segunda-feira, 29 de setembro de 2008

ABC

A segunda-feira é dia de avaliação dos avanços e estragos provocados pela rodada do fim de semana nas três séries do Brasileirão. Na série C, na parte que toca ao futebol catarinense, já estava tudo encaminhado com a eliminação precoce do Marcílio Dias, último colocado do grupo 28. Na B a lavada de sábado sobre o Bahia manteve as chances de classificação do Avaí, embora a situação continue inquietante. Com o Corinthians festejando o título e a subida para a primeira divisão, sobraram três vagas para seis clubes sendo que a diferença do segundo colocado, o Vila Nova, para o sétimo, a Ponte Preta, é de apenas seis pontos. Nesse meio está o Avaí com míseros dois pontos a frente do Barueri quarto e o Santo André em quinto lugar. Detalhe: estes dois adversários importantes jogarão a próxima rodada em casa, enquanto o Avaí vai a Caxias enfrentar o Juventude. O Criciúma é o primeiro da zona de rebaixamento, bastante conflagrada, graças à pequena diferença do Paraná e ABC, em 12º (33 a 30), para o chamado G-4 do mal. São nove clubes enrolados nessa luta para fugir das três vagas na terceira divisão que já tem o alagoano CRB, só com 18 pontos, condenado a cumprir tabela até o final.

O Grêmio no vermelho

Na série A acompanhamos um dos campeonatos mais equilibrados desde o início da disputa por pontos corridos. Para se ter uma idéia, faltando onze rodadas, o novo líder Palmeiras tem 50 pontos junto com o Grêmio, mas fica a frente com uma vitória a mais. O espaço que separa os dois de Cruzeiro, Flamengo e São Paulo é de escassos quatro pontos, o que deixa completamente em aberto a luta pelo título, apesar de os apressadinhos e pitonisas de plantão começarem a transferir a faixa para o Palmeiras, faixa essa que já teve vários donos. Problema concreto é que o Grêmio agregou à sua acentuada queda de rendimento no returno a ressaca pela goleada que sofreu no Grenal. O prejuízo, por enquanto, é a vice-liderança. Ao contrário da série B, o rebaixamento continua indefinido e com oito candidatos para as quatro vagas: a fila começa com Náutico e Santos, 30 pontos, passa pelo Figueirense um ponto abaixo, e termina com Vasco e Fluminense, ambos com 26 pontos. A matemática e as projeções demonstram que, entre os 20 integrantes da série A, cinco estão diretamente envolvidos com a luta pelo título, outros seis, a partir do Botafogo com 43 pontos, até o Sport com 39, podem chegar à Libertadores. O Atlético Mineiro com 34 pontos está na chamada zona morta, ou seja, suas chances de subir ou descer são praticamente nulas.

Explica mas não justifica

Alguns dos atingidos pelas críticas com os gastos do Pan-Americano no Rio de Janeiro, contidas nos números estarrecedores revelados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), começaram timidamente a se explicar. O Ministro do Esporte, Orlando Silva, é um deles, sem manifestar arrependimento em razão das dificuldades que diz ter encontrado para a organização do evento. “Era o nome do Brasil que estava em jogo e fizemos o que tinha que ser feito”, rebateu ele na entrevista rápida que concedeu no Rio de Janeiro para explicar porque um orçamento inicial de R$ 390 milhões passou dos R$ 3,3 bilhões. É bom lembrar que as avaliações do TCU sobre desperdício do dinheiro púbico ainda esperam por números de outras instituições que tiveram gastos assombrosos com o Pan-Americano de 2007. Acrescente-se a isso as análises que precisam ser feitas em cima de equipamentos esportivos transformados em verdadeiros elefantes brancos pela falta de projetos e planejamento para utilização pós-Pan.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Só mudou o humor

Dunga apareceu sorridente e afável para conversar com os jornalistas na coletiva de quinta-feira, ao contrário do que tem sido sua rotina desde que assumiu a seleção brasileira. Trocou a carranca pelo sorriso e pela fala tranqüila, sem retrucar às perguntas com respostas desaforadas e carregadas de mau humor. Parou aí a metamorfose. Doni continua um dos goleiros preferidos, bem como o lateral Kleber e o meia Gilberto Silva. Novidade boa mesmo só a ausência de Ronaldinho Gaúcho, que repete no Milan suas últimas atuações pela seleção, tanto que está na reserva. Com Kaká deu a lógica e com Mancini alimentamos a expectativa que ele confirme sua boa fase no futebol italiano.

O substituto

Os paulistas deixaram um pouco de lado a campanha em favor de Vanderlei Luxemburgo. O mais novo queridinho para treinar a seleção brasileira a partir de 2009 chama-se Mano Menezes.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Sessão grampo

A festa com o nosso dinheiro no Pan (direto do blog do Juca Kfouri)

“O relatório do Tribunal de Contas da União sobre os gastos públicos no Pan-2007, divulgado hoje (24/09), é ainda parcial, porque faltam dados não só do Ministério do Esporte como também das diversas estatais que apoiaram o evento.
O Ministério tem 30 dias para apresentar suas contas definitivas e as estatais, 15.
Seja como for, há dados que dão a medida do descalabro cometido com o seu, o meu, o nosso suado dinheirinho.
Sabe quanto custou aos cofres públicos a diária de cada atleta hospedado na Vila Pan-Americana?
A incrível quantia de R$ 1.137, 00 por dia, repita-se, algo muito superior ao que cobram os melhores hotéis cariocas, como, aliás, o relatório faz questão de observar.
Mas há muito mais.
O documento faz referências a gastos "despropositados" e volta a mencionar o escândalo cometido com o sistema de credenciamento, originalmente orçado em R$ 55.000,00 e que chegou à casa, pasme, de nada mais nada menos do que 26,7 milhões de reais.
O cálculo, repita-se, ainda parcial estima em 3,3 bilhões de reais o total de dinheiro público gasto no evento, alguma coisa de assombroso numa competição da terceira divisão internacional e de apenas duas semanas.
Lembremos que, segundo o orçamento inicial, os gastos públicos seriam da ordem de R$ 523,84 milhões.
Há casos ainda como os de materiais importados, dardos, varas de salto e material para o taekwondo, encontrados pelos fiscais do TCU nos depósitos do Comitê Olímpico Brasileiro, que simplesmente não foram usados porque chegaram ao país depois do fim dos Jogos.
Não é mesmo de se tirar o chapéu para Carlos Nuzman e Orlando Silva?”

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Deixa que eu chuto

“Orlando Silva(PCdoB), ministro dos Esportes, gravou comerciais da campanha eleitoral de Ângela Albino(PCdoB) à prefeitura de Florianópolis, durante viagem oficial, paga pelos cofres públicos. Isto é crime eleitoral. Punição já.” (Coturno Noturno – Blog do Coronel em 21 de setembro). Os colunistas do Diarinho, meu amigo César Valente e o brasiliense Claudio Humberto, reproduziram detalhes sobre a viagem do Ministro Orlando a Floripa e suas travessuras. Como essa bola passou quicando na minha área não podia deixar de chutá-la com mais força ainda, publicando na íntegra a denúncia do Coronel.

“No último dia 19 de agosto de 2008, em agenda oficial, o Ministro dos Esportes, Orlando Silva, marcou um compromisso pago pelos cofres públicos, em Florianópolis: instituir o Comitê Executivo da candidatura da cidade à Copa 2014. O evento foi cheio de pompa e circunstância, com a presença, inclusive, do Governador do Estado, foi apartidário. Logicamente, ali estava a candidata comunista à Prefeitura de Florianópolis, Ângela Albino, para aproveitar a presença do maior nome do partido no país. Até aí, senhoras e senhores, nada de errado. Promover a Copa do Mundo é parte do seu trabalho e ele estava trabalhando. O crime eleitoral começou a acontecer quando, durante o compromisso oficial, o Ministro dos Esportes foi realizar gravações no Comitê da candidata comunista à Prefeitura de Florianópolis, Ângela Albino. Usando dinheiro público. Usando transporte oficial. Recebendo diária. Trazendo assessores que também foram custeados pelo erário. A gravação realizada durante a visita oficial foi amplamente divulgada pela imprensa, inclusive pelo Vermelho.org, órgão oficial do PCdoB. Mas a confissão de culpa não pára por aí. Eles nem tentaram esconder, tanto é o sentimento de impunidade que acompanha esta gente. Em foto postada no site da candidata, está lá a legenda: “em agenda concorrida o Ministro do Esporte Orlando Silva também passou pelos estúdios da coligação Inovar Florianópolis, e gravou depoimento com a futura prefeita da Capital”.(...) É revoltante. É nauseabundo. É nojento. É como se nós, eleitores e cidadãos brasileiros, pagássemos um cachê ao Ministro dos Esportes, a gasolina do seu jatinho, as tapiocas do seu lanche, para que ele, um funcionário público a serviço e em compromisso oficial, saia por aí a fazer propaganda eleitoral para candidatos do seu partido. Temos aí um crime eleitoral. Com a palavra a Imprensa que tanto fiscaliza a campanha eleitoral em Florianópolis. Prisco, Moacir Pereira, Cacau Menezes... Com a palavra o Tribunal Regional Eleitoral e o Juiz Portelinha. Com a palavra o Ministério Público, especialmente o Procurador Celso Três. É preciso dar um basta nisto tudo. A tapioca não serviu de lição ao ministro e aos seus correligionários. Chega de corrupção. Chega de impunidade.”
Com a palavra eu também, que deixei essa passar mesmo conhecedo bem a aldeia e seus camaradas.

Quanto mais longe melhor

Uzbekiston Respublikasi, em bom português, República do Uzbequistão, país localizado no centro da Ásia e escolhido por Zico para o seu exílio futebolístico. O Galinho vai cantar nesta distante freguesia ao lado de Rivaldo, como se não houvesse outro lugar no planeta para o trabalho de um treinador ou para um jogador de bom nível, ainda que em fim de carreira. O time é o Bunyodkor , que deve pagar salários estratosféricos para convencer um ser humano na plenitude de sua faculdades mentais a ir tão longe para se esconder, mesmo que o contrato dure apenas 12 meses. Talvez o medo de serem lembrados pela CBF para a atual seleção brasileira tenha aterrorizado os dois profissionais. Zico preferiu o risco de um convite para dirigir a seleção daquele país do que de repente virar aquele auxiliar experiente prometido por Ricardo Teixeira a Dunga.

Sul maravilha

A ESPN Brasil vai retratar em uma série de programas o estado de penúria dos nossos clubes. A idéia partiu de uma análise do economista Alberto Matias, diretor do Inepad (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração) e professor da USP de Ribeirão Preto, que fez um estudo aprofundado das finanças dos principais clubes do Brasil através dos seus balanços. Os escolhidos foram os quatro primeiros colocados do Brasileiro de 2007 – São Paulo, Santos, Flamengo e Fluminense -, mais os rebaixados Corinthians, Juventude e Paraná. Palmeiras, Vasco, Grêmio, Internacional, Cruzeiro, Atlético Mineiro e Botafogo, por serem clubes de grandes torcidas, também foram incluídos no trabalho do professor Matias. O primeiro programa da série mostrará como o passivo da maioria dos clubes cresceu tanto que alguns não conseguiriam pagar suas dividas mesmo vendendo todo o patrimônio. Entre os analisados apenas o São Paulo, Grêmio, Inter e Juventude fecharam o ano no azul. Aqui por Santa Catarina ninguém mereceu atenção do economista, mas o Figueirense seria nosso único representante com situação estável.

Um paraíso de mentirinha

Essa movimentação intensa em pleno período eleitoral por uma das sedes da Copa de 2014 em Florianópolis está mais para campanha política do que para a concretização dos reais anseios da comunidade em termos de infra-estrutura e prestação de serviços. A Capital catarinense, cumpridas todas as promessas de autoridades e políticos, vai virar um paraíso terrestre. O velho Gepeto é quem deveria presidir o Comitê Executivo criado para tratar do assunto Copa, tantos são os narigudos entre os seus componentes. Quem acredita que todas as obras, algumas de alta complexidade, e os investimentos necessários estarão disponíveis no máximo até 2012? Um aeroporto praticamente novo e a conclusão dos seus acessos, em função do que foi feito até aqui é a maior mentira que vem sendo pregada para a população.

A lista do Dunga

Colômbia e Venezuela aguardam com ansiedade a convocação para a seleção brasileira que Dunga vai anunciar ao país nesta quinta-feira. Nossos próximos adversários nas eliminatórias para a Copa ficarão muito chateados caso Ronaldinho Gaúcho não faça parte desta lista. Jogar com dez seria uma maneira de equilibrar um pouco os confrontos de outubro.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A mesa está balançando

Pensei que estava tudo resolvido em matéria de campeonato brasileiro com o anúncio da criação da série D. Futebol organizado a partir de quatro divisões representaria um sinal de novos tempos, ou pelo menos um caminho aberto para a administração de Ricardo Teixeira começar a se redimir. Engano. Surge de repente a figura do senhor José Neves, amigo do avaiano Zunino e presidente da Futebol Brasil Associados, a tal FBA, entidade que reúne clubes da segunda divisão. Esse cidadão pretende impedir o surgimento de uma quarta divisão, atendendo interesses de Santa Cruz e Remo. Neves já presidiu o clube pernambucano, do qual é hoje conselheiro, e aceitou a parceria paraense para chutar o balde. Santa e Remo não conseguiram assegurar seus direitos dentro de campo e querem resolver a parada virando a mesa. A entrevista do dirigente pernambucano à Rádio Guarujá de Florianópolis é de fazer corar um frade de pedra pela desfaçatez com que defende até recursos na justiça comum para fazer valer a vontade dos insurretos que não conseguem através apenas do futebol colocar seus representantes nem na quarta divisão.

sábado, 20 de setembro de 2008

Atenção jornalistas

Grampeei do blog do Juca Kfouri -

Milton Coelho da Graça (*)
Quanto mais avança a democracia, quanto mais avança a tecnologia, mais o poder quer xeretar nossas vidas e menos aceita que os jornalistas descubram e divulguem um pouquinho do resultado dessa xeretice.
Por que o ministro da Justiça não mandou um projeto de lei ao Congresso com penas mais duras para violações do sigilo bancário dos cidadãos, como aquela ordenada pelo ex-ministro Antonio Palocci (e respeitosamente cumpridas por dirigentes de estatais) contra o pobre caseiro da casa de diversões mais famosa de Brasília?
Por que Legislativo e Judiciário nada fizeram depois que João Paulo Cunha, presidente da Câmara Federal, graças a informações obtidas por grampos, mandou parar a enxurrada de convocações de empresários pela Comissão de Fiscalização de Atividades Financeiras, onde eram polidamente "escalpelados"?
E, porque nada fizeram, o "Coringa" dessa Comissão continuou subindo na vida. Agora, como presidente da Constituição e Justiça, a mais importante nas duas casas do Congresso, é o pior espinho parlamentar contra o presidente Lula, exigindo sempre um "presentinho" para dar andamento a qualquer iniciativa do Governo. O mais recente "presentinho" exigido é o fundo de pensão Real Grandeza, dos funcionários de Furnas, um dos mais bem administrados do país.
Estou contando tudo isso antes que seja aprovado esse projeto provavelmente elaborado de comum acordo entre os três poderes da República (embora Lula esteja calado). O ministro Tarso Genro explicou hoje (sexta, 19/9): "Quem diz que o texto abre brecha para punir jornalistas não leu o projeto ou não teve clareza jurídica e técnica para compreendê-lo".
Ministro, li umas três ou quatro vezes. Reconheço que talvez não tenha clareza jurídica para compreender o que V. Exa. pretende. Mas os únicos textos ministeriais que às vezes não consigo compreender são os do ministro Mangabeira Unger.
Em quase 50 anos de carreira, sempre entendi bem todos os outros. E está claríssima a intenção de impor medo e punir qualquer investigação jornalística que se inicie ou inclua informações obtidas através de um e-mail ou grampo, referentes a um tema de interesse público, mesmo que a matéria não reproduza nem se refira a essa origem. "Utilizar o RESULTADO de interceptação" é bastante vago para nos sujeitar a prisãode quatro anos e multa, com anuência e até aplauso, suspeito, de uma significativa parcela do Judiciário.
O projeto modifica o artigo 151 do Código Penal. O parágrafo 1º e seu inciso II (clique aqui para conhecer bem a ameaça) estão cuidadosamente redigidos. As palavras "imprensa" e "jornalista" não aparecem, mas é a nós que se referem.
E já está no forno outra paulada, desta vez anunciada pelo ministro Nelson Jobim, visivelmente entusiasmado pelas fotos com uniforme de combatente. O alvo é o sigilo da fonte.
Todo governante sonha com a absoluta fidelidade do aparelho de Estado, mas a democracia depende vitalmente da lealdade de cada funcionário público o interesse do Estado e da legalidade constitucional acima dos desejos de superiores hierárquicos. Quando o governante usa uniforme e a lei não nos protege, ele não apenas sonha, baixa o sarrafo.
Falo de cadeira porque peguei um mês no DOI-CODI e uma condenação a seis meses no presídio do Hipódromo, por fazer com outros companheiros um jornal clandestino (Notícias Censuradas) quando o ditador Médici proibiu a divulgação de notícias sobre uma epidemia de meningite e prejudicou o combate à doença. Se os médicos no Rio e em São Paulo tivessem baixado a cabeça e não divulgassem o que estava acontecendo, teria havido um número ainda maior de mortes.
Mencionei lá em cima que o presidente Lula até agora está calado sobre esses dois temas. Tenho sincera esperança de que ele ordenará "meia volta volver" a todos os ministros, parlamentares e juízes que sonham com um Brasil sem jornalistas xeretas.

(*) Milton Coelho da Graça, 78, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O ovo ou a galinha?

Os questionamentos sobre a falta de investimentos no futebol feminino começam a se diluir nos argumentos apresentados por quem conhece marketing e seus resultados. Enquanto a CBF não tiver um calendário definido para as meninas, nada feito. Quem sabe quando Marta & Cia voltarão a campo? Sem vitrine não tem investimento, sem recursos não há como garantir a criação de equipes e a manutenção de suas jogadoras, o que resulta na falta de competições. Afinal de contas, os clubes brasileiros hoje mal dão conta dos marmanjos. É o impasse.

Dura lex sed lex

A velha discussão sobre o que o jogador pode fazer nos seus momentos de folga não foi adiante entre os dirigentes do Milan. As últimas notícias vindas da Europa dão conta de que Ronaldinho Gaúcho está sendo punido pelo presidente do clube onde recém estreou porque teria participado de uma festa logo após o jogo da seleção brasileira contra a Bolívia. No mesmo dia ele viajaria de volta para a Itália e, lá chegando, dois dias depois entraria em campo para disputar uma partida pelo campeonato italiano. Tempo pra lá de escasso, portanto, para dois jogos em quatro dias com uma viagem intercontinental e uma balada no meio. O brasileiro Leonardo, manager do Milan, conhecedor das manhas da turma e dos dois lados do balcão, já deve ter alertado o dentuço sobre o que pensam os italianos quando se trata de irresponsabilidade profissional. Quem sabe Ronaldinho se dê conta de que no futebol italiano a lei é dura, mas é a lei e talvez isso o ajude a recuperar seu condicionamento físico e sua técnica.

O diferencial

Atravessando uma das piores crises de sua historia por causa da má campanha no Brasileiro os dirigentes do Figueirense conseguiram descobrir esta semana, se não um céu de brigadeiro, pelo menos uma boa maneira de desanuviar um pouco o ambiente. Primeiro com a visita de garotos da divisão de base ao Hospital Infantil Joana de Gusmão, passando do discurso à prática quando se trata de inclusão social e conhecimento da nossa realidade. Depois com o resgate da torcida feminina, atualizando uma iniciativa que teve origem em meados da década de 70. Quem sabe o aumento da participação de mulheres entre os torcedores seja um jeito de acalmar aqueles marmanjos que vão para a arquibancada só pra arrumar confusão. Estão aí dois exemplos concretos de que atividades extra campo podem se transformar em ações positivas para a imagem de um clube em períodos de muita turbulência.

A imitação

Parece que não estamos nos limitando apenas a importar jogadores e técnicos de outros centros. De uns tempos para cá resolvemos copiar os piores exemplos de torcidas organizadas que infernizam a vida de quem vê o futebol como mais uma opção de lazer. Os protestos são legítimos desde que não ultrapassem a fronteira da boa educação e da civilidade. Na Europa grande parte desse problema foi resolvido com prisão e banimento dos arruaceiros dos estádios. Os jogadores do Figueirense, molestados em período de trabalho, são as últimas vítimas dessa barbárie de arquibancada. Sem combate enérgico e imediato, vamos empurrado com a barriga até que aconteça uma grande tragédia.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O Mário sabe o que faz

Mário Sérgio é o quarto treinador do Figueirense na temporada, pela segunda vez no clube desde que perdeu a decisão da Copa Brasil para o Fluminense. Voltou ao Orlando Scarpelli de nariz empinado, olhando para cima, ou seja, mirando a parte superior da tabela, falando em classificação para a Sul-Americana, negando-se a aceitar a hipótese de rebaixamento. A situação é crítica, seu discurso de chegada foi otimista sem ser visionário, com base na realidade, sem prometer o céu, mas também sem lembrar o inferno. Pra começo de conversa é um retorno em grande estilo. Como Mário vai reverter o quadro e atingir os objetivos por ele propostos, é outra história. O moral está baixo, o time é fraco e a possibilidade de bons reforços é quase zero. Quem sabe a premiação prometida ao técnico produza o milagre aguardado ansiosamente pelo torcedor e salve nosso único representante na divisão de elite do Brasileiro.

O Peixoto sabe o que diz

Sentindo a euforia da torcida do Avaí escrevi outro dia que seria conveniente um olho no padre, outro na missa, por parte principalmente da Comissão Técnica e dos jogadores. O movimento da arquibancada reflete o comportamento do gramado e dos bastidores, resultado do trabalho de quem está eventualmente no comando do clube e do time. O resumo desse trololó é cautela ou, como diz o presidente da FCF, Delfim Peixoto, é bom não contar com o ovo no bumbum da galinha. Como o vento mudou de lado e Delfim virou um assíduo freqüentador da Ressacada, é recomendável ficar de olhos e ouvidos bem abertos para os conselhos deste probo e sábio senhor. A derrota para o Vila Nova derrubou o Avaí de novo para o quarto lugar. E o que é pior, com 45 pontos está ameaçado por Bragantino, com 42, a Ponte Preta com 40 e o Barueri um ponto abaixo se assanhando. Logo acima estão o próprio Vila, 47 pontos, e Santo André com 46. É possível, claro, chegar à série A, a diferença é pequena, nada assustadora, mas não custa lembrar que o Corinthians já garantiu uma vaga. Sobraram apenas três, portanto, para um catarinense, um goiano e um monte de paulistas, sempre mais poderosos quando houver alguma interferência extra-campo.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Quando as aparências não enganam

Com a saída de PC Gusmão o Figueirense vai para o seu quarto treinador na temporada. Todo mundo acha isso normal no futebol brasileiro onde a troca de técnico está incorporada à rotina dos clubes de qualquer porte. É verdade que muitos fazem por merecer o pé na bunda, mas a maioria termina sendo vítima da incompetência administrativa de grande parte da cartolagem que assola o universo do nosso cada vez mais empobrecido futebol. Invariavelmente é o “professor” quem dá a cara pra bater e no Figueirense não foi diferente. Depois da goleada para o Sport nenhum dirigente apareceu para enfrentar a tradicional entrevista coletiva de pós-jogo com as explicações de praxe. Mandaram um funcionário repetir frases ensaiadas e sem conteúdo, algumas até mentirosas. Aliás, comunicação não tem sido o forte do Figueirense faz tempo. Quem fez a porcaria toda em 2008 preferiu a trincheira da hierarquia e do mando, que nessa hora é muito conveniente e serve para manter as aparências. Será?

domingo, 14 de setembro de 2008

Fé demais

Caroline Célico, mulher de Kaká, pode virar bispa de igreja evangélica. Graças aos ganhos, digamos, modestos do maridão, Caroline já é tratada na Igreja Renascer de São Paulo como “ministra da arrecadação”.

Fé de menos

Ouvi em boletim de uma emissora da rádio carioca que o presidente da CBF pretende integrar à Comissão Técnica da seleção uma espécie de interventor. Seria, na visão de Ricardo Teixeira, um profissional experiente para ajudar Dunga e seus companheiros. Parece que o cartola maior do futebol brasileiro não está levando muita fé no trabalho dos homens que ele mesmo escolheu para levar o Brasil à Copa do Mundo na África do Sul. A informação circula no Rio de Janeiro como coisa plantada por gente que pretende ver Dunga pelas costas, mas não tem coragem para tomar a decisão. Seja o que for, venha de onde vier, é pressão para induzir qualquer pessoa com um tiquinho de amor próprio a chutar o balde e pedir o boné.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Frigideira no fogo

Foi Ricardo Teixeira quem colocou Ronaldinho Gaúcho na seleção para os jogos contra Chile e Bolívia. Todo mundo sabe disso, como também é sabido que se Dunga tivesse reagido com a personalidade do jogador e capitão do time que ganhou a Copa nos Estados Unidos, metade dos problemas que ele hoje enfrenta estariam resolvidos. Inclusive a convocação de Ronaldinho seria descartada. Danou-se o técnico a partir deste episódio que pode se repetir com outra imposição do presidente da CBF na sua ameaça velada de incorporar à atual Comissão Técnica da seleção um auxiliar mais experiente. Veremos como reagirão Dunga e Jorginho porque esse é o jeito Teixeira de agir e a manifestação clara do seu descontentamento. O fogo está aceso com a frigideira em cima. Só falta acrescentar o óleo para a fritura.

Impunidade à brasileira

A nadadora Rebeca Gusmão está banida do esporte. O atacante Dodô acaba de ser punido com suspensão de dois anos. São decisões da Corte Internacional do Esporte para casos de doping e que no Brasil receberam tratamento diferenciado. A opção aqui é por absolvição ou penas brandas, bem ao gosto dos nossos tribunais mais políticos do que esportivos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Tudo como dantes

Três dias depois da derrota para o Brasil, o Chile desancou a Colômbia com uma goleada de 4 a 0. O jogo foi em Santiago, no mesmo local onde a seleção brasileira, movida a muitas críticas, enganou todo mundo com uma vitória por 3 a 0 e um futebol vibrante. O que aconteceu nesse reduzido espaço de tempo para voltarem a apatia e as más atuações dos principais jogadores, junto com a confirmação da má fase física e técnica de Ronaldinho? Nada demais. Simplesmente esquecemos na bagagem da euforia e enganação o futebol que jogamos na capital chilena, enquanto os donos da casa, ao contrário, refeitos do susto conseguiram a recuperação diante dos colombianos. Quanto a nós, voltamos à estaca zero, com os jogadores dando de ombros, dizendo que futebol é assim mesmo, que não se pode jogar bem todos os dias, coisa e tal. Já o técnico Dunga continua com aquela cara de paisagem devastada, cheio de mau humor, respostas evasivas e carregadas de obviedades. O segundo lugar nas eliminatórias é o que ainda sustenta Dunga e seus pupilos, muito pela irregularidade dos nossos adversários, somada à letargia da CBF e do Rei Ricardo. O certo é que nem a Comissão Técnica, nem a mídia e, muito menos o torcedor, sabem com que time o Brasil jogará a Copa de 2010 na África do Sul.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Suor e lágrimas sem pieguice

O atleta brasileiro tem a emoção á flor da pele como vimos recentemente na Olimpíada com a choradeira geral, com ou sem pódio, ganhando ou perdendo. Fosse assim na seleção de futebol talvez metade dos problemas pudessem ser resolvidos com mais rapidez e facilidade, como parece ter acontecido no jogo contra o Chile, quando bastou suar um pouco mais a camisa. A espinafrada presidencial surtiu efeito, tocou os intocáveis, insensíveis aos clamores da torcida e às críticas da mídia. Precisou uma chave de galão para dar uma acalmada na arrogância e na soberba, uma contaminação provocada por maux exemplos e moedas mais fortes do que o real. Os plebeus tupiniquins, de repente elevados à condição de nobres da comunidade européia graças às burras carregadas de euro-dólares, perderam completamente o apreço pelas coisas da terra natal. A camisa da seleção é uma delas. Virou obrigação, um compromisso desagradável e fora de propósito, tarefa menor para os que daqui ainda não saíram.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A invertida

A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, elogiou a atuação do Brasil contra o Chile e a dedicação de Robinho. O goleiro Abodansieri, titular da seleção argentina, não gostou e respondeu que Cristina deveria renunciar e se mudar para o Brasil onde, aliás, ela passou o final de semana acompanhando com o presidente Lula as festas da Independência.

O divã do Lula

A seleção venceu o Chile com autoridade. Foi uma atuação condizente com o futebol de cinco títulos mundiais e com jogadores rotineiramente indicados como os melhores do mundo. Exceção feita ao hoje burocrata Ronaldinho, inexplicavelmente preso a uma estreita faixa de campo e sem nenhuma inspiração, os principais selecionáveis mostraram o talento que têm. Mas acima de tudo responderam aos anseios da torcida com garra e a tal atitude, o lugar comum na linguagem da boleirada. Vocabulário de que se valeu o presidente-torcedor Lula para alinhavar uma boa espinafrada na turma às vésperas da partida contra o Chile. Teve gente que não gostou, caso do goleiro Júlio César, que além de não aceitar as críticas à falta de dedicação e amor à camisa de alguns, respondeu com uma grosseria. Dunga e seus pupilos devem agradecer. Lula parece ter mexido com os brios do pessoal que passou pelo Chile em Santiago com criatividade e muita garra. Como o jogo de quarta-feira contra a Bolívia será no Brasil, quem sabe nosso presidente dá uma passada pelo vestiário para uma conversinha ao pé do ouvido. Para receber e saudar o Presidente em nome do grupo sugiro Júlio César.

A galinha do Delfim

O presidente da Federação Catarinense de Futebol, como político e tribuno que foi, armazenou experiência suficiente para evitar dizer tantas bobagens em algumas entrevistas. É impressionante sua facilidade para misturar fanfarronice com palavreado chulo e nada condizente com o status de dirigente de uma instituição tão importante e de tanta visibilidade. No final de semana deu entrevista à rádio Guarujá, de Florianópolis, quando lembrou ditados populares e repetiu gabolices. O ápice aconteceu ao falar sobre o quanto tinha fé em que uma das sedes da Copa de 2014 virá para Florianópolis: “Acredito muito nisso, mas não quero fazer como aquela história da galinha, coisa que não posso falar aqui na emissora”. Então diga outra coisa, presidente. Até porque não é bom mesmo contar com o ovo no da galinha. Na seqüência desfiou uma lista visionária de promessas, lorotas ouvidas todo o dia da boca de um bando de inconseqüentes formado por gente de grosso calibre. A lista inclui a ampliação do aeroporto Hercílio Luz, o complemento da via expressa sul, metrô de superfície, transporte marítimo, mais estradas, melhoria da rede hoteleira, um estádio maior. Faltou o teleférico, mote da campanha de um candidato à prefeitura da Capital. E por ai vamos. Ou não vamos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

"In the mood" (O Edmundo)

“O homem não sabe o que faz”. Uma versão, uma letra de música? Um bad boy com vergonha na cara. Existe? Pelo menos na pele do Edmundo sim. Ele é o que é, fez o que fez, diz o que diz e ainda chora de vergonha pela humilhação de uma derrota em casa, no estádio de São Januário, onde vai encerrar sua tumultuada carreira. O seu querido Vasco perdeu de 3 a 1 para o Cruzeiro, quinta-feira, com ele no gol, gesto extremo de solidariedade com os companheiros atordoados pelos incidentes do jogo, duas expulsões e um placar inesperado. Esse é "O Edmundo", versão brasileiríssima e atualizada de “In the mood”, cantada divinamente por Elza Soares, ou na interpretação mais cômica de João Penca e seus Miquinhos Amestrados. Tudo cabe nessa figura.

A pátria sem chuteiras

Quatro anos sem vitórias fora de casa nas eliminatórias para a Copa do Mundo. São quatro empates e três derrotas nesse período. E lá isso são números para se chegar ao dia da pátria nossa em noite de sessão coruja contra os destemidos e perigosos chilenos? E tem mais: estamos em quinto lugar nesta eliminatória, em caso de derrota podemos cair para sétimo. Hoje ocupamos a sexta colocação no ranking da FIFA, ganhamos um bronze mixuruca na Olimpíada. Cadê o outrora respeitado futebol brasileiro? Virou Conceição, sumiu, ninguém sabe, ninguém viu. Por onde anda nossa amada e idolatrada seleção? Aquele carisma, aquela atração, aquela vontade de ir ao estádio, de sentar à frente da tevê, olho na telinha, ouvido no rádio (nem todo mundo agüenta o Galvão), a paixão, o orgulho do torcedor, tudo isso desapareceu. O talento vai embora todo ano, passa pelas tais janelas abertas para nossos craques cada vez mais raros, empobrecendo nossos clubes, nossos jogos. O respeito virou atrevimento diante de um time cada vez mais apequenado. Até nosso escudo foi arrancado do peito na rusga interminável entre COI e FIFA. Daqui a pouco o amarelo da camisa também vai sumir. Por maluquice de algum designer ou falta de respeito mesmo. Zagalo perderá o seu bordão, aquele da amarelinha, e o torcedor o pouco que resta para se ver em campo, correndo e chutando pelas pernas de um “onze” que tanto nos fez orgulhosos e respeitados planeta a fora. Que venha o Chile, mas que não nos encha de vergonha justo no 7 de Setembro.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sexo dos anjos

Discute-se no país inteiro a tal paradinha na cobrança de pênalti. É o tipo da conversa inútil, pois a própria regra se encarrega de legalizar o que o talento do jogador brasileiro executa em campo. Querem limitar a criatividade e transformar jogadores em robôs manipulados por um monte de técnicos brucutus. Como se já não bastassem a omissão e os erros de arbitragem que têm ajudado a transformar a maioria dos nossos jogos em peladas de fundo de quintal.

Fatos e versões

Outro dia ouvi entrevista do técnico de natação, Carlos Camargo, quando ele disse que um nadador brasileiro pode obter os mesmos resultados em competições internacionais treinando no Brasil. Achei estranha esta afirmação do Camargo, que foi técnico do Fernando Scherer no Clube 12 em Florianópolis e hoje é ligado à Unisul, onde faz um trabalho com escolinhas no Parque Aquático daquela instituição. Camargo estava obviamente puxando a brasa para o seu assado. Para quem não sabe, a medalha de prata e a inédita de ouro foram conquistadas em Pequim graças a um treinamento de três anos que Cielo fez nos Estados Unidos para onde deve voltar. Tudo graças a um investimento da família que inclusive se desfez de bens pessoais. O único maiô que Cielo recebeu da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) para nadar em Pequim tinha numeração feminina. Os pais do nadador não receberam nem ingressos para ver as provas do filho na Olimpíada. Depois disso e das medalhas Cielo fez questão de dizer que não queria vincular de nenhuma forma sua conquista à CBDA, cujo presidente, Coaracy Nunes, tem opinião idêntica a de Camargo. Vale lembrar ainda que os nadadores que treinam no Brasil não ganharam medalha em Pequim. Não adianta disfarçar e nem é surpresa a postura de César Cielo. A falta de apoio é ampla, geral e irrestrita. Depois que o atleta, por esforço e recursos próprios, consegue sucesso, a cartolagem aparece toda assanhada para aparecer na fotografia junto com os políticos e demais oportunistas de plantão.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A bronca é com o Teixeira

Perguntemos ao empregado se o patrão pretende demiti-lo e ouviremos o óbvio como resposta. A pergunta está sendo feita à pessoa errada. É o caso de Dunga. Até hoje ninguém foi ao presidente da CBF e empregador da Comissão Técnica da seleção brasileira saber qual é a verdadeira situação do técnico. Desde o fim da Olimpíada e na medida em que se aproxima a partida contra o Chile o vespeiro não para de aumentar em torno de Dunga e as especulações crescem até para o nome de um eventual substituto. O preferido, não se sabe de quem, é o Luxemburgo. O único que não disse uma palavra até agora foi Ricardo Teixeira. É o seu estilo e a grande mídia ainda não entendeu isso. A pressão deve ser em cima dele e não sobre o coitado do treinador que já tem muito com o que se ocupar.

A turma não aprende

Cansados de piadinhas e das suspeitas manifestadas constantemente por alguns jornalistas de Rio e São Paulo sobre a qualidade do time os jogadores do Grêmio resolveram botar os pingos nos is. O porta-voz foi o atacante Marcel, logo após a vitória sobre o Vasco, enquanto era entrevistado ainda à beira do campo. Consolidada a liderança com vantagem de cinco pontos sobre o Palmeiras, Marcel mandou seu recado: “Está na hora de o pessoal respeitar o Grêmio. Somos candidatos ao título sim”. Foi o bastante para a repercussão e as más interpretações correrem os programas esportivos da segunda-feira. Teve gente que entendeu como um sintoma de soberba as declarações do jogador, afirmando que o técnico Celso Roth se viu obrigado a intervir no vestiário para amenizar a situação e evitar um possível clima de “já ganhou”. Sem dúvida é mais uma maldade do “eixo” que até hoje provincianamente costuma fazer leituras mentirosas e equivocadas sobre o futebol "faltoso e violento" praticado no sul do país. Bastaria listar as conquistas de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul para despertar alguns sonolentos da mídia paulista e carioca e fazê-los entender que as fronteiras do futebol brasileiro não estão demarcadas nos portões ou no gramado do Maracanã.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Independência ou morte

Dunga não é D. Pedro, mas terá que fazer por si e pelos seus nesta semana que antecede o jogo do Brasil contra o Chile dia 7 em Santiago. Depois do fracasso na Olimpíada a missão Copa 2010 volta a atormentar a cabeça do treinador que não consegue botar um time decente em campo. Temos que sair do quinto lugar e o único jeito é não marchar justo na data da nossa independência. O Chile já sabe as armas que tem para nos enfrentar, mas Dunga ainda não decidiu se põe na roda novos jogadores, especialmente aqueles que se destacaram (embora o lateral Marcelo nem tenha sido convocado) em Pequim, ou mantém o aproveitamento de muita banana que já deu cacho.