sábado, 26 de fevereiro de 2011

Rede Globo x Clube dos 13

Na medida em que o tempo foi passando desde o início deste embate ficou claro que tipo de interesse estava em jogo. O primeiro objetivo era implodir o Clube dos 13. Ricardo Teixeira e sua CBF precisam manter o controle das ações, o que ficou inviável desde a derrota de Kleber Leite para Fábio Koff na última eleição do Clube. Pra começar a implantação da discórdia, a Taça das Bolinhas foi para o São Paulo, um agradinho ao desafeto de Teixeira, Juvenal Juvêncio, presidente do clube paulista. Em seguida o Flamengo obteve o reconhecimento do título de 1987. “Pressão dos meus filhos” justificou bobamente Ricardo. A justiça entrou neste baile de cobras e obrigou o São Paulo a devolver a Taça para o Flamengo.


Do outro lado apareceu o Sport Recife, campeão de 87 transitado em julgado, mas de pouco poder de fogo junto aos mandões do futebol brasileiro e à própria justiça comum. Confusão estabelecida, os quatro grandes cariocas, mais Corinthians, Grêmio e o menos votado Coritiba, anunciaram oficialmente a dissidência.


Tudo muito simples e maquiavelicamente urdido pelo cartola maior e por Kleber Leite, o dono da Traffic e com tentáculos estendidas sobre alguns clubes, entre eles o Flamengo. O importante era chegar ao verdadeiro e principal objetivo desta lambança: as negociações da TV Globo com os clubes visando as transmissões do Campeonato Brasileiro de 2012 a 2014. Tem muito dinheiro em jogo e, além disso existe, por parte da Globo, a intenção de mudar o regulamento do Brasileirão voltando ao mata-mata. Dá mais audiência, alegam.


O Grupo Record entrou na jogada e passou a incomodar e a ameaçar o domínio da Globo nesta área. Os interesses do torcedor para a Globo ficam em segundo plano. Sem o Clube dos 13 o sistema de disputa pode mudar e os jogos do meio de semana continuarão com aqueles horários de sessão coruja. Até pode surgir outra novidade de repente. Mas, o certo é que até aqui, passo a passo, a Rede Globo está mandando pro espaço uma tal de carta-convite e chegando onde quer. É o que está bem claro no comunicado distribuído à imprensa no final da sexta-feira.


A nota da Globo

Os dirigentes efetivamente preocupados com os legítimos interesses dos seus clubes e, acima de tudo, os torcedores são testemunhas dos volumosos investimentos que a Rede Globo tem feito ao longo desses anos, numa parceria pelo aprimoramento do nosso futebol, na busca de um espetáculo emocionante, com profissionalismo e qualidade.

Essa contribuição tem se traduzido no crescimento das receitas dos clubes, não só através das receitas obtidas com a venda dos direitos de transmissão, bem como com a comercialização de outros direitos, incluindo propaganda nos uniformes e publicidade nos estádios.

As exigências e modificações nos conteúdos das plataformas implicam na desestruturação de um produto complexo, que foi construído ao longo dos últimos 13 anos, inviabilizando assim qualquer perspectiva de um retorno compatível com os investimentos na compra dos direitos.

As condições impostas na carta-convite não se coadunam com nossos formatos de conteúdo e de comercialização, que se baseiam exclusivamente em audiência e na receita publicitária, sendo incompatíveis com a vocação da televisão aberta que, por ser abrangente e gratuita, é a principal fonte de informação e entretenimento para a maioria dos brasileiros.

Assim é, em respeito ao interesse do público, que a Rede Globo se sente impedida de participar desta licitação e pretende manter diálogo com cada um dos clubes para chegarmos a um formato para a disputa pelos direitos de transmissão que privilegie a parte mais importante desse evento: o torcedor.

Central Globo de Comunicação




Os números originais


Os números abaixo, propostos pelo Clube dos 13 para negociações futuras, foram ignorados pela CBF, Traffic e os dissidentes que optaram por acerto direto com a Rede Globo;


Corinthians, Flamengo, Vasco, Palmeiras e São Paulo, grupo que mais recebe do C13, pulariam dos atuais R$ 16,8 milhões para
R$ 42 milhões anuais.


O Santos, que está isolado em um segundo grupo, iria de R$ 14,4 milhões para
R$ 36 milhões anuais.


Grêmio, Inter, Cruzeiro, Atlético-MG, Fluminense e Botafogo passarão de R$ 12 milhões para
R$ 30 milhões.


Os demais membros do Clube dos 13 pulam de R$ 9 milhões para
R$ 24 milhões.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Denúncias contra Segundo Tempo chegam a SC




Em mais uma reportagem sobre irregularidades no programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, o jornal O Estado de São Paulo bateu às portas da ONG CONTATO, administrada em Florianópolis pelo PC do B. O presidente desta instituição é Rui Oliveira, marido de Simone Fraga, coordenadora do Segundo Tempo. João Ghizoni, ex-presidente da Fesporte, fez sua campanha para Senador pelo PC do B catarinense usando como bandeira justamente o programa alvo das denúncias do jornal paulista.


Por Leandro Colon, enviado especial de O Estado de S. Paulo


FLORIANÓPOLIS - O Ministério do Esporte publicou em janeiro um convênio de R$ 16 milhões do Programa Segundo Tempo com uma entidade dirigida por membros do PC do B, em Santa Catarina, que não havia cumprido o prazo de convênio anterior com o próprio ministério para cuidar do mesmo projeto.


Presidido por Rui de Oliveira, filiado ao PC do B, o Instituto Contato teve seu contrato rescindido em dezembro, segundo decisão do ministério publicada no Diário Oficial da União, "tendo em vista o não cumprimento do objeto pactuado, quanto à realização das atividades constantes no Plano de Trabalho, e o não cumprimento das metas físicas e financeiras previstas no Plano de Aplicação".


Integrante da direção estadual do PC do B em Santa Catarina, Simone Fraga é quem coordena o Segundo Tempo, projeto usado como bandeira na campanha eleitoral passada de João Ghizoni, que foi assessor especial do ministro do Esporte, Orlando Silva, ambos filiados ao PC do B. Ghizoni tentou, sem sucesso, uma vaga no Senado.
A reportagem do Estado visitou os núcleos atendidos pelo Instituto Contato em Florianópolis e conversou com líderes comunitários que recebem o programa social. Na cidade, terra natal do ex-tenista Gustavo Kuerten, o Guga, crianças têm aula de tênis com raquetes de plástico e em plena calçada, professores recebem salários atrasados e alunos ganham merenda vencida.


Comunidades carentes avisam que não querem mais continuar com o Segundo Tempo. "Foi vergonhoso. O Segundo Tempo não tem qualidade como projeto social. Quando nos procuram é uma maravilha, depois não fazem nada", reclamou Rosângela Amorim, presidente do Conselho de Moradores do Saco Grande, periferia da cidade.


A associação foi parceira por quatro anos do Instituto Contato, até dezembro de 2010. "Não quero mais em 2011", afirma Rosângela Amorim. Outra parceira do instituto é a ONG Casa da Criança. Seu vice-presidente, Gilson Morais, reclamou ao Estado das condições do projeto federal e mostrou lotes de suco de groselha, remetidos pelo Instituto Contato à entidade, com prazo de validade vencido.


O Instituto Contato gastou pelo menos R$ 71 mil na produção de banners e faixas que anunciam a existência do Segundo Tempo. A própria entidade pediu rescisão do contrato que lhe rendeu R$ 13 milhões em dois anos. Segundo parecer do ministério, o governo federal já tinha identificado que o Contato não havia conseguido concluir o projeto em pelo menos quatro núcleos esportivos. "A entidade deixou de se manifestar sobre o apontamento feito por esta unidade, posto que em resposta somente solicitou a rescisão da parceria", afirma trecho de conclusão técnica do ministério.


Apesar dos problemas, o Ministério do Esporte fez um novo convênio com a entidade no valor de R$ 16 milhões para criar 250 núcleos e beneficiar 25 mil crianças nos próximos dois anos, de acordo com extrato publicado no Diário Oficial da União no dia 17 de janeiro.


O ministério informou que não havia empecilho para firmar um novo convênio. "O contrato anterior foi rescindido por solicitação da própria entidade, e por isso não houve impedimento à renovação da parceria", informou a pasta. "No momento da assinatura do novo convênio, a entidade estava no prazo regulamentar de entrega da prestação de contas final do anterior", ressaltou. O Contato disse que pediu a rescisão porque entendeu ter feito sua parte no projeto. "Todos os núcleos do convênio foram executados de acordo com o pactuado."

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Denúncias afetam programa do PC do B

“O Estado de SP” informa:

Cercado por fraudes, Segundo Tempo
turbina caixa e políticos do PC do B


Projeto do Ministério do Esporte só em 2010 distribuiu R$ 30 milhões a ONGs de dirigentes e aliados do partido; ‘O Estado’ percorreu núcleos esportivos no DF, GO, PI, SP e SC e flagrou convênios com entidades de fachada, situações precárias e de abandono.

Leandro Colon, de O Estado de S.Paulo


BRASÍLIA - Principal programa do Ministério do Esporte, comandado por Orlando Silva, o Segundo Tempo, além de gerar dividendos eleitorais, transformou-se num instrumento financeiro do Partido Comunista do Brasil (PC do B), legenda à qual é filiado o ministro.


A reportagem do Estado foi conhecer os núcleos do Segundo Tempo no Distrito Federal, em Goiás, Piauí, São Paulo e Santa Catarina. A amostra, na capital e região do entorno, no Nordeste mais pobre ou no Sul e no Sudeste com melhores indicadores socioeconômicos, flagrou o mesmo quadro: entidades de fachada recebendo o dinheiro do projeto, núcleos esportivos fantasmas, abandonados ou em condições precárias.
As crianças ficam expostas ao mato alto e a detritos nos terrenos onde deveriam existir quadras esportivas. Alguns espaços são precariamente improvisados, faltam uniformes e calçados, os salários estão atrasados e a merenda é desviada ou entregue com prazo de validade vencido.


No site do ministério, o Segundo Tempo é descrito como um programa de "inclusão social" e "desenvolvimento integral do homem". Tem como prioridade atuar em áreas "de risco e vulnerabilidade social", criando núcleos esportivos para oferecer a crianças e jovens carentes a prática esportiva após o turno escolar e também nas férias.


Conferidas de perto, pode-se constatar que as diretrizes do projeto, que falam em "democratização da gestão" foram substituídas pelo aparelhamento partidário. A reportagem mostra, a partir deste domingo, 20, como o ministro Orlando Silva, sem licitação, entregou o programa ao PC do B.


O Segundo Tempo está, majoritariamente, nas mãos de entidades dirigidas pelo partido e virou arma política e eleitoral. Só em 2010, ano eleitoral, os contratos com essas entidades somaram R$ 30 milhões.


O Ministério do Esporte afirma que "cabe à entidades parceira promover a estruturação do projeto". Questionado sobre as situações constatadas pelo Estado e pelo controle partidário do programa, o ministério defendeu o critério de escolha das entidades sob o argumento que é feita uma seleção técnica dos parceiros.


Terreno vazio


O dinheiro deveria ser usado para criar 590 núcleos e beneficiar 60 mil crianças carentes. Na procura por um núcleo cadastrado na cidade do Novo Gama (GO), por exemplo, a reportagem encontrou um terreno baldio onde deveria funcionar um campo de futebol. Cerca de 2,2 mil crianças foram iludidas na cidade por uma entidade sem fins lucrativos fantasma.


No Novo Gama, o programa Segundo Tempo é só promessa, mas, na última campanha eleitoral, foi usado como realidade pelo vice-presidente do PC do B do DF, Apolinário Rebelo. O mesmo ocorreu na Ceilândia (DF).


Em Teresina (PI), no lugar de uma quadra poliesportiva os jovens usam um matagal, onde improvisam tijolos e bambus para jogar futebol e vôlei. Do lado de fora, no muro do terreno, a logomarca do Segundo Tempo anuncia que ali existiria um núcleo do programa. O local é um dos espaços cadastrados por uma entidade que já recebeu R$ 4,2 milhões para cuidar do projeto. Seus dirigentes são do PC do B.
Lideranças de comunidades carentes de Santa Catarina criticaram a intermediação do Instituto Contato, dirigido pelo PC do B, no Segundo Tempo e anunciaram que abriram mão do projeto. Aulas de tênis são dadas na calçada, com raquetes de plástico. Em Florianópolis, a reportagem encontrou um lote de suco de groselha com validade vencida num núcleo do programa.


A campeã de recursos do governo é a ONG Bola Pra Frente, dirigida pela ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues, vereadora de Jaguariúna (SP) pelo PC do B - R$ 28 milhões foram repassado à entidade desde 2004.


Prestação de contas


O Ministério do Esporte afirma, em seu site, que todos os convênios do programa Segundo Tempo devem fornecer "descrição detalhada dos materiais, bens ou serviços adquiridos"


Para entender


O Programa Segundo Tempo foi criado no começo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na teoria, o objetivo é oferecer a crianças e jovens carentes oportunidade de prática esportiva após o turno escolar e nas férias.


O Ministério do Esporte fecha parcerias com entidades sem fins lucrativos, que assumem a tarefa de botar em prática o Segundo Tempo. Prefeituras também fazem convênio com o governo. A ideia é criar núcleos esportivos e contratar professores. Segundo o ministério, o Segundo Tempo deve "oferecer práticas esportivas educacionais, estimulando crianças e adolescentes a manter uma interação efetiva que contribua para o seu desenvolvimento integral".

Samba no pé, bola no armário

O torcedor carioca, do Flamengo especialmente, aguarda ansioso por uma boa apresentação de Ronaldinho. Pelo andar da carruagem é melhor esperar sentado na arquibancada.

Quem quiser assistir a um bom desempenho do Gaúcho consulte o roteiro de ensaios das escolas de samba. Domingo à noite, logo após a desgastante decisão contra o Botafogo, o jogador foi visto na Marques do Sapucaí com a Grande Rio, escola que levou o calote da Prefeitura de Florianópolis. Sambou, tocou tamborim, fez uma tabelinha com a atriz Suzana Vieira, e depois deve ter ido pra casa dormir.

Ou então acabou a noite trocando passes com Adriano, o Imperador do Samba e que mais uma vez adiou sua volta para a Itália para se apresentar à Roma . É compreensível. A recuperação da cirurgia no ombro é demorada e exige tratamento especial, no Rio de Janeiro.

O Adriano, já se sabe, não quer mais nada com a bola. Já o Ronaldinho ainda não frustrou as expectativas da diretoria do Flamengo e da torcida. A dúvida é se esta rotina vivida no Rio é compatível com a de um jogador profissional que por enquanto lembra apenas seus piores e derradeiros dias no Milan.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um mistério, uma revelação, uma dúvida


Ronaldo sai de cena deixando um grande mistério na sua carreira, até hoje não esclarecido nem por ele nem por aqueles que estiveram na Copa de 1998 na França. E nenhum jornalista quis fazer essa pergunta para o Ronaldo na sua entrevista de despedida. Afinal, o que aconteceu na concentração brasileira antes do jogo decisivo contra os franceses? Que tipo de mal estar o afastou da grande final?

Fora do roteiro na fala da aposentadoria nesta segunda-feira só a revelação de que descobriu no Milan sofrer de hipotireoidismo, doença que desacelera o metabolismo e o faz engordar. Ronaldo teve que conviver com excesso de peso porque não podia tomar hormônios ou outros medicamentos adequados, todos com substâncias proibidas pelo controlo antidoping da Fifa. Dependendo apenas de exercícios físicos para emagrecer o suficiente para que pudesse entrar em campo, Ronaldo não agüentou as dores do esforço. O corpo não obedecia mais aos comandos do cérebro.

Atualizando: "Ou o Ronaldo está enganado ou foi mal orientado. Não há qualquer proibição de fazer o tratamento. Bastaria ter enviado um relatório aos órgãos competentes, com o comprovante dos exames, e seria liberado para usar os hormônios, sem qualquer risco de antidoping". Do médico gaúcho, João Zanini, especialista em controle antidoping

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Imperador da encrenca


A presidenta (como quer a nossa Dilma) da Roma, Rosella Sensi, espera Adriano para uma conversa séria, talvez a última. Adriano tem se revelado como um dos maiores encrenqueiros do futebol brasileiro. Só não deixa prá trás Almir, “O Pernambuquinho”, como era chamado, e que atuou na década de 60, porque não briga (ainda) em campo. Revelado pelo Vasco, jogou no Santos e Flamengo e gostava de uma boa confusão nos gramados. Uma de suas menores façanhas foi acabar com uma decisão do Carioca entre Flamengo e Bangu, provocando a expulsão de sete jogadores. Nos bares e na noite, não tinha pra ninguém, era arriscado enfrentá-lo.

Voltando ao Adriano e seu currículo exemplar: bate em mulher, é baladeiro, beberrão, amigo de traficantes e inimigo da sua própria carreira, está próximo da rescisão do contrato com a Roma. Apesar de ter sido liberado para se recuperar no Rio de Janeiro de uma cirurgia no ombro, o Imperador não resistiu às tentações da corte na Cidade Maravilhosa. Após uma noite festiva, caiu em uma blitz, negou-se a soprar o bafômetro e teve sua carta de habilitação apreendida.

De volta ao Brasil, é bem provável que chovam convites de grandes clubes. Os departamentos de marketing e dirigentes equivocados estão aí pra isso. O próprio Adriano, repatriado a primeira vez depois de juras de amor ao Flamengo, é a figura mais emblemática entre alguns jogadores marcados pela fidelidade à crônica policial e às atividades extra campo.

Há pouco o Grêmio foi atrás do Carlos Alberto, freqüentador assíduo do departamento médico, e que saiu do Vasco pela ameaça de agressão no vestiário ao presidente do clube, Roberto Dinamite. É a mais fina flor da encrenca de chuteiras, no seu caso de chinelinhos. Outro que foi e voltou, e parou no Vasco, é Felipe, também já afastado do time. Não faltarão pretendentes.

Ronaldinho Gaúcho recupera sua forma treinando na noite carioca. Como diria aquele famoso colunista social de Floripa, dos tempos do saudoso O Estado, Ronaldinho foi visto em bares, boates, escolas de samba e restaurantes famosos do Rio. Com o seu rico dinheirinho, portanto, com todo o direito, acaba de comprar mansão na Barra por R$ 20 milhões. Piscina, quadras de tênis, boate, uma academia subterrânea, um número não revelado de suítes e outros penduricalhos, conferem a Ronaldinho a certeza de descansos reparadores após desgastantes treinos e jogos.

São muitos e variados maus exemplos. Estes são apenas os mais recentes. Sei que todo mundo merece uma chance, mas como bom discípulo de São Tomé acrescento aquele antigo, mas sempre atual ditado gaúcho: “cachorro comedor de ovelha, só matando”.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Má educação


Dunga: destempero fashion

O que já foi muito prazeroso, hoje virou um grande sacrifício, ainda mais quando se trada de dose dupla. Ver exibições de duas seleções brasileiras em um mesmo dia mistura sofrimento com desencanto, em cima da constatação de que realmente nosso futebol hoje não é mais o melhor do mundo.

Descontadas as bobagens da mídia, que tratou o jogo contra a França como revanche, as análises pré, pós jogo e mais uma derrota, foram satisfatórias, a maioria reconhecendo a falta de técnica apurada e ausência de talentos nos nossos times. Robinho, por exemplo, ganhou faz tempo o apelido de tri-atleta: pedala, corre e nada.

Faltou dizer que atualmente somos um bando de desequilibrados, com algumas adesões entre os jornalistas que trabalham com o esporte, especialmente o futebol.O que nos coloca como ex-melhores do mundo, e o que precisamos reconhecer urgentemente.

A quarta-feira foi uma overdose de futebol e seleção, varando a madrugada de quinta com a sub-20 após campeonatos estaduais e a estréia do Fluminense na Libertadores da América. O Nei Franco no Sul Americano no Peru faz milagre com os garotos e podemos considerar um feito nossa classificação para a Olimpíada de 2012 em Londres. Se ela for confirmada diante do Uruguai, claro.

É fácil constatar semelhanças entre as duas seleções brasileiras que foram a campo na quarta-feira e madrugada de quinta: a escassez de talentos e o destempero de jogadores, jovens como o zagueiro Juan, principal responsável por aquela derrota contra a Argentina, e do experiente Hernanes, autor da criminosa botinada em um pacato e habilidoso jogador francês. A expulsão merecida dos dois desequilibrou os times e prejudicou o trabalho de Nei Franco e Mano Menezes.

Basta observar jogos nossos de quase todo o dia em qualquer divisão, seja em que campeonato for. O jogador brasileiro tem obsessão pelas arbitragens. Reclama de tudo, todo o tempo, briga com os adversários, cai a qualquer encostada e pede aplicação de cartão com a autoridade por ninguém outorgada de controlador do jogo.Uma rigorosa aplicação da regra deixaria poucos em campo ao final dos 90 minutos.

Observando o comportamento dos treinadores desde as divisões de base vamos concluir que boa parte deles faz tudo errado no trato com jovens promessas do futebol. Essa falta de educação tem origem nos primeiros passos nos gramados A base da metodologia aplicada é gritaria e palavrão, praticamente um incentivo a comportamentos deturpados no futuro. Parece mais fácil contestar o apito do que jogar bola. Deve ser isso mesmo quando falta talento. Dentro e fora do campo.

TCU pega trenzinho fora dos trilhos

A Copa de 2014 no Brasil e a Olimpíada de 2016 vão dar muito pano pra manga, ou muito trabalho para o Tribunal de Contas da União e outros órgãos fiscalizadores que estiverem dispostos a conter a sangria nos cofres públicos. O blog do José Cruz, um jornalista vigilante que mora em Brasília e faz excelente trabalho para a UOL, tem publicado várias irregularidades já constatadas em projetos e orçamentos para a Copa e Olimpíada. Cruz reproduziu nesta quarta-feira parte da matéria do Correio Braziliense, do repórter Lúcio Vaz. Sintam o tamanho do rombo em apenas uma das obras que envolvem mobilidade urbana na capital federal. É lá que mora o perigo.


Primeiro relatório do Tribunal de Contas da União mostra que orçamento do Veículo Leve sobre Trilhos, em Brasília, saltou de R$ 364 milhões para R$ 1,55 bilhão, quase cinco vezes mais...
Há "indícios de fragilidade" na estrutura do Ministério do Esporte para fiscalizar obras, segundo o TCU.
“Estouro significativos em orçamentos, falta de transparência em atos do governo, graves irregularidades nos projetos, atraso no início de obras” ...

Aí está, em resumo, o primeiro relatório do Tribunal de Contas da União sobre os preparativos das 12 cidades-sedes para a Copa do Mundo de 2014.

O documento será apresentado nesta quinta-feira pelo ministro relator, Valmir Campelo. Porém, o repórter Lúcio Vaz, do Correio Braziliense, leu o relatório e produziu reportagem, que está hoje no principal jornal da capital da República, com o seguinte título "Bola fora nas obras da Copa".
Repetindo 2007

Diante das evidências, os riscos de superfaturamento são enormes. A ilegalidade poderá vir com termos aditivos contratuais, contratos emergenciais e aportes desnecessários de recursos federais. Tal qual já se viu, há quatro anos, durante os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

Ministério omisso

Há mais de um ano o governo federal firmou matrizes de responsabilidades, fixando as competências da União, Estados e Municípios envolvidos com a preparação da Copa 2014. Sobre isso, assim se manifestou Valmir Campelo.

“As matrizes de responsabilidades não estão sendo rigorosamente observadas pelos diversos entes federativos envolvidos no evento, dado que existe divergência nos valores previstos e descumprimento de diversos prazos determinados".
E acrescentou:

“Esse fato indica possível fragilidade no processo de acompanhamento por parte do Ministério do Esporte, característica que dificulta muito as ações de controle".

Até hoje, por exemplo, Orlando Silva não enviou ao TCU as matrizes de responsabilidades para as obras nos portos e aeroportos, firmadas há um ano, "dificultando a transparências das ações", afirmou Valmir Campelo.

Como se observa, o Ministério do Esporte, sob o comando de Orlando Silva, repete, na prática, a estratégia fracassada do Pan 2007, quando não respondia em tempo hábil os questionamentos do Tribunal de Contas.

Orlando Silva, o único ministro do governo Lula que pediu, brigou, insistiu para continuar no governo, foi designado pela presidene Dilma Rousseff para comandar as obras públicas da Copa de 2014.

Superfaturamento

Segundo a reportagem de Lúcio Vaz, “o projeto de construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Brasília, por exemplo, tinha orçamento de R$ 364 milhões na Matriz de Responsabilidades. No entanto, o contrato firmado com o consórcio Brastram tem o valor de R$ 1,55 bilhão.”

Além disso, uma fiscalização concluída em dezembro do ano passado indicou graves irregularidades na obra do VLT de Brasília, com apenas 2% da obra concluído. A obra está paralisada e o contrato suspenso.

Voltarei ao assunto, pois há informações importantes sobre os investimentos em mobilidade urbana, estádios e aeroportos. (José Cruz)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O samba do crioulo que não tem nada de doido


Enquanto o Secretário de Turismo do Município, o vereador Márcio de Souza, acena com auxílio do Estado para a Escola de Samba Grande Rio, o governador Raimundo Colombo diz que hoje as prioridades do seu governo são outras. A homenagem a Florianópolis no samba enredo da escola carioca, sugere o governador, deve merecer a atenção de instituições privadas, e não de órgãos públicos como quer Márcio de Souza.

Tomara Raimundo Colombo não esteja jogando para a torcida e sua fala seja verdadeira. Aqui também temos nossas tragédias. Com a pindaíba das escolas estaduais, da segurança pública, dos hospitais e a carência de outras necessidades básicas do povo catarinense, é ação perdulária e criminosa desviar recursos para socorrer o carnaval do Rio de Janeiro.

Pode ser que o criativo vereador Mário esteja se inspirando em acontecimentos locais que nos aproximam um pouco dos cariocas. Como a fuga em massa da Penitenciária (aquela que ia ser desativada) na segunda à noite, quando 79 presos transformaram os morros da Agronômica e adjacências em rota de helicópteros e de um grande aparato da Polícia Militar.A operação de recaptura foi até tarde da noite e seguiu agora pela manhã. Morador do bairro, cercado por toda esta zoeira, me senti um carioca, mas nem por isso obrigado a contribuir com suas escolas de samba. Quase pedi asilo na casa de amigos,isto sim.

Quer dizer, é uma demanda que não compete ao Governo do Estado atender, como também não deveria ser dos cofres municipais, já suficientemente combalidos graças a eventos fantasmas e que custaram o olho da cara para os cidadãos de Florianópolis, incluindo por último a grana preta que já foi para a Grande Rio em troca da “homenagem”.

Aliás, foram o tino administrativo do Prefeito (?) Dário ou cofres vazios as razões para a antecipação do pagamento do IPTU de 2011?

Agora o oportunista Márcio de Souza está atravessando o samba. Ou quer virar discípulo de Sérgio Porto, o carioquíssimo Stanislaw Ponte Preta e criador do Samba do Crioulo Doido, paródia consagrada pelo grupo Demônios da Garoa. Lembram de um pedacinho da letra? “Chica da Silva obrigou a princesa Dona Leopoldina a casar com Tiradentes, eleito Pedro Segundo e proclamador da escravidão junto com o Padre Anchieta”.

O triste é que um dia eu votei nesse cara.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Prazos de validade

O futebol nosso de cada dia já pregou sua primeira grande peça mal começou a temporada. Os torcedores do Avaí, com os corações aos pulos e bandeiras enroladas, assistiram o vexame nas primeiras rodadas do campeonato. O time vai para o clássico mostrando alguma evolução. Só isso. Talvez seja o bastante para uma torcida que vive assombrada por fantasmas que dividem espaço no vestiário e salas da administração e comissão técnica. O susto de 2010 não serviu de lição.

Na contramão dos temores avaianos está o Figueirense, até aqui o maior favorito para ganhar o campeonato. Mantendo 80 por cento do time que subiu para a primeira divisão em 2010 ficou muito mais fácil colocar o alvinegro-tricolor entre os primeiros. O maior adversário, se o Avaí não se arrumar, está em Criciúma, não em Chapecó.

O Avaí parece o Corinthians, diferenciado pela inexistência de um ídolo do tamanho, sem trocadilho, do Ronaldo. A chamada fiel torcida perdeu a paciência depois de assistir as pífias apresentações do outrora fenômeno. O próprio Ronaldo não está respeitando seu passado, em nome de uma falsa idolatria que não resiste ao peso de tanta falta de mobilidade e ineficiência.

E atenção flamenguistas. Aproveitem o Campeonato Carioca com aqueles timecos que estenderão o tapete vermelho para o ex-craque Ronaldinho. Já não tem o Maracanã, mas tem as noites cariocas e as escolas de samba. Depois vem o Brasileirão de muitos jogos e muitas viagens. Aproveitem a festa e o oba oba da mídia brasileira. As enganações e unanimidades suspeitas têm prazo de validade.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A outra muralha da China


Quer viver seguro na nossa amada e idolatrada cidade? Faça como os chineses de Yuhuan. Inspirados nos antigos imperadores construíram uma muralha em torno da sua aldeia. Eu ainda acrescento uma sugestão: uma ponte elevadiça sobre um fosso cheio de crocodilos do Nilo, os mais ferozes, segundo os entendidos. (foto do site globo.com)