sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A casa do Ali Babá

A Câmara Federal salvou o couro de um ladrão que está condenado por corrupção e preso. Saiu do plenário, do que chamam de Casa do Povo, e voltou para a cadeia, algemado e no camburão. Os paladinos da honestidade e seus comparsas de todos os partidos estavam lá, participando da patifaria. Ou então se omitindo, convenientemente. Querem o meu voto? Nunquinha, nunca mais serei conivente com essa bandidagem. E não me venham com aquela arenga que "democracia é assim", "ruim com partidos, pior sem eles". Isso que está aí não me serve, não me interessa. Agora voltaram com o discurso do fim do voto secreto para processos de cassação. É conversa mole e velha. Quero voto aberto para tudo. O resto vocês enfiem naquele lugar.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O futuro a Deus pertence

A propósito de dramas esportivos, não conseguimos sede da Copa para Santa Catarina. Que tal, então, uma candidatura aos Jogos Olímpicos de Inverno? São Joaquim e região já têm a neve. As estruturas esportivas e turísticas são só um detalhe, coisinha pouca e fácil de resolver. Sabemos que o público e o privado, com a visão de futuro e planejamento que lhes é peculiar, como comprovam os turistas que nos procuram, já demonstraram capacidade suficiente para tratar do assunto. Não devemos nos preocupar com os 25 anos pra recuperar a ponte Hercílio Luz - serviço inacabado -, os anos de debates, sugestões, projetos e conversa mole sobre mobilidade urbana, quarta ligação Ilha/Continente e transporte marítimo. Ah, e aquele trambolho chamado de câmeras de monitoramento. Descobrimos que a imagem não presta e não há quem as monitore. Paciência, não levem em conta o roubo de bustos e monumentos. Isso é com a Guarda Municipal que ainda não sabe se foi criada para cuidar do trânsito ou do patrimônio público. A turma aguarda em casa enquanto a discussão não termina e só sai para cumprir tabela e multar das oito ao meio dia e das duas às seis da tarde. Se não chover. Mas, qual era mesmo o assunto?

O resultado da impunidade

Corintiano preso em Oruro voltou ao Brasil em tempo de se envolver na briga de torcidas nas arquibancadas do Mané Garrincha no jogo entre Vasco e Corinthians sábado. Parabéns a todos aqueles que trabalharam  para a libertação dos criminosos que, de uma forma ou de outra, contribuem para tumultos e assassinatos nos jogos de futebol. Fica sempre o dito pelo não dito e os bandidos travestidos de torcedores à solta. Aquele menor que aceitou ser o laranja no episódio que provocou a morte de uma criança também é tão bandido quanto, mas no Brasil é protegido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Aliás, até hoje não temos respostas para perguntinhas básicas: o que fazem da vida esses baderneiros assassinos que podem passar uma semana fora do país para assistir jogos internacionais e são recebidos na volta como heróis? Quem os financia?

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Papo sobre cangurus, politica e futebol

Estávamos quinta-feira eu e o amigo JB Telles conversando ao almoço na Lindacap quando fiquei sabendo da viagem do Telles a Brasília no dia seguinte. O JB faz, há tempos, um trabalho para a CBF de credenciamento nos jogos da seleção brasileira. Dia 7 de setembro o time do Felipão vai enfrentar a Austrália, no estádio Mané Garrincha, no Distrito Federal, e aí nos lembramos de um expert sobre a terra dos cangurus, o amigo e também jornalista, César Valente. Ele está em Perth com a mulher Lúcia para, além de gozar as delícias do ócio em merecidas férias, lamber o neto mais novo. Isso posto, e antes que o Felipão se adiante colocando no olimpo nosso futuro adversário, leiam as preciosas informações sobre política, futebol “y otras cositas mas” que o sempre atento César nos mandou.
(Perth é a capital e maior cidade do estado australiano da Austrália Ocidental. Com uma população de 1 650 000 habitantes (2009), Perth ocupa a quarta posição entre as maiores cidades do país, com uma taxa de crescimento consistentemente acima da média nacional. É também uma das metrópoles mais isoladas de todo o planeta e um importante centro comercial e industrial do país. Wikipédia) Tá longe pra burro nosso amigo César.

“Bom dia, amigos do esporte:

Provocado pelo JB Telles via tuíter, tirei um tempinho pra dar uma avaliada da expectativa australiana para o jogo do próximo dia 7 de setembro. E podemos começar pela data: enquanto no Brasil se comemora a Independência, na Austrália será o dia das eleições gerais, com renovação da câmara dos deputados e do senado e eleição do Primeiro Ministro. Trata-se, simplesmente, de definir quem governará o país.

E não será uma eleição morna, ainda que analistas tenham considerado que a campanha está fraca quanto aos seus temas. A disputa principal, pela chefia do governo, é entre o atual primeiro ministro Kevin Rudd, do partido trabalhista e Tony Abbott do partido liberal. Tem até um Partido Wikilieaks, com o próprio Julian Assenge como candidato a uma das cadeiras da câmara de representantes. Claro que ele só poderá concorrer se sair do asilo na embaixada londrina do Equador e voltar à Austrália. Mas, além disso, o partido está em crise: a segunda candidata, que assumiria caso Assenge não conseguisse aparecer, acaba de sair do partido, reclamando da falta de democracia interna. E um candidato do partido liberal teve que renunciar porque as piadinhas de mau gosto que publicou em seu site foram consideradas excessivamente ofensivas.

Ou seja, a eleição do dia 7 será o evento mais importante daquela semana.

Some-se a isso o fato de que o esporte mais popular não é o futebol jogado com os pés, mas uma variação do football americano. Sem aqueles capacetes e aquelas ombreiras protetoras, mas tão ou mais carregado de contato físico. No jornal de final de semana desta parte da Austrália onde me encontro, o The West Australian, farto noticiário sobre um escândalo de doping na Australia Football League (AFL) e um caderno de 12 páginas sobre os jogos da rodada só dessa modalidade. E sobre soccer (o nosso futebol), três matérias ocupam pouco menos de uma página (na página 113, pra ser mais exato) dentre as nove dedicadas aos esportes em geral. Uma dessas três fala do amistoso da seleção.

O correspondente do jornal no Rio, Michael Place, conta que Scolari está temeroso porque não sabe como os australianos vão jogar. Ele diz conhecer alguns jogadores que atuam na Europa, mas não sabe nada ou quase nada sobre o jogo da equipe australiana, que é conhecida como "The Socceroos". Esse nome está dentro da tradição australiana de criar abreviações: a rede de lanchonetes McDonald's, por exemplo, passou a chamar-se oficialmente Macca's, porque era assim que os australianos a chamavam. E The Socceroos mistura o nome do esporte (soccer) com a abreviatura de canguru (roos).

O pretexto da nota, claro, foi o anúncio da escalação da seleção brasileira. E pouco falam sobre a preparação dos Socceroos para o jogo contra o Brasil: "jogar contra equipes de qualidade será uma boa indicação da qualidade da nossa equipe". A grande preocupação do técnico australiano Holger Osieck será a montagem da equipe para o amistoso contra a França no dia 11 de outubro. O jogo será no mesmo dia em que a temporada australiana começa e os clubes resistem a ceder seus principais jogadores.

Só a título de curiosidade, listo os esportes que tem notícias no caderno de... esportes do jornal:

corrida de cavalo
atletismo
automobilismo
tênis
ciclismo
snowboard
soccer (futebol)
golfe
rugby
cricket (provavelmente o segundo esporte mais popular e este ano tem o The Ashes, que é o centenário torneio bianual entre Inglaterra e Austrália, realizado desde 1882)
e, de novo, football.

É isso. Como disse, não é bem a minha praia, mas já que perguntaram, procurei responder com os meios que tenho à disposição”.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

As novas Comendas do esporte catarinense


Cinco desportistas catarinenses receberam na noite desta quarta-feira a Comenda do Mérito Esportivo. A pessoa jurídica escolhida foi representada pelo Avaí, que completa em 2013 completa 90 anos de existência. Os novos comendadores são o tenista e professor da modalidade, Édison Heusi, campeão na primeira edição dos Jogos Abertos,o árbitro de futsal, José Acácio de Souza (Pepe), os ex-atletas e professores com trabalho de inclusão social, Rubens Fredel e Clóvis Gütz a professora e ex-dirigente da Fesporte,  Lilian De Fatima Pinto. A votação aconteceu no Conselho Estadual do Esporte, em sua sede de Florianópolis, com a presença de 17 conselheiros, e a solenidade de entrega da Comenda está marcada para o dia 4 de dezembro no auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Não penso, logo, não existo

O tal "cabeça pensante" que meus colegas da mídia esportiva vivem citando precisa existir a partir do túnel. Apenas dentro do campo não resolve. Lembro de dois exemplos bem próximos e reais: Dunga no Inter, e Adilson Batista ex-Figueirense, agora substituído pelo Eutrópio, homônimo de um historiador romano do século IV DC. Quem pode afirmar com segurança que um deles pensa? Ambos são raivosos, inseguros, arrogantes, prepotentes, só respondem a perguntas de repórteres com desaforos e nunca admitem seus erros. Homem assim não pensa.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O jogo da poltrona

Temos clássico amanhã e os clubes fazem questão de escondê-lo do torcedor. Ingressos caros, treinos secretos, escalações camufladas...Os treinadores e a cartolagem de Avaí e Figueirense pensam que ganham jogo afastando os times da torcida e da imprensa. Discutir o quê sobre o clássico? Depois reclamam que o espetáculo é mal divulgado. Primeiro não cabe à imprensa fazer a divulgação, mas sim aos clubes envolvidos. Não fazemos assessoria de imprensa nem marketing. Trabalhamos com a informação que nos é passada para transmiti-la ao telespectador, ouvinte, leitor. Segundo, depois desta invencionice de treinos fechados, relações de concentrados escondida, cultivo da desinformação, enfim, o torcedor perdeu o interesse pelo acompanhamento do noticiário do seu clube e vai ao estádio sem aquela empolgação provocada pelo envolvimento pré-jogo. Perguntem a qualquer pessoa da arquibancada se ela tem na ponta da língua a escalação do seu time. É um "profissionalismo" às avessas, com o endosso de dirigentes, comissões técnicas e assessorias de imprensa das agremiações. As estatísticas não mentem, o público está cada vez mais distante dos estádios e dos seus times do coração. Sem falar que ainda tem os sem noção que defendem jogos de uma só torcida. Querem justificar com isso suas incompetências como administradores, organizadores e, principalmente, como responsáveis pela segurança. Combatam a rivalidade e matem o pouco que ainda resta de interesse pelo esporte preferido no país. E entreguem de vez os que orgulhosamente vestem a camisa ao conforto da poltrona e do pay per view.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

O feio, o sujo, o malvado, ou a mentira, o hospital e o governo

Matéria do Diário Catarinense de página inteira (pg. 30) e chamada de capa, do dia 2 de agosto, fez um retrato mentiroso sobre o Hospital Celso Ramos. O diretor daquela instituição, médico Libório Soncini, chegou ao cúmulo de dizer que o hospital não passa por nenhum problema, e que “está tudo sob controle”, que macas no corredor da emergência são ocasionais, “uma ou duas, mas não várias”, e por fim, nega que haja falta de medicamentos.
Então vamos combinar que o hospital Celso Ramos é realmente uma referência no estado e que, milagrosamente, sobrevive ao caos do sistema de saúde.
É o que um médico quer nos fazer crer pelas páginas de um dos veículos de comunicação mais importantes de Santa Catarina, tentando empurrar goela abaixo dos leitores informações falsas, desmentindo testemunhos, fotos da própria matéria, depoimentos de pacientes, publicações anteriores no mesmo jornal, e reportagens de outros veículos do grupo RBS.
Escrevo isso com a segurança de quem teve um parente com crise renal na emergência do Celso Ramos por quase 20 horas – da noite de um domingo, à tarde da segunda-feira – a mercê de um atendimento precário, em espaço reduzido, no meio da sujeira e de um amontoado de macas nos corredores. Ninguém me contou, eu vi, e já escrevi a respeito em postagens anteriores, revoltado com a situação do hospital e dos doentes que lá estavam. Flagrei gente em macas imundas, “comadres” usadas deixadas no chão, e limpeza feita com panos sujos, a vista de todos que lá estavam a espera de atendimento.
Não vou me alongar, o enfoque hoje é outro. Só gostaria de saber quem “encomendou” tal conteúdo, que de jornalismo tem muito pouco, mas de informações que não correspondem à realidade tem quase tudo. Até porque quem redigiu o texto talvez tenha se atrapalhado, quem sabe por não conhecer algumas regrinhas básicas da profissão. Repito, o que escrevi ninguém me contou, vi e senti pelo sofrimento daqueles pacientes submetidos à insensibilidade de um governo que teima em tapar o sol com a peneira.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Camisa de força pra essa turma

Um ex-presidente do Avaí com quem tive uma convivência pacífica, apesar das divergências, odiava ser chamado de cartola. Achava pejorativa a classificação. Com o passar do tempo e com a compreensão da atividade daqueles que dedicavam desinteressadamente parte da sua vida ao clube, até com prejuízo de seus afazeres profissionais, concordei com ele. 
Dedico hoje esse adjetivo pouco edificante aos que tiveram a genial ideia de pleitear a construção de uma arena em Florianópolis a ser utilizada pela dupla Figueirense/Avaí. Vão fazer o quê com a Ressacada e o Orlando Scarpelli? Enlouqueceram? Florianópolis precisa, em primeiro lugar, de um belo parque, que poderia ocupar o aterro da baía sul, após o túnel Antonieta de Barros. Do jeito que está, aquilo aos poucos vai virar um muquifo, cheio de prédios e obras estranhas, inexplicáveis. 
Queremos áreas verdes, de frente para o mar, com ciclovias, trilhas para caminhadas, equipamentos para esporte e para e os tais piqueniques (?) que o presidente do Avaí sugeriu fazer nesta invencionice da arena. Utilizado pela população, o parque ainda poderia ter, aí sim, uma arena para grandes espetáculos, shows, competições de alto nível com modalidades de quadra. A cidade tem isso? Claro que não. E quem for capaz da façanha se elege até presidente desta república de bananas. Com o meu voto. 
Mas a genialidade de cartolas e políticos prefere andar na contramão, fazer demagogia, gastar recursos que não temos, e com o desnecessário. Governador, Secretário de turismo, cultura e esporte, prefeito, vereadores, cartolagem sem noção, não caiam nessa esparrela de arena única. Um parque para essa cidade, pelo amor de Deus. Ou então camisa de força para todos.