sábado, 9 de fevereiro de 2008

Sábado/domingo

Ganhamos da Irlanda. E daí?

Não fossem as boas atuações dos alas Leonardo Moura e Richarlyson a seleção brasileira teria passado por Dublin sem novidades. A vitória magrinha sobre a Irlanda não acrescentou nada e serviu apenas para deixar intrigados quem esperava pela chance de ver jogadores com idade olímpica testados neste amistoso. Só exigência de patrocinadores e interesses políticos da CBF e Ricardo Teixeira explicariam – mas não justificariam - o desperdício de uma oportunidade de ouro por quem vive reclamando de pouco tempo para preparar uma seleção, no caso a que vai este ano disputar a Olimpíada em Pequim. Mais de dez jogadores com idade olímpica foram chamados e só três entraram em campo, ainda assim a partir dos 32 minutos do segundo tempo. Rafael Sobis, um deles, nem encostou o pé na bola.

Atrás dos prejuízos

Nestes dez anos sem conquistas o Avaí acumulou uma desvantagem muito grande em relação ao Figueirense, seu grande rival no Estado. O adversário tem mais títulos estaduais e maior número de vitórias, inclusive na Ressacada. Por essas e outras muitas razões o clássico deste domingo tem um peso enorme para avaianos de todas as tribos. É certo que a torcida da casa vai invadir as proximidades do aeroporto Hercílio Luz na esperança de garantir justamente em cima dos visitantes números que mantenham sua caminhada rumo ao título do turno. Para o Figueirense não há oportunidade melhor que esta para recuperação do fiasco em Tubarão.

Futebol e Carnaval

Quando outro dia escrevi sobre a frustração de um grande número de jogadores impedidos de participar do Carnaval por causa dos campeonatos que não foram interrompidos, teve gente que não viu muito sentido na observação. Basta conhecer um pouco da história de algumas das principais escolas do Rio de Janeiro para entender a força desta simbiose entre as duas maiores paixões do brasileiro. A Mangueira, por exemplo, tem suas cores inspiradas no Fluminense, idéia do grande Cartola, torcedor e morador de Laranjeiras. Ouras escolas menores, como a São Clemente e a Imperatriz, nasceram em clubes de futebol. A maioria dos jogadores e suas famílias tem origem ou vida intensa nessas comunidades. Não há, portanto, como separar uma festa da outra. Só a insensibilidade dos dirigentes de clubes e federações é capaz de promover esta aberração. Não faz muito tempo os calendários da bola no Brasil eram planejados respeitando sempre o período do Carnaval. Hoje tem lei disso, estatuto daquilo, regulamentos, tribunais, comissões...pra nada. As festas do povo estão cada vez mais distantes. Do povo.

Pobreza e impunidade

O futebol catarinense não foge à regra e em apenas seis rodadas demitiu três treinadores. Começou com Lio Evaristo, no Metropolitano, logo no segundo jogo. Depois caíram Joceli dos Santos em Tubarão e Picolé no Juventus. No meio disso tudo estão clubes empobrecidos, quase na miséria, sem uma estrutura mínima e fazendo a turma entrar em campo na base do pão com mortadela e capilé. Podem ficar pelo caminho, como já aconteceu na segunda divisão e, pior, devendo na praça e para outras vítimas, os jogadores que nunca mais verão a cor do dinheiro. Sem problemas porque na próxima temporada esses mesmos clubes poderão voltar aos gramados e ao calote.

Os culpados de sempre

Os maus resultados do Figueirense já têm culpados: a arbitragem e a “imprensa desonesta”. O destempero do técnico Alexandre Gallo e do gerente de futebol, Anderson Barros, já merece intervenção do Tribunal de Justiça Desportiva. Estão jogando a torcida contra a imprensa e os árbitros, desviando o foco de um time ruim e desorientado.

Gastança

Quanto menor a transparência maior o grau de segurança. É a mais nova piada a circular em Brasília contada por membros do Governo Federal para justificar a censura na divulgação de gastos da equipe de segurança do Presidente Lula. Ainda bem que não existe este departamento na Federação Catarinense. Ou existe e a gente não sabe?

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