terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Ligações perigosas


J.Havilla, “il capo de tutti capi” da Traffic, é o novo membro do Conselho Nacional do Esporte, nomeado pelo Ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior. A Traffic do novo conselheiro (foto) do ME é hoje uma das empresas com mais influência e participação no futebol brasileiro, parceira que é de clubes como Palmeiras, Fluminense, Botafogo, entre outros poderosos. Aqui mesmo em Floripa já estendeu suas asas sobre o Avaí, através da LA Esportes. Entre os seus contratados, sintam o poder de fogo, estão Carlos Alberto Parreira e os ex-jogadores Pitta e Dario Pereira. É uma empresa como outra qualquer, dirão alguns. Não é. Qual a razão para um jogador desconhecido negociado pela Traffic valer e interessar mais do que uma cria da casa? Olhem em volta e tentem descobrir onde estão atletas formados na base de nossos clubes. No Avaí tem um, o Gustavo. Mas ele é irmão do Marquinhos, xodó avaiano. E o Figueirense, o que tem feito com os seus? Lembrem 2008, fracasso com os profissionais, título na Copa São Paulo de juniores. O interior catarinense deixou de ser fonte alimentadora, embora celeiro de revelações. Elas bem que existem, só que estão valendo menos que os desconhecidos e muitas vezes bichados que aparecem em nossos times. É só contabilizar os “feridos de guerra” abatidos por lesões crônicas ou incuráveis que povoam as enfermarias dos clubes catarinenses. A ciranda é interminável e comandada por empresários com espaços cada vez maiores no cenário esportivo brasileiro, pelo jeito agora misturando o público com o privado. Sobreviverão os grandes, ainda assim os mais organizados. O resto – a imensa maioria no futebol deste país – ficará refém de empresas & negócios. A torcida, bem, a torcida não consegue mais decorar a escalação do seu time formado, em grande parte, por jogadores sem nenhuma identificação com a cidade e as cores do clube que defendem. Hoje só Jesus, aquele das camisetas, é fiel.

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