sábado, 8 de março de 2008

Sábado/domingo

Eu só quero entender

Caríssimos leitores. Desculpem se insisto em determinados assuntos que envolvem o nosso futebol, seus organizadores e autoridades competentes. Juro que não é implicância. É que, para falar mal ou falar bem de situações ou de pessoas, preciso estar muito por dentro dos fatos e de tudo o que os cercam. Vejam, por exemplo, o caso dos estádios catarinenses. Cada dia tem uma novidade Uma hora é o Guarani de Palhoça, obrigado a jogar um campeonato inteiro em casa alheia, daqui a pouco é o Cidade Azul, representante de Tubarão, sem nome e sem estádio até pouco antes de a bola rolar. Agora, com o campeonato já no segundo turno, chegou a vez do Marcílio Dias merecer a atenção do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, Vigilância Sanitária e o escambau. Tudo por causa dos refletores, postes, fiação e não sei o que mais. Ora, a competição começou em janeiro e só em março enxergaram os podres da iluminação marcilista. Aquela tal comissão de vistoria, cantada em prosa e verso pela Federação, faz o quê? Os laudos por ela emitidos servem pra quê? Pode ser que até o fim do campeonato eu entenda tudo tim tim por tim tim.

Dura lex, mole lex

Sei que a gravidade dos incidentes ocorridos em vários jogos do campeonato catarinense, o último deles em Criciúma, não elimina as filigranas jurídicas nem modifica os ritos processuais. Temos artifícios para dar e vender, para condenar e absolver. Movido pela esperança, acredito que um dia nossos legisladores encontrem um jeito que não deixe impune a bandidagem que povoa nosso futebol, dentro e fora dos estádios. Um torcedor mutilado por uma bomba, como aquele senhor aposentado e torcedor do Criciúma, precisa confiar na justiça. Não essa que aplica pena rigorosa numa noite e dois dias depois deixa o dito pelo não dito, abrindo caminho para alterações de sentença ou amenização de penas. Assim sendo fica mais fácil entender porque um magistrado do STF, a mais alta corte do pais, pede vistas de um processo cujo assunto, a Lei de Bio-Segurança – utilização de células troncos para pesquisas – vem sendo discutido por todos os segmentos da sociedade brasileira há mais de três anos.

Mea culpa

Acho que hoje acordei com saudades das minhas aulas de latim. Mas, voltemos ao futebol e às mumunhas da cartolagem. O diretor técnico da Federação Catarinense, o jovem e promissor Fábio Nogueira, admite que o Marcílio Dias não tomou providências quanto as melhorias exigidas para o estádio do Marcílio antes de o campeonato começar. Resultado das tais vistorias que nunca dão em nada. A falta de cobrança e fiscalização se deve, talvez, à distância entre a sede da Federação e o estádio Hercílio Luz.

Olha o mau exemplo

Gostaria de refrescar a memória dos nobres e omissos dirigentes e das autoridades responsáveis pela segurança de torcedores e afins, sobre as sete mortes no estádio da Fonte Nova, em Salvador. Por causa deste acidente de conseqüências gravíssimas, o ex-jogador Bobô e sua turma, funcionários da instituição que deveria zelar pelas boas condições daquele estádio, foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio culposo.

Quem avisa amigo é

Por isso nunca é demais dar alguns toques para o pessoal que gosta de ver estádio – qualquer um – lotado e a burra cheia. Vem aí o jogo pela Copa do Brasil entre Chapecoense e Internacional. Chapecó e região, mais os municípios vizinhos do Paraná e Rio Grande do Sul, já se mobilizam para conseguir ingressos. Quem conhece como eu a capacidade e a estrutura do estádio regional Índio Condá, sabe o que estou dizendo. E avisando. Porta arrombada vão dizer que era jogo nacional, responsabilidade da CBF, patati, patatá.

Uma coisa é uma coisa...

Os tambores da mídia carioca rufaram com toda a intensidade depois da vitória por 6 a 0 do Fluminense sobre o modesto Arsenal da Argentina, no Maracanã. Após a derrota do Flamengo no Uruguai por 3 a 0 para o não menos modesto Nacional, baquetas cruzadas e silêncio em respeito ao tropeço rubro negro.

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