sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Por onde anda o Carlão?

O prefeito Dário Berger, além de promover uma operação desmanche na Fundação Municipal de Florianópolis, colocou lá o alienígena (em relação ao esporte de Floripa) Carlão, sucesso no voleibol, fracasso como superintendente de uma instituição pública tão importante para a comunidade. O esporte da Capital não ganhou nada com a presença na cidade deste medalhista olímpico, a não ser a missão detetivesca de procurar o dirigente sempre longe de suas funções. Ultimamente foi visto nas telinhas de uma emissora carioca comentando o voleibol da Olimpíada. Tomara não com diárias pagas pela FME. Trabalho para o próximo prefeito, se não acontecer reeleição. Amém, sem trocadilho.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Globo, Record & Cia

Está no blog de Juca Kfouri

E se o Nuzman virar bispo?

Será muito interessante observar o que acontecerá na TV no novo ciclo olímpico, daqui até Londres 2012
O jornalista Armando Nogueira gosta de contar que, quando dirigia o "Jornal Nacional", da Rede Globo de Televisão, recebeu uma noite a visita de um amigo nem bem a edição daquele dia tinha acabado. E o amigo foi definitivo: "Nossa, como o doutor Roberto meteu a mão no jornal hoje, hein Armando?".
Desnecessário dizer que o "doutor Roberto", no caso, era uma referência a Roberto Marinho.
Pois naquele dia, o dia inteiro, o dono da Globo nem sequer telefonado tinha para a emissora, pois estava em visita a alguns haras, se não me engano em Teresópolis, para escolher cavalos de raça, uma de suas paixões.
Armando Nogueira sempre conta o caso quando quer mostrar que há jornalistas mais realistas do que o rei, gente que gosta de interpretar a cabeça do dono e o faz pagar pelo que, às vezes, não fez.
Assim tem sido, parece, a postura editorial da TV Globo em relação ao esporte nacional, seja o futebol comandado pela CBF, seja em relação ao COB. Cobertura crítica nem pensar, muito embora tanto o jornal "O Globo" quanto as rádios CBN e Globo tenham posição oposta, muito mais crítica, ou melhor, muito mais verdadeira, por factual.
Por que, se normalmente é o jornal quem orienta a posição editorial, não sei, mas, ainda, imagino.
O interesses comerciais, as compras de direitos de transmissão acabam por influenciar os profissionais da Globo Esporte a tal ponto que os cartolas passam a ser tratados como sócios, não como vendedores, e acima das críticas. Agora começa a especulação em torno de que a Globo deixará de cobrir esportes olímpicos, já que perdeu para a Record os direitos da Olimpíada de Londres.
Quem sabe, se for verdade, passe a adotar uma postura mais realista em relação ao COB -que passo a chamar de COBRE, porque só sabe cobrar mais dinheiro público e não quer ser avaliado- e ao seu também eterno presidente.
Porque não será surpresa se o cartola virar bispo e se aproximar da IURD. Igreja que é até capaz, com o dinheiro do dízimo, de passar a investir em esportes que possam render medalhas, como o halterofilismo, lutas etc., para atender também
ao ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., o enganador das multidões.
Sim, ele agora defende que o Brasil invista em esportes que rendam medalhas em vez de se preocupar com a massificação do esporte no país. Se Ricardo Teixeira tem sido fiel aos interesses da Globo Esporte, tudo indica que Carlos Nuzman não foi, a ponto de seus executivos terem sido surpreendidos com a venda dos direitos pelo COI à Rede Record, cujo dinheiro não tem custo nem esforço, vem basicamente da exploração da fé e da ignorância alheias.
Seja como for, será interessante observar o que vem por aí.
Mais pelos mais realistas do que pelos reis.

Burrice explícita

Até dezembro os moradores de Florianópolis praticarão o esporte da paciência, graças ao caos instalado na cidade pela Secretaria de Obras do Município com o recapeamento da Beira Mar Norte. Se querem mostrar serviço em época de eleição, é tiro no pé. Quem não tiver o que fazer na Capital, além de turismo, por favor, não apareça.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

ABCD

Os clubes catarinenses vivem situações bem distintas nas três séries do Brasileiro, a melhor delas com o Avaí na segunda divisão. O entusiasmo de seus torcedores é justificado na medida em que o time conseguiu até aqui permanecer entre os quatro que subirão para a série A. Mas não está nada decidido, inclusive para o Corinthians, líder a seis pontos do segundo colocado, o próprio Avaí, cuja diferença para a Ponte Preta em sexto lugar também é de seis pontos. O Criciúma ladeira abaixo precisará de muitas vitórias para evitar mais um rebaixamento, e de novo para a série C. O Figueirense corre sérios riscos na primeira divisão pela irregularidade da campanha e qualidade do time que até na avaliação de seus dirigentes não inspira confiança. Os bastidores do Orlando Scarpelli reproduzem hoje o ambiente de um clube em queda livre rumo à segunda divisão, resultado dos equívocos irrecuperáveis cometidos deste o início da temporada. O Marcílio Dias continua confuso, reclamando da vida e da sorte, dizendo que não terá dinheiro ano que vem para bancar despesas com locomoção e hospedagem na série C. Posso entender então que o Marinheiro jogou a toalha e não acredita na sua classificação para a série B. Parece que a turma está trocando as letras em Itajaí, já de olho na série D.

Realidades

Dólares e euros definitivamente não chegam às contas bancárias ou às poupanças da grande maioria das jogadoras da seleção feminina de futebol. É uma realidade oposta à dos homens, bons salários em seus clubes no Brasil, melhores ainda na Europa. Prova disso é a catarinense Maycon, que voltou de ônibus de São Paulo para Lages, onde vive modestamente com sua numerosa família. Muita festa, muita badalação de autoridades e políticos, oportunistas de plantão. Reconhecimento traduzido em conforto e recursos financeiros para a atleta e familiares, nem pensar.

Covardia e omissão

A queda de Dunga é tida como certa caso o Brasil marche diante do Chile dia 7 de setembro. O assunto corre livre, leve e solto pelo país. O jornalista Juca Kfouri falou nisso informalmente com os jornalistas que foram conversar com ele antes de sua palestra na Assembléia Legislativa semana passada. O nome de Wanderley Luxemburgo é citado em todas as mídias como substituto do atual treinador da seleção brasileira. Já tem até data para sua saída do Palmeiras. Ou seja, a especulação viaja do Oiapoque ao Chuí sem que o Rei Ricardo pronuncie uma sílaba contra ou a favor de Dunga. É o estilo pessoal e administrativo do presidente da CBF para todos os assuntos que envolvem sua gestão. Deixa a corda esticar até a situação ficar insustentável. A iniciativa de rompimento nunca é dele. Isso tem um nome e uma classificação.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Luz, câmera, ação

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) quer uma CPI e uma auditoria do TCE para apurar os gastos do Comitê Olímpico Brasileiro antes e durante a Olimpíada. Se não for mais uma das tantas manobras políticas para ficar sob os holofotes, vale a pena conferir. Só não vamos esquecer que o relatório do TCU sobre o Pan-2007 continua engavetado. A Lei Agnelo-Piva de incentivo ao esporte destinou muito dinheiro ao COB e suas nobres missões pela honra da nação.

Mulheres irresistíveis

A delegação brasileira na China deve muito às mulheres. Além das duas medalhas de ouro inéditas, com o voleibol feminino e Maurren Maggi no salto em distância, tivemos mais três ineditismos graças à prata da vela na classe 470 com Fernanda Oliveira-Isabel Swan e aos bronzes da judoca Ketleyn Quadros e de Natália Falavigna no taekwondo. O futebol feminino ganhou prata de novo. No total de 15 medalhas, seis são das meninas, cinco delas inéditas. Entre os homens o destaque ficou com o ouro de César Cielo Filho nos 50 metros livres, também novidade para a natação.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Perigo

Caso não acerte o passo hoje diante do Vitória com um resultado convincente, o Figueirense pode se preparar para dias nebulosos. O time não é bom, a zaga tem falhado muito, o meio de campo não funciona quando Clayton Xavier é bem marcado e o ataque sofre com a falta de qualidade. Salva o Figueirense até aqui o nivelamento por baixo do Campeonato Brasileiro.

O doping brasileiro

As medalhas de César Cielo e Maurren Maggi têm muita coisa em comum a começar pela superação dos obstáculos impostos a quem faz esporte no Brasil. Cielo chegou ao ouro na natação graças ao seu esforço pessoal e ao apoio da família que bancou sua estada de três anos nos Estados Unidos para estudos e treinos. Maurren passou pela acusação de doping e suspensão às portas do Pan-Americano de 2003 e da Olimpíada do ano seguinte. Perseverança chama-se a dopagem destes atletas vencedores para driblar falta de estrutura, apoio e patrocínios.

Para onde vamos?

Continuamos sem medalha de ouro no futebol olímpico, fomos vice-campeões da Libertadores com o Fluminense e estamos em quinto lugar nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. O que falta acontecer este ano para chegarmos ao fundo do poço? Não se discute a integridade de Dunga, sua vontade de acertar. O que está em cheque é sua capacidade como treinador da seleção principal do Brasil. E na medida em que os talentos começam a desaparecer do cenário futebolístico do país, mais exposta fica a falta de planejamento da CBF, colocando na vitrine a incapacidade administrativa dos nossos dirigentes. A seleção feminina mostrou que a força de superação tem limites e Marta desmentiu o insuportável Galvão Bueno, e seus elogios descabidos – mas compreensíveis - ao trabalho de Ricardo Teixeira. A melhor jogadora do país, outro talento exportado, lembra que a falta de calendário para o futebol feminino continuará dificultado o trabalho com as mulheres que, pelo esforço e individualidades técnicas, fizeram a prata virar ouro. Já Dunga e seus bronzeados rapazes são tema para muita reflexão e incertezas quanto ao futuro do outrora temido futebol brasileiro.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A quem interessar possa

A passagem de Juca Kfouri por Florianópolis e sua palestra na Assembléia Legislativa quarta-feira à noite poderiam ter rendido muito mais. Juca é um jornalista íntegro, de opiniões firmes e um dos mais competentes da mídia esportiva brasileira. Além de ser um belo contador de histórias. Veio aqui falar sobre o tema “Nosso futebol é a cara do Brasil”. No começo da tarde deu entrevista coletiva na sala de imprensa da Assembléia. Nos dois eventos houve pouquíssima participação dos jornalistas da terra que ignoraram olimpicamente um dos maiores contestadores do que se faz hoje no esporte brasileiro, não só no futebol. Na coletiva apenas o multimídia Roberto Alves e eu pelo DIARINHO, acompanhados por meia dúzia de assessores da própria Assembléia e uns poucos estudantes de jornalismo. À noite, na palestra bastante aplaudida e com auditório lotado, o mesmo quadro. Ninguém de rádios (e temos duas na Capital fazendo esporte), ou televisões para ouvir do Juca, um profissional que fala com conhecimento de causa respaldado por uma bagagem de 38 anos de trabalho nos principais veículos de comunicação do país e múltiplas coberturas internacionais. Os diversos cursos de jornalismo que temos espalhados pelo Estado estavam representados por meia dúzia de gatos pingados. Nem vou discutir as várias desculpas que ouvi sobre as ausências porque me recuso a aceitá-las. Por isso mesmo não vou dissecar tudo de bom e precioso que ouvimos do Juca Kfouri, suas histórias, suas experiências e suas idéias sobre o que precisa ser feito para uma melhor participação brasileira nas olimpíadas. E o que nos reservam CBF, Dunga e a seleção brasileira, somado ao que deixam de fazer o Governo Federal e seus ministros, os do esporte e educação, principalmente. Quem não foi, bem feito, perdeu de saber um pouco mais sobre a verdadeira cara do esporte brasileiro. Aguardem o livro do projeto “O Brasil em debate”, que trouxe Juca e outros palestrantes a Florianópolis, e que será lançado daqui a pouco pela Assembléia Legislativa de SC.

O Brasil longe dos pódios

A eliminação do Brasil pela Argentina não pode nem deve ser tratada como fato isolado, um problema apenas do nosso futebol que ainda não conquistou o ouro olímpico. Faz parte de um contexto, a nossa má preparação para a Olimpíada, com as exceções de praxe como o voleibol, modalidade que caminha com suas próprias pernas há décadas e que, por ironia, teve seu desenvolvimento a partir de um trabalho de Carlos Artur Nuzman, atual presidente do Comitê Olímpico Brasileiro. Sem uma política voltada para o esporte, e que deveria correr em paralelo com a área da educação, seguiremos gastando muito dinheiro para alcançar resultados pífios, além da irresponsabilidade no trato da coisa pública. Está na roda o seu, o meu, o nosso dinheiro. A seleção de futebol reuniu-se a 15 dias da Olimpíada e cheia de incertezas por causa da queda de braço entre o COI e a FIFA. Sabendo disso a CBF deveria se precaver nas convocações, o que não aconteceu. Outras modalidades foram comprometidas pela falta de organização, e aí curiosamente aparece o voleibol de praia, que mandou para Pequim jogadora com lesão grave, assim como o judô, obrigado a desconvocar uma atleta na véspera da competição. Ainda tivemos o caso de um jogador do handebol flagrado no exame antidoping, e até cavalos doentes ou machucados desfalcando a equipe de hipismo. As últimas vítimas foram o atletismo com a vara perdida por Fabiana Murer na hora da sua prova e Yane Marques, do pentatlo moderno, cuja mala com seu equipamento foi totalmente danificada por uma companhia aérea. Quer dizer, com culpa ou sem culpa, batemos o recorde errado, o de micos em uma Olimpíada, um ingrediente a mais a fragilizar nossa já tão combalida delegação tecnicamente falando. Numerosa, como destacaram Nuzman e o Ministro do Esporte Orlando Silva, mas sem a qualidade mínima necessária para representar bem o país.

O Brasil que não dá cadeia

Apesar de tudo continuaremos perdulários. É da nossa cultura, apressamo-nos a justificar. Não há prestação de contas, como os gastos com os já passados Jogos Pan-Americanos realizados no Rio de Janeiro. E nada vai acontecer, pelo menos enquanto o Tribunal de Contas da União não apresentar seu relatório que dorme sono profundo em alguma gaveta daquele órgão. É muito dinheiro concentrado nos cofres de poucos e com aplicação duvidosa, fato que passa longe dos principais veículos de comunicação do país, ocupados prioritariamente com ufanismo e muita bobagem. Assim chegamos a Pequim, de onde voltaremos quase de mãos abanando e sem medo de algemas. Mas dispostos a novas promessas e diversificadas enganações, prática que vai se espalhar de agora em diante por algumas regiões do país candidato à sede da Copa de 2014 e à Olimpíada de 2016.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

A crônica do fracasso anunciado

O futebol brasileiro não podia fazer pior na Olimpíada. E sempre com a chancela daquela parte da mídia que todos conhecemos, formada por jornalistas que agora creditam apenas a Dunga a responsabilidade pelo fiasco. São os comentaristas de resultados, os profetas do acontecido. Claro que o técnico - e no caso de Dunga mais ainda - é um dos principais culpados, não apenas pela derrota para a Argentina, mas também pelo time que entrou em campo desde a primeiro partida. Repetiu-se o coro dos ufanistas após cada vitória sobre adversários mambembes e goleadas suspeitas. Até chegar a Argentina com um time muito melhor que o nosso e sem jogadores fora de forma e desinteressados como o Ronaldinho Gaúcho, o tal "patrão", a mais nova bobagem criada pelos caras que atravessaram o mundo paa cobrir a Olimpíada e o anunciado fracasso do Brasil. Essa turma ignorou que tabu e estatísticas não ganham nada, a não ser espaço com quem não tem nada o que dizer nem escrever´, e muito menos preocupação com a ética e a realidade dos fatos.

Faltou a mordomia

Delfim Peixoto justificou sua ausência no julgamento do caso Marcílio-Toledo com a falta de convite. Significa dizer, na verdade, que os dirigentes do Marinheiro não quiseram pagar passagens para o Rio de Janeiro e hospedagem em hotel não menos que quatro estrelas. Para um presidente de Federação que jura não fazer distinção entre seus filiados, desculpa esfarrapada é pouco para adjetivar a atitude do doutor Delfim. Afinal de contas, os clubes vivem pagando taxas até pelos seus espirros.

O melhor do nosso futebol

Um chocolate brasileiro da melhor qualidade. Foi assim a vitória da seleção feminina de futebol sobre as alemãs, uma goleada para fazer história na Olimpíada e quebrar um tabu que já durava sete partidas. Tudo graças à Marta e Cristiane, legítimas representantes entre as mulheres do verdadeiro futebol brasileiro. A final contra os Estados Unidos tem o favoritismo do Brasil, nossa grande chance para a inédita medalha de ouro que pode ajudar a tirar o país da ridícula posição na classificação geral da Olimpíada. O bronze é bom, a prata melhor ainda, mas o que conta mesmo para mexer na tabela é o ouro.

Números do lado B

O Avaí fechou o turno da série B em segundo lugar com 35 pontos, quatro atrás do Corinthians. É uma campanha muito boa, em contraste com a do Criciúma, o outro representante catarinense e que está próximo da zona do rebaixamento. Como falta um turno inteiro não dá para comemorar nada. É só confrontar os números do vice-líder Avaí, com os da Ponte Preta e Vila Nova, apenas três pontos abaixo. Barueri e Ceará estão bem próximos. O primeiro critério para desempate na classificação é o número de vitórias, onde existe grande equilíbrio: Avaí e Santo André e Vila têm nove, uma a menos que a quarta colocada Ponte Preta. Quem pensa em subir para a série A precisa mudar essa contabilidade para não correr o risco de morrer na praia, como já aconteceu com o Avaí.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Jornalismo esportivo na AL

O jornalista Juca Kfouri (Folha de São Paulo, Rádio CBN e ESPN Brasil) vai proferir palestra nesta quarta-feira, 18 horas, no auditório Deputada Antonieta de Barros da Assembléia Legislativa em mais uma edição do projeto “Brasil em Debate”. Este programa já trouxe a Florianópolis os jornalistas Caco Barcelos e Ricardo Noblat, a escritora Lya Luft, o velejador Lars Grael, o navegador Amyr Klink, o designer Hans Donner e a atriz Fernanda Montenegro. O tema do Juca será “Nosso futebol é a cara do Brasil”.

Passado, presente e futuro

Amanhecemos na segunda-feira olímpica com seis medalhas, o ouro inédito na natação com Cesar Cielo, e cinco de bronze, graças ao sucesso individual de judocas e uma dupla de velejadoras, medalha também inédita. Nas modalidades coletivas esperamos pelo futebol dos homens porque o feminino já é prata, e pelo voleibol de quadra e praia. É o que nos resta como esperança de conquistas, resultado da falta de uma política para o esporte e do trabalho de ministros da área em todos os governos. Carlos Artur Nuzman, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e presidentes de algumas confederações terão muito que explicar, se é que alguma coisa será cobrada. A única certeza é que seguiremos ouvindo toda aquela balela sobre a Copa do Mundo de 2014, a Olimpíada de 2016 no Brasil e dos bronzes que valem ouro. Por enquanto garantimos um honroso 38º lugar.

sábado, 16 de agosto de 2008

Acharam um mordomo

Rafinha virou criminoso por falar a verdade e foi afastado do futebol, punição injusta e, creio eu, inédita no Brasil. É parte do que entendeu o pleno do STJD ao reformar sentença da Comissão Disciplinar que punira o jogador com cinco jogos de suspensão e absolvera Marcílio Dias e Toledo, agora obrigados a repetir a partida causadora de toda essa encrenca. Continuo sem entender as decisões dos tribunais esportivos, mais próximas da literatura policial.

Futuro

As brigas tornadas públicas de Bernardinho com os jogadores e três derrotas em menos de um mês – duas para a Rússia, uma diante dos Estados Unidos - colocam em cheque o futuro da seleção masculina de voleibol. É um grupo vitorioso liderado por um técnico competente. Isso é inquestionável. Agora estamos diante de dificuldades pontuais ou do fim de um ciclo? O resultado desta Olimpíada vai dizer se essa desconfiança é momentânea ou vai mais longe. O certo é que até aqui houve uma inversão de expectativas em relação ao rendimento e às possibilidades do time masculino com Bernardinho e do feminino de José Roberto Guimarães.

Ora Bolas

De onde menos se esperava começou o festival de desculpas bobas que vai assolar a delegação brasileira na Olimpíada. Vem do voleibol masculino a primeira delas por causa da derrota para a Rússia, a segunda em menos de um mês. Giba, capitão e um dos jogadores mais experientes do time culpou a bola trocada, segundo ele, a 15 dias da competição. Uma falha da organização acusa o brasileiro.

Apesar do ouro

O jornalista José Trajano está em Pequim com a turma da pesada da ESPN Brasil, de onde manda um recado e uma sugestão. Que tal criar uma política para o esporte e parar com esse desvario de uma Olimpíada no Brasil em 2016? A participação brasileira na China deve dar a devida resposta ao Trajano e aos brasileiros que sonham com o fim do ufanismo olímpico e uma presença mais digna do nosso esporte. A mídia precisa ajudar com uma cobertura crítica e consciente, ao invés desta babação diária e lacrimejante. O ouro da sexta-feira com recorde olímpico é um feito isolado do nadador César Cielo que há três anos mora, treina e compete nos Estados Unidos.

Palavra de honra

Deveria existir no esporte, no futebol principalmente. Mas não é assim, sabemos. Nenhum clube brasileiro consegue mais segurar seus principais jogadores e por isso promessas não cumpridas são comuns no noticiário, como acaba de demonstrar, regionalmente falando, o Avaí. De que adiantou, após a venda de Vandinho para o Flamengo, reunir jogadores, imprensa e demais interessados para dizer – e prometer – que ninguém mais deixaria o Avaí até o final do Brasileiro? O zagueiro Ozéas é o primeiro a fazer as malas e viajar para Portugal menos de uma semana após o discurso de João Nilson Zunino, presidente do clube. O próximo é Marquinhos, destaque do time, equilíbrio do meio campo e novo reforço do Santos. Pode ser apenas o início de uma perigosa operação desmanche.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Os técnicos, esses exterminadores

A seleção brasileira virou um grande sumidouro de craques, se é que eles ainda existem. Basta vestir a camisa amarela e pronto. Faz tempo acompanhamos esse fenômeno renovado agora no time que está em Pequim tentando a tal medalha inédita. Ronaldinho Gaúcho nem conta, já desapareceu escondido em uma estreita faixa de campo, limitando-se a uma firula aqui, outra acolá. A mais nova vítima chama-se Alexande Pato, infectado que foi pelo virus que transforma jogadores como Anderson, Lucas, Diego e outros menos votados em burocráticos tocadores de bola. Thiago Neves está chegando e, como Pato, vai acabar contaminado. Esquemas táticos e a falta de ousadia de alguns técnicos de grife vão exterminar com os poucos craques brasileiros que ainda sobrevivem pelo planeta futebol. Abaixo os treinadores, salvem nossos craques. Tomara a seleção olímpica me desminta.

Sufoco

O futebol feminino na semifinal era quase uma obrigação do sofrido time brasileiro. Foi na conta com uma vitória sobre a Noruega em jogo fácil que ficou difícil por um pênalti cometido pela goleira do Brasil e que muitos dos nossos bons árbitros não marcam. Dunga e seus meninos precisam fazer o mesmo na manhã deste sábado, contra Camarões, deixando para trás a maldição africana em Olimpíada.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Avai, Vila e Criciúma

A série B vai terminar o turno com duas surpresas no G-4: o Avaí, vice-líder, dois pontos apenas atrás do Corinthians, e o Vila Nova do Túlio, artilheiro da competição com 16 gols. O Criciúma está a dois pontos do rebaixamento.

Dose pra cavalo

Não terminaram com a desistência em cima da hora de atletas que viajaram machucados os problemas da nossa delegação em Pequim. Até o hipismo ficou sem representação no adestramento e desfalcado nas provas de saltos porque dois cavalos brasileiros não passaram pela vistoria sanitária e um terceiro sofreu lesão séria.

Continua a pantomima

Quer dizer que agora o responsável pela troca de uniforme visando retardar a volta do Marcílio Dias para o segundo tempo contra o Toledo foi Marlon Bendini, presidente do clube, e não mais o roupeiro e muito menos o técnico Sérgio Ramirez. Quanto mais mexem, mais cheira mal esse episódio. Mas fiquem calmos, o STJD já sinalizou com absolvição dos clubes e o recurso do procurador Paulo Schmitt apenas retardou o desfecho do processo.

Quando perguntar ofende

Experimente questionar um praticante de tênis de mesa sobre a nomenclatura correta deste esporte hoje muito difundido no Brasil e cuja prática no país começou em garagens e fundos de quintal. Ouvirá como resposta um desaforo se o atrevimento chegar à expressão “jogo de ping-pong.” Mas é assim que os chineses chamam, sem constrangimento, resultado da sonoridade daquela bolinha de plástico pra lá e pra cá quicando sobre uma mesa de madeira.

Fofoca olímpica

O gaúcho João Derly, uma das nossas esperanças de ouro, foi eliminado pelo português Pedro Dias, seu amigo de fé e irmão camarada. Essa luta na verdade começou nos lençóis porque João teria ficado com a namorada de Pedro quando o patrício esteve no Brasil. A vingança aconteceu no tatame.

Campanha brasileira

Tomara nossos talentos individuais somados a alguns esportes coletivos como o voleibol de quadra e praia, e o futebol nos dois naipes minimizem a até aqui decepcionante participação brasileira na Olimpíada. O basquete feminino e o handebol nos dois naipes já tropeçaram, o remo e o tênis já eram e a vela por enquanto nada. Nos salvam o judô com três honrosas medalhas de bronze e por enquanto mais uma na natação. Semana que vem tem o atletismo. Quem sabe.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Vamos em frente

Apesar daquela goleada de 5 a 0 sobre a Nova Zelândia, nada do bom futebol brasileiro na seleção olímpica. Nem contra a fragilizada China, com um monte de reservas e apenas três jogadores no banco. Virou um treino para fazermos o dever de casa com nove pontos em três jogos. É bom lembrar que, a partir das quartas de final, (vamos comer Camarões?) perdeu cai fora. E nosso retrospecto contra times africanos em Olimpíada não é dos melhores

Sobre as lições de Pequim

Mariângela Botelho Franco é jornalista e publicou este artigo na edição da quarta-feira do Diário do Litoral - DIARINHO. Reproduzo na íntegra e assino em baixo.

"Esta olimpíada de 2008 vai entrar para a memória coletiva como a maior fraude consentida de todos os séculos. Dificilmente alguém vai esquecer a beleza da cerimônia de abertura, um primor de planejamento e imaginação. Também vai ser difícil esquecer os truques, as armações, as ilusões criadas por mágicos encantadores, para que o resto do mundo ficasse de boca aberta num OOOOOOOOOOh! extasiado.

Não tem aquela expressão: só falta fazer chover? Pois os chineses bombardearam as nuvens e fizeram chover quando bem quiseram. Se é bom ou ruim mexer com a natureza, é outra questão.
Mas no afã de produzirem a melhor festa olímpica jamais sonhada, passaram por cima de sentimentos, de individualidades, como no caso da pequena Yang Peiyi, uma menina gordinha de sete anos com os dentes fora do lugar, mas com grande voz. Aliás, foi dela a voz que o mundo ouviu cantando como um anjo a "Ode à Pátria". A outra chinesinha, Lin Miaoke, de nove anos, que parecia descer do céu, realmente, tem a beleza das bonecas de porcelana, mas a voz... a voz é da outra, da que não tem os atributos físicos que os chineses querem mostrar, como se todo o povo chinês fosse lindo, perfeito, uma pintura de beleza.

"Era uma questão de interesse nacional. A criança que apareceria diante das câmeras tinha que ser expressiva", justificou Chen, célebre compositor chinês, diretor musical do espetáculo.

Querem passar aos estrangeiros a idéia de que a China é próspera, feliz, que dá conta de todos os seus problemas de poluição, segurança, distribuição de renda, enfim, todos os entraves normais dos outros países, menos o deles. A China é exótica, sem dúvida. É diferente quanto ao quesito cultura – e nem se fala aqui no consumo de seres estranhos-, mas a noção de bem e de mal é relativamente a mesma em qualquer parte. A menos que tenham feito uma lavagem cerebral nas duas meninas, é difícil acreditar que elas estejam felizes com a solução de uma aparecer dublando e a outra não aparecer, mas cantando.

Enfim, o que é a vida senão um imenso cenário de ilusões? Pode ser que os chineses estejam certos e as meninas, satisfeitas em compartilhar o momento de glória. Os descontentes separatistas e favoráveis ao Tibete não têm nada que estragar uma festa que custou tantos milhões de dólares para encantar uma humanidade que está ávida por belas imagens, custem o que custar. Pequim ou Beijing,"

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Futebol de bicicleta

O Corinthians, quem diria, jogou como time pequeno em Florianópolis, acuado, marcando seu gol na única oportunidade que teve. O Avaí espremeu o adversário em dois terços da partida, perdeu chances de gol, exigiu mais do goleiro Júlio César e chegou ao empate com uma bicicleta do oportunista Evando. Tem treinador que gosta de viver perigosamente, caso do Silas, que esperou dez minutos no segundo tempo para substituir Rafael Costa pelo Evando, que deveria ter entrado no intervalo. Com a intenção de prestigiar um garoto acabou submetendo-o à irritação da torcida e correu o risco de perder o jogo por falta de definição no ataque. O árbitro Leando Vuaden, a boa novidade do ano, ajudou na construção de um bom espetáculo deixando o futebol fluir em condições difíceis por causa da chuva.

A tabela das rivalidades

O Grêmio defende a honra do futebol gaúcho fechando o turno na liderança enquanto o Internacional não sai do lugar. Depois vem o Cruzeiro deixando o Atlético MG de namoro com o rebaixamento. Palmeiras e São Paulo estão na seqüência assistindo o Santos na luta para não cair. O Coritiba sobe, o Atlético PR desce. O Flamengo para, o Botafogo reage, Vasco e Fluminense esperneiam para fugir da segunda divisão.

Ufanismo

Foi só ganhar de goleada daquela frágil seleção da Nova Zelândia (eles gostam mesmo é de rugby) para o Brasil virar favorito à conquista de uma medalha olímpica. E Ronaldinho Gaúcho, no entendimento ufanista, voltou a jogar o futebol que o consagrou. Não tem jeito, a turma não aprende.

Devagar quase parando

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva puniu Rafinha por ter denunciado a marmelada entre Toledo e Marcílio Dias. O jogador passou por mentiroso e os clubes infratores foram absolvidos. Um dia ainda vou entender os tortuosos caminhos da legislação esportiva e as decisões dos tribunais. Na verdade acho que já entendo e me recuso a aceitar. O procurador do STJD, Paulo Schmitt, fez a sua parte e entrou com recurso, pior para Marcílio e Toledo que continuam no prejuízo e sem jogar, pior ainda para a imagem da justiça esportiva, cada vez mais parecida com um cágado.

Da série arbitragens ruins

Além da torcida do Internacional, que não agüenta mais tanta mediocridade em um time que promete e não cumpre, todo mundo saiu do Beira Rio domingo com alguma coisa para reclamar do péssimo árbitro Wellington Abade. O homem validou o gol do time da casa em impedimento – a posição dele era tão boa quanto do auxiliar -, não marcou um pênalti de Asprila, zagueiro do Figueirense, sobre Nilmar, e ainda errou no varejo e atacado na marcação de faltas e no controle disciplinar da partida.

Chatice

Müller comentando futebol e Oscar na equipe que cobre a Olimpíada são os chamados “pé no saco” que desqualificam qualquer cobertura jornalística. A Sport TV deveria poupar seus telespectadores e manter equilibrado o alto nível de sua programação esportiva.

O dinheiro do esporte

Os interesses comerciais estão se sobrepondo em modalidades ainda regidas por legislações quase imutáveis de tão antigas e conservadoras. O dinheiro hoje fala bem mais alto e sepulta tradições, caso do futebol, cujos uniformes agora são verdadeiros outdoors vestindo jogadores. Além de mexer com grades das tevês nas transmissões de jogos, criando autênticas sessões corujas. A natação, quem diria, e até porque não se imaginava como, já tem altos investimentos nos trajes outrora sumários de seus atletas. Basta ver as inovações que estão aparecendo nas Olimpíadas ao longo dos últimos anos, transformando as piscinas em verdadeiros campos de provas e grande vitrine para marcas esportivas famosas, além de ajudar na quebra constante de recordes.

A faca e o queijo

O Avaí tem um returno inteiro pela frente, mas sua boa campanha pode ganhar um selo de garantia e qualidade hoje à noite, dentro da Ressacada. Dois pontos atrás do Corinthians (35 a 33), o surpreendente time do Silas só tem que aproveitar a boa fase e não repetir o Criciúma, que ano passado fechou o turno com 36 pontos, mesmo número que o Avaí pode alcançar e terminar campeão desta primeira etapa. O alerta é que o eufórico Criciúma não só perdeu uma boa chance de subir à série A como despencou na tabela e quase foi rebaixado.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Desorganização olímpica

A judoca Erika Miranda e a jogadora de voleibol Juliana viajaram a Pequim com lesões graves de joelho e só na última hora foram mais bem avaliadas e desistiram de competir. A CBV imediatamente substituiu Erika por Ana Paula. No judô o caso foi mais complicado e só depois de alguma pressão de origem ainda não identificada, Andressa Fernandes foi chamada. Ela chegou em cima da hora, foi direto para a Vila Olímpica para descansar, acordando perto da hora da pesagem. Não passou da primeira luta. Evidente, nestes dois casos, a falta de entrosamento entre o Comitê Olímpico Brasileiro e as confederações junto com a irresponsabilidade das atletas que nem deveriam ter carimbado seus passaportes.

sábado, 9 de agosto de 2008

De Confúcio a Lula

"Há três métodos para ganhar sabedoria: primeiro, por reflexão, que é o mais nobre; segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por experiência, que é o mais amargo." (Confúcio, filósofo e teórico político chinês, 400 A.C)
A China organizou uma festa impressionante, suntuosa, precisa, cheia de referências históricas, bonita, espetacular, enfim, uma solenidade de abertura de acordo com os gastos que fazem desta a Olimpíada mais cara da história. Foram investidos mais de US$ 40 bilhões na construção de estádios, infra-estrutura e minimização dos efeitos da poluição. É mais que o dobro gasto há quatro anos nos Jogos Olímpicos de Atenas. São cifras estratosféricas, mas que não mereceram debate público porque a falta de liberdade priva os chineses de informação. A China é um país gigantesco, formado por 56 etnias, desenvolvido, modernizado, e que ainda convive com a censura e outros males de um regime fechado. A polêmica criada pela necessidade de altos investimentos foi transferida para Londres, sede da Olimpíada de 2012. Os ingleses olham para Pequim de olho nos seus cofres e com o pensamento voltado para a relação custo-benefício. O mesmo que faremos nós brasileiros com vistas a 2016, longe ainda, mas já ao alcance das nossas autoridades, todas discutindo o assunto unicamente sob a perspectiva política e dos tais dividendos eleitorais. Tratemos, portanto, de costurar nossos bolsos.
“Espero ver o Brasil vencer o direito (aprovação do COI) de sediar os Jogos Olímpicos de 2016, para fazer uma Olimpíada democrática que será assistida pelos "pobres" da América do Sul.” (Lula, presidente do Brasil, em Pequim. 08/08/2008, às 08hs08min)

Caso de divã e para o STF

Pelo jeito Ronaldinho Gaúcho tem pouco a contribuir com a seleção que nos representa na Olimpíada. A não ser que de repente ele volte a ser o melhor do mundo, como já foi, e como pode ser com o talento que possui e costumava esbanjar em seus melhores momentos de craque. Hoje Ronaldinho dá pena. Da entrevistas de cabeça baixa, como se estivesse envergonhado do que faz em campo, da decepção que causa na contramão da sua potencialidade. Quem sabe o Supremo Tribunal Federal, penalizado com o estado de penúria desta personalidade do esporte, resolva libertá-lo das algemas técnico-táticas que o prendem àquela pequena faixa do gramado, do lado esquerdo, rente à linha lateral. Não cabem mais desculpas nem explicações para as más atuações de Ronaldinho. Talvez fosse melhor poupá-lo em benefício de, quem sabe, um melhor desempenho do time brasileiro, até aqui uma caricatura de seleção. Ronaldinho precisa de uma boa terapia, dentro e fora de campo.

Feitos um para o outro

O Figueirense perdeu ridiculamente em casa para o Botafogo, adversário com dez jogadores (Carlos Alberto, sempre ele) desde os 23 minutos do primeiro tempo. PC Gusmão não é um técnico milagreiro como pretendem que ele seja. Até porque, cá entre nós, o time não ajuda. Sobrevive de lampejos, de atuações fora da ordem e graças às fantásticas atuações do goleiro Wilson, um dos melhores – se não o melhor – deste Brasileiro. O Internacional de hoje é resultado de propaganda enganosa, decepção constante para seus esperançosos e ao mesmo tempo desencantados torcedores. Ganha uma aqui, perde duas lá, sempre dando aos pobres acreditando que esteja emprestando a Deus, de olho em 2009, ano do seu centenário, quando precisará de muitas graças. Por que juntei os dois neste comentário? Simples. O Inter é o próximo adversário do Figueirense, domingo no Beira Rio, no encerramento do turno. Eles se merecem.

Ufa!!!

Caso o Brasil repita neste domingo contra a perigosa Nova Zelândia a apresentação pífia que fez contra a não menos poderosa Bélgica na estréia, ouviremos as desculpas de sempre, cavoucadas pelos protagonistas da ocasião. Haja ouvido, haja paciência. Mas não há ufanismo que resista.

Aposta

Quantos treinadores perderão o emprego na rodada deste final de semana pelas duas séries do Campeonato Brasileiro? O Tite reservou seu lugar na fila.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Quinta-feira

Qual é a deles?

O Brasil olímpico começou muito mal, fora da quadra e do tatame, com um atleta do handebol eliminado por doping, uma judoca e uma jogadora do vôlei de praia afastadas por lesão de joelho. Maconha, uma primeira avaliação médica equivocada e decisões de última hora acabaram com a Olimpíada para o catarinense de Descanso, Jaqson Kojoroski, a mineira Erika Miranda e a carioca Juliana. É difícil entender tanta irresponsabilidade de atletas olímpicos e diagnósticos tardios, resultado de exames mais detalhados feitos só agora na China e de decisão de uma jogadora com lesão grave, tudo com a delegação brasileira já instalada na Vila Olímpica. Mais difícil ainda é aceitar outra decisão, a de não convocar a reserva da equipe de judô, a paranaense Andressa Fernandes, como foi chamada Ana Paula para o vôlei.

Boicote

Mesmo antes de a Olimpíada começar a repressão mostrou suas várias facetas. Já houve agressão violenta a jornalistas japoneses que faziam cobertura no local do atentado que matou 16 policiais, e prisão de quatro manifestantes, dois britânicos e dois norte-americanos, em protesto a favor da independência do Tibete. Os primeiros indícios da intolerância do regime chinês surgiram na censura à internet, com a proibição de acesso a determinados sites. Os ciclistas americanos chegaram provocando os anfitriões ao desembarcarem usando mascaras contra a poluição, problema sério em Pequim e que o Comitê Olímpico Internacional ignorou. O COI não ouve, não vê e não fala.

Missão China é prioridade

O muro de lamentações continua crescendo. A diretoria do Vasco enviou documento à Comissão de Arbitragem da CBF reclamando do árbitro Sérgio Carvalho que trabalhou no jogo contra o São Paulo no Morumbi. O Juventude se queixa muito da arbitragem (no primeiro gol houve toque de mão) no jogo em que perdeu para o Corinthians. O árbitro alagoano que trabalhou em Criciúma terça-feira, de tão fraco, foi responsável por tudo de ruim que aconteceu no Heriberto Hulse. São os episódios de sempre e comuns às três séries do Campeonato Brasileiro. A CBF age como se nada estivesse acontecendo. Seus dirigentes devem andar muito atarefados com a expedição à China para se ocupar com problemas domésticos.

Bombas

O torcedor do Flamengo extrapolou nos protestos e foi à Gávea jogar bomba nos jogadores durante o treino. Enquanto isso a diretoria tentou contratar o atacante uruguaio Morales, 33 anos, que já anunciara sua aposentadoria. Morales sentiu a fria em que estava se metendo e preferiu ficar no Uruguai.



Aos mestres com carinho


As meninas da seleção olímpica brasileira deram uma pequena aula de organização tática e dedicação na estréia contra a Alemanha. No empate de 0 a 0 o time mostrou jogadas ensaiadas, mérito para o técnico Jorge Barcelos, e nenhum medo das adversárias, dominadas durante todo o segundo tempo. Foi um belo início, assistido pelo mestre Dunga e seus assessores da seleção masculina, que deveria ter inspirado os meninos contra a Bélgica.

Qual é a da FIFA?


O futebol masculino entrou em campo sob a desconfiança de sempre por causa dos eternos problemas de preparação, agravados com a falta de entendimento entre o COI e a FIFA. Só na China saiu o esboço de um time para a Olimpíada já que os dois amistosos disputados no Brasil não serviram para nada e a convocação acabou retardada por conta da indefinição das instituições que organizam o esporte no planeta. Dunga juntou o grupo definitivo a apenas 15 dias da Olimpíada. É um time individualmente muito forte, mas coletivamente indefinido. E com um questionamento sobre o aproveitamento de Diego, que até hoje não deu resposta positiva na seleção principal, apesar de todas as chances que teve. Sem contar a encrenca não resolvida com o Schalk 04 e o Werder Bremen, que recorreram – e tiveram sucesso - à Corte Arbitral do Esporte exigindo a volta de Diego e Rafinha para a Alemanha. Como a FIFA não está nem aí para a Olimpíada porque não ganha dinheiro com este evento, azar da seleção brasileira e outras envolvidas nessa bagunça. Está aberto o caminho para inviabilização do futebol olímpico masculino. O resultado de tudo isso foi visto em campo na estréia e uma vitória esquálida sobre a Bélgica

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Terça-feira

Brasileiro A

Faltam duas rodadas para o complemento da primeira metade do Campeonato Brasileiro que começa a ter sua cara mais verdadeira na pontuação dos quatro primeiros colocados. O Grêmio saiu arrasado do Gauchão e, sob desconfiança geral e irrestrita, construiu uma bela campanha e a liderança com 35 pontos. Celso Roth passou das vaias à consagração como o técnico do turno junto com Vagner Mancini do surpreendente Vitória. O Cruzeiro de Adilson Batista é uma confirmação apenas dois pontos atrás do Grêmio. O Palmeiras de Luxemburgo subiu muito e encostou nos líderes. Está em terceiro lugar com 31 pontos com Valdívia e o técnico abraçados fraternalmente. Coladinho, um ponto a menos, está o São Paulo, outro que avançou, e graças à perseverança de Muricy com seus conceitos sobre futebol. O Flamengo caiu para o sexto lugar, não vence há seis rodadas e Caio Júnior deve estar bem arrependido de não ter aceitado os dólares do Catar. O Internacional é a grande decepção entre os grandes da parte superior da tabela porque lá em baixo estão Fluminense e Santos. Os seis pontos perdidos para Ipatinga e Santos e a falta de vitórias fora de casa estão custando caro aos colorados.

Do jeito que dá

O Figueirense até que vai indo bem como representante catarinense. Os problemas do início da competição refletem na campanha que poderia ser melhor, caso tivesse também um time mais qualificado. Mas está na média como 11º colocado, 24 pontos, um só atrás de Inter e Botafogo, dois abaixo do Coritiba. As duas últimas rodadas ainda podem mexer bastante com os classificados do quinto lugar para baixo.

Brasileiro B

Com o Corinthians cinco pontos a frente de Avaí e Barueri que têm 27, e favoritíssimo para o título, sobram três vagas para o acesso à série A. Na seqüencia estão Ponte Preta com 26, Juventude 25 e Vila Nova 23, os mais próximos. Mas, a não ser a torcida corintiana, as demais estão longe do sono tranqüilo

Podia ser melhor

O Avaí, por exemplo, goleia hoje, perde pontos preciosos amanhã, rotina que impediu uma posição mais segura na tabela. Vandinho saiu para o Flamengo e fez gol na estréia, mexendo com a imaginação dos que podem seguir seus passos, casos de Válber e Marquinho. A torcida conta com a palavra do presidente Zunino, que prometeu trancar os portões da Ressacada. Quem está fora entra, quem está dentro não sai. O Criciúma melhorou com a quinta aparição do Edson Gaúcho e hoje estréia Jardel contra o Marília, depois do empate em São Paulo com o Corinthians, mais um bom motivo para ânimo e confiança de sua impaciente torcida. E daqui em diante podem começar as definições abaixo do Corinthians. Não tem haverá tempo para descanso, é uma rodada atrás da outra. Quem não tiver fôlego e elenco vai ficar pelo caminho.

Brasileiro C

Mesmo time, mesmo banco, mesmo local e horário para Toledo x Marcílio Dias, Inter SM x Engenheiro Beltrão. Essa pode ser a decisão da semana no STJD para o imbróglio provocado pela marmelada de Toledo, um produto daquela região paranaense que ninguém conhecia e que se revelou de péssima qualidade.

Números olímpicos

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzmann, está orgulhoso da grande delegação brasileira em Pequim. É a maior de todos os tempos, com 277 atletas: 132 mulheres e 145 homens. O importante é somar números com qualidade, transformando essa operação em bons resultados e medalhas.

Gato escaldado

Os clubes brasileiros estão por começar suas participações na Copa Sul-Americana. Ninguém quer passar perto do drama vivido pelo Fluminense que priorizou a Libertadores, jogou o início do Brasileiro com reservas e se deu mal. O comportamento deve se inverter. Grêmio e Inter, por exemplo, prometem um Grenal de reservas na estréia dos gaúchos na competição.

Cada vez pior

Erros graves e a falta de homogeneidade na arbitragem brasileira estão transformando as rodadas do Campeonato Brasileiro em suas três series em um muro de lamentações. Sem contar o critério perdulário de fazer um auxiliar atravessar o país, quando a solução para uma boa escala está ali do lado.




sábado, 2 de agosto de 2008

Sábado/domingo

É a lei

Dirigentes do Marcílio Dias e Toledo não têm do que se queixar. A maracutaia, ao contrário do que pensei, pode mesmo ser punida pelo STJD, com respingos para o técnico Sérgio Ramirez e o jogador Rafinha. A repetição da rodada deve ser a decisão, sem choro nem vela para os envolvidos. A ética e as leis do esporte precisam ser respeitadas em benefício do espetáculo e do torcedor. Quem hoje faz acerto para empatar, amanhã pode achar normal o arranjo para perder. Como aconteceu anos atrás com o Grêmio por causa de um regulamento maluco do Campeonato Gaúcho.

Gangorra

O Flamengo, que já foi líder do Brasileiro com cinco pontos a frente do segundo colocado, hoje está em quarto lugar, quatro atrás do Grêmio. O Atlético Mineiro despenca na tabela e não tem mais o Gallo como técnico. É o roteiro do perde-ganha de uma competição muito equilibrada e que pode ter alguma definição nos dois extremos da tabela só a partir da metade do returno. Até lá a fila de treinador a procura de emprego vai aumentar muito e andar rápido.

Omissão perigosa

O favorecido de hoje é o prejudicado de amanhã. É a máxima recorrente no Campeonato Brasileiro, tantas são as arbitragens ruins. Com raríssimas exceções, rodada a rodada nosso futebol sofre com erros colossais, aqueles em que não é preciso conferir na tevê. O Figueirense penou no Scarpelli contra o São Paulo por causa de dois pênaltis, o mesmo São Paulo que teve um gol mal anulado contra o Inter, o mesmo Inter que perdeu para o Santos por causa de um pênalti não marcado e de um gol onde seu autor carregou a bola com os dois braços. São os exemplos mais fresquinhos, completando uma imensa lista de falhas que têm alterado o resultado de jogos. A Comissão de Arbitragem segue sem fazer nada. E mais, premiando os maus árbitros com escalas seguidas. Talvez os responsáveis estejam esperando por uma grande encrenca para, aí sim, tomarem providências. Por enquanto punição só para aquela auxiliar representante do inexpressivo futebol de Rondônia e que teve a infelicidade de anular um gol legítimo do Flamengo no Maracanã.

Uma historinha medieval

Quem não conhece aquele herói que roubava dos ricos para dar aos pobres, personagem da literatura, do cinema e dos quadrinhos? No Rio Grande do Sul ele ressurge na campanha do Internacional, maior recuperador de times desvalidos e em má posição na tabela. Só no Brasileiro deste ano o Inter já ajudou o lanterna Ipatinga, o vice lanterna Santos, a Portuguesa, o Náutico, e agora se prepara para dar uma mãozinha ao antepenúltimo colocado, o Fluminense e, ironia das ironias, quem sabe livrando a cara do gremista Renato Gaúcho. Os torcedores colorados não agüentam mais a gozação que vem do outro lado com o Grêmio, na liderança do campeonato e cujos torcedores já apelidaram o maior rival de o Robin Hood dos Pampas.

Os chineses daqui

As autoridades chinesas só falam para a imprensa sobre a Olimpíada depois de um cão de guarda selecionar as perguntas. Nos vestiários de Avaí e Figueirense o quadro é semelhante. Indagações não politicamente corretas são recebidas de nariz torcido e muitas vezes resultam em grosseiras e constrangedoras interpelações aos repórteres que ousam desobedecer a cartilha.

Frases

“Acho que com certeza...”. É a nova criação da boleirada nas entrevistas. Deve ser o nervosismo à frente de câmeras e microfones.

Cocoricó!!!

Com o Atlético Mineiro sem Gallo, em que terreiro o César Prates vai cantar agora?

Humilhação

O Atlético imita em Minas Gerais de forma mais patética e dolorosa para sua torcida, a situação atual do Rio Grande do Sul. Enquanto o Cruzeiro brilha e se garante no G-4, o grande rival desce a ladeira.

Lenha na fogueira das vaidades

O técnico Antônio Lopes e os jogadores Leandro Bonfim e Jean são as novas vítimas da língua ferina do Edmundo. Reclamou de substituição e acusou companheiros de “corpo mole”. Nem ganhando de goleada o Vasco sossega.

Que venha a Olimpíada

Depois da brilhante vitória sobre os anões da fortíssima equipe do Vietnã a seleção olímpica brasileira está preparada para o que der e vier, a começar pela Bélgica na estréia dia 7.