculadora para ver o tamanho do meu débito por conta desta espera de 64 anos.

Ficção

O mais engraçado em toda essa embromação foi a tentativa de suspense, uma invenção de parte da mídia liderada pela Globo com sua ufanista cobertura. Diante de uma comitiva brasileira tendo a frente o presidente Lula, ministros, governadores, o presidente da CBF, mais Dunga e Romário, seria cômico, se não trágico e impensável, ouvir de Joseph Blatter, presidente da FIFA, ao vivo e a cores, um comunicado negando a candidatura brasileira à Copa 2014. No mínimo tema para outro livro do Paulo Coelho, peixe mais fora d’ água, impossível naquela solenidade.

Perguntar ofende

O Rei Ricardo tratou de espinafrar uma jornalista canadense, da Associated Press, que ousou tocar em um tema tabu para as autoridades brasileiras: os altos índices de criminalidade do país, especialmente do Rio de Janeiro. Até Joseph Blatter interveio, pedindo respeito ao Brasil e às instituições ali representadas. Normal. Afinal de contas hoje qualquer político de meia pataca, governista ou não, cartolinha, treinador ou jogador do Arranca Toco Futebol Clube, bem (mal) assessorado, só responde o que quer e a na hora que bem entende. Repórteres que perguntam, ao invés de fazer odes aos entrevistados, são uma espécie em extinção e, por isso mesmo, bichos cada vez mais raros e antipatizados nas entrevistas coletivas.

Saia justa

Lá pelas tantas da coletiva em Zurique, o inevitável. Onde está o Pelé, perguntou a Ricardo Teixeira um daqueles repórteres chatos e inconvenientes. Não tem que perguntar essas coisas. Tem só que elogiar a administração do homem a frente da CBF, já no terceiro mandato, prorrogado até 2015 por causa da Copa no Brasil. Coisa pouca, deve pensar o nosso Delfim Peixoto, quase trintão como presidente da Federação Catarinense. Ah, Rei Ricardo respondeu que não sabia onde estava o Pelé, sabia do Romário e do Dunga, ali ao seu lado, na mesa das autoridades. Ainda bem, a gente nem tinha percebido a ausência do Pelé e a presença do baixinho marrento junto daquele treinador mal humorado e com cara de milico americano.

Verdades do Luxa

Hoje não tem jogador importante no Brasil. Nossa primeira divisão está na Europa, a segunda ganhando dinheiro na Arábia e no Japão. Aqui ficou apenas a terceira divisão. Opinião de Wanderlei Luxemburgo sobre o atual estágio do futebol brasileiro.

Vadiagem

Aquela mancada do Jorge Silveira, técnico da seleção brasileira sub-15, fazendo quatro substituições quando o regulamento permite apenas três, deveria ser evitada pelo quarto árbitro. Como ele nada fez, as regras do jogo e os pontos brasileiros da vitória sobre o Peru foram para a cucuia. É muita gente dentro das quatro linhas para pouco resultado.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Terça-feira

Um Grande Ditador narigudo

Faz dois anos, mais ou menos, Delfim Peixoto participou de um programa apresentado por Fernando Linhares e por mim na TV Cultura de Florianópolis. Em sua despedida, o presidente da Federação agradeceu o convite e fez menção a “algumas” divergências que tenho com ele. Não tive tempo para fazer a correção na hora, televisão cobra caro cada segundo. O que faço hoje, após a sétima reeleição de Delfim Peixoto para a presidência da Federação Catarinense de Futebol, um recorde brasileiro, se não mundial, e que não deveria ser motivo de orgulho para ninguém. Nunca foram “algumas”, mas sim muitas divergências, motivadas exatamente pela perpetuação no poder e seus métodos administrativos. A desculpa esfarrapada – “nunca ninguém se interessou na doação de um terreno” - para tirar a sede da Federação de Florianópolis e levá-la para o quintal de sua casa, em Balneário Camboriú, faria o Pinóquio morrer de inveja do seu nariz, presidente Delfim. Gepeto e Charlie Chaplin teriam hoje, aqui mesmo na terrinha, boa fonte de inspiração para a recriação de seus emblemáticos personagens.

Resumo da ópera bufa

O leitor Walmor Carpes Filho resumiu em e-mail enviado ao senador Álvaro Dias, o pensamento e a revolta de boa parte dos brasileiros interessados em um país verdadeiramente sério e de instituições respeitadas. Extraí um trecho para que o doutor Delfim leia e entenda que não se trata de um caso pessoal, ao contrário, uma decepção ampla, geral e irrestrita com as burlescas atividades dos nossos políticos, especializados em engavetamentos de CPIs, e os irremovíveis dirigentes esportivos: “(...) Acho que, a CPI (Corínthians-MSI) deve sair e verificar se somente o Corínthians é que praticava as irregularidades apontadas. Será que os demais clubes não fazem a mesma coisa? Está na hora de apurar isso com rigor, inclusive estabelecendo uma norma sobre os mandatos dos dirigentes das federações e clubes de futebol, permitindo apenas uma reeleição, e não como acontece hoje, onde os dirigentes das federações e dos clubes de futebol se perpetuam no cargo e fazem dessas entidades seus feudos, que servem apenas para a promoção pessoal ou enriquecimento à custa dessas entidades, que muitas vezes recebem dinheiro público, através da Caixa Econômica Federal ou outra forma de repasse de dinheiro publico. Portanto, deveriam prestar contas e ter a sua atividade devidamente regulamentada (...).

A Copa é nossa

O desabafo acima lembra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que antes de embarcar para Zurique deu uma passadinha em Brasília, onde recomendou o retardamento da CPI que pretende apurar as atividades da MSI e do Corinthians. Claro que uma investigação bem feita obrigatoriamente chegará a outros ilícitos e com ramificações por vários clubes e federações. A preocupação do doutor Ricardo tem sentido. Afinal de contas, a comitiva brasileira que excluiu Pelé e vai de Lula ao esotérico escritor Paulo Coelho, passando por Romário, não pode desviar seu foco da oficialização hoje na Suíça do Brasil como sede da Copa de 2014. Como escreveu Tostão na Folha de São Paulo, domingo, queremos a Copa, mas sem maracutaias.

O mico é deles

A gente nunca sabe quem são os treinadores das seleções brasileiras de base. Os caras só aparecem na hora de fazer as bobagens com nossos garotos. Jorge Silveira (quem?) está em Porto Alegre, dirigindo o time sub-15 no Sul-Americano da categoria. Domingo, na estréia e vitória de 1 a 0 sobre o Peru, seu Jorge fez quatro substituições, ao invés de três como determina o regulamento para qualquer jogo oficial. Perdemos os pontos e o resultado foi invertido para os peruanos com o placar de 3 a 0.

Calote

Falando em CBF, a entidade organizou às pressas uma Copa Brasil de futebol feminino, mas ainda não pagou o prêmio prometido às meninas da seleção brasileira pelas conquistas da medalha de ouro no Pan-Americano e de prata no Mundial da China.

Padrinho micha

O São Paulo vai comemorar o merecido bi-brasileiro amanhã, no Morumbi, ganhando do rebaixado América de Natal.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Sábado/domingo

Lá como cá

“Virou mania. Mano Menezes, campeão em elogios, anda derrapando em declarações inconvenientes. Criticado, revida e ataca a imprensa. Tuta tropeça na bola, faz poucos gols, joga mal, mas não aceita ser criticado. Fernandão e Alex travestem-se de cronometradores de entrevistas e fazem piadinhas sobre o tempo em que Abel Braga fala aos repórteres. Vitorio Piffero, não é de hoje, reclama da imprensa. Nós, jornalistas, não somos seres superiores, intocáveis. Buscamos a correção absoluta, mas erramos e acertamos como em qualquer atividade. Porém, não desperdiçamos oportunidades de gols, não gastamos mais do que deveríamos em contratações duvidosas, não provocamos os adversários, não sofremos gols nos minutos finais dos jogos, não escalamos times, enfim, informamos e opinamos. É o nosso papel. Jogadores, treinadores e dirigentes têm o inalienável direito de contestar quando, como e sobre o que bem entenderem. Embora, melhor fariam se concentrassem energia e criatividade na busca de soluções para os seus problemas”. Wianey Carlet abriu com esse texto sua coluna da sexta-feira na Zero Hora, Porto Alegre. A imprensa de Criciúma, vizinha à capital gaúcha, vive o mesmo problema por causa dos altos e baixos do seu clube na série B do campeonato brasileiro. Troquem os personagens e a coluna do Wianey terá a mesma bitola para as lamúrias do Criciúma, seus dirigentes, técnico e jogadores.

Caldeirão paulista

Os paulistas têm três assuntos para agitar o final de semana: possibilidade de o São Paulo, recém eliminado da Sul-Americana, confirmar o título brasileiro em Recife, diante do Sport; pré-contrato assinado pelo meia Thiago Neves com o Palmeiras mediante adiantamento de R$ 400 mil. Só que ele é jogador do Fluminense e de contrato renovado, depois de muita celeuma. Quem será o orientador da carreira de Thiago? Nesse furdunço ainda entra o Figueirense para encarar o Corinthians, que até do presidente Lula recebeu apoio para não ser rebaixado. O sorteio de Carlos Simon para o jogo tranqüilizou um pouco Gallo e seus jogadores.

Floripa a pé

A candidatura do Brasil à Copa de 2014 mereceu relatório de 52 páginas da FIFA. O item transporte é o único onde as cidades estão citadas separadamente e Florianópolis foi reprovada, junto com Rio Branco, Cuiabá, Maceió e Natal. O documento não esclarece se essas cidades estão inviabilizadas como candidatas a uma das sedes.

Longevidade

Depois de reeleito neste sábado por aclamação (sem ficar nem um pouco ruborizado), Delfim Peixoto não deixará tão cedo a presidência da Federação Catarinense de Futebol. Além de manobras que lhe garantem um novo mandato até 2012, se tiver fôlego irá um pouco mais adiante. Ricardo Teixeira prorrogou seu próprio mandato, na CBF, e dos presidentes de federações até 2015, um ano após a Copa no Brasil.

Divã neles

O Fluminense anuncia interesse na contratação do argentino Riquelme, que só tem atuado na seleção do seu país, embora esteja vinculado ao Villa Real, da Espanha. É um jogador muito técnico, sonho de qualquer treinador, mas que não consegue driblar seu temperamento complicado e que por isso trouxe pouco retorno ao clube. Fazem parte desse time, entre outros, Fernandes, do Figueirense, Roger, ex-muitos clubes, o sérvio Petckovic, atualmente no Santos, e Carlos Alberto, próximo de ser repatriado da Europa mais uma vez, agora por não ter se adaptado ao futebol alemão.

Dose cavalar

O Conselho Estadual de Desportos aprovou por enquanto como modalidade de demonstração, a inclusão do hipismo clássico nos Jogos Abertos. Gozado é que tem muito conselheiro importante pregando a exclusão de modalidades sob alegação de que nosso maior, mais importante e mais tradicional evento esportivo sofre de inchaço. Pelo jeito, o que sobra de coragem para rasgar regulamento, falta para tornar pública a bandeira de seriedade e qualificação técnica dos Jasc.

Pizzaria Brasília

Depois da CPI do futebol, engavetada pela pressão da Bancada da Bola, foi a vez de Ricardo Teixeira mostrar sua força para retardar a instalação da CPI Corinthians/MSI.


quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Quinta-feira

Podres (e plenos) poderes

Como estamos em tempo de voto secreto, planos secretos e treinos secretos, nada mais natural que uma candidatura secreta com eleições também secretas para a Federação Catarinense de Futebol neste sábado pela manhã. Ou alguém nesse Estado tomou conhecimento de algum edital comunicando prazo para inscrição de chapas e outras providências necessárias a um processo eleitoral decente? Claro que não. Afinal de contas, Delfim Peixoto nunca admitiu concorrência. Aliás, talvez seja por isso que as alterações de estatuto foram feitas em segredo com o único objetivo de perpetuar a gestão de Delfim e seus fiéis escudeiros. As atividades da Federação em benefício do futebol catarinense são igualmente secretas.

Santo de casa

Rogério Ceni aparece na relação dos 50 jogadores que concorrem à Bola de Ouro, premiação da revista France Foottball. Kaká e Ronaldinho Gaúcho também fazem parte da lista, mas é a primeira vez que um atleta brasileiro, atuando no Brasil, é contemplado com a indicação feita por jornalistas de todo o mundo. Alguém precisa comunicar ao Dunga urgentemente que tem goleiro brasileiro concorrendo a um troféu de prestígio como esse, e não é nenhum dos convocados por ele para a Copa América e as eliminatórias para o Mundial de 2010.

Verdades e mentiras

O futebol vez por outra acaba promovendo alguns disparates, premiando a competência circunstancial ou punindo duramente resultados que são meros acidentes de percurso. A situação mais gritante no atual Brasileirão é a do Flamengo, cujo time não combina com sua posição na tabela. Vale o mesmo para o Grêmio, dois pontos acima e o Inter, cinco pontos abaixo. Cruzeiro e Santos mostraram duas caras, junto com o trôpego Botafogo e o relaxado Fluminense. Palmas para o honestíssimo Palmeiras, que ao longo do campeonato nunca quis ser o que não é e respondeu à altura as avaliações equivocadas feitas a respeito do seu futebol e do trabalho do técnico Caio Júnior.

Caipiríssimo

O campeão mundial da Fórmula I, o finlandês Kimi Raikkonen, é lembrado sempre, por sua frieza, como o “O homem de gelo”. Depois da prova de domingo comemorou o título no Jockey Clube de São Paulo, em festa privada da Ferrari, aonde chegou com tanque cheio de vodca com limão.

Proibido secar

As últimas rodadas da série A do campeonato brasileiro jogarão um balde de água fria sobre rivalidades regionais e seu exército de secadores. Só os fanáticos de carteirinha resistirão à essa emergente e involuntária solidariedade. A matemática está mexendo com um intrincado jogo de interesses nos dois extremos da tabela de classificação. Façam suas apostas e suas torcidas lembrando sempre que o Vasco poderá ajudar o Flamengo, e vice-versa, valendo o mesmo para os mineiros de Atlético e Cruzeiro, gaúchos de Grêmio e Inter, paulistas de Corinthians e Palmeiras, pernambucanos de Náutico e Sport, e até o Paraná, praticamente rebaixado, mas que para se ajudar acabará ajudando também os aflitos atleticanos.

Sombra

Joel Castro Flores fez seu nome como treinador. Agora aparece no Joinville, onde foi campeão como gerente de futebol. Torço pelo seu sucesso, pois vi o Joel nascer na profissão e foi um dos poucos amigos que fiz nesta longa e difícil caminhada pelo jornalismo esportivo. Acho que o problema dele será ficar a margem do gramado, apenas acompanhando o trabalho do técnico Norberto Lemos. Tem gente que, por várias razões, não gosta de bafo na nuca.

Profanação

A sacralidade que envolve o estádio de Wembley está indo para o espaço, com a programação, para o próximo domingo, de uma final de futebol americano. É a primeira vez que este esporte de gladiadores tem uma decisão fora dos Estados Unidos. Para espanto e horror dos que veneram o futebol na Inglaterra e consideram aquele estádio como um templo do futebol de todos nós.

Fiasco

Além de reunir equipes fraquíssimas e uma seleção brasileira que não passa de um combinado Joinville-Jaraguá, o Grand Prix de salonismo pagou outro mico: o Peru, substituto de última hora da Croácia, só disputou um jogo e foi mandado embora por não ser filiado à FIFA.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Terça-feira

O choro do Luxa

O Santos e Luxemburgo são fregueses do Figueirense, como ficou comprovado domingo no Orlando Scarpelli, onde o time paulista costuma se dar mal. Se não estou enganado, o Figueira ganhou cinco de seis confrontos pelo campeonato brasileiro. Depois de mais uma derrota, Wanderlei Luxemburgo reclamou muito da arbitragem e da falta de critérios da CBF, que coloca no sorteio gente inexperiente para jogos valendo vaga na Libertadores. O técnico do Santos nisso tem razão. No mais, deve encaminhar suas queixas ao presidente da Federação Catarinense, Delfim Peixoto, que costuma oferecer sua hospitalidade visitando o vestiário da arbitragem antes dos jogos.

Dor de cabeça

Paulo Baier marcou três gols na vitória por cinco a três sobre o Fluminense. Como venho escrevendo, o Goiás é Paulo Baier mais dez. Ele defende, arma jogadas e ataca marcando muitos gols. Mas Dunga prefere Fernandos e similares. Para o treinador da seleção brasileira, se é Baier, não é bom. Meu espanto é maior ainda quando lembro que a dupla Grenal nunca viu qualidades nesse jogador desde os tempos do vizinho Criciúma.

Baixo nível

Ainda não entendi a utilidade do Gran Prix de futsal disputado em Santa Catarina, com sedes em Joinville e Lages e fase final em Jaraguá do Sul. Sem as principais seleções européias, só dá balaio nos confrontos. O Brasil, por exemplo, fez doze gols em Moçambique e dezoito no Canadá. Garanto que o Fundesporte foi acionado para garantir essa Torre de Babel salonísta.

Baixa costura

Tem coisa mais feia do que uniformes de basquete, com os atletas escondidos sob aquele monte de panos? Para as mulheres, então, um horror. O futebol parece que aderiu a essa moda de extremo mau gosto e de pouca funcionalidade. São camisas de combinações esquisitas, calções largos e compridos, tremulando como bandeiras ou velas ao vento. As baixinhas e baixinhos, coitados, somem em baixo de tanto tecido. A favor do vento, tudo bem.

Força aérea

O narrador da Rádio CBN Florianópolis, o tubaronense Luíz Alano, transmitiu o jogo Paulista x Avaí sábado, em Jundiaí, sob a proteção de uma capa de chuva, com sol brilhando e temperatura acima dos trinta graus. Foi o único jeito de evitar o bombardeio pesado dos pombos que sobrevoavam a parte interna da cabine (?) destinada à sua emissora, embora existissem outras, disponíveis e limpas. “Foi ultrajante”, resumiu Alano após resistir heroicamente à artilharia columbófila.

Culpa da imprensa

A queda de rendimento do Criciúma e o conseqüente afastamento do grupo de quatro classificados para a série A do ano que vem já provocou as primeiras baixas e enfrentamentos com a mídia. Sexta-feira à noite, depois da derrota para a Ponte Preta o estádio Heriberto Hulse virou praça de guerra. No estacionamento uma torcedora ensandecida, armada com um bastão que serve de suporte para bandeiras, amassou vários carros, tendo como alvo preferido os identificados como da imprensa. Enquanto isso a cabine da Rádio Difusora, de Içara, era invadida por José Sérgio Búrigo, dirigente do Criciúma. Ele jogou uma lata de lixo no rosto do comentarista Dante Bragato Neto, ferindo seu rosto. A nossa Acesc vai fazer o quê?

Ascensão e queda

A tabela da série B do campeonato brasileiro tem, entre os cinco últimos colocados, quatro paulistas lutando contra o rebaixamento: São Caetano, Santo André, Paulista e Ituano. Chato para o poderoso futebol do interior de São Paulo com títulos regionais e nacionais conquistados por São Caetano e Paulista.

No mapa do Brasil

O futebol do norte e nordeste sofre com a precariedade de recursos e coronelismo esportivo, atraindo para si a visão preconceituosa da grande mídia que normalmente só tem olhar e espaço para o seu próprio umbigo. Como não enxergar, por exemplo, os estádios cheios em Pernambuco, Bahia, Ceará e Pará? Em Salvador, para ficar apenas nessa capital nordestina, as médias de público na Fonte Nova são iguais ou superiores aos jogos do Brasileirão série A, com o Vitória na segunda divisão e o Bahia na terceira.




sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Sábado/domingo

Uma coisa é uma coisa

Bastou meia hora para a seleção brasileira fazer o serviço no Equador. Foi quando a goleada se estabeleceu com o gol bonito do Kaká e o lance espetacular do Robinho. Os trogloditas de plantão justificariam uma jogada violenta do equatoriano De Lacruz, como aconteceu no episódio do Kerlon no Mineirão com o “drible da foca”. Felizmente nossos adversários da quarta-feira jogaram com lealdade apesar de terem saído do Maracanã com o saco cheio de gols.

Oura coisa é outra coisa

Claro que tem o outro lado desta moeda, ou seja, os exageros da mídia esportiva, como se Robinho tenha sido o protagonista da primeira jogada talentosa no Maracanã. Isso se chama carência. Estamos tão necessitados de jogadores talentosos por causa da revoada para a Europa e outros continentes, que um limão está garantindo várias limonadas. O mais preocupante nisso tudo é que a partida contra o Equador, filtradas a euforia e o ufanismo, deixou a desconfiança de que somos reféns de lampejos como os de Robinho e Kaká. Caso não ocorram as tais jogadas de exceção, aguentemos o sofrimento.

Parêntesis

Por falar em beleza e talento, estou com vontade de virar do avesso as locadoras catarinenses na esperança de encontrar filmes como “A Um Passo da Eternidade” (Burt Lancaster), “O Rei e Eu” (Yul Bryner), “Mercador de Ilusões” (Clark Gable), “Tarde Demais Para Esquecer” (Gary Grant). Nada a ver com os machões (ou mais ou menos) acima. Quero lembrar a atriz maravilhosa que com eles contracenou, morta na quinta-feira. Deborah Kerr, aquela beleza nascida escocesa que Rita Lee imortalizou na frase musical “Se a Déborah Kerr que o Gregory Peck”... Déborah nunca ganhou um “Oscar” por suas interpretações, apenas aquela consolação pelo conjunto da obra. No “A um Passo”...) a cena do beijo na praia com o mar lambendo Déborah, apesar do Burt Lancaster, é inesquecível. Fecha.

No popular

Como os brutos também amam, voltemos a eles. O que tem de seca pimenteira em cima do Dunga, é uma grandeza. Alguns estão infiltrados na chamada crônica esportiva, semeando a cizânia e nomes de seus preferidos, entre eles o de Wanderlei Luxemburgo. O Luxa, como o tratam seus íntimos, não deixa o bonde da história passar e vai tirando proveito do seu prestígio, principalmente junto a alguns jornalistas do eixo. Para consumo externo, Luxemburgo se faz de morto. Quem não te conhece que te compre, diriam as vovós.

Reino animal

Pois não é que o bicho preguiça chegou do Rio justificando que infiltrações em sua casa de praia o impediram de voltar mais cedo a Florianópolis? O técnico do Avaí reuniu a imprensa em uma entrevista coletiva para este importante comunicado. Do outro lado das pontes – ou seria da cerca – o Gallo arruma o Figueirense para enfrentar o Peixe domingo. Uma vitória sobre o Santos no Scarpelli e o poleiro da Sul-Americana começa a virar realidade.

Quem Escala

Romário, 41 anos, há mais de três meses sem jogar, e com aquela pachorra que Deus lhe deu, apareceu no banco do Vasco. Não tem treinador que aguente o QE vascaíno. Só podia dar Flamengo.

Zorra total

As decisões de arbitragem estão sendo reformuladas em penca pelo STJD. Graças ao seu procurador, Paulo Schmitdt, que tem solicitado imagens dos jogos para indiciar jogadores e treinadores, se sobrepondo ao que ficou decidido no campo de jogo. Caso, por exemplo, do gremista Sandro Goiano, punido com cartão amarelo por jogada violenta sobre o palmeirense Valdívia. Schmidt quer aumentar a punição do jogador. Do jeito que vai é melhor os árbitros deixarem o apito os cartões para os tribunais esportivos.

Critérios

Valesse para o jogador de futebol o mesmo critério adotado para retirar alimentos das gôndolas de supermercados, o time do Dunga ficaria desfalcado. Tem gente com prazo de validade vencida ou de qualidade duvidosa e necessitando de substituição. Caso do volante Gilberto Silva, cuja vaga poderia ser ocupada, por exemplo, pelo catarinense Eduardo Costa, atualmente no Grêmio. Gilberto e outros já deram sua valiosa contribuição e poderiam sair pela porta da frente.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Quinta-feira

Promessa é dívida
A seleção brasileira depois de sete anos voltou ao Maracanã, um tempo absurdo em se tratando de uma relação tão íntima, de cumplicidade tão forte como só o Rio de Janeiro e o torcedor carioca conseguem estabelecer. Agora a CBF cogita participar da licitação para administrar o maior estádio brasileiro, totalmente reformado para os Jogos Pan-Americanos. Está um luxo o novo Maraca, é o que dizem e, por isso, Ricardo Teixeira et caterva pretendem tirar proveito para fazer ali a casa da nossa seleção. O que seria ótimo, não fosse imensa, quase intransponível a distância que separa a realidade do que é prometido pela cartolagem brasileira.

Mídia e justiça

O jornalista esportivo Jorge Kajuru foi condenado por difamação a 18 meses de detenção em regime aberto, na casa do Albergado de Goiás, resultado de processo movido pela filial da rede Globo de Goiânia. Kajuru nunca teve medo de enfrentar a bandidagem que vive do futebol e em torno dele e foi perdendo, denúncia após denúncia, crítica após crítica, todos os seus empregos. O assunto é cabeludo e merece várias abordagens, uma delas publicada – e explicada - na coluna do César Valente no Diarinho. (...) é o segmento de empresas e profissionais que usam o jornalismo para fazer negócios: suprimem ou dão notí­cias em troca de dinheiro, publicidade ou favores. É esse setor que contamina a imagem de toda a imprensa, contribuindo para a multiplicação de processos e condenações (...) São poucos, contadinhos nos dedos, os profissionais e as empresas que sobrevivem na mídia esportiva sem atropelar a ética ou se submeter às leis do jornalismo beija-mão. A maioria perde o emprego, fica marginalizada e passa o resto dos dias respondendo processos e a mercê de um judiciário sem nenhum apreço pelo jornalismo feito com seriedade.
Nossa (deles)
Teliana Pereira, 19 anos, é hoje a tenista número um do Brasil. Treina no Itamirim, em Itajaí, e faz parte do projeto Instituto Tênis. Mas é pernambucana e vai jogar por são José dos Campos os Jogos Abertos do Interior de São Paulo. Jogos Abertos de Santa Catarina, nem pensar.
Continente

O Figueirense vai ampliar suas ações sociais e aumentar sua aproximação com o torcedor da Grande Florianópolis através da criação do Instituto de Assistência Social – Ifas -. Foi a maneira encontrada por seus dirigentes para manter o atendimento a diferentes comunidades com a doação de alimentos, material escolar, agasalhos, cestas básicas e brinquedos.
Ilha

Enquanto isso, do outro lado das pontes, a Ressacada vive tempos de completo amadorismo, com um treinador preguiçoso, que pede folga de quase uma semana para passar o feriadão no Rio de Janeiro. E com um time lutando para fugir do rebaixamento no Brasileirão e outro disputando a Copa Santa Catarina.
Contradições
Dunga não convocou Alexandre Pato argumentando, entre outras coisas, que ele não está jogando. Além de ser uma meia verdade, porque o Milan o tem lançado em amistosos, Riquelme, um dos melhores jogadores da seleção Argentina, está sem clube e sem jogar. Tem outros esquecidos como Luís Fabiano e Rafael Sobis. Mas Vagner Love e Afonso são os preferidos, junto com Doni e Fernando. Enquanto a mídia de São Paulo e Rio aguentar.
Explicações
Alguns defensores de Love e Afonso alegam que não existem jogadas para eles concluírem. Sem comparações, mas Careca e Ronaldo Nazário, criavam suas próprias jogadas, além de marcar gols.
Questão interessante
Qual será a razão para tanto mau humor nas entrevistas concedidas pelos treinadores brasileiros? Independente das bobagens – e são muitas – ditas por jornalistas nestas ocasiões, não se entende as reações agressivas e mal educadas. Comecemos pelo Judas de plantão, o Dunga, e chegaremos ao Abel Braga, no Inter, Mano Menezes, do Grêmio e Muricy Ramalho, do São Paulo. São dois gaúchos, um carioca e um paulista, imbatíveis no quesito rabugice. A lista é maior, mas estes são os mais notórios rabugentos do futebol brasileiro.





terça-feira, 16 de outubro de 2007

Terça-feira

Jeitinho brasileiro

Críticas ao time, ao técnico e aos principais jogadores. E um futebol de peladeiros Foi o rotineiro começo da seleção brasileira em mais uma eliminatória de Copa do Mundo. O filme é velho e a torcida não agüenta mais tanto repeteco. Nem e veneração colombiana ao nosso futebol ajudou Dunga e seus comandados. Três adversários em campo tinham o nome de ex-craques brasileiros: Falcão, Leão e Pelé. Some-se a isso o fato de que a Colômbia parece que anda mais ocupada em festejar a diminuição de seus índices de violência do que formar um time capaz de ir à Copa. Mesmo assim o Brasil pagou o mico de sempre nas estréias e ainda arrumou um monte de desculpas esfarrapadas na tentativa de justificar a má apresentação. A pior delas saiu da boca do Dunga ao lembrar que a delegação chegou ao hotel em Bogotá às 3 horas da madrugada de sexta para sábado. E o planejamento foi de quem, cara pálida?

Pior não pode

Quarta tem Equador no Maracanã, adversário cujo nome serviu para Dunga encerrar entrevista coletiva irritado com o trocadilho embutido em uma pergunta da turma do Casseta & Planeta. Pois os equatorianos chegam ao Rio de Janeiro desmoralizados por uma derrota em casa para a Venezuela. Nada entusiasmante para quem no ataque depende de Wagner Love e, como última alternativa, do Afonso. Contra a Colômbia ele entrou aos 38 minutos do segundo tempo como carta na manga do nosso treinador para melhorar o rendimento ofensivo.

Da casa

Empates de 0 a 0 com Inter e Sport mantém invicto o técnico Alexandre Gallo diante dos times por onde passou. O próximo ex, adversário do Figueirense, é o Santos, no Orlando Scarpelli.

E nosso rádio, hein?

Informações de Bogotá dão conta que apenas três emissoras de rádio brasileiras mandaram narradores para o jogo de estréia do Brasil: Gaúcha, de Porto Alegre, Paiquerê, de Londrina, e Itatiaia, de Belo Horizonte. As demais se limitaram a um repórter e transmissões na frente da tevê. Incluam-se aí as grandes de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Nem artilheiro dá jeito

Ora, vejam só. Os principais goleadores do momento nas duas séries do campeonato brasileiro pertencem a clubes rebaixados ou próximos disso. Na série A Josiel, do Paraná, tem 18 gols, seguido de Acosta, do Náutico, com 17. Na B o maior goleador é Val Baiano, do Gama, com 22 gols. Pertinho dele está o nosso conhecido Fábio Oliveira, do Remo, com 19 gols.

Memória fraca

Começaram as manchetes argentinas em cima do futebol brasileiro. “Que fiasco esse Brasil”, lascou uma primeira página deles sobre o empate nosso diante da Colômbia. Despeito e ressentimento estão afetando a memória dos futebolistas da Argentina.

O São Paulo agradece

Enquanto Muricy Ramalho amontoa desculpas para a seqüência de quatro jogos sem vitória do São Paulo – três no Brasileirão e uma na Sul-Americana -, seus adversários tratam de entregar a rapadura e o título do campeonato brasileiro. Principalmente o Cruzeiro do Dorival Júnior que nas últimas três partidas em casa perdeu oito pontos, derrotas para Figueirense e Santos, empate com o Náutico.

De novo?

Depois de passar por turbulência criada pela ameaça de agressão a um jogador sérvio, Felipão voltou às boas com os torcedores portugueses, principalmente porque recuperou sua seleção e está prestes a classificá-la para a fase final da Eurocopa. Os agourentos de plantão não param de lembrar dele e de Wanderlei Luxemburgo para a seleção brasileira. Dunga enfrentará adversários mais poderosos do que equipes sul-americanas na sua tentativa de colocar o Brasil na Copa de 2010. Talvez o técnico brasileiro não tenha sossego nem classificado e passando de novo pela Argentina. Situação, aliás, vivida pelo próprio Felipão quando treinou o Brasil e acabou campeão do mundo.

Sofredores

Além da agonia com a classificação do time, entre a Sul-Americana e ameaça de rebaixamento, a torcida do Inter tem que agüentar do Grêmio a gozação pela repetição da entrega de resultados no fim dos jogos. Segundo os gremistas, a direção colorada vai pedir a FIFA que no próximo Brasileirão o segundo tempo tenha apenas 40 minutos.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Sábado/domingo

Tropa de elite

Já que São Paulo e Vasco não deram no couro nos jogos do meio de semana pela Sul-Americana, quem sabe a seleção brasileira mostra nosso bom futebol contra a Colômbia neste domingo, na estréia das eliminatórias para a Copa. O São Paulo fechou, diante do Milionários, seu terceiro jogo consecutivo com derrota. Celso Roth só não foi demitido do Vasco porque o poderoso Eurico pensa diferente em relação a treinadores. Vai dando corda até o cara se enforcar. O Vasco, derrotado pelos mexicanos do América, não vence há quatro partidas. Então é tudo com o Dunga e seus selecionados, o melhor que temos para o momento, na sua concepção.

Profetas do acontecido

Estão sendo classificados de preconceituosos e apressados em suas análises os que não gostam de Afonso e Wagner Love na seleção brasileira. A turma do beija-mão está sempre a postos. Aqui do meu cantinho da província me incluo entre os críticos destas duas convocações. E falo antes, corro o risco. É mais honesto assim. Depois da porta arrombada é bem mais fácil.

É Baier, é bom

O Goiás tem em Paulo Baier um dos melhores alas e meio campistas do futebol brasileiro na atualidade. Arma, desarma, marca gols, corre pelo campo todo como um garoto do começo ao fim da partida. Claro que falar neste excelente jogador para a seleção brasileira soa como uma heresia para aqueles que só têm olhos para o eixo. Uma pena que a fé na qualidade do futebol brasileiro ainda se mova pelo badalar dos sinos das catedrais cariocas e paulistas.

Causas e efeitos

O Avaí suou sangue para ganhar do Gama na sua luta contra o rebaixamento. Vitória que está sendo contestada pela turma de Brasília sob alegação que Jéferson Feijão, autor do único gol da partida, jogara no meio de semana pelo time B em Chapecó, na Copa Santa Catarina. A contestação até pode não ter fundamento, mas desnuda a desorganização e imprevidência do departamento de futebol avaiano e seus parceiros. Para completar, o técnico Alfredo Sampaio queria uma folga de seis dias no Rio de Janeiro, justo com o Avaí à beira do precipício e o time B entrando em campo no sábado contra o Figueirense pela Copa Santa Catarina.

Mulheres

Se depender das promessas que estão sendo feitas pela CBF e empresas de marketing esportivo, o futuro próximo do futebol feminino está garantido, ou pelo menos encaminhado. Tem Copa Brasil a partir do fim de outubro e campeonato brasileiro ano que vem. A conferir.

Homens

A Playboy tem vivido – e bem - nos últimos meses de Anas e Mônicas, dos campos de futebol e dos bastidores de Brasília. A primeira continua firme no seu propósito de voltar aos gramados como auxiliar de arbitragem. A segunda deixou o jornalismo pela rendosa profissão de pensionista de senador da República.

Anos dourados

Desde o final da década de 80, tempos gloriosos e de muitos títulos, o Joinville Esporte Clube nunca mais acertou o pé no futebol profissional. Pelo contrário, acumula fracassos de temporada em temporada, um mistério insondável para quem tem um estádio como a Arena e como sede uma cidade com o potencial de Joinville, a maior do estado e economicamente muito forte. O que pensará hoje Waldomiro Schutzler, o presidente da boa safra? José Elias Giuliari, se vivo fosse, assistiria passivamente a vertiginosa decadência do seu protegido?

CPIs

O Ministério do Esporte está arrolado entre os de maior volume de liberação de recursos para organizações não governamentais. Santa Catarina está no circuito da CPI das ONGs instalada recentemente. A senadora e bombeira do mal, Ideli Salvatti, se já não foi, será acionada para livrar a cara dos beneficiados por um considerável aporte de investimentos, cuja destinação não tem sido aquela proposta originalmente pelos projetos sob tutela do Ministério em questão.

Onda da imprensa

Os gaúchos ficaram ouriçados com a notícia de que o jogo contra a Argentina pela eliminatória da Copa seria em Porto Alegre. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, já desmentiu, dizendo que foi fofoca de jornalista. A capital gaúcha pode receber Brasil x Peru, em 2009, ano em que o Inter comemora seu centenário.










quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Quinta-feira

O maior e melhor

Os jogadores convocados por Dunga para os primeiros jogos da eliminatória da Copa começavam a fazer as malas para a apresentação em Teresópolis e o Afonso já mandava seu recado. Marcou domingo sete gols em um jogo só pelo seu time, o Herewen, que ganhou de nove a zero de um adversário que não vale nem lembrar o nome. Quer dizer, Afonso chega ao Brasil com pinta de titular para começar o jogo contra a Colômbia. Se bem que o Dunga, muito compenetrado, disse que não é bem assim. A performance de um jogo só não significa muito, o que vale mesmo é a campanha de um campeonato inteiro, ou seja, os 34 gols marcados pelo atacante durante a temporada passada, quando se consagrou como um dos maiores artilheiros da Europa.

Goela abaixo

Pelo jeito só uma lesão séria afastará o grandalhão Afonso da seleção de Dunga. A mídia esportiva tem tratado o assunto como fato consumado, admitindo apenas a dúvida: titular ou reserva do Wagner Love. Nunca imaginei essa discussão com tais personagens pontuando programas e colunas de esporte nos principais centros futebolísticos do país.

Paletó na cadeira

Tenho lido no noticiário convencional do nosso dia a dia que Florianópolis terá cortes de energia na temporada, uma punição aos seus moradores e turistas, graças à imprevidência e omissão das autoridades do setor. Nossos principais veículos de comunicação têm reservado espaços minúsculos para o tamanho do despropósito, como se fosse coisa de pouca importância passar o verão no escuro, dia sim dia não. Melhor, desde já, é programar jogos do campeonato catarinense, que começa em janeiro, somente para as tardes de domingo. A não ser que a Federação Catarinense entenda que jogar em dias úteis à tarde tem lá o seu charme.

Feijão salvador

O agonizante time do Avaí continua respirando na série B sustentado pelo imponderável do futebol. Até esta sexta-feira a zona do rebaixamento fica ameaçadoramente no retrovisor, graças ao gol de Jéferson Feijão no finzinho do jogo contra o Gama. A pequena vantagem sobre São Caetano e Santo André, adversários na rodada, pode terminar e levar os avaianos de volta à rabeta da tabela.

Aridez doméstica

A FIFA acaba de divulgar a lista de pré-candidatos ao título de melhor jogador do mundo da temporada, incluindo Kaka, Ronaldinho e Juninho Pernambucano. A cada ano o torcedor brasileiro se enche de orgulho com a repetida presença de nossos craques nas indicações, sentimento oposto ao que toma conta das arquibancadas nos nossos campeonatos, graças à escassez cada vez maior de qualidade nos gramados do país.

Papo furado

Saiu Cuca, entrou Mário Sérgio, que pediu demissão para a volta do Cuca. Parece que a psicologia de boteco aplicada em Florianópolis, fracassou no vestiário botafoguense. Bebeto de Freitas e Carlos Montenegro parafrasearam Fernando Henrique Cardoso na base do “esqueçam o que dissemos”.

Confete e serpentina

Espalha-se como uma praga por todo o Brasil o silêncio ou a resposta desaforada às perguntas julgadas impertinentes por dirigentes e treinadores. Alguns chegam ao requinte de acusar repórteres de não conhecerem a intimidade do clube, desqualificando com isso qualquer tentativa de esclarecimento das questões do campo ou fora dele. Claro, com treinamentos e vestiários cada vez mais fechados, a curiosidade e a desconfiança só tendem a aumentar na mesma proporção em que os fatos mais corriqueiros são transformados em segredo de Estado. Aqui vale a surrada máxima: para merecer elogios é necessidade imperiosa saber conviver com a crítica.

Praga (ou idéia) do Juarez

Escreveu o companheiro César Valente em sua coluna do Diarinho que está a caminho de Florianópolis uma arena multiuso. É moda. Ficará ali no aterro da baía sul, entre o merdódromo, aquela coisa mal cheirosa, genial obra de engenharia na entrada da cidade, e o mausoléu chamado de Centrosul. Tudo com mudança de zoneamento, tal e cosa, sem nenhuma preocupação com o verde. Parece mandinga daquele sujeito chamado Juarez Silveira, ex-vereador que um dia praguejou contra a construção de parques em nossa cidade.







terça-feira, 9 de outubro de 2007

Terça-feira


Confraternização avaiana

Os torcedores do Avaí estão preparando uma grande festa para, no final do ano, homenagear o atual presidente do clube, João Nilson Zunino. Querem comemorar a perda de todos os títulos estaduais na sua gestão, o afastamento de qualquer competição nacional – fora do campeonato brasileiro - ou internacional e, sua grande conquista, uma vaga entre os rebaixados para a terceira divisão de 2008. A faixa de saudação está pronta e um busto – ou será uma lápide – já foi encomendado. Entre os convidados especiais estarão os gestores da parceria e o treinador Alfredo Sampaio merecedor, inclusive, de uma placa no estádio da Ressacada. Como prova irrefutável do espírito de esportividade do presidente e seus pares de diretoria – com aprovação dos sempre atentos conselheiros, claro – serão enviados convites ao co-irmão Figueirense.

Colesterol alto

O São Paulo começa a queimar gordura acumulada ao longo de 29 rodadas do campeonato brasileiro, uma garantia de tranqüilidade para sua torcida e promessa de título antecipado. As derrotas em seqüência para Flamengo e Corinthians foram normais, um dia o time tinha que perder. Campeão invicto, por enquanto, só o Inter de 1979. Anormal é a reação do técnico Muricy Ramalho após cada resultado negativo. Vira um poço de mau humor e falta de educação com respostas desaforadas nas entrevistas e mostra cara de “serial killer” pego em flagrante. Menos mal para os torcedores que o São Paulo ainda pode perder mais algumas gordurinhas até a consagração com o título de 2007, tempo para o Muricy assimilar a “filosofia” do ex-técnico Dino Sani: “em futebol se perde, se empata, se ganha”.

Má gestão

Um passarinho me contou que a forma perdulária como vem sendo tratado o Fundesporte está fazendo estragos e que já é visível o fundo do cofre. Tem gente que conseguiu captação junto às empresas e ainda não recebeu os valores correspondentes. Mesmo problema do voleibol masculino da Cimed, a espera dos repasses contratados através de convênio com a Fundação Municipal de Esportes de Florianópolis.

Nível técnico

Apesar do equilíbrio na parte de baixo da tabela, agora são apenas duas as vagas para o rebaixamento na série A do campeonato brasileiro. América e Juventude garantiram honrosamente participação na série B do ano que vem. Sobram dois lugares para muitos candidatos: Paraná, Goiás, Corinthians, Atlético Mineiro e Náutico são os mais próximos das vagas restantes. Figueirense, Atlético PR, Vasco – quem diria – Inter e Flamengo estão na zona de risco. Faltando nove rodadas para o final, os números deste nivelamento rasteiro são impressionantes: dois rebaixamentos confirmados e dez entre os dezoito que sobraram nesta série A com as barbas de molho.

Big Brother

Os jogadores brasileiros ainda não se deram conta de que hoje são vigiados durante 90 minutos mais os acréscimos nas partidas de futebol. Têm câmeras de televisão por todos os cantos dos estádios flagrando as agressões cometidas fora do lance de bola. Como aconteceu com Gavilán, do Grêmio que, dentro da área, deu um soco nas costas do meia Valdívia, do Palmeiras, no jogo de sábado. Ou com o goleiro Dida, que na partida entre Celtic e Milan, pela Copa dos Campeões, simulou agressão de um torcedor que invadira o campo. Os clubes devem acrescentar um especialista em televisão às suas comissões técnicas para palestras regulares no vestiário. Os bandeirinhas também precisam ficar mais atentos. Afinal, eles/elas são auxiliares da arbitragem e não podem deixar passar lances como o do jogador gremista.

Impedimento

Ana Paula Oliveira, a bela, não tem sido escalada para jogos do campeonato brasileiro, em nenhuma de suas três divisões. Nada que preocupe a moça que hoje tem grana da Playboy na sua conta bancária e um contrato de tevê para comentar arbitragem. Quanto à primeira nova fonte de renda, tudo a favor. Agora, como bandeira em atividade, afastada apenas temporariamente está, por razões éticas, impedida de falar bem ou mal de seus companheiros de profissão.

sábado, 6 de outubro de 2007

Sábado/domingo

Bênção do LHS

Vem aí o Gran Prix de futsal, competição internacional que reunirá as principais seleções do mundo em Joinville, Jaraguá do Sul e Lages. Pelo que se vê, até os lageanos estão contemplados com evento internacional, graças ao ginásio Jones Minosso, aquela praça esportiva modernosa que foi reconstruída após o desabamento em seguida aos Jogos Abertos de 2002. O governador Luiz Henrique recebeu com pompa e circunstância a turma do futsal na Casa D’Agronômica, quando saudou o Fundesporte, a mais nova galinha dos ovos de ouro do esporte catarinense. A utilização de recursos deste fundo depende de carta de captação liberada através da Secretaria de Cultura Turismo e Esporte, uma generosidade que tem se repetido a rodo, beneficiando figurinhas carimbadas e cidades satélites do Palácio. Os dirigentes esportivos de Florianópolis continuam vendo a banda passar, comandados por um ex-atleta olímpico, que até agora não disse a que veio.

Exemplo

Enquanto os administradores da Capital entregam o novo aterro da baía sul ao mato, ao lixo e à bandidagem, em Blumenau se faz diferente. A comunidade vai ganhar mais um espaço para lazer e esporte, no terreno onde funcionava a fábrica das gaitas Hering. É resultado da parceria entre o município e empresários locais.

Bênção papal

O catarinense Anderson, volante que andou pelo Inter, Juventude e Santos, está no Ancona, da terceira divisão italiana. Como o clube acaba de ser comprado pela Conferência Episcopal, Anderson virou empregado do Vaticano.

À moda Rojas

Dida, goleiro do Milan, imitou o chileno Rojas na encenação de quarta-feira, após levar o segundo gol do Celtic, no finalzinho do jogo pela Liga dos Campeões. Um torcedor invadiu o campo e, ao passar pelo brasileiro, tocou levemente em seu rosto. Dida deu alguns passos atrás do agressor e caiu no gramado pedindo substituição. O invasor foi identificado e punido com afastamento dos campos de futebol para o resto da vida, enquanto os jornais italianos desancavam a lenha no brasileiro, que também será penalizado (simulação) pela União Européia, junto com o Celtic, dono da casa. No Brasil acontecimentos como esses renderiam muita polêmica e pouco resultado prático, a julgar pelas ações da nossa justiça esportiva.

Shakspeare

O pleno do STJD alterou mais uma decisão de câmara e amenizou a pena do Coelho, aquele lateral atleticano que quase matou o cruzeirense Kerlon, autor do “drible da foca”. A suspensão de 120 dias foi transformada em cinco jogos, três já cumpridos. Tem sido assim no órgão máximo da justiça desportiva, amenizando decisões de primeira instância, um incentivo à violência nos gramados e desmoralização dos critérios mais rígidos utilizados por alguns árbitros para conter o anti-jogo. Coisas que a nossa vã filosofia não alcançará jamais.




Plim plim Dunga

O Jornal Nacional, aquela lacrimosa revistinha eletrônica de variedades, acaba de descobrir mais um craque para o time de Dunga. Trata-se de Luciano Emílio, atacante brasileiro que joga nos Estados Unidos pelo DC United. Luciano, ex-vendedor de picolé nos estádios do interior paulista tem 28 anos, é o artilheiro da liga local com 20 gols em 26 jogos pronto, portanto, para disputar uma posição na seleção brasileira com Afonso e Wagner Love. Aguardem a próxima convocação.

Pão e água

Os jogadores do Santa Cruz, líder do returno na segundona catarinense, estão passando o chapéu em São Francisco do Sul para continuar disputando a competição que classificará seu campeão para a elite do futebol catarinense. O alojamento é paupérrimo, com colchões espalhados pelo chão, de dia falta água, de noite falta luz e, alimento na mesa, só através de contribuições. Nas viagens, atletas e comissão técnica dividem pão com mortadela e pacotes de salgadinhos. Depois de tantas falências, desistências e manifestações explícitas de desorganização, a segunda divisão de Santa Catarina pode reivindicar inscrição no livro dos recordes, como o campeonato mais miserável e apatifado do planeta. Para orgulho da Federação Catarinense e seus dirigentes, um deles o vice da CBF para a região sul.




quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Quinta-feira

Puxa-sacos I

Cada vez que, por dever de ofício vejo pelo menos parte do “Bem Amigos”, programa da Sportv comandado pelo Galvão Bueno – e que melhora duzentos por cento quando ele está fora acompanhando a Fórmula I -, aumento minha irritação com o bando de beija-mãos que envergonham a classe jornalística. E olha que tem gente de renome nesse grupo de bajuladores. E não se trata de manter a classe diante de certos entrevistados, é puxa-saquismo mesmo. Falo da última segunda-feira, quando Dunga foi ao programa para defender algumas teses estapafúrdias e para explicar o inexplicável.

Puxa-sacos II

A questão do Alexandre Pato, por exemplo, é de um primarismo bárbaro. O menino, como gosta de salientar o técnico da seleção brasileira para dizer que ele não está “pronto”, apesar da pouca idade já disputou Mundial de Clubes, Recopa, Mundial Sub-20 e, no total, por inteiro, 14 dos 28 jogos em que começou como titular pelo Inter. Não está sendo aproveitado em partidas oficiais pelo Milan porque, quando contratado, não tinha 18 anos. Mas, tem jogado amistosos e já mostrou o que vale, inclusive marcando gol, como grande atacante que é. E lembram das embaixadinhas com o ombro no Mundial no Japão, uma variação interessante do “drible da foca”? Dunga não deve ter visto. Fiquemos com o Afonso.

Puxa-sacos III

Se for verdade que Deus limitou a inteligência, mas não limitou a burrice, então estamos contestando a pessoa certa, no momento adequado. Seleção, segundo até os piores dicionários disponíveis nas boas casas do ramo, quer dizer escolha dos melhores. No caso presente, estamos falando dos melhores atletas. Rogério Ceni, hoje um dos grandes goleiros do mundo, é outro que não tem vez na seleção do Dunga, que prefere o inseguro Doni. No entanto, o tapete vermelho estendido para o técnico por jornalistas amarelões, segrega qualquer possibilidade de argumentações inteligentes. Na verdade são todos bem amigos.

Sem teto

Escrevi na coluna anterior sobre a segundona gaúcha e a falta de condições dos estádios dos classificados para a primeira divisão em 2008. As observações estavam corretas, tanto que Inter de Santa Maria e Sapucaiense terão que arrumar casa para morar. Ao primeiro estão sendo exigidas reformas no alambrado, nas arquibancadas, com ampliação de capacidade e troca de gramado, hoje careca e cheio de buracos. Parece mentira, mas esse é o estádio de um clube de clube profissional. O representante de Sapucaia terá que alugar um estádio para jogar o campeonato gaúcho, optando entre duas universidades, PUC ou Unisinos. E o campeão da nossa segunda divisão? Será que também vai virar inquilino?

Ibope

Inconformado com os últimos resultados, principalmente a eliminação da Copa Sul-Americana, o homem do futebol do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, chamou os jogadores do seu time de covardes. Está explicada a demissão de Cuca. Dormia com o inimigo, junto com o presidente Bebeto de Freitas.

Day after

Abel Braga voltou ao Inter como salvador. Está virando vilão – cinco pontos em 18 disputados - por ter um bom grupo e não conseguir montar um time. Se perder para o Figueirense de Gallo hoje à noite, fecha o ciclo da tragicomédia colorada promovida pelo Abelão. E Alexandre Gallo, que saiu do Beira Rio escorraçado, dormirá o sono dos anjos no berço da vingança.

Pinóquios

As meninas da seleção brasileira de futebol voltaram ao Brasil e foram recepcionadas no aeroporto de São Paulo apenas por amigos, alguns parentes e passageiros em trânsito. Não demorou muito para que as promessas de apoio virassem uma grossa mentira. Apenas o tempo necessário para que as vice-campeãs mundiais pisassem o chão pátrio.

Parabéns

Com muito esforço e dedicação de seus dirigentes, Conselho Deliberativo, comissão técnica e alguns jogadores, o Avaí está próximo de alcançar seu objetivo, o rebaixamento para a terceira divisão do campeonato brasileiro. A torcida penhorada agradece principalmente ao presidente João Nilson Zunino, o mais vencedor de todos os presidentes avaianos. Merece ficar no cargo por mais alguns anos, até apagar definitivamente o Avaí do mapa do futebol brasileiro.







terça-feira, 2 de outubro de 2007

Terça-feira

Acredite, se quiser

A derrota da seleção brasileira para a Alemanha na final do Mundial de futebol feminino vai se repetir sempre que estas duas seleções se enfrentarem Ou pelo menos enquanto não passar de promessa o apoio que as meninas necessitam, e não só em períodos de competições internacionais. Minutos antes da partida decisiva o Ministro do Esporte, Orlando Silva, aproveitou o momento para, pela enésima vez, garantir no futuro mais apoio ao futebol feminino, acenando com estrutura compatível com o status alcançado pelo esporte no cenário mundial, além da organização de campeonatos por todo o país. Anotem: o Ministro Orlando fez a promessa em 30 de setembro de 2007.

Não vejo, não ouço...

Estava em Porto Alegre no último final de semana e pude acompanhar a decisão da segundona gaúcha que classificou Sapucaiense e Inter de Santa Maria para a primeira divisão em 2008. Não entendo com a Federação Gaúcha libera certos estádios para o futebol, como os que serviram de palco para os jogos decisivos, em Santa Maria e Sapucaia. Lá como aqui, não há o mínimo respeito pelas leis que regem a organização de competições, como o Estatuto doTorcedor, por exemplo. Houve invasão de campo, briga de torcidas, interrupção de jogo e tudo o mais que coloca em risco a segurança de público, atletas e arbitragem. Culpa da mídia que privilegia o noticiário oba-oba e ignora o interesse comunitário, no caso o torcedor e espetáculos organizados.

Vingança

Tivesse a diretoria do Figueirense planejado um troco ao técnico Dorival Júnior, que saiu brigado do Scarpelli, não teria dado tão certo. O Cruzeiro não só perdeu o jogo aos 47 do segundo tempo, de virada, como viu o São Paulo ficar 12 pontos a frente, praticamente sacramentando o título de 2007. Foi tudo de improviso, ao sabor do imponderável sempre presente em jogos de futebol, combinado com a vitória do São Paulo sobre o Inter no Beira-Rio. Agora a bronca é com Alexandre Gallo, que na quinta-feira tenta em Florianópolis uma vitória sobre o time gaúcho cujo técnico, Abel Braga, tirou o emprego do atual treinador do Figueirense. Sm falar nas vaias que tomou no Beira-Rio.

Engarrafamento

São muitas as candidaturas a sedes para a Copa de 2014 e bastante diversificadas as rivalidades e interesses em jogo. Caso de Florianópolis, com o projeto do novo estádio do Figueirense, ameaçado por uma ONG que vê problemas com a mudança de zoneamento. O Avaí já se apresentou como alternativa e garantindo que entregou o caderno de encargos à CBF. A Ressacada até pode sofrer alterações para se enquadrar nas exigências da FIFA. Mas, e o trânsito? Como será que assunto tão grave como esse – particularmente para o sul da Ilha, onde se localizam o estádio e o aeroporto – está sendo tratado?

Carro anfíbio

Normal a vitória do inglês Lewis Hamilton no GP de Fórmula I do Japão, virtual campeão da temporada. Anormal é a cabeça dos homens que dirigem esta categoria do automobilismo, rigorosos no cumprimento de regulamentos, absolutamente frouxos no respeito à vida humana. Compromissos comerciais estão acima de qualquer risco que ameaçam pilotos obrigados a correr sob temporal e pista alagada, com acidentes a cada volta.

Tigre domesticado

A torcida do Criciúma enlouqueceu sábado, após o empate com o Remo no Heriberto Hulse. Um grupo insano perseguiu jogadores fora do estádio e quase provocou uma tragédia. Moacir Fernandes, o presidente do clube, teve que intervir, pedindo calma e paciência, diante do inconformismo generalizado que tomou conta de torcedores e da imprensa local. Desde a demissão do técnico Gelson Silva, quando os criciumenses festejavam a liderança, o Tigre perdeu a força e a ferocidade com que enfrentava seus adversários, dentro e fora de casa.

Matemática

O jornalismo esportivo brasileiro fez as contas na rodada do final de semana para chegar à segunda-feira comentando a diminuição da vantagem de nove para seis pontos do líder São Paulo. Ou seja, os paulistas perderiam em Porto Alegre e o Cruzeiro passaria pelo Figueirense. Deu tudo ao contrário, para infelicidade de gaúchos e mineiros.