terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Já gostei bem mais da nossa seleção e do Mano

O Brasil (7º no ranking) joga hoje às 16 horas, na Suíça, contra a Bósnia (19ª ) desafiando novamente o bom senso e tudo o que se pensa sobre um futebol bem organizado que cause prejuízos mínimos a quem sustenta esta gigantesca máquina de fazer dinheiro.

Seu gestor principal, maior beneficiário e presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está em lugar incerto e não sabido. Em Miami? No Brasil? Pode ser preso se voltar ao país, dizem as más e boas línguas. Aqui os clubes estão em plena disputa dos campeonatos regionais, alguns dividindo atenções com a Libertadores. Seus principais jogadores estão à serviço da seleção. É data FIFA, certo, mas a CBF tem conhecimento há séculos do calendário internacional e mesmo assim, seus dirigentes e das federações estaduais não dão a mínima e marcam jogos e compromissos sacrificando clubes e atletas.

Lá fora Mano Menezes faz a sua parte, levando Ronaldinho para ser coadjuvante de um meio de campo que tem Sandro, Fernandinho e Hernanes com Ganso no banco junto com convocações exóticas como a do atacante Hulk. Uma vitória hoje empurra tudo isso pra baixo do tapete graças ao oba oba e paparicação pós jogo, exercício praticado por boa parte da mídia esportiva brasileira, atualmente em menor número, felizmente, mas ainda assim bastante nociva.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Até Galvão Bueno leva dinheiro do Ministério do Esporte

Quando alguns membros do Conselho Estadual do Esporte contestam a liberação desenfreada de recursos do Fundesporte, tem gente que torce o nariz. Não interessa, para alguns conselheiros, contrariar o secretário de plantão na Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte. Sim, porque nessa secretaria tão importante para três segmentos, não tem secretário, tem um político para atender seus interesses e do governo da vez. No Ministério do Esporte, agora na mão do deputado Aldo Rebelo, não é muito diferente, como contam dois jornalistas, José Cruz, da Uol, e Leandro Colon, da Folha de São Paulo. Lá como cá o dinheiro público é desviado para bem longe das finalidades para as quais foram criados a Lei do Incentivo ao Esporte, no governo federal, e o Fundesporte catarinense.


Por José Cruz - UOL

O companheiro Leandro Colon, da Folha.com, informa que o locutor Galvão Bueno conseguiu aprovar no Ministério do Esporte projeto de R$ 2 milhões para sua escola de formação de pilotos de automobilismo.
Na prática, não há ilegalidade no ato. Preenchidos os requisitos, a Lei de Incentivo ao Esporte permite esse tipo de projeto.
Agora, é de uma imoralidade sem igual, e com o aval do governo.
No mesmo momento em que o Palácio do Planalto faz cortes no orçamento federal – nas áreas da Saúde e Educação!!! – permite que o dinheiro público financie a formação de pilotos de uma modalidade elitista e de público reconhecidamente com altíssimo poder de consumo.
Já escrevi muito sobre isso e vou resumir: a Lei de Incentivo ao Esporte, na forma como foi aprovada e está sendo executada, é o maior assalto ao bolso do contribuinte brasileiro.
O governo abre mão de R$ 300 milhões anuais para “incentivar o esporte”. No entanto, o dinheiro vai para poderosíssimas organizações, como o Comitê Olímpico Brasileiro, o São Paulo F.C, Atlético-MG, Santos e tantos outros.
Os clubes usam o dinheiro nas suas escolinhas de futebol. E, depois de revelarem craques os vende para o exterior. A grana, claro, vai para o bolso do empresário e para o enriquecimento do patrimônio do “clube formador”. O Estado é ressarcido? Nada disso! Foi tudo “incentivo…”


Vergonha

Há três ou quatro anos tivemos a Federação Paulista de Hipismo aprovou R$ 6,5 milhões para “formação de novos atletas”.
Curioso, fui pesquisar o assunto e tive a surpresa: o público a ser atendido no tal projeto era ZERO!!!
Insisti na pesquisa e fiquei sabendo que o dinheiro se destinou para o milionário evento “Athina Onasis Horse Show”, que anualmente se realiza no Brasil.
Ou seja, o dinheiro de incentivo ao esporte, à formação de novos talentos no hipismo serviu, entre outras farras, para pagar parte de um espetáculo que envolve uma bilionária, Athina Onassis. E há outros projetos do gênero em análise no Ministério do Esporte. Cuidado, porque o proponente é experiente…


Urgente

O ministro Aldo Rebelo, que tem se mostrado eficiente no controle do dinheiro público ao longo de sua carreira política, tem a obrigação de mandar revisar a Lei de Incentivo ao Esporte e fixar prioridades na sua destinação. Essa obrigação, Ministro Aldo, está no artigo 217 da Constituição Federal. O Senhor tem base constitucional para tomar a medida. “O dinheiro público destinado ao esporte deve ser aplicado, prioritariamente, no desporto escolar”. No entando estamos aplicando no lazer, na diversão, na festa, no empreendimento rentável.
O ingresso dos clubes de futebol no texto da lei ocorreu na madrugada, nos acordos de plenário no momento da votação do projeto. O apelo do futebol sufoca as demais modalidades, e está aí o Estado – via contribuinte – financiando uma atividade profissional altamente rentável e suspeita nas transições milionárias que realiza.
Enquanto o ministro Aldo Rebelo não tomar essa decisão que o ex-ministro Orlando Silva não teve coragem, continuaremos a ser saqueados de forma vergonhosa. Pior: um saque legal, porque é de lei, mas em detrimento de projetos esportivos que contribuam, antes de tudo, para a formação do caráter dos nossos jovens.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Já vai tarde

São muito fortes os indícios sobre a renúncia de Ricardo Teixeira à presidência da CBF. A notícia vem sendo divulgada desde segunda-feira pelo jornalista Juca Kfouri, o primeiro a tocar no assunto, seguido pela grande mídia – menos a Rede Globo, claro – do Rio e São Paulo. Ancelmo Gois também publicou nesta quarta-feira em sua coluna de muita credibilidade na imprensa brasileira, como serão os últimos passos de Teixeira até a oficialização da sua renúncia.

Confirmada sua saída da CBF, ele será substituído pelo paulista José Maria Marins, vice para a região sudeste. Marins ficou conhecido como Zé das Medalhas, depois de flagrado afanando uma medalha na solenidade de premiação da seleção brasileira feminina de futebol.

A última informação é que Ricardo Teixeira vai deixar o Brasil para morar em Miami, onde já está sua família. A cidade é geralmente escolhida como moradia por aposentados, deserdados, cubanos, mafiosos, banqueiros e todos aqueles preocupados em fugir de perguntas inconvenientes e situações constrangedoras.

O desprezo pela Cultura, Turismo e Esporte

Já repercute mal, e muito mal, a indicação do ex-deputado pelo PSDB e ex-vereador de São José, José Natal, para a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte. O político em questão é só político, não tem nem nunca teve nada a ver com os três segmentos abrigados na Secretaria. Aliás, uma excrescência em todos os governos de SC, comprovando a falta de comprometimento nesse estado com a cultura, o turismo e o esporte.

O jornalista e blogueiro Paulo Arenhart pauloarenhart.blogspot.com escreveu sobre o assunto e o desportista Hans Werner Hackradt mandou seu recado para esse blog, reproduzido aqui em parte.

“Mais uma vez estamos vendo a Secretaria de Estado do Turismo, Cultura e Esporte cair em mãos de políticos que mais se preocupam com seus partidos do que com o próprio Estado de Santa Catarina. (...)Aí pergunta-se: Quem é o Sr. José Natal no esporte de Santa Catarina? Além disso, leio no jornal que o Sr. Retro (sic) mencionado será uma tapa buraco até que o Prefeito de Imbituba possa assumir o cargo. (...)”

O senhor José Natal não conseguiu se reeleger e está hoje encostado na Assembléia Legislativa em um tal de Colegiado das Bancadas, invenção do atual presidente da casa, deputado Gerson Merísio, para abrigar seus apaniguados sem mandato. Trata-se de mais uma engenharia política governamental com desdobramentos na eleição para a prefeitura de São José, região do futuro secretário Natal.

Como membro do Conselho Estadual do Desporto, representando a Associação dos Cronistas Esportivos de Santa Catarina, tenho assistido nas reuniões plenárias um total desvirtuamento das funções deste colegiado. Ali também se instaurou a visão politiqueira, reflexo das ações e amarrações governamentais visando única e exclusivamente eleições futuras. Tem gente que chega a afirmar, sem o menor rubor facial, que o “Conselho é um órgão do Governo”.

Assim é que José Natal, apesar de estranho no ninho, pode assumir sem sustos. Para gerir cultura, turismo e esporte, não é preciso ser do ramo. Basta contar com o favorável e escuso jogo de interesses, e a caneta de um governador eleito pelo sistema e com promessas que jamais serão cumpridas

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O pesadelo de colorados e flamenguistas

Parada há sete meses, reforma do Beira-Rio levanta temor de Porto Alegre perder a Copa.

Flamengo oficializa saída de Wanderley Luxemburgo


A primeira manchete, publicada hoje nos veículos da RBS, deixou metade do Rio Grande preocupada. A outra metade está alegre e feliz com a possibilidade da desgraça alheia.

A segunda manchete pesada do dia envolve o Flamengo, a demissão de Wanderlei Luxemburgo, e a contratação do folclórico Joel Santana.

Num e noutro caso a origem é a irresponsabilidade, a falta de respeito e a incompetência que grassam no futebol brasileiro atualmente, em todas as suas instâncias. Os dirigentes do Internacional lidam há quase um ano com o impasse sem solução entre o clube e a uma construtora, colocando em risco Porto Alegre como uma das sedes da Copa, ou então simplesmente fazendo a felicidade do maior rival, o Grêmio, cujas obras de sua arena vão de vento em popa.

No Flamengo a presidenta Patrícia Amorim e seus companheiros de diretoria participaram do processo de demissão de Luxemburgo da maneira mais torpe e desrespeitosa que já vi em meus mais de 40 anos acompanhando o futebol. Pivô de todo o imbróglio, pra variar, Ronaldinho Gaúcho e sua entourage.