domingo, 27 de janeiro de 2013

Santa Maria, exemplo, alerta

Depois das tragédias como essa de Santa Maria (RS) é que se pensa nos alvarás, é que se levantam as irregularidades, é que se buscam os responsáveis. Por aqui aconteceu há pouco algo parecido em relação aos estádios de consequências imprevisíveis. Dois dias depois da liberação de todos eles para o campeonato catarinense descobriu-se, através da denúncia de um torcedor, que pelo menos um dos estádios, o do Guarani, estava totalmente irregular, com obras inacabadas e acúmulo de entulhos. Isso foi o que se soube, o resto a gente deduz, felizmente a salvo de algum acidente grave como resultado da irresponsabilidade das autoridades de segurança, sanitárias e desportivas. Firulas jurídicas não evitam tragédias, "jeitinhos" e laudos apreessados não salvam vidas.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Mais sujeira que em pau de galinheiro

Os gestores públicos continuam trabalhando contra o esporte com nomeações meramente políticas e loteamento de cargos. Se for um homem sério o prefeito César Júnior que abra o olho. Depois dos problemas nas administrações anteriores da Fesporte, agora foi a Fundação Municipal de Esporte que encobriu a gestão prof Chiquinho com telhado de vidro. 

Tem raposa cuidando do galinheiro, gente processada por improbidade administrativa ocupando cargos importantes. É só consultar o TCE, as irregularidadea abundam. Parece que a ficha limpa não funciona. É como se não existisse legislação específica para esses casos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mais uma turma que gosta de se locupletar no esporte

(E DEPUTADA ANGELA ALBINO IMITA LULA: NÃO SABIA DE NADA)

O título e o parênteses são meus. A matéria é de Larissa Guera, do Diário Catarinense

A casa número 1.797 da rua Araci Vaz Callado, na Coloninha, já teve dias mais movimentados. Sede da ONG Instituto Contato, que virou personagem de denúncias de desvio de verbas do Ministério do Esporte e agora é alvo de uma investigação da Polícia Federal, o imóvel está fechado como uma casa de família em férias. Com uma diferença: nem vizinhos nem amigos e conhecidos sabem dizer se a entidade ainda existe e qual o paradeiro de seus representantes.

Durante uma semana, a reportagem esteve na sede da entidade em horários diferentes à procura de alguém que pudesse falar sobre a nova onda de denúncias contra a ONG, acusada por um empresário do Rio de Janeiro de ser uma das entidades que desviavam recursos do programa Segundo Tempo e repassavam a parlamentares do Rio, Distrito Federal e Santa Catarina. Ninguém foi encontrado.

Pela residência, há sinais de que a ONG que chegou a receber R$ 39 milhões em convênios com o Ministério do Esporte, Banco do Brasil e Eletrosul entre 2007 e 2011 não quer aparecer. Sem a placa de identificação usada até o ano passado, só há rastros de abandono. Há lixo e caixas deixados em um canto da casa, folhas se acumulam no quintal. A única movimentação observada pela equipe ocorreu entre terça e quarta-feira, quando toda a correspondência acumulada foi levada embora.

Na vizinhança, os comentários são de que a única pessoa que costuma aparecer no local seria um homem encarregado de fazer serviços de manutenção.

— Tem mais de duas semanas que não vejo ninguém dessa ONG. Antes a gente até via algum movimento, mas já faz um tempo que não tem nada funcionando na casa — diz uma funcionária de um residencial geriátrico localizado ao lado da residência em uma das primeiras visitas que a equipe fez ao local.

Entre conhecidos dos principais dirigentes da entidade, Rui de Oliveira e Simone Fraga, o clima de mistério permanece. Filiados ao PC do B, colegas de partido como o presidente da sigla em Florianópolis, Jucélio Paladini e a deputada estadual Angela Albino disseram que há meses não encontram com a dupla.

A deputada, que chegou a participar de eventos da ONG e até a escrever um depoimento sobre sua relação com a entidade em uma revista institucional (veja o texto abaixo) recorda que não vê os dois "desde antes da campanha".

— Conheço os dois do partido mesmo, mas já tem um bom tempo que não os vejo — diz a deputada.

As tentativas de localizar Simone e Rui por telefone e internet também foram em vão. A reportagem enviou e-mails, fez telefonemas para números informados pelo partido e tentou fazer contato com os diretores executivos do instituto via redes sociais. Seu site está fora do ar desde 9 de novembro. A página no Facebook foi excluída.

Fundada em 1992 com o nome Associação Contato, a ONG ganhou destaque a partir de 2007, quando assinou contrato com o Ministério do Esporte, comandado na época por Orlando Silva (PC do B), para instalar cem núcleos do programa Segundo Tempo em Santa Catarina.

No ano passado, uma série de denúncias de desvios de recursos e de fornecimento de materiais de baixa qualidade para os núcleos criados pelo programa colocaram parceria entre entidades e o ministério em cheque. O escândalo foi um dos fatores que levou Orlando Silva a deixar a pasta. Desde a posse de Aldo Rebelo (PC do B), os contratos estão suspensos.

Denúncias na Polícia Federal

Com a nova onda de denúncias feitas contra o Instituto Contato, a Polícia Federal convocou o empresário João Batista Vieira Machado, dono da JJ Logística Empresarial, para prestar depoimento sobre o caso.

No início de novembro, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Machado afirmou que foram desviados 90% dos R$ 4,65 milhões recebidos por sua empresa entre 2009 e 2010 do Instituto Contato para fornecer lanches durante as atividades do Segundo Tempo.

O depoimento, na sede da Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, ocorreu na semana passada e durou mais de duas horas. O empresário encaminhou documentos que, segundo ele, comprovariam os desvios. Questionada sobre o andamento das investigações, a assessoria do órgão preferiu não se manifestar.

Procurado pelo DC para falar sobre o assunto, o ministro do esporte, Aldo Rebelo (PC do B), não quis se manifestar. Em seu lugar, a assessoria da pasta encaminhou uma nota explicando que, desde a mudança de comando no ministério, os contratos com ONGs foram suspensos e uma força-tarefa passou a analisar todos os convênios à procura de irregularidades.

O ministério confirma que foram encontrados problemas em um contrato assinado em 2010 com o Instituto Contato, o que teria motivado a inscrição da entidade como "inadimplente" e a rescisão do contrato com a instituição. Uma tomada especial de contas teria sido solicitada ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Na mesma época, a Eletrosul decidiu encerrar seu contrato com a ONG. Até então, a estatal tinha repassado R$ 150 mil ao instituto para despesas com recursos humanos e logística do programa. Outro parceiro da entidade, o Banco do Brasil também extinguiu a parceria após sua classificação como inadimplente.

Por meio de sua assessoria, o TCU informou que estuda as prestações de contas de ONGs contratadas pelo ministério para a execução do Segundo Tempo. O processo ainda não foi julgado. Com relação à Tomada de Contas Especial, o órgão não possui nenhum processo dessa natureza em andamento, mas não desmente o pedido feito pelo ministério.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

MP bloqueia bens de Cacá Pavanelo & Cia

Permanecem bloqueados os bens do ex-Presidente da Fesporte, Carioni Mess Pavanelo, dos membros da diretoria da entidade, Marúcia Antonow e Luciana Brogni, da empresa Zaz Três Produtora e seus diretores, Rogério Zanetti de Souza, Luiz Antônio de Souza e Rodrigo Cadorin.

O bloqueio - deferido em 1º Grau em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que contesta a contratação do técnico Luiz Felipe Scolari para realização de palestra em Florianópolis - foi mantido pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).

Na ação, a 26ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital relata que, em 11 junho de 2007, a empresa procurou a Fesporte em busca de patrocínio para a realização de uma palestra motivacional a ser proferida no dia 3 de julho.

O pedido foi assinado por Rogério Zanetti de Souza, que também assinou documento no qual declarava que a Zaz Três era a única e exclusiva representante do palestrante para atuação no evento marcado para o dia 3 de julho, em Florianópolis. Porém, Rogério não integrava mais a sociedade da empresa, conforme alteração contratual que consta nos autos do processo, que teria como sócio administrador seu irmão, Luiz Antônio de Souza, e, também como sócio, Rodrigo Cadorin.

No dia 26 de junho, mesmo sem qualquer estudo técnico que identificasse a necessidade para a administração pública da palestra já programada pela produtora, o então Presidente da Fesporte, Carioni Mess Pavanelo, iniciou o processo de inexigibilidade de licitação, obtendo, na mesma data, parecer jurídico favorável da Consultora Jurídica da Fesporte, Luciana Brogni.

Em 27 de junho, o contrato entre a Zaz e a Fesporte foi assinado, destinando R$ 80 mil do Fundesporte para o evento. Um dia depois, a nota de empenho foi emitida e a Presidente da Comissão de Licitação da Fesporte, Marúcia Antonow, certificou a prestação do serviço, antes mesmo da realização do evento, que só ocorreria no dia 3 de julho. De acordo com a ação, Marúcia é esposa de Rogério Zanetti de Souza.

A 26ª Promotoria de Justiça ressalta, ainda, que não houve prestação de contas por parte da empresa e nem qualquer fiscalização da verba repassada. Também destaca o Ministério Público que, apesar do evento ter sido totalmente financiado pela Fesporte, houve cobrança de ingresso - a legislação veda o repasse à pessoa jurídica com fins lucrativos.

O bloqueio dos bens foi requerido pela 26ª Promotoria de Justiça com o intuito de garantir o ressarcimento do Estado em caso da ação ser julgada procedente. Deferida pelo Juízo da 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital, a decisão foi alvo de recurso impetrado pelo Presidente da Fesporte, que foi desprovido por unanimidade da Primeira Câmara de Direito Público do TJSC. A decisão é passível de recurso. (ACP n. 023.11.063688-3)
em Assessoria de Comunicação do MPSC

domingo, 20 de janeiro de 2013

Alguém não cumpriu a lei



Nos dois mandados de garantia analisados por Mário Bertoncini, presidente do TJD catarinense, os clubes alegam que entregaram para a Federação, com cinco dias de antecedência ao prazo, os laudos dos seus estádios, exigência da lei (artigo 23 do Estatuto do Torcedor). Não caberiam, portanto, a decisão do Ministério Público sugerindo jogos sem público nas duas primeiras rodadas, muito menos a resolução assinada por Delfim Peixoto, presidente da FCF, referendando aquele ato.

Faço o registro em atenção à regra básica do jornalismo, ouvindo as duas partes. Mário Bertoncini me mandou os dois processos com seus despachos. Pela extensão dos documentos não tenho como publicá-los na íntegra, mas o presidente do TJD garante que não houve “jeitinho” ou “acomodação” na concessão das liminares liberando jogos com público, como queriam os reclamantes.

(...) a  concessão  de  liminar  invocando  o  art.  88,  do  CBJD,  alegando  haver  direito líquido  e  certo  que  os  socorrem  ao  dizer:  “de  jogar  em  seu  estádio  sem  publico  fere diretamente seu direito, já que possui os laudos que regula a questão (sic)

De qualquer forma, e juridiquês a parte, acho estranho que uma decisão do Ministério Público não tenha o efeito desejado, punição e um alerta para que clubes e Federação levem a sério o Estatuto do Torcedor, e parem de afrontar a lei ano após ano. A mesma lei que de repente é invocada na defesa dos interesses supostamente ofendidos.

Se a Federação tinha os tais laudos, como alegam seus filiados nos pedidos de liminares, por que estavam retidos em alguma gaveta da presidência?  E que diabo de laudo é esse que libera o estádio do Guarani de Palhoça, em obras até a véspera do jogo contra o Figueirense? A Federação foi rápida na sua resolução para atender a recomendação do Ministério Público, mas muito lenta e nada cuidadosa ao lidar com a documentação que provocou toda essa celeuma. Ao contrário do TJD que em menos de 24 horas concedeu liminar aos mandados de garantia impetrados pelos dez clubes do campeonato que começa sem brilho, mas com muita confusão.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Finalmente alguém cumpre a lei

A oportuna intervenção do Ministério Público de SC no campeonato catarinense está sendo contestada com leviandade e desconhecimento por dirigentes e parte da mídia. O fim do "jeitinho" e o conflito de interesses promovem um grande festival de besteiras. Tem gente defendendo a infração à legislação estabelecida pelo Ministério do Esporte, Estatuto do Torcedor e pelo próprio regulamento do campeonato.

Para essa turma laudos incompletos e entregues fora do prazo não servem de justificativa para que os clubes sejam punidos nas duas primeiras rodadas com jogos sem torcida. Na verdade nem chega a ser uma punição, mas apenas resultado de uma medida cautelar de quem assume a responsabilidade pelo cumprimento da lei e pela segurança do torcedor e até da própria imprensa.

O Tribunal de Justiça Desportiva não deve passar a mão na cabeça de quem criou toda essa confusão, não levando em conta as declarações do advogado da Associação de Clubes, Sandro Barreto, que chegam a ser bizarras. Liminar a um mandado de segurança dos infratores defendidos por Sandro empurraria para baixo do tapete todas as irregularidades sustentadas e toleradas até hoje pela cartolagem.

Estão acostumados a deixar sem solução os grandes problemas existentes na maioria dos estádios e fora deles,ignorados sempre pela Federação que faz vistas grossas a cada começo de temporada. Mas, agora, Delfim Peixoto & Cia foram surpreendidos pela atitude enérgica do MP. Dirigentes irresponsáveis e inescrupulosos estão apelando até para a chantagem com ameaças de baderna na porta dos estádios, caso a torcida seja mesmo impedida de entrar.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Irresponsabilidade

O Secretário da Agricultura, João Rodrigues, sem conhecimento e demagogicamente, mente e tenta faturar politicamente em cima da tragédia da maricultura. Como ele consegue garantir nas entrevistas que a saúde da população não está ameaçada pelo vazamento de óleo no sul da Ilha? Chegou a dizer que peixes e moluscos estão livres de contaminação porque foram colhidos antes do vazamento. Ora, se o problema ocorreu em novembro - e só agora foi divulgado - quer dizer que o que está sendo vendido no mercado, peixarias e restaurantes tem, no mínimo, quatro meses de idade? Cara de pau esse secretário. Deve entender de frango e linguíça, e olhe lá.

Secretário vai, secretário vem


O recém empossado Secretario da Cultura, Turismo e Esporte, Beto Martins, fez sua primeira visita ao Conselho Estadual do Esporte nesta quinta-feira. Foi curto e grosso na sua fala prometendo não usar o cargo para fazer política. Prefeito por oito anos de Imbituba, não acredito que tenha sido escolhido longe deste viés que tanto tem prejudicado a secretaria conhecida pela sigla SOL, o que por si só deveria credenciá-la melhor junto aos segmentos que representa.

Em todo o caso, vamos dar um voto de confiança ao novo secretário, o quarto neste governo a lidar com áreas tão importantes e de tanto peso para a sociedade. No final do encontro quase informal não resisti e fui conversar com ele, como conselheiro, mas principalmente como jornalista, perguntando de cara: o senhor fica até o fim mandato? "Sou um homem político - e todo homem o é, pensei com meus botões -, não sei o que vai acontecer até abril. Mas, prometo que até lá vou deixar a minha marca".

Vamos traduzir: fica até abril de 2014, prazo para desimcompatibilização dos candidatos na próxima eleição. Ou seja, vamos fechar o mandato Colombo com cinco secretários na SOL, um recorde para não ser comemorado por qualquer esportista.

Quanto aos recursos para socorrer a crescente demanda de eventos e projetos, pouco a declarar depois da minha segunda pergunta que foi sobre suas prioridades em relação ao esporte. "Já conversei com o Pecos - presidente da Fesporte - sobre o assunto". E saiu de fininho para atender compromisso político com o governador Colombo em Grão Pará, sul do estado, sua região.

Foto: SOL VAI BATER RECORDE DE SECRETÁRIOS

O recém empossado Secretario da Cultura, Turismo e Esporte, Beto Martins, fez sua primeira visita ao Conselho Estadual do Esporte nesta quinta-feira. Foi curto e grosso na sua fala prometendo não usar o cargo para fazer política. Prefeito por oito anos de Imbituba, não acredito que tenha sido escolhido longe deste viés que tanto tem prejudicado a secretaria conhecida pela sigla SOL, o que por si só deveria credenciá-la melhor junto aos segmentos que representa.

Em todo o caso, vamos dar um voto de confiança ao novo secretário, o quarto neste governo a lidar com áreas tão importantes e de tanto peso para a sociedade. No final do encontro quase informal não resisti e fui conversar com ele, como conselheiro, mas principalmente como jornalista, perguntando de cara: o senhor fica até o fim mandato?  "Sou um homem político - e todo homem o é, pensei com meus botões -, não sei o que vai acontecer até abril. Mas, prometo que até lá vou deixar a minha marca".

Vamos traduzir: fica até abril de 2014, prazo para desimcompatibilização dos candidatos na próxima eleição. Ou seja, vamos fechar o mandato Colombo com cinco secretários na SOL, um recorde para não ser comemorado por qualquer esportista.

Quanto aos recursos para socorrer a crescente demanda de eventos e projetos, pouco a declarar depois da minha segunda pergunta que foi sobre suas prioridades em relação ao esporte. "Já conversei com o Pecos - presidente da Fesporte - sobre o assunto". E saiu de fininho para atender compromisso político com o governador Colombo em Grão Pará, sul do estado, sua região. 

Colombo com Beto Martins, o quarto da SOL (foto James Tavares)
Colombo com Beto Martins, o quarto na SOL (foto James Tavares)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Mudam as moscas, mas o bolo é o mesmo



 Os clubes catarinenses vão receber apenas R$ 3.120,000,00 da tv aberta pela transmissão do campeonato estadual. O acordo, com contrato assinado, foi de R$ 4 milhões, mas a Federação beliscou R$ 400 mil e a Associação de Clubes R$ 480 mil. E a arrecadação do pay per view, não entra nessa conta? 

E o patrocínio da Chevrolet, que dará nome ao campeonato, foi de quanto? Miiiistério. O que se comenta, porque os beneficiados não divulgam, é que os presidentes das federações por um período terão um carro da marca para circular "pelaí". Tudo de acordo com a mais saudável transparência, tão comum no futebol e na cartolagem brasileira.

A divisão da bolada (?) entre os clubes ficou assim: Figueirense, Avaí, Criciúma e Joinville, R$ 436.800,00 cada;

Chapecoense R$ 374.400,00;

Metropolitano, Atlético Ibirama e Camboriú R$ 249.600,00 cada;

Juventus e Guarani R$ 124.800,00 cada.

A tv paga pouco, os clubes, donos do espetáculo, ganham uma migalha, a Federação Catarinense de Futebol e a Associação de Clubes, proporcionalmente, são contempladas com as fatias maiores do bolo. O Avaí já teve Joao Nilson Zunino na presidência da Associação, agora ocupada por Wilfredo Brillinger, do Figueirense, ambos empresários bem sucedidos. Mas, na defesa dos seus filiados, parece que a competência não é a mesma.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ausência de cobertura local debilita a democracia

Por Carlos Castilho em 07/01/2013

Observatório da Imprensa

Com a crise no modelo de negócios das empresas jornalísticas, um dos primeiros setores a sentir os efeitos dos cortes foi o do noticiário local — gerando uma lacuna que impede o monitoramento de vereadores, deputados e senadores pelos seus eleitores.

A esperança era que os milhares de blogs, twitters e integrantes de redes sociais pudessem preencher esse espaço, mas a realidade não corresponde à expectativa, pelo menos por enquanto. A maioria dos blogs e perfis no Twitter têm se preocupado mais com as idiossincrasias de seus autores e com questões político-partidárias do que com as necessidades e interesses de comunidades sociais urbanas e rurais.

O vácuo no noticiário local contribui para o isolamento entre os eleitores e os seus representantes em instâncias legislativas, criando condições para que vereadores, deputados e senadores administrem os seus cargos como se fossem um emprego privado, onde o eleitor só entra quando há a necessidade de renovar o mandato.

Este comportamento tornou-se meridianamente claro em episódios como os aumentos salariais autoconcedidos. Os parlamentares, por se sentirem isentos de qualquer preocupação em prestar contas, tomam decisões em beneficio próprio, sem o menor escrúpulo.

É uma situação potencialmente critica, conforme constatou, já em 2011, um informe da Knight Foundation, fundação norte-americana que estuda as consequências da crise na cobertura local. Nos Estados Unidos, a ausência de notícias locais é vista como um fator de enfraquecimento na relação entre governantes e governados, gerando um clima propício ao dirigismo autoritário.

No Brasil, a consequência do mesmo fenômeno é mais próxima da delinquência legislativa, pois serve de pretexto para a generalização do desvio do dinheiro público para fins privados ou corporativos. Também aqui a democracia está sendo minada pela falta de patrulhamento por parte do eleitor, do qual não nos damos conta porque a noção de direitos do cidadão ainda é muito recente entre nós.

A emergência dos blogs como ferramentas a serviço do eleitor é inevitável, mas tomará algum tempo porque implica a mudança de comportamentos e valores ainda muito entranhados na população brasileira. O tempo pode contribuir para que o distanciamento entre governantes e governados chegue a um ponto crítico.

Por isso, ganha corpo a ideia de uma cooperação entre as empresas jornalísticas e blogueiros preocupados com a cobertura de temas locais. Uma parceria seria ideal porque os cidadãos podem oferecer notícias, imagens e sons cuja coleta sairia muito caro para empresas que estão trabalhando “no osso” em matéria de pessoal nas redações. Por seu lado, as empresas poderiam retribuir oferecendo capacitação técnica para os jornalistas “amadores” melhorarem a qualidade do noticiário publicado em seus blogs.

Quase todos os grandes jornais já criaram espaços para a participação dos leitores, mas isso ainda não configura uma parceria, pois há resistências dos dois lados. As empresas alegam que o treinamento de amadores ou praticantes do jornalismo não é sua função, ao mesmo tempo em que demonstram uma clara má vontade em tratar os leitores em pé de igualdade. Elas aceitam fotos, vídeos e notícias que não poderiam obter por custo, mas a relação pára aí. Por seu lado, os blogueiros se queixam que são usados como mão de obra barata ou gratuita no fornecimento de material local.

Enquanto as duas partes mantiverem essa desconfiança, ambas saem perdendo — os cidadãos, porque continuarão impedidos de monitorar seus representantes legislativos. A imprensa brasileira tem se preocupado ultimamente em patrulhar políticos, mas isso tem sido feito com uma forte influência de interesses corporativos ou eleitorais, o que não contribui para reduzir as reticências dos blogueiros.

Assim, estamos agora num limbo onde a falta de informação local prejudica o exercício da cidadania e impede a imprensa de transformar essa modalidade de cobertura jornalística em fonte de renda num tempo de vacas magras.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

"Sem querer enrolar". Mas já enrolando, digo eu


"Mesmo antes da posse, no final da tarde de ontem, o secretário Beto Martins
(Turismo, Cultura e Esporte) reuniu-se com os diretores da Santur, Fundação Catarinense de Cultura e Fesporte para dizer que precisa que eles elejam as prioridades em cada setor. Martins não quer um desfiar de lamúrias na gestão de uma área importante para o estado, pede ação.

A chegada do tucano à pasta deverá imprimir uma nova realidade no setor. Em um primeiro momento, a contenção financeira do governo evitará a utilização maciça dos fundos das três áreas. Até hoje, o secretário executivo de recursos desvinculados (do Fundo Social), Celso Calcagnotto, havia feito gestão dos recursos e fechado a porta para ações oportunistas. Resultado: deixa R$ 12 milhões além do orçamento de cerca de r$ 130 milhões da pasta para este ano.

Martins quer dar um tempo para que as coisas se ajeitem. A ordem do governador é liberar recursos em regime de parceria. Foi-se o tempo em que o estado era o maior patrocinador de determinado evento, da festa ao show. Há também o componente político. A chegada de um tucano à pasta reafirma o compromisso de Raimundo Colombo com os partidos da tríplice aliança. A relevância do gesto é tanta que gente como o ex-governador Leonel Pavan, presidente estadual do PSDB, que andava sumido, quieto na muda, apareceu para dar um abraço em Martins.

Os tucanos se dizem satisfeitos com os espaços que possuem no governo, mas também reclamam por mais, depois de perderem a SC parceria, os assuntos estratégicos e o planejamento. Em resumo: estão felizes."

A coluna do companheiro Roberto Azevedo no jornal Notícias do Dia deixa bem claro e as deduções óbvias são minhas: a posse de um tucano - aliás de bico muito novo - em secretaria tão importante se trata apenas de mais uma ação política nos conhecidos arranjos eleitorais. Luta por espaço e ocupação de cargos importantes visando sempre a próxima eleição. A cultura, o turismo e o esporte - que deveriam estar em pastas separadas - na realidada não são prioridades do surfista imbitubense. Ao que se sabe, este quarto secretário do gov Raimundo Colombo deve desembarcar antes do término do seu mandato. É o pau do galinheiro agora ocupado por tucanos felizes levando mais uma candidatura ao ninho de 2014.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Planeta kart

Festinha rica em casa de pobre

O evento Planeta está no kartódromo do Sapiens Parque, aquele mesmo kartódromo que servia para o brinquedinho milionário do Felipe Massa, e que todo o ano leva dos cofres do governo estadual a bagatela de quase dois milhões de reais, enquanto nosso atletas morrem à míngua mendigando recursos do Fundesporte. Produções culturais, atrações para moradores e turistas, nada disso merece atenção dos governantes do município ou do estado.

Tem ali perto o kartódromo original, em Ingleses, que ainda está lá, mas não presta pra mais nada. Este ano o Festival das Estrelas, que recebe a troupe de Massa & cia, vai reunir os milionários do automobilismo mundial no Beto Carreiro, na Penha. É uma rapaziada que precisa mesmo do dinheiro público para a sua corrida anual. A pista e a estrutura do Sapiens estão soterradas por equipamentos e aquela bugigangada necessária para a montagem do show musical de dois dias. Como ficará depois e quanto custará sua recuperação?

Vamos ver se o novo secretário da Cultura, Turismo e Esporte, o surfista Beto Martins, bota um pouco de ordem na casa. É o quarto secretário a pisar nesta secretaria no governo Raimundo Colombo. Até aqui cultura, turismo e esporte serviram apenas como trampolim eleitoral, começando pelo novo prefeito de Florianópolis, o garoto César, cuja passagem pela área custou muito caro aos cofres do estado.

Esta desmazelada Secretaria tem sido ao longo dos anos um doutorado em matéria de desperdício, de omissão, incompetência e descaso com a coisa pública, soma de irregularidades para botar gente na cadeia. Mas só em país de gente séria e de políticos comprometidos com as propostas vendidas em época de eleição. Quem sabe o brother Martins tem um pouco mais de respeito pelos que dependem da sua pasta. Meu amigo São Tomé não acredita.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Polícia para quem precisa

O caos em Laguna sem fiscalização policial
Nestes dias de congestionamentos na cidade e nas estradas tenho notado a ausência da polícia rodoviária nos principais pontos de imobilidade quase total. Exemplinhos fáceis:

1 -quem mora no sul da ilha ou quer acessar as praias da região sofre com o trevo do Rio Tavares, na temporada a qualquer hora do dia. Enquanto isso carros da Polícia Rodoviária Estadual podem ser vistos nos dois sentidos da Via Expressa Sul. De tocaia e radar em punho, seus agentes fazem a vigilia contra o excesso de velocidade. Louvável a preocupação com a obediência às leis de trânsito. Mas não seria interessante, também, uma equipe para organizar o vai-quem-quer no trevo em questão?

2 - Passei por Laguna vindo do litoral gaúcho na quinta-feira pela manhã. Perdi hora e meia obedecendo a imensa fila formada logo após Capivari. No anda-e-para desse tempo observei apressadinhos utilizando o acostamento para ultrapassagem e vias laterais para encurtar o caminho até a ponte de Cabeçudas. Esperei por alguma ação da Polícia Rodoviária Federal. Em vão. Lá pelas tantas vi um carro passando rapidamente pelo acostamento. Vão dar um jeito nos fura-filas, pensei esperançoso. Que nada, o veículo policial evaporou. Antes de me livrar daquele furdunço ainda vi, no gargalo que se forma na cabeceira da ponte, um caminhoneiro jogar  seu peso-pesado sobre um carro Gol danificando parte da lateral. Ficou no salve-se quem puder, nada aconteceu.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Denúncias, ora, denúncias

O Jornal do Almoço da RBS apresentou hoje (sexta) denúncia sobre as péssimas condições da Rodoviária Rita Maria e o risco que representa frequentar aquele local. Nenhuma novidade nas informações que foram levadas aos jornalistas daquela empresa por uma informante, ex-funcionária da casa, cuja identidade não foi revelada. A matéria é velha, quase jurássica.

Esse é o grande problema da nossa mídia. Equipes de jornalismo, com seus respectivos editores, pauteiros e repórteres, sejam elas de tv, rádio ou jornal, têm que ser levadas pela mão até onde está a notícia. Se não houver um denunciante ou um fato consumado, os problemas da cidade ou do estado não merecem a atenção dos nossos veículos de comunicação. Exemplo bem recente: incêndio (mais um) no Mercado Público. O próximo "fato jornalístico" pode acontecer em uma das portas de entrada de Florianópolis, a Rodoviária, ameaçando desabar e com um estacionamento esburacado.

É assim. Tem que acontecer uma tragédia com destruição e muitas vítimas, como as inundações anuais na Baixada Fluminense, para o jornalismo e os jornalistas se mexerem. Bem ao gosto dos políticos e administradores públicos, omissos e incompetentes. Por enquanto o que vale é só entretenimento e de gosto duvidoso. Coisas como BBB, Planeta, festival milionário de kart, shows sertanejos, festivais de moda e outras excrescências do gênero.