quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz 2009 para eles & elas

O futebolista portugues Cristiano Ronaldo, melhor do mundo, e a tenista russa Sharapova, a mais sexy das quadras, ambos fora de seus domínios em pose especial para o Lancenet e uma casquinha deste blog. Feliz 2009, agradando a gregos, troianas e adjacências.



terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Pastor também mente. E como

O vice prefeito Bita Pereira e prefeito interino de Florianópolis estragou meu dia e azedou meu fim de ano com a entrevista que deu hoje pela manhã na rádio CBN aos jornalistas Mário Motta e Moacir Pereira. Com sua conversa pastoral e sem conteúdo desfiou um monte de baboseiras sem o menor sentido, transformando aquele espaço em uma grande peça de ficção. Lá pelas tantas, talvez irritado com o papo furado do vice – aliás, por onde anda o titular? – Moacir desabafou listando uma série de carências da nossa cidade, como o sistema viário, o aeroporto, o acesso ao sul da ilha, transporte coletivo deficiente, crescimento desordenado, falta de fiscalização da Prefeitura e – acrescento eu - conivência da Câmara Municipal, falta de equipamentos turísticos, como marinas, trapiches, proliferação de construções irregulares servindo de portais turísticos nas entradas de algumas de nossas principais praias. Enfim, a lista é imensa e ainda faltou dizer que nossa cidade não tem parques e que aquele vereadorzinho de merda, o tal da “moeda verde”, acha muito natural porque “Florianópolis não tem tradição de parques”. Foi a frase mais imbecil e calhorda que ouvi de um político que deveria trabalhar pelo bem da comunidade ao invés de fazer contrabando de bebida e encher o bolso com o resultado de atividades suspeitas. Apesar de tudo e de concordar com o desabafo do jornalista, Bita Pereira ainda achou motivos para elogiar Dário Berger e justificar os estragos feitos na cidade graças ao acúmulo de omissões, safadeza e incompetência. Exemplo recente: aquele precioso espaço após o túnel Antonieta de Barros na baía sul, que poderia abrigar um belo parque à beira mar, já esta virando um muquifo com passarelas depredadas, o mato crescendo e o aparecimento das primeiras obras que ninguém sabe sobre suas finalidades. Voltando ao passado e por questão de justiça, é preciso lembrar também a ocupação irracional dos espaços do aterro da baía sul com camelódromos, estacionamentos, garagens de ônibus, um fedido merdódromo, e um suspeitíssimo centro de eventos. Tudo isso em substituição ao projeto do paisagista Burle Marx. Projeto que sumiu e ninguém sabe, ninguém viu. Os parques de Curitiba, São Paulo e Porto Alegre, por exemplo, não servem de inspiração para nossos legisladores e administradores porque não representam fonte de rendimento, seja econômico ou político. E vem aí mais Dário, mais Bita, muitas promessas, mais mentiras.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Façam suas apostas

Oba! A FIFA confirmou doze sedes para o Brasil na Copa de 2014. Com isso Santa Catarina teve aumentadas suas chances de ganhar uma delas com Florianópolis. Para a definição das escolhas valerão desde critérios turísticos e ecológicos até o inevitável envolvimento político esse, claro, contaminado a partir do Brasil mesmo com a CBF. Subindo pelo mapa começaremos com as certezas de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. O nordeste tem candidatura de sobra com Salvador, Recife, Maceió, Natal e Fortaleza. A região amazônica tem Manaus como barbada, mas Belém também está nesse mapa, enquanto o Pantanal pode ser representado por Campo Grande ou Cuiabá. Há quem diga que Curitiba não fica de fora. Assim sendo, segundo as especulações correntes, a capital catarinense competiria com Goiânia que já tem o Serra Dourada como base. Falando dos temas da casa a gente sabe que não temos estádio, só promessas de arenas no Estreito e na Ilha. Essa, garantem cartolas e políticos, é a missão mais fácil de cumprir porque há o comprometimento da iniciativa privada. Quero ver é acabar com aquela engronha do aeroporto e acessos ao sul, quando são necessários vontade política e recursos públicos.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Nossa justiça é mesmo cega

Manhã dessas assisti na TV Justiça a um interessante debate sobre a violência no futebol, dentro e fora dos gramados. Os especialistas - advogados, juízes, desembargadores - presentes concluíram por unanimidade que a falta de punições rigorosas e a omissão das autoridades incentivam a indisciplina, o jogo violento e as brigas constantes entre torcidas. Com a palavra nossos tribunais esportivos e a justiça comum, “barrigueiros” irrecuperáveis.

Purgante

Com perdão dos fãs que o idolatram, mas o ex-basqueteiro Oscar segue muito chato e ocupando generosos espaços na televisão do seu amado país. No último programa que vi fez dobradinha com o mano igualmente chato, repórter da TV Globo. Dor de barriga na certa.

Fogueira acesa

O Figueirense anunciou o aproveitamento a partir do início da temporada de uma dúzia de jogadores formados em suas divisões de base. Estou curioso para ver o resultado desta promoção em massa. Geralmente isso não dá certo e o que acaba acontecendo é a queimação na fogueira do açodamento de um punhado de promessas. Conheço vários exemplos, o mais emblemático e premonitório deles ocorrido no final da década de 60 quando o Inter montou um time quase inteiro com juvenis, os juniores da época. Deu num fracasso retumbante da equipe e de seus promissores atletas, situação que tem se repetido ao longo dos anos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Santa Catarina para argentinos e chilenos


Estive durante sete dias com 14 jornalistas argentinos e chilenos que vieram a Santa Catarina conhecer a real situação do Estado após as enchentes de novembro. Quem os trouxe foi a Máquina Comunicação, empresa de Brasília a serviço da Embratur. Incorporado ao grupo pela coordenadora desta “press trip”, a jornalista Simone Garcia de Borba, tive a oportunidade de mostrar aos “periodistas” de Chile e Argentina um pouco das belezas que tanto agradam aos turistas destes países. Andamos pela Grande Florianópolis e suas principais praias, por Palhoça com sua Ilha do Papagaio, praias do Sonho e Pinheira, Lagoa da Conceição e sua noite, Costa da Lagoa e, claro, Balneário Camboriú e adjacências. Já no domingo colhemos os primeiros resultados desta experiência com as matérias publicadas pelos principais jornais argentinos, La Nacion, Clarin e Crítica, todos colocando as reais condições de Santa Catarina e seu potencial turístico. Os chilenos, representados também por seus jornais mais importantes e revistas de viagem e turismo, farão seus relatos do que viram em parte do Estado, imagens muito distantes daquilo que a grande mídia brasileira se encarregou de noticiar com foco equivocado e ampliado. A tragédia, com suas vítimas e seus prejuízos, todos sabemos, ficou restrita ao Vale do Itajaí e algumas de suas comunidades rurais, estas sim completamente arrasadas. Foi isso que dissemos e mostramos a argentinos e chilenos desde o dia 15, quando aqui chegaram, até esta segunda-feira, no encerramento do trabalho.

Doutor Pelé & Cia

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu dar um basta às participações de atores, jogadores de futebol e assemelhados em comerciais de remédios que prometem desde a cura da dor de cabeça, passando por lesões esportivas até unha encravada. Finalmente não veremos mais figuras públicas como Pelé e a barraqueira Suzana Vieira falando bem de certos medicamentos e seus tratamentos milagrosos. A legislação diz que personalidade em propaganda de remédio pode, mas só mostrando a cara e a coragem. Nada de textos ou interpretações.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O Papai Noel empobreceu

O “bom velhinho”, como gostam de falar e escrever aqueles repórteres muito criativos, já passeou meio de saco vazio por alguns dos principais clubes brasileiros. Tem mais dispensa do que contratações, mas esperem a janela de janeiro. Vai mais gente embora. Saco cheio só de pedidos e problemas (informações de blogs e site da CBF)


(G = goleiro / Z = zagueiro / L = lateral / V = volante / M = meia / A = atacante)


Flamengo – Chegaram: Dieguinho (A - Nova Iguaçu), Douglas (Z - Santo André) e Willians (M – Santo André) / Saíram: Dininho (Z - dispensado), Leonardo (Z - dispensado), Fernandão (A - dispensado).


Corinthians – Chegaram: Jean (Z - Grêmio), Jorge Henrique (A - Botafogo), Ronaldo (A – sem clube), Túlio (V - Botafogo) / Saíram: Perdigão (V - dispensado), Rafinha (M - dispensado), Marcel (M - dispensado), Bebeto (A – dispensado), Fábio Ferreira (Z-Grêmio).


Vasco – Chegaram: Paulo Sérgio (L - Grêmio), Enrico (M - Djurgarden), Fágner (L - PSV), Titi (Z - Náutico), Fernandinho (L – Vila Nova), Dorival Júnior (Técnico - Coritiba) / Saíram: Wágner Diniz (L – São Paulo), Madson (M - Santos), Edmundo (A - dispensado), Odvan (Z - dispensado), Eduardo Luiz (Z - dispensado), Anderson Santos (Z - dispensado), André (Z - dispensado), Jorge Luiz (Z - dispensado), Jonílson (M - dispensado), Renato Gaúcho (Técnico – dispensado).


São Paulo – Chegaram: Wágner Diniz (L - Vasco), Washington (A - Fluminense), Eduardo Costa (V - Espanyol), Júnior César (L - Fluminense), Renato Silva (Z - Botafogo) / Saíram: Jancarlos (L - dispensado), Júnior (L - dispensado), Renan (V - Sport), Éder Luis (A – Atlético Mineiro).


Botafogo – Chegaram: Diego (A – Nacional), Reinaldo (A – sem clube), Jean Carioca (M – ABC) / Saíram: Jorge Henrique (A – Corinthians), Túli (V – Corinthians), Renato Silva (Z – São Paulo), Lúcio Flávio (M – Santos), Triguinho (L – Santos), André Luis (Z – dispensado), Fábio (A – dispensado), Luciano Almeida (L - dispensado).


Palmeiras – Chegaram: Maurício (Z – Coritiba), Marquinhos (M – Vitória), Cleiton Xavier (M – Figueirense), Willians (M – Vitória) / Saíram: Alex Mineiro (A - Grêmio), Jorge Preá (A – Mogi Mirim), Makelele (V - Vitória), Thiago Gomes (Z - Vitória), Leonardo Silva (Z - Vitória), Valmir (L - Vitória), Washington (A - Vitória).


Fluminense – Chegaram: Xandão (Z - Guarani), Mariano (L – Atlético Mineiro) / Saíram: Washington (A – São Paulo), Júnior César (L – São Paulo), Thiago Silva (Z – Milan), Carlinhos (L – Náutico).


Santos – Chegaram: Triguinho (L – Botafogo), Lúcio Flávio (M – Botafogo), Madson (M – Vasco) / Saíram: Fábio Santos (L - Grêmio), Michel (M - dispensado).


Cruzeiro – Chegaram: Soares (A - Grêmio), Apodi (L – São Caetano), Léo Silva (M - Ipatinga) / Saíram: Leandro Domingues (M - Fluminense), Bruno (M - dispensado), Maurinho (L - dispensado), Flávio (G - Cabofriense), Tiago Martinelli (Z – Cereso Ozaka-JAP), Diego (A – Botafogo).


Grêmio – Chegaram: Fábio Santos (L - Santos), Tadeu (A – Figueirense), Ruy (L – Náutico), Alex Mineiro (A - Palmeiras), Fábio Ferreira (Z-Corinthians), Rafael Marques (Z - Goiás) / Saíram: Marcel (A – Vissel Kobe-JAP), Jean (Z – Corinthians), Rafael Carioca (V – Spartak Moscou-RUS), Paulo Sérgio (L – Vasco), André Luis (A - dispensado).


Atlético MG – Chegaram: Éder Luis (A – São Paulo), Emerson Leão (Técnico) / Saíram: Gedeon (M – Paraná), César Prates (L - dispensado), Marcelo Oliveiras (Técnico - dispensado).

Internacional – Saíram: Orozco (Z – dispensado), Ângelo (L – dispensado), Ricardo Lopes (L - dispensado), Daniel Carvalho (A – CSKA-RUS), Bustos (L - dispensado), Ji-Paraná (M – dispensado).

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sapatadas

Gozação que corre pela mídia paulista, aquela mais crítica em relação às estripulias da cartolagem, trata da fundação recente do Movimento Sapatista. Consulta feita pelos líderes deste movimento elegeu o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, como o principal candidato a sapatadas. Em segundo lugar ficou o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman. Na torcida para que o Movimento Sapatista se espalhe pelo Brasil, desde já aponto os meus preferidos às sapatadas: Delfim Peixoto, o eterno presidente da Federação Catarinense, e as turmas do Figueirense e Criciúma, que rebaixaram seus clubes para as séries B e C, respectivamente. No Figueira o primeiro da lista seria aquele gordinho sinistro que felizmente está voltando às praias cariocas. Como lá o pessoal prefere chinelinhos e mocassins leves a vida dele será mais fácil.

Quem é quem

O São Paulo contratou Washington, 33 anos, acreditando que ele ainda é um dos melhores atacantes em atividade no Brasil. Já o Corinthians preferiu apostar primeiro no marketing para depois conferir o resultado da tentativa de recuperação de Ronaldo, 32 anos e com histórico de lesões graves. Um é, o outro já foi e talvez possa voltar a ser. Muricy Ramalho hoje conta com Washington e Borges, Mano Menezes perdendo Herrera, até saber se terá o Fenômeno, ficará sem ninguém para a posição.

Um passo atrás

Quando um clube como o Figueirense, que se vangloria do trabalho feito com as divisões de base, começa os cortes justamente por ela, há algo de podre no reino da Dinamarca. Se não, como entender a demissão de profissionais campeões da Taça São Paulo de Juniores? Será o primeiro resultado da nova parceria que chega ao Orlando Scarpelli para dar as cartas e jogar de mão? Se for, mau sinal. Não é porque o Avaí subiu para a série A utilizando parceiros que a receita é essa. Os primeiros sintomas de que valem muito mais os negócios do que os interesses do clube e do seu torcedor, surgem com o desaparecimento de um time inteiro que alcançou bons resultados. E sem jogadores da base. O Figueirense parece quer seguir o mesmo caminho, o que equivale a um retrocesso.

Quem ganha, quem perde

Essa briga pelos direitos de transmissão do Campeonato Catarinense parece que chegou ao fim, embora a Record mantenha-se firme em suas argumentações, como se nada estivesse decidido. A RBS já comemorou a conquista e a Associação de Clubes divulgou nota junto com a Federação, explicando o ocorrido com uma alegada quebra de contrato. Um dos argumentos utilizados é a transmissão de jogos para as cidades onde eles eram disputados e a má qualidade técnica e da rede do bispo.

Uma final infeliz

Que graça tem assistir a uma final do Mundial de Clubes entre os ingleses do Manchester United e a Liga Desportiva Universitária do Equador? Certamente o melhor futebol do mundo não estará representado por estas duas equipes na final domingo. Coisas de regulamentos e formulismos. Eu passo. Prefiro para ver uma decisão, por exemplo, do Campeonato Brasileiro sub-20.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Se Conselho e conselheiros fossem bons

O texto abaixo é de Luiz Zini Pires, colunista e blogueiro do jornal gaúcho Zero Hora, e serve de alerta para torcedores e conselheiros mais entusiasmados com parcerias e promessas megalômanas de construção de novas praças esportivas. A moda agora são as Arenas. Em Santa Catarina o sonho, por enquanto, é de Figueirense e Avaí. Entendam a cautela com um assunto tão sério:
“O Conselho gremista está desenhando o futuro do clube. As decisões devem pavimentar as próximas cinco décadas do Grêmio: asfalto bom ou estrada vicinal. Sai o Estádio Olímpico, casa histórica, entra a Arena, projeto milionário. Fica no horizonte próximo o estupendo valor do estádio novo em folha de 50 mil lugares: R$ 300 milhões. A idéia é começar a construção em 2009 e finalizar em 2012.
Conta-se nos dedos das mãos os países que estão construindo estádios de porte semelhante. A crise econômica planetária, que começou justamente no setor imobiliário, tem assustado os investidores, cortado novos investimentos e adiado projetos já definidos. Crédito volumoso é algo raro, ao contrário de dois meses atrás quando havia dinheiro para usinas e arranha-céus.
Não sei quem tem hoje no Brasil algo como R$ 300 milhões para bancar um novo estádio de futebol do porte do Projeto Arena. No Rio Grande do Sul,eu tenho certeza, não tem ninguém.
O Conselho azul foi eleito pelos sócios lotados de boas intenções, torcedores como os que suam das arquibancadas em domingos de sol e de decisão. O Conselho nasceu para ser a voz, a consciência e a certeza dos tricolores. É. Mas nem sempre acerta.
O Conselho tem feudos, tem donos, tem grupos, tem turmas, tem ótimas intenções. Falta união. Tanto que o homem que mais conhece e entende do Projeto Arena, Eduardo Antonini, está sendo afastado por questões políticas.
Os homens do Conselho não podem errar o seu próximo movimento, o mais importante da história do Grêmio. Não podem enterrar o Olímpico num projeto inviável. Quem conhece um bom estádio europeu sabe como os nossos, em sua grande maioria, estão superados. Sabe o real valor de um novo, o que ele pode fazer para melhorar a vida de um clube. O dinheiro novo que entra somente através do marketing é um espanto.
A trágica ISL nasceu sob as palmas do Conselho na mesma sala do Olímpico. Lembra? O erro quase destruiu o Tricolor, que ainda paga dívidas da virada do milênio, atrasa o avanço do clube e viu ex-dirigentes importantes seriamente envolvidos com a Justiça. Alguns ainda são vaiados nas ruas.
Anos depois, navegando no fracasso da decisão, conselheiros confessaram que não haviam lido o contrato ou entendido a festejada parceira. Foram enganados pela sotaque suíço, por outros europeus, 500 anos depois dos primeiros colonizadores que desembarcaram na Bahia (terra da OAS) trocando espelhos por ouro.
O mínimo que se pode esperar dos conselheiros é a leitura completa do acordo entre o clube e a construtora OAS. Não é hora de apressar nada. Pelo contrário, pé no freio e calma. O momento é o de ler nas entrelinhas, olhar as letrinhas miúdas, descobrir deveres e direitos, antes de qualquer movimento. Pegar a lupa emprestada de advogados, engenheiros, administradores e consultores, um exército deles.
A ISL é o fantasma da vida do Grêmio. A Nova Arena pode ser a redenção.”

Machismo com pó de arroz

"Se ele conseguiu fazer com que meninas com dois neurônios fossem vice-campeãs olímpicas, se trata de um bom profissional.” A frase machista é do presidente do Fluminense, Roberto Horcade, na reapresentação do técnico Renê Simões, que assinou novo contrato com o clube.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Futuro incerto

Além de recuperar a forma física Ronaldo terá que torcer para que não se repitam as seqüências de lesões musculares que o atormentaram em outros momentos após as cirurgias complicadas que fez nos joelhos. Profissionais de várias áreas que acompanham sua tentativa de voltar ao futebol estão bastante cautelosos e dizem que recuperação total só para o próximo Campeonato Brasileiro. A direção do Corinthians sabe disso, mas decidiu fazer essa aposta de alto risco garantindo, nesses primeiros meses de incertezas, pelo menos faturamento de imagem e milhares de reais em contratos de patrocínio e venda de produtos com o nome de Ronaldo. Acredito que o Campeonato Paulista terá uma participação limitada do Fenômeno por causa de gramados irregulares e zagueiros adversários loucos para tirar uma casquinha do craque. Diante de tantas dúvidas e encaminhamentos pouco esclarecedores por parte da cartolagem, a torcida terá que ter muita paciência a acreditar num quase milagre.

Todo o cuidado é pouco

O final de temporada foi bom apenas para o Avaí com a conquista de uma vaga na série A. Figueirense e Criciúma caíram, um para a segunda divisão, outro para a terceira, para fazer companhia ao Marcílio Dias que nutre alguma esperança de subir de categoria. O outrora grande Joinville se apequenou de tal forma desde que inaugurou a Arena que sua torcida já esqueceu que um dia o clube foi um dos poderosos do futebol catarinense. Até o Brusque acabou salvando-se do ostracismo total ao vencer três competições nos dois últimos meses do ano. A próxima temporada não será mais fácil para ninguém, especialmente para quem ignorar algumas questões básicas para uma boa preparação. Figueirense e Avaí, principalmente, somam as maiores expectativas de suas torcidas. Um descuido qualquer no próximo Brasileirão pode programar clássicos para a Ressacada e Orlando Scarpelli na série B em 2010. Se não acontecer coisa pior.

A nova praga

A fonte de tantas preocupações são as parcerias que estão tomando conta dos clubes brasileiros. Por aqui o Avaí é o mais novo exemplo de sucesso, tanto que o Figueirense resolveu voltar ao passado, recuperando uma metodologia que havia abandonado nos últimos tempos. Só os clubes mais organizados, como São Paulo e Inter, por exemplo, estão livres desta obrigação criada pela falta de planejamento e de boas alternativas domésticas. Os parceiros, empresas ou empresários que visam basicamente o lucro, fazem e desfazem times com uma facilidade preocupante. De um ano para o outro as camisas trocam de dono sem que o torcedor tenha tempo de entender o que está acontecendo. Mesmo o bem sucedido Avaí não sabe que time mandará a campo em 2009 porque mais da metade daquela formação de 2008 não existe mais. Aí é que mora o perigo de que falei na nota acima, resultado de uma prática que virou praga no país do bom futebol. Alguns me chamarão de pessimista, mas o filme é antigo e já foi reprisado muitas vezes em várias cidades brasileiras vitimando clubes tradicionais e potências em outros tempos, aqueles de vacas gordas e que não existem mais. Lembram, por exemplo, do Guarani de Campinas? Só agora está voltando à cena, e para deixar mais difícil ainda a série B em 2009.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Record x RBS

Enquanto a RBS comemora a assinatura do contrato para a retomada das transmissões do Campeonato Catarinense a direção da Rede Record insiste em que o assunto continua vivíssimo e percorrendo os caminhos legais na justiça. A Federação e a Associação de Clubes desconsideram qualquer novidade em sentido contrário à participação do grupo gaúcho a partir do início da competição. Minhas fontes garantem que essa briga a Record já perdeu e que o assunto está morto e enterrado. A nota abaixo – que puxei do blog do Tio César – divulgada pela tevê dos bispos, dá detalhes da encrenca e garante que a pendenga vai longe.

Rede Record – fatos e versões

"A paixão dos brasileiros pelo futebol e sua competência nesta modalidade esportiva são reconhecidas no Mundo inteiro. Considerado o esporte mais popular do Brasil, em Santa Catarina também segue a regra, e mobiliza corações e mentes o ano inteiro, especialmente durante o Campeonato Catarinense.Lamentavelmente, neste final de 2008, a Associação de Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina, a Federação Catarinense de Futebol, a Agência representante e os Clubes de Futebol Profissional filiados, mais um Grupo de Comunicação concorrente, tentam passar por cima do contrato que a Rede Record detém para cobrir legitimamente o Campeonato até 2009.Apesar da Justiça, em outubro do corrente ano, ter negado pedido de sustação da vigência do contrato, mantendo o direito da Rede Record continuar transmitindo com exclusividade os jogos que iniciam em janeiro do ano que vem, é fundamental que se teçam algumas reflexões sobre o ocorrido, pela gravidade do precedente que envolve.

A análise e a posição da Rede Record

A Rede Record entende que, mais do que esporte, competição e entretenimento, o futebol é um grande espetáculo, um empreendimento empresarial de grandes proporções, e também uma cultura que tem se aperfeiçoado continuamente: tanto do ponto de vista técnico e profissional, como no que tange à legislação, à ética e às normas regulatórias. Isto tudo foi uma exigência da sociedade e fruto da consciência amadurecida dos torcedores, da imprensa, dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e da Sociedade em geral.Em 2003, por exemplo, o Brasil ganhou o Estatuto do Torcedor, como ficou conhecida a Lei 10.671/03, que tem por objetivo justamente proteger os interesses do consumidor de esportes no papel de torcedor, obrigando as instituições responsáveis a estruturarem o futebol de maneira organizada, transparente, segura e justa.Neste contexto, a Rede Record reafirma que o futebol é também um produto de comunicação que deve respeitar os interesses do torcedor, dos patrocinadores e da comunidade. Na medida em que a Associação dos Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina e a Federação Catarinense de Futebol agem afrontando a ordem jurídica, isto passa a ser um péssimo exemplo para a sociedade e um desrespeito ao próprio futebol.O objetivo de realizar a cobertura do Campeonato e comercializar patrocínios, para a Rede Record, é uma atividade que implica em correção, respeito à ética e à segurança jurídica. Contratos existem para serem cumpridos.

Postura ética em xeque

Num momento em que o Brasil inteiro luta pela promoção dos valores da responsabilidade social e corporativa, indivíduos, empresas e organizações em geral devem fazer sua parte zelando pela retidão de conduta em todos os aspectos: o que inclui, neste caso da cobertura do Campeonato de Futebol, em particular, especialmente as relações institucionais e financeiras.Como aceitar que a Associação, a Federação e a Empresa de comunicação concorrente –contrariem as normas jurídicas, desconsiderem um contrato anterior legítimo e manchem a ética negocial do futebol em nosso Estado?A Rede Record não concorda com tal postura da Associação e da Federação, que tentam, assim, macular não apenas o esporte, mas ofender aos próprios torcedores, ao mercado e à sociedade como um todo.A filosofia e a postura ética da Rede Record não estão à venda por valores financeiros: dinheiro não é a questão principal a questão é postura e ética. A Rede Record sente-se no dever de honrar seus compromissos de cobertura, com qualidade e credibilidade, cumprindo o contrato assinado em 2006, para as temporadas 2007, 2008 e 2009. É o nosso jeito de trabalhar e respeitar o futebol, a Comunidade Catarinense e os valores da correção e da justiça, pelos quais os brasileiros têm tanto aspirado e trabalhado.

Os objetivos e as alternativas propostas pela Rede Record

Para que o futebol, o torcedor, os times e a sociedade catarinense não sejam prejudicados, portanto, o contrato vigente da Rede Record para 2009 precisa ser mantido, e a Associação e a Federação devem repensar suas ações e respeitar as regras do jogo com responsabilidade e, principalmente, honrar os contratos que assinam. Assim, estarão dando o bom exemplo que a situação demanda e que a sociedade merece e exige.Caso contrário, todas as partes envolvidas correm o risco de sair perdendo, em decorrência da guerra de liminares judiciais que poderão vir a impedir por completo a própria transmissão televisiva do Campeonato 2009, o que fatalmente traria conseqüências desastrosas e irreparáveis para toda a sociedade.Finalizando, a Rede Record manifesta seu desejo de participar da concorrência pela transmissão do campeonato catarinense de 2010. A fim de que isto aconteça, basta os signatários honrarem o contrato já assinado com a Rede Record, relembrar a história recente, e aguardarem apenas mais um ano até que se realize uma nova concorrência que irá valorizar ainda mais a importância do produto “Campeonato Catarinense de Futebol”.

Direção da Rede Record"

As mentiras sobre a 101 sul

Tô na bronca faz tempo com a mentirada do Ministério dos Transportes & Cia sobre o atraso nas obras de duplicação da BR-101 sul. O Moacir Pereira entrou nessa com nota hoje no seu blog. Dá-lhe Moa...

"O Conselho das Entidades Empresariais de Santa Catarina está publicando hoje nota intitulada "Duplicação da BR-101: Santa Catarina exige responsabilidade", em que focaliza a lentidão com que se executam as obras de duplicação do trecho sul da principal e mais movimentada rodovia federal no Estado.
Não aceita como desculpa oficial para atraso na conclusão das obras as últimas chuvas que atingiram o Estado, afirmando que o ritmo já era frustrante antes da ocorrência climática.
- Estamos diante de uma nova mostra de ineficiência - enfatiza a nota. E conclui: "Os administradores precisam ser chamados à responsabilidade ou substituídos".

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Eles não sabem o que dizem nem o que fazem

Tenho problemas com sono. Não consigo dormir até tarde, sou madrugador, pequeno distúrbio que às vezes prejudica meu entendimento de algumas coisas que ouço e vejo ao raiar do dia. Meio sonolento acabo confundindo realidade com ficção, como no início deste 11 de dezembro, quando assistia aos telejornais das primeiras horas. A chamada para o noticiário de um deles falava que as autoridades da área estavam surpresas com o estado de algumas rodovias catarinenses. Que planeta habita essa turma? Entenda-se, no caso, Ministério do Transporte e Denit. Logo em seguida entrou o repórter, em Tubarão, para dizer, entre outras frases surrealistas, que as obras de duplicação da BR-101 Sul serão concluídas apenas em dezembro de 2009 e que o atraso se deve às chuvas e à falta de material. Primeiro pensei ter ouvido mal, depois achei que era um sonho ruim, um pesadelo. Quem sabe, engano do repórter, matéria mal apurada, pauta executada pela metade, coisas comuns na pressa do jornalismo da tevê. Nada disso, era a exposição por inteiro e sem constrangimento da cara de pau, da incompetência e da omissão criminosa. Enquanto ministros e técnicos não conhecerem a realidade da área em que são especialistas e no país em que vivem vai continuar morrendo gente em penca. No mais, esqueçam. BR-101 Sul pronta só em 2010. Ou em 2014, ano da Copa do Mundo que querem trazer para o Brasil. A chuva não vai atrapalhar e não faltarão recursos nem material para a construção de mais alguns elefantes brancos. Como se os que já existem sejam poucos e estejam em bom estado de conservação. Os baianos e os responsáveis – até hoje impunes - pelas sete mortes da Fonte Nova que o digam.

Deu no Diarinho

BABAÇÃO


FCF confirma Catarinão 2009 na RBS


A Federação Catarinense de Futebol (FCF) organizou uma viadagem ontem pra homologar os horários dos jogos televisionados do Catarinão 2009. Pro desespero do pessoal da RIC Record, que tomou um verdadeiro pé-na-bunda, foram confirmadas a RBS TV e a Globo Sat como as transmissoras da competição. A TV do bispo ainda tenta reverter as coisas na dona justa.
Durante o encontro, também foi apresentada a bola oficial do campeonato e anunciado pelo presidente da FCF, Delfim Pádua Peixoto Filho, que o Grupo RBS será homenageado na final da competição com o nome da taça entregue ao campeão, no dia 1º de maio de 2009. A taça será denominada de "RBS TV - 30 anos", na maior babação de ovo pra empresa gaúcho-catarina.
Por causa da novela das oito, que na prática começa às nove, os jogos da telinha durante a semana começarão às 22h, ou seja, o torcedor que se exploda pra ir ao estádio, voltar pra casa e trabalhar dia seguinte. Nos domingos, os confrontos rolam às 17h, até o dia 11 de fevereiro. No dia 15 do mesmo mês, os jogos do fim de semana voltam pras 16h. No dia 18 de fevereiro, as partidas à noite começam às 21h50, com o torcedor ganhando fantásticos 10 minutos pra chegar em casa mais cedo

Deu na RBS

Definidos jogos do turno do Catarinense

que terão transmissão pela RBS TV


A primeira partida no canal aberto será JEC x Criciúma no dia 18 de janeiro


A homologação dos horários dos jogos do Campeonato Catarinense 2009 ocorreu na tarde desta quarta-feira, dia 10, na sede da Federação Catarinense de Futebol (FCF), em Balneário Camboriú. Foram divulgadas as partidas que terão transmissão ao vivo pela RBS e pelo pay-per-view desde o início do campeonato, dia 17 de janeiro, até o final do turno. A partida que abre o Catarinense 2009 é Avaí x Brusque, às 18h15min do dia 17 de janeiro. O jogo terá transmissão pay-per-view. O primeiro confronto a ser exibido na TV aberta será entre JEC e Criciúma, dia 18 de janeiro, às 17h, direto da Arena Joinville. O presidente da FCF, Delfim de Pádua Peixoto Filho, enalteceu a qualidade do trabalho da RBS após a assinatura do contrato.
— Eu acho que nós temos parceria com uma empresa competente, que é do ramo, e que já demonstrou sua força no Sul do país. Por que mudar? Eu sou da opinião de que até 2015, enquanto perdurar meu mandato, nós não vamos aventurar mais. Vamos continuar com essa parceria — declarou Delfim. Segundo o presidente, além dos próprios clubes, os torcedores catarinenses serão os maiores beneficiados com o acordo.
— A RBS tem seus canais de transmissão no Estado inteiro. É mais visibilidade para o campeonato, para os clubes e para as marcas deles. É um presente que damos ao torcedor, que vai ter a oportunidade de todo domingo e quarta-feira assistir ao melhor jogo da rodada.
O representante do Grupo RBS, Cyro Martins, ressalta o cuidado da empresa na transmissão das partidas:
— Nada aqui está sendo feito sem o maior planejamento. Tudo foi levado ao extremo do requinte para que, no ano em que a RBS terá seu nome na taça do Catarinense, a gente tenha o melhor campeonato em termos de cobertura jornalística e em organização. Ouvinte, leitor, telespectador e internauta podem esperar a melhor cobertura jornalística de todos os veículos da RBS. Nenhum deles deixará de dar a importância merecida ao Campeonato Catarinense.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O desastre da cobertura da TV na encehente

Por Antonio Brasil

Se você acha que jornalismo na TV é show de imagens, profusão de lágrimas e excesso de perguntas ridículas então a cobertura das enchentes em Santa Catarina pela TV foi um sucesso.

Mas se você acredita que jornalismo de verdade, mesmo na TV, deveria investigar o que realmente aconteceu, a extensão e causas da tragédia, então a cobertura em Santa Catarina foi um... desastre.

Um fantástico show de pieguices, redundâncias e improvisações com pouquíssimas informações, nenhuma investigação e ainda menos contextualização.

Jornalismo na TV ou em qualquer lugar tem que ter boas imagens e emoção.Nada contra. Mas também tem que ter o mínimo de conteúdo. Afinal, telejornalismo é prestação de serviço obrigatório em concessão pública.

No entanto, o que fica evidente é que para as nossas redes de TV "tragédia" significa antes de tudo "oportunidade" para aumentar a audiência e investir na própria imagem.

E dá-lhe excesso de matérias que dizem pouco e não explicam nada. O verdadeiro objetivo é comover o público e ajudar a inverter a longa tendência de queda de audiência dos telejornais.

Além da pieguice da cobertura, surge uma tremenda oportunidade comercial para essas emissoras: campanhas autopromocionais de ajuda duvidosa às vítimas das tragédias, mas que fortalecem a imagem e os interesses das emissoras.

Campanhas filantrópicas?

Este domingo, o show de pieguices na TV ultrapassou todos os limites do bom senso.Foi um excesso de lágrimas e pouquíssimas cobranças. Confesso que em muitos anos de TV não havia visto tanta bobagem e tão pouca informação em uma tragédia tão recorrente e previsível. Pobre Santa Catarina!

Já em 1984 cobria enchentes no Vale do Itajaí para agências internacionais de notícias. Repeti a dose diversas vezes. Pelo jeito, nada mudou. A pergunta dos meus editores continua relevante: por que vocês não fazem alguma coisa para evitar as próximas enchentes?

Mas pelo jeito, parece que esse tipo de pergunta não é importante. Pelo menos, não para a nossa TV. Frente às lágrimas dos sobreviventes, cidades alagadas e muitas casas destruídas, o jornalismo de verdade, pelo menos na TV, não tem vez.

Diretores na rua

Neste último domingo, teve de "quase" tudo na cobertura da tragédia em Santa Catarina pelas nossas TVs.

Na Record, a campanha "Reconstruindo Santa Catarina" ou seria "Reconstruindo a Record", ficou parecendo muito com o famigerado formato dos programas evangélicos da emissora.

Artistas e apresentadores foram convidados a fazer figuração ao vivo no lançamento da campanha. Uma das cenas mais patéticas da nossa TV. Todos em pé no fundo do palco, cada um ao lado do outro, sem saber bem muito bem o que dizer ou fazer. A improvisação e o constrangimento eram evidentes.

Enquanto isso, o mestre de cerimônia do programa, o repórter Brito Júnior, a todo instante fazia questão de elogiar a iniciativa da rede Record: arrecadar fundos para reconstruir casas em Santa Catarina.

Ele também aproveitava a ocasião para destacar a qualidade das reportagens dos colegas de emissora. Um show de matérias lacrimogêneas que não diziam muito, mas que conseguiam seu principal objetivo: emocionar o público e garantir doações e fortalecer a imagem da emissora.

Mas o ponto alto da cobertura foram os diretores da emissora caminhando pelas ruas devastadas de Blumenau. Todos vestindo ternos escuros, "men in black", homens de preto ou seriam pastores evangélicos, ouvindo as reclamações dos moradores, se reunindo com os políticos locais e garantindo ao público soluções milagrosas.

Sinceramente, foi algo inusitado na TV brasileira. Não me lembro jamais de ver diretores de emissoras de TV fazendo esse papel. Sinal dos tempos ou de desespero. Ainda não estou certo.

Doação de salários

A Record fez questão de mobilizar seus melhores jornalistas para entrevistar ou "levantar a bola" para seus próprios diretores em pleno cenário da tragédia catarinense.

Isso certamente demonstra que não há mais limites para as nossas TVs. Por um punhado de Ibopes, fazemos qualquer negócio.

Mas o momento mais singular ou patético foi a declaração ou "cobrança" ao vivo do repórter Brito Junior aos apresentadores da emissora presentes no palco da campanha.

Ele se dirige ao público telespectador para informar que naquele momento todos os apresentadores da Record teriam decidido dar o exemplo e abrir mão de dez, vinte, trinta ou até mesmo cem por cento de seus salários para ajudar as vitimas das enchentes em Santa Catarina. Corte rápido para a cara de surpresa do jornalista Paulo Henrique Amorim. Valeu a pena ter assistido a tantas bobagens para testemunhar esse momento de solidariedade surpreendente ou "forçada". Acho que o PHA não entendeu muito bem ou não gostou da brincadeira. Tanto faz!

Mas teve mais. O mesmo Paulo Henrique Amorim não perderia a oportunidade para promover o jornalismo solidário: "Não é porque a reportagem é minha, mas eu gostaria de chamar atenção dos telespectadores".

Corte rápido para mais comerciais e mais doações.

Artistas ao vivo e "ouro" para o Brasil

No outro extremo, a TV Cultura de São Paulo também embarcou na cobertura e na promoção da tragédia com campanhas de ajuda. Meio às pressas, organizou show ao vivo diretamente do auditório do Ibirapuera com muitos artistas, em sua maioria grandes desconhecidos. Foi outro show de pieguice e improvisação na TV.

Vários apresentadores da emissora compareceram ao palco improvisado e obviamente não sabiam o que dizer ou fazer. Não foi boa televisão, mas acho que valeu a intenção. Pelo menos, não prometeram doar os salários dos funcionários da emissora.

Aqui entre nós, tenho minhas dúvidas sobre a eficácia dessas campanhas filantrópicas na TV. Fazem grandes promoções, enormes promessas e dificilmente divulgam seus resultados.

TV é muito boa para mobilizar o público. Mas odeia prestar contas de seus atos ou de suas campanhas.

E como recordar é viver, seria bom lembrar uma das primeiras campanhas na TV: Ouro para o bem do Brasil. Lembram? Foi nos primeiros anos da ditadura.Assisti ao vivo pela TV. Milhares de brasileiros foram aos postos de arrecadação das Associadas levando suas alianças de ouro com o objetivo de salvar o Brasil da falência. Pobres brasileiros. Já naquela época, a TV mostrava sua força e sua farsa.

O Brasil continuou o mesmo. O ouro para o bem do país provavelmente sumiu. E a nossa TV jamais prestou contas do dinheiro arrecadado com tanta boa vontade.

Então, por que não promover um novo show ao vivo com artistas conhecidos e desconhecidos para demonstrar ao público como foi gasto todo o dinheiro arrecadado para as vítimas de Santa Catarina?

Pode não dar bom Ibope, mas garantiria mais transparência, honestidade e engajamento do público em futuras campanhas. Foi só uma sugestão.

Jornalistas bombeiros e pára-quedistas!

Afinal, o desastre de Santa Catarina sempre foi "previsível" – eu mesmo já cobri várias outras inundações no Vale do Itajaí – e outros desastres com certeza virão.

Em vez de investir em campanhas de solidariedade, talvez devêssemos investir no treinamento de profissionais para cobrir desastres e fazer um jornalismo de TV melhor. Um jornalismo que busque as causas dos desastres e que exija medidas concretas para evitá-los no futuro. Pode não dar tanto Ibope, mas pode salvar muitas vidas.

Nunca entendi por que as emissoras de TV não investem em treinamento para a cobertura de desastres. Não sabemos quando, mas eles sempre acontecem. E eles são muito importantes para a cobertura jornalística. Não podemos viver eternamente acreditando em improvisações, amadorismos ou jeitinhos de última hora. Se bombeiros fossem jornalistas, todos os incêndios ou inundações também seriam um desastre. Bombeiros ou profissionais que vivem de tragédias se preparam para as surpresas da natureza, das irresponsabilidades políticas ou da crescente especulação imobiliária.

Tragédias ou desastres são o grande momento de qualquer tipo de jornalismo.Ainda mais na TV. Não podem ser previstos ou planejados, mas a cobertura dessas tragédias pode ser preparada, equipes podem ser treinadas e os resultados finais podem ser avaliados. Temos que aprender a cometer erros novos.

No Fantástico, a cobertura não foi muito diferente das competidoras. Muitas lágrimas, imagens dramáticas, pés na lama e pouquíssimas informações relevantes.

Mas o mais "patético" foi levar a bela apresentadora do Fantástico, Patrícia Poeta, para os confins do desastre catarinense. Pobre apresentadora. A falta de jeito e experiência era evidente. Afinal, não se faz um repórter de verdade, que cubra tragédias de uma hora para outra. Além disso, a beleza e a fama muitas vezes atrapalham. Bom jornalismo não se improvisa.

Também considero essa prática jornalística um certo desrespeito com os profissionais mais dedicados, experientes, porém menos famosos. Eles ficam "ralando" durante dias para garantir uma boa cobertura, e nos grandes momentos, nas principais reportagens, nas melhores chamadas são substituídos pelos jornalistas ou apresentadores pára-quedistas. Triste vida do repórter de verdade.

Pois o ponto alto da cobertura da tragédia em Santa Catarina no Fantástico deste domingo, com direito à chamada retumbante na Internet foi: "Patrícia Poeta passa madrugada em abrigo em Ilhota(SC)". Pasmem! Ver aqui.

Destaque para algumas das melhores e mais relevantes perguntas da toda a cobertura de TV da tragédia em Santa Catarina: Patrícia Poeta: Qual vai ser o dia mais triste, o momento mais triste que você vai lembrar?

Impressionante. Mas não foi só isso. Teve mais.

Na penumbra do abrigo, altas horas, a apresentadora do Fantástico ainda esbanjava elegância e beleza com seus cabelos longos, soltos, bem cuidados e penteados e com muita, muita maquiagem no rosto. Ela estava bem preparada para enfrentar as agruras de uma longa noite no abrigo. Ao fundo, mulher sentada com ar de tristeza e resignação aguardava o desastre. Cenário perfeito para a pergunta definitiva:

Patrícia Poeta: Simone, você está na fila do banheiro?

Corte rápido para os comerciais e para mais pedidos de doações.

* Jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey.

Publicado no site Comunique-se em 01/12/2008


O futebol brasileiro agradece

Ele é o Fenômeno, o maior artilheiro de todas as Copas, passou pelos maiores clubes do mundo, venceu duras batalhas contra as piores lesões e está lutando de novo para voltar aos gramados, tudo de acordo com o apelido que o tornou famoso mundialmente. Como o planeta bola já sabe, Ronaldo acaba de assinar com um dos clubes mais populares do país, na primeira grande jogada corintiana do ano. É bom para o Corinthians, melhor ainda para o jogador, excelente para o futebol brasileiro que voltou ao noticiário internacional e passa a contar com uma grande atração para as bilheterias. O começo será no Campeonato Paulista. Vamos torcer para que dê certo e que a recuperação de Ronaldo alcance o Campeonato Brasileiro e se sustente por aqui até o final de 2009.

O cochilo rubro negro

Os torcedores do Flamengo estão pulando dentro das calças por terem perdido Ronaldo para o Corinthians. Até já queimaram camisas do jogador, acusado de “traíra” por meia dúzia de fanáticos. A cobrança está com o foco distorcido porque o próprio Ronaldo explicou que, apesar de ser “flamenguista de carteirinha”, não recebeu nenhuma proposta dos dirigentes. E olhem que ele passou quatro meses na Gávea, fazendo fisioterapia e treinando.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Lições do campeonato

No 'Lance', de hoje


O DESPERTAR DAS ILUSÕES
Por JOSÉ LUIZ PORTELLA


O Palmeiras iludiu-se com Luxemburgo. O Palmeiras e a Traffic.
O Fluminense iludiu-se com Renato Gaúcho; o Vasco, com Roberto Dinamite; o Flamengo,
com Márcio Braga e Caio Jr.
O despertar é de ressaca.
O Palmeiras entregou-se a Luxemburgo.
Ele teve a Traffic; portanto, dinheiro e os jogadores que quis.
Rejeitou a vários.
Como sempre, quis adotar o modelo all inclusive (tudo incluído).
Você contrata Luxemburgo por um custo absurdo, acima da própria capacidade de receita.
Ele vem com uma comissão técnica caríssima e passa a mandar em tudo.
Ninguém entende de nada; só ele sabe de futebol, de gestão, de tudo.
O pacote deu nisso: o pior posto na classificação para a Libertadores com um elenco que
promete não passar da fase de grupos.
Algo que outros técnicos menos cotados e com salários muito inferiores já o fizeram.
O custo não valeu o benefício.
O Fluminense tinha time para estar na zona da Libertadores.
Abriu mão disso ao entrar na do Renato Gaúcho, no início do campeonato.
Amargou um ponto ganho no Brasileirão por várias rodadas para poupar o elenco em fase
prematura.
Acreditou nessa de comando absoluto do técnico!
Roberto Dinamite pensou que a simpatia seria suficiente.
Quando entrou, não trocou a estrutura de Eurico, não fez a remodelação necessária.
Depois, acreditou que um boleiro amigo (o Tita) resolveria.
Solução atual da moda: coloca um boleiro de técnico ou gerente que resolve.
Porque ele fala a linguagem do jogador. Só que ser boleiro não assegura capacidade de
gestão nem conhecimento técnico.
Na seqüência, Dinamite entrega o poder para Renato Gaúcho, que chega com os mesmos
erros do Flu.
E com quem não tem nem afinidade de idéias. Na reta decisiva, ficaram brigando em público.
O Flamengo deixou-se levar pelo discurso presunçoso de um presidente que abre champanhe antes da conquista e teve por Caio Jr a mesma ilusão que nutriu o Palmeiras.
De fato, Caio é uma figura decente no futebol; mas essa condição, necessária, não é suficiente
para dirigir times de ponta em momentos de decisão.
Márcio é retórica. E isso não resolve: ilude.
No meio de todas essas ilusões brotou o São Paulo, campeão.
Parabéns ao Tricolor.
Que fez a sua parte sem brilho, sem administração de S/A, como disseram.
O São Paulo, que poderia ser vanguarda do futebol brasileiro, não avança.
Deve se perguntar por que fazer mais se assim é o suficiente?
Se a concorrência não o estimula, deixa como está.
Os clubes concorrentes estão a ajudar o Tricolor ser campeão.
Iludidos, além de optarem pela figuração permanente, eles atrasam o avanço do futebol
brasileiro.

Os melhores?

Victor; Leo Moura, Thiago Silva, Miranda e Juan; Hernanes, Ramirez, Diego Souza e Alex; Kleber Pereira e Alex Mineiro. Que tal esse time escalado por treinadores e jornalistas como a seleção de 2008 representando o Brasil nas eliminatórias para a Copa de 2010? Com Muricy Ramalho no comando. Faço apenas um reparo: Nilmar no lugar de Alex Mineiro. É tão eficiente quanto o palmeirense, mas muito mais técnico. Gaciba foi mesmo o melhor árbitro de 2008? E como Keirrisson pode ser a revelação do campeonato se ele já apareceu ano passado pelo Coritiba mesmo na série B?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Os melhores do Brasileirão

A CBF fez a festa no Rio de Janeiro para a escolha de técnicos e jornalistas dos melhores do Campeonato Brasileiro de 2008. O campeão São Paulo teve dois jogadores indicados, , Palmeiras e Flamengo também dois, Santos, Cruzeiro, Grêmio, Fluminense e Internacional um cada. A seleção: Victor (G); Léo Moura (Fla), Thiago Silva (Flu), Miranda (SP) e Juan (Fla); Hernanes (SP), Wagner (Cruz), Diego Souza (P) e Alex (Inter); Kleber Pereira (S) e Alex Mineiro (P). Muricy Ramalho ganhou o troféu de melhor técnico e Keirrisson, do Coritiba, o de jogador revelação, além de ter sido premiado como artilheiro, junto com Kleber Pereira do Santos e Washington, do Fluminense. Hernanes ganhou o troféu de craque do campeonato. A arbitragem gaúcha acabou como o destaque da noite com as indicações de Carlos Simon, Leandro Vuaden e Leonardo Gaciba, este o escolhido pela quarta vez consecutiva como o melhor do Brasileiro. Os três foram vaiados (se não, não seriam árbitros) ao subirem ao palco do Museu de Arte, local da festa, e Simon quebrou o protocolo para solidarizar-se com Wagner Tardelli pelo episódio do fim de semana.

Eu não sou cachorro não

O tal do envelope que seria entregue ao árbitro Wagner Tardelli, sorteado para apitar Goiás x São Paulo teria, além de uma quantia em dinheiro, dois convites para o show da Madona em São Paulo. Tardelli reagiu irritado diante da suspeita e do seu afastamento da escala, e também por terem confundido suas preferências musicais. Ele não gosta da Madona, seus ouvidos estão voltados para a sonoridade e beleza das músicas de Waldick Soriano, Nelson Ned, Vando, Reginaldo Rossi e duplas caipiras.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Hexa não

O São Paulo tem todos os méritos neste título conquistado na última rodada do Brasileiro. Soube reagir num momento importante da competição, correndo atrás do Grêmio para recuperar o terreno perdido no turno. A vantagem dos gaúchos chegou a onze pontos. Se não ficou pelo caminho, como Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo, o Grêmio acabou caindo pela irregularidade no segundo turno, ao contrário do time dirigido pelo Muricy Ramalho. Está tudo muito bem, tudo muito bom, especialmente para a torcida campeã. A única coisa que não está certa é a denominação que a mídia insiste em impingir, classificando o São Paulo como hexa campeão. Desde que o mundo é mundo se dá número a títulos consecutivos, e não alternados. O Internacional, por exemplo, é bi, graças aos títulos de 1975 e 1976, e não tri por ter conquistado também o Brasileiro de 1979. Assim, o São Paulo, vencedor de três campeonatos seguidos (2006/2007/2008), é tri-campeão. Como a seleção brasileira, por ter vencido cinco Copas intercaladas, não é penta, mas é bi-campeã por ter ganho as Copas de 1958 e 1962, Simples e verdadeiro.

Um ano difícil a espera do Figueirense

Há quinze dias nem o mais otimista dos torcedores do Figueirense acreditava que o time conquistaria os nove pontos nos três jogos que faltavam. Só que a situação era tão ruim que não adiantou a façanha de Pintado e seus jogadores. Figueirense e Vasco chegaram à ultima rodada do Brasileiro com os piores números entre os quatro clubes que poderiam cair para a segunda divisão, expectativa confirmada no desfecho da competição. Não serviu de nada o esforço nas três últimas partidas, pois o rebaixamento aconteceu em função dos resultados paralelos na goleada do Atlético Paranaense sobre o Flamengo e o empate de zero a zero do Náutico com o Santos na Vila Belmiro. O pior de tudo é que a série B do ano que vem será mais difícil ainda com a queda do Vasco e da Portuguesa, somada à companhia incômoda de Ponte Preta, Juventude, Paraná e Bahia, clubes de tradição no futebol brasileiro, mais Guarani de Campinas e Atlético Goianiense, os dois mais fortes que subiram da série C. São muitos os candidatos à ascensão em 2009. Os dirigentes do Figueirense precisam pensar nisso para não repetir o planejamento equivocado que, misturado ao desleixo e à soberba, levaram o clube ao rebaixamento e a um prejuízo financeiro incalculável. A terceira divisão será um fantasma a rondar o Orlando Scarpelli, junto com arrecadações mais baixas nos jogos e a diminuição das cotas de televisão.

A bronca do Brito

(e minha também)

Os blogueiros César Valente e Aloísio Amorim já publicaram, mas sigo na mesma trilha porque tenho um post de sábado (Cadê a puliça) com situação parecida com o relato do comentarista da CBN, Paulo Brito. Vivi, em outro local, mas com a mesma intensidade as conseqüências da omissão das nossas autoridades municipais e estaduais. Conta Brito:



“Hoje (sexta) à tarde, depois do meio-dia fui até Jurerê para cumprir um compromisso social da família e levei duas horas do Saco Grande até a Praça do Pedágio. O motorista que seguir pelas duas faixas até o Morro que caiu passa por bobo, aquele que segue a lei do trânsito, o que obedece ao código de trânsito são penalizados pelos mal-educados que trafegam pelo acostamento. Você não vê nenhum guarda e quando encontra um no topo do morro, no desvio para Santo Antônio pela estrada velha escuta que: "Estamos com falta de efetivo e eu não posso fazer nada".
Mas o que é que ele esta fazendo no topo do morro? Lá não há necessidade de guarda, porque a fila é "indiana", e no acostamento, no lado de baixo do morro, acontece de tudo. Tive a petulância de colocar meu automóvel no acostamento e trafegar na mesma velocidade das duas pistas. Os espertos e educados subiam na calçada, passavam por cima da grama, entravam nos postos de gasolina, nas entradas das empresas e não se respeitavam. Um cidadão ficou indignado porque eu trafegava devagar, ele queria que eu acelerasse, como se ele tivesse este direito e os outros não. Não satisfeito desceu e chutou a porta do meu carro, ao tentar reagir fui impedido, primeiro pela mulher do valentão e depois pela turma do deixa - disso, enquanto o educado saia por cima da grama como se não houvesse lei.
O único guarda que encontrei me disse "não posso fazer nada..." Então para que polícia se ela não pode fazer nada?
Alguém me respondeu que eu não devia me meter porque se trata de um caso de polícia e a ela cabe coibir, fiscalizar e punir o que me levou a responder que quando eu for testemunha de um roubo de uma casa, de automóvel, de uma pessoa, de uma tentativa de assassinado, de um incêndio também devo ficar calado e não tomar nenhuma providência.
Que país é esse em que solidariedade é esta dos catarinenses se nem respeitam o cidadão que obedece as leis do trânsito em uma estrada. Sobre a 401 há tecnologia nova para remover todo o barro e pedra que despencou pela competência dos nossos engenheiros que adoram cones para corrigir erros.”

sábado, 6 de dezembro de 2008

CBF muda árbitro de Goiás x São Paulo

Após denúncia, Tardelli não apita mais "final" São Paulo x Goiás

Do UOL Esporte
Em São Paulo*

O carioca Wagner Tardelli, atualmente na Federação de Santa Catarina, não apitará mais a partida entre Goiás e São Paulo neste domingo, em duelo fundamental para a definição do campeão brasileiro. A CBF decidiu tirar o árbitro do confronto devido a uma denúncia de tentativa de manipulação de resultado.

De acordo com o próprio Tardelli, uma pessoa usou seu nome para oferecer a alteração do resultado da partida. Para evitar problemas e preservar a imagem do juiz, a entidade resolveu fazer um novo sorteio para decidir o árbitro do confronto."O Ministério Público comunicou que a pessoa estava usando meu nome para oferecer benefícios. Não tem envelope nenhum e eu não denunciei nada, foi uma pessoa que usou meu nome indevidamente", disse Tardelli ao canal Sportv, descartando a versão de que recebera um envelope com dinheiro.
O substituto escolhido para comandar a importante partida foi Jaílson Macedo Freitas, da Bahia. O outro árbitro colocado no sorteio foi Djalma Beltrami, do Rio de Janeiro. Já os auxiliares Milton Otaviano dos Santos (Fifa-RN) e Alessandro Rocha Matos (Fifa-BA) foram mantidos.
"O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, determinou ao presidente da Comissão de Arbitragem, Sérgio Corrêa, que tomasse as providências cabíveis, entre elas a de realizar um novo sorteio para a partida em questão, mesmo reconhecendo a lisura e o caráter do árbitro Wagner Tardelli, que em vinte anos de atividade sempre demonstrou comportamento e conduta dos mais corretos", diz parte do comunicado oficial emitido pela CBF.Segundo o canal de TV a cabo Sportv, Teixeira sabe o nome da pessoa responsável pelo ato ilícito, mas só o revelará no inquérito que será instaurado na segunda-feira para apurar o caso.
Em conversa com Sérgio Corrêa, Tardelli mostrou indignação por ver seu nome envolvido, mas compreendeu a decisão de ser retirado da escala deste final de semana. "Estou preparado e em condições de apitar o jogo, mas em função desses acontecimentos, que tenho certeza de que o presidente Ricardo Teixeira vai apurar até o fim, a CBF fez bem em realizar um novo sorteio. Além do que, eu sou o primeiro interessado em que tudo seja devidamente apurado", afirmou Tardelli em declarações divulgadas pela CBF.

Cadê a puliça?

Experimente ir para a Lagoa da Conceição em final de tarde nesta época de trânsito desviado na SC-401. Consegui sexta-feira chegar ao meu destino para um café com os amigos depois de 45 minutos de sufoco no trecho da Agronômica até o pé do morro, com nova interrupção no acesso principal, na curva do Café Sintonia. Uma esculhambação geral de filas duplas, ultrapassagens pelo acostamento, buzinaços, motoristas irritados, pedestres quase atropelados nas faixas de segurança, enfim, o caos. Dou um doce para quem, nessa hora, descobrir pelo caminho uma autoridade de qualquer farda, polícia militar ou guarda municipal. Essa turma que deveria nos dar guarida e proteção, organizando o trânsito e garantindo um fluxo ao menos um pouco mais respeitoso, desaparece como por encanto. Ou abzudida por alguma nave diferente dos nossos populares e importados que tentam nos levar pra casa ou simplesmente pra curtir um final de tarde tranqüilo à beira da Lagoa. Faz tempo que observo esse fenômeno nos finais de tarde em Florianópolis. A impressão que tenho é que, chova ou faça sol, nossos policiais trabalham em horário comercial. Se bem que agora no período natalino tem gente que estica o expediente. Quem sabe a área de segurança de repente resolva seguir o exemplo de outros segmentos que atendem a comunidade quando são chamados.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Um olho no padre, outro na missa

O final de tarde deste domingo vai dividir grandes emoções com a decisão do título e os rebaixados do Campeonato Brasileiro. Em Florianópolis e outras cidades o torcedor terá um olho para o padre e outro para a missa. Aqui acompanharemos a luta desesperada do Figueirense para permanecer na série A contra uma equipe híbrida do Internacional. Jogarão titulares como o goleiro Lauro e o volante Guiñazu, mas reservas da qualidade de Danny Morais, Taison e Daniel Carvalho ficarão de fora. Como só a vitória do time da casa será insuficiente, vamos torcer contra Vasco, Atlético Paranaense e Náutico. Alguém precisa tropeçar e o Figueira vencer o Inter para nosso representante escapar da degola. Não se sabe que rendimento terá o adversário no Orlando Scarpelli. A única certeza é que os jogadores do Figueirense, além de lutarem pela vitória, terão que jogar com tampões nos ouvidos para não sentirem a pressão de resultados paralelos eventualmente desfavoráveis.

Jogos decisivos, torcidas nervosas

Só uma competição por pontos corridos pode criar uma situação como a deste domingo quando o título será decidido em dois estádios. O São Paulo precisa apenas de um empate diante do Goiás no Distrito Federal enquanto o Grêmio no Olímpico tem que vencer o Atlético Mineiro torcendo por uma desgraça são paulina. O time paulista tem 72 pontos contra 69 dos gremistas e a tensão é tanta em Porto Alegre que os jogadores da casa pediram o desligamento do placar eletrônico do Olímpico. Não querem saber do que estará acontecendo na outra partida, o que não será fácil porque a torcida, vibrando ou murchando, vai naturalmente se encarregar de passar a informação.

Má educação

O futebol brasileiro não toma jeito em alguns aspectos, enquanto evolui em outros. As comemorações de gols ou títulos mostram nossa verdadeira cara tanta é a desorganização e falta de cuidado. Para minha surpresa o organizado Inter (post abaixo) mostrou isso na entrega de medalhas e troféu da Sul-Americana quando o capitão Edinho levantou a taça vestindo uma camisa chinfrim lembrando Araruama, sua cidade natal. Outros apareceram com camisetas e faixas saudando Jesus & Cia. A imagem do clube e a marca dos patrocinadores vão pro saco nessa hora. Ao fim da partida os jogadores deveriam ser chamados ao vestiário para vestir outra vez o uniforme oficial e, aí sim, comparecerem ao pódio para a grande festa da conquista. Clube e patrocinadores agradeceriam penhoradamente a chance de exporem suas marcas para o país e para o mundo.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

FIFA suspende o Peru

A FIFA acaba de suspender a Federação Peruana de Futebol (FPF). Com isso, os clubes, as seleções, os árbitros e os cartolas do país não podem mais participar de competições internacionais ou manter contatos oficiais no exterior.O motivo alegado pela Fifa é a "intromissão da política" no esporte no Peru. O governo peruano não reconhece o novo presidente da PFP, Manuel Burga, argumentando que sua eleição foi fraudada.

Mantida essa decisão haverá mudanças entre os clubes classificados para a próxima edição da Copa Libertadores. O Peru já tem uma das três vagas definida com a classificação do Universitário. As outras duas estavam em disputa entre Sporting Cristal, Deportivo San Martin e Sport Ancash. O Brasil está de olho em nesse imbróglio peruano. Cá entre nós, intromissão política no esporte não é privilégio do Peru. Fosse isso levado a sério por aqui o Brasil e seus clubes teriam que disputar competições em outro planeta.

O Rei de Copas

Ao vencer a Copa Sul-Americana o Internacional fechou um ciclo inédito no futebol brasileiro que é a conquista de todos os títulos disputados por clubes da América: Libertadores, Mundial de Clubes e Recopa Sul-Americana. Está claro que estas conquistas não são obra do acaso, mas conseqüência de uma evolução administrativa pouco comum nos clubes brasileiros. Lembro comparativamente, num primeiro momento, do São Paulo. O Inter hoje tem uma estrutura invejável que começa no trabalho com as divisões de base, reveladora de muitos talentos a mantenedora, em certa medida, do suporte financeiro necessário para o enfrentamento das exigências cada vez maiores da organização no futebol. Um grande jogador é vendido todo ano. A arrecadação de jogos faz tempo deixou de ser o item principal para sustentação de toda a infra-estrutura formada pelo clube. A força maior vem dos 80 mil sócios que interage na venda de produtos ligados à imagem institucional bastante fortalecida nas últimas temporadas. Imagem essa que tem ajudado e vai facilitar cada vez mais a contratação de bons jogadores em busca de régios salários pagos em dia e de visibilidade em uma equipe consagrada e de prestígio internacional. Outra conseqüência importante dessa visibilidade é a atração natural para grandes patrocinadores, fechando o cerco do profissionalismo no futebol visto atualmente como instrumento para grandes negócios.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A CBF e suas trapalhadas

Demorou mas aconteceu. Os organizadores do Campeonato Brasileiro, até aqui levado sem sustos, ganhou no final uma grande polêmica por causa do jogo de domingo entre Goiás e São Paulo no Distrito Federal, em um estádio com capacidade para apenas 20 mil espectadores. Essa partida, programada para o Serra Dourada, estádio do mandante, mudou de local e de Estado por causa da punição ao clube goiano. Aí começaram as lambanças: jogo decisivo em estádio pequeno, ingressos a R$ 400,00, gritaria do Grêmio que se sente prejudicado por tabela, arrecadação menor para o Goiás que pretende ao menos equilibrar o prejuízo – por isso os preços absurdos – e uma grande discussão desviando o foco que é o futebol jogado no campo. No meio disso tudo entrou o Ministério Público e os ingressos baixaram para preços módicos entre R$ 150,00 e R$ 200,00. Mas a encrenca continua por conta da falta de visão da CBF que poderia, por exemplo, ter marcado esse confronto decisivo para o Parque do Sabiá, em Minas Gerais, que abriga confortavelmente 50 mil torcedores.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Chico Buarque é racista?

Os defensores do politicamente correto, incluindo parte da mídia, têm investido contra algumas expressões da linguagem futebolística, como mala branca e mala preta, utilizadas para diferenciar as ofertas de dinheiro para quem perde e para quem ganha. Partindo do raciocínio simplista que prêmio por vitória é aceitável e no outro caso significa suborno, seriam as duas formas, no entendimento dos críticos maniqueístas, uma clara manifestação racista. Não se pode mais então, por exemplo, falar em “nuvem negra” para se adjetivar clima pesado, situações difíceis, por aí. Ou cantar “Meu caro amigo”, composição de Chico Buarque: “(...) aqui na terra tão jogando futebol, tem muito samba, muito choro rock’n’roll, uns dias chove, noutros dias bate sol, mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui ta preta (...)”

Morreu um dirigente

O São Paulo perdeu um dos seus maiores presidentes com a morte sábado de Marcelo Portugal Gouveia. Nessa hora lembro também de outro ex-presidente, no caso do Avaí, o médico Luiz Carlos Espíndola que ficava muito irritado quando era chamado de cartola. Odiava a palavra pelos conceitos pejorativos nela embutidos. Passados todos esses anos dou razão ao Espíndola, felizmente ainda muito vivo. O São Paulo perdeu um dirigente, não um cartola.

Vale um salário mínimo?

A partida entre Goiás e São Paulo, marcada para o estádio Bezerrão terá ingressos a R$ 400,00, com redução de 50% para quem levar doações para as vítimas da enchente de Santa Catarina. Ou seja, duas distorções em um mesmo conceito. Isso tudo porque o Goiás perdeu o mando de campo por briga de torcidas no Serra Dourada e a CBF decidiu levar o jogo para o estádio do Gama no Distrito Federal. E agora? O Goiás se acha no direito de equilibrar o prejuízo em um local com capacidade para apenas 19.400 torcedores. Os dirigentes do clube goiano não aceitam o fato de uma decisão de um dos campeonatos mais importantes do mundo ser programada para um estádio tão pequeno. De novo a CBF faz politicagem com o futebol mostrando uma banana para o torcedor, em última análise o maior prejudicado nessa picuinha da cartolagem. É certo pagar um salário mínimo para sentar na arquibancada, sujeito a chuvas e trovoadas? E quem pode dispor dessa quantia? Perguntinhas para Ricardo Teixeira e seus áulicos responderem.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Inúteis

Quando político não tem nada o que fazer, faz o que fizeram em Alagoas. Deputados desocupados votaram favoravelmente à troca do nome do estádio de Maceió de Rei Pelé para Rainha Marta, alagoana e craque da seleção brasileira de futebol feminino. A alegação dos super atarefados parlamentares foi a de que Pelé nunca deu bola para o estádio. Queriam o quê? Que ele fiscalizasse a sua manutenção para evitar o que aconteceu na Fonte Nova, em Salvador? Por sinal, aquele estádio continua fechado e até hoje ninguém foi punido pela morte de sete torcedores. Como aconteceu aqui com aqueles marginais que aleijaram um idoso em Criciúma no estádio Heriberto Hulse. Menos mal que o governador alagoano, Teotônio Vilela, vetou a lei, mantendo a homenagem a Pelé e prometendo outra à ilustre conterrânea.



Moribundos

A boa vitória sobre o Botafogo no Rio de Janeiro manteve o Figueirense (41 pontos) vivo na primeira divisão. Mas seu estado ainda é crítico porque, mesmo que vença um provável time reserva do Internacional na última rodada em Florianópolis, ainda ficará na dependência de resultados do Náutico (43) na Vila Belmiro contra o Santos, e do Atlético Paranaense (42) na Arena da Baixada contra o Flamengo. São os dois únicos adversários que podem superar os catarinenses por pontos. O Vasco reagiu, soma 40 pontos, mas tem que ganhar do Vitória em casa e ainda secar o Figueira no Scarpelli. O fantasma da série B vai puxar o pé de muita gente esta semana.

domingo, 30 de novembro de 2008

Ministério do Esporte e COB na berlinda

Do blog de Alberto Murray Neto


MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Procuradoria da República no Distrito Federal


PORTARIA Nº 39/2008
O Ministério Público Federal, no uso das atribuições constitucionais conferidas pelo art. 129 da Constituição da República, e considerando:
a) o rol de atribuições elencadas no art.6.º da Lei Complementar nº 75/93;
b) a incumbência prevista no 7º, inciso I, da mesmaLei Complementar;
c) o disposto na Resolução nº 23, de 17 de setembro de 2007, do Conselho Nacional do Ministério Público;
d) o recebimento e distribuição de peças de informação com o seguinte teor:
Peças de Informação: 1.16.000.003459/2008-13


Autor da Representação: ALBERTO MURRAY NETO


Pessoas citadas: MINISTÉRIO DOS ESPORTES - COMITE OLIMPICO BRASILEIRO


Objeto:


SUPOSTAS IRREGULARIDADES NA APLICAÇÃO DE VERBAS DESTINADAS À CANDIDATURA RIO 2016 AOS JOGOS OLÍMPICOS POR PARTE DO COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO. CONVÊNIO Nº 121/2008 PELO QUAL O MINISTÉRIO DOS ESPORTES DISPONIBILIZA MAIS R$3.644.498,09, SOMANDO AOS R$85.000.000,00 ANTERIORMENTE DADOS, PARA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE TERCEIROS, NO BRASIL E NO EXTERIOR, PARA A CANDIDATURA RIO 2016 AOS JOGOS OLÍMPICOS. NÃO REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES.


Determina:
1 – A instauração de Procedimento Preparatório para apurar eventual irregularidade descrita nos fatos noticiados na presente peça de informação.
2 – A publicação e registro da presente Portaria, bem como sua imediata conclusão para a análise das diligências iniciais.Brasília, 11 de novembro de 2008.
http://albertomurray.wordpress.com/

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ética no futebol

Com as muitas decisões nas duas pontas da tabela, e nas duas séries do Brasileiro, o homem da mala vai viajar como nunca por esse país. Um dos jogos visados é o do Figueirense contra o Botafogo, aparecendo o Vasco como interessado em derrota catarinense. Renato Gaúcho foi muito claro ao dizer que seu clube deveria incentivar os jogadores do Botafogo com a chamada mala branca. É um procedimento normal, entendem alguns. Eu já acho que a ética impede esse tipo de ação. Quem oferece dinheiro por vitória, pode muito bem aceitar um prêmio equivalente a suborno. Como os jogadores nunca se manifestam e costumam encarar com naturalidade o incentivo à vitória – obrigação de qualquer profissional da bola – deixamos o assunto passar sem maiores aprofundamentos. É aquela história de que o uso do cachimbo deixa a boca torta e ninguém acha nada estranho. Principalmente em se tratando dos bastidores do futebol. Poucos se lembram da máfia da loteria esportiva, desmascarada pela Revista Placar na década de 80, e muitos já esqueceram o episódio de 2005 do arranjo de resultados envolvendo o ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho.

A Federação não se manca

A Federação insistiu em manter jogos da Copa SC para o meio da semana e deu no que deu. O ônibus do Cidade Azul saiu de Tubarão e ficou retido na estrada, provocando o adiamento da partida com o Joinville para a sexta-feira. O jogo do Brusque com o Avaí também foi confirmado. Tudo isso com o estado chorando seus mortos, desabrigados e lamentando prejuízos incomensuráveis. Para a FCF, no entanto, parece que nada aconteceu. Não mexeu um dedo, mesmo com sua sede localizada em uma das regiões mais atingidas pela enchente.

O outro lado

Já os clubes fazem a sua parte. O Avaí vai arrecadar alimentos na partida contra o São Caetano, o Figueirense lotou três caminhões e uma van com doações e o quase campeão São Paulo, de Morumbi lotado domingo, também lembrou da tragédia catarinense, pedido aos torcedores que façam suas contribuições. Imaginem o quanto será arrecadado só nesse jogo em São Paulo.

Jogadores e comentaristas

Paulo Brito, comentarista da Rádio CBN, volta ao assunto.

Sobre aquela citação dos que acreditam que só quem tem prática do futebol são os donos do conhecimento e só eles podem falar, dos ex-jogadores que nem sabem responder as perguntas dos repórteres e que agora deram para louvar o Senhor, na tentativa de justificar as derrotas e vitórias. Eles acreditam que, ao deixarem de jogar, são os únicos com capacidade e sabedoria para falarem sobre o futebol como falar, comentar e escrever – no caso deles só falar – é igual à de chutar uma bola. Volto ao assunto porque quero te passar o que o Horacio Pagani, um cronista argentino pensa a respeito.

“César Menotti disse a alguns anos, num rasgo de soberba que 97% dos jornalistas esportivos não sabem nada de futebol. Procurava desclassificar alguns críticos. É moeda corrente entre os atores (do futebol) depreciar, expressa e veladamente, as opiniões diferentes. Há dezenas de argumentos que se pode usar contra tal disparate – inclusive reconhecendo as particularidades psicológicas e emocionais, intransferíveis, que experimentam os jogadores e treinadores – o que resulta ingênuo pretender que as testemunhas, jornalistas ou torcedores façam análises do fenômeno que é o futebol só sob o ponto de vista do jogador ou do treinador.

Assim poderíamos dizer que 99% dos treinadores e jogadores não entendem nada de jornalismo. Futebol e jornalismo são coisas distintas. Nós dominamos os códigos ou somos capazes de resolver, com nosso corpo, os aspectos técnicos do jogo, para entender o tema e transmitir seus pensamentos, sempre em atenção aos interesses dos receptores.
Mas há quem contrate essas figuras do esporte – com interesses comerciais – para cumprir missão de “símil-periodismo”. Como por exemplo, montar um programa de televisão com um grupo de jogadores e treinadores, encerrados em seus próprios códigos, que os impedem de realizar umas autocríticas sobre companheiros e colegas – realizando um simulacro de uma profissão alheia, sem conhecer seus postulados, seu espírito e sem contar com uma formação mínima para exercê-la.

Porque as habilidades “futeboleras”, por mágicas que sejam em uma cancha, não se projetam em um estúdio ou em uma redação. Cada um com sua missão. Um jornalista não necessita ter sido um esportista profissional para cumprir com seu ofício, nem esportista ou jogador estão impedidos de exercer a função de jornalista. Mas necessitam de uma formação e responsabilidade para cumprir com seus princípios.

Carlos Bilardo, num programa de rádio, em que trabalhou, contestou as criticas que recebeu quando treinador por expressarem opiniões diferentes sobre o fenômeno do futebol. “Agora sou jornalista e tenho o direito de opinar como tal”, desautorizando Enrique Wolf – da ESPN – ex-jogador e em eficaz exercício da profissão por 10 anos.

Mas Pagani ainda acrescenta que não é casual que agora – em tempos de uma modernidade frívola – quando um meio de comunicação elege uma figura (ou ex-figura) de uma atividade não jornalista para que expresse sua opinião relacionada com a sua profissão, normalmente este meio é de característica audiovisual. Porque para quem não tem história na atividade, é mais fácil falar do que escrever. Há exceções que justificam a regra. Eles assinam notas e passam a ser antigas e contemporâneas figuras ou estrelas nos meios gráficos – jornais. Mas em geral, seus textos são corrigidos por jornalistas verdadeiros que, respeitando a idéia do autor, colocam o texto de forma adequada aos interesses do leitor. Esse anônimo, que aporta conceitos, conhecimento e princípios - não é reconhecido publicamente pelas empresas, que usam como desculpa o objetivo de convencer os receptores de que o texto responde letra por letra a opinião do autor contratado de maneira ocasional ou definitiva.

Uma mentira.

Só aqueles que permanecem por muito tempo na intimidade das redações vão descobrindo os segredos do ofício e quem sabe descubram uma vocação, terminando exercendo o ofício como dignidade. Temos exemplos no Brasil...
O jornalista esportivo não nos define como forma explicita e sim uma característica parcial dos jornalistas. Deves ser primeiro jornalista no sentido integral da palavra, depois vem à especialização que não significa que se desmembrou da profissão. Por que sua missão básica é informar, com o compromisso que deve ter com o receptor, protagonistas e fontes, e com responsabilidade ética para facilitar a interpretação geral dos fatos. Seu objetivo é formar uma opinião, com sua própria opinião bem argumentada e desenvolvendo a apaixonante tarefa com humildade e respeito, partindo da premissa que o receptor é alguém que conhece o tema e neste exército brinda a todos com uma visão subjetiva dos fatos, sem “desbordes tecnicistas”.
No futebol todos tem o direito e condições de opinar publicamente, inclusive o torcedor, que define o tema como menos comprometido, pelo menos com os interesses políticos e econômicos da empresa. O esporte, ainda que profissional, é para o torcedor um entretenimento que se pode enquadrar como uma questão menor. Das coisas menos importantes no mundo, o futebol é o mais importante por ser popular, porque desperta uma voracidade de informações diretamente proporcional a esse interesse.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Antes tarde do que nunca

Tava todo mundo reclamando que o Lula ainda não tinha aparecido em Santa Catarina para ver o que aconteceu por aqui, além de trazer a solidariedade de um Presidente. Pois o homem está chegando, sem pressa, com alguns dias de atraso, repetindo Bush e New Orleans. Vem, segundo se anuncia, com uma medida provisória pronta para liberação imediata de recursos que devem atender as necessidades urgentes do Estado. Pensei que teríamos que esperar as águas baixarem para reeditarmos, ainda em novembro, algumas festas chopeiras de outubro para motivar a viagem de Lula. Nada mais inoportuno, claro Enfim, parece que a bronca por toda Santa Catarina deu certo. Nosso governador globetrotter e a senadora Ideli Salvatti, ultimamente desatenta às coisas da sua terra, resolveram se mexer, dando uma cutucada no Luiz Inácio.

O futuro do Figueirense

Os resultados do final de semana em certa medida favoreceram o Figueirense na sua luta para permanecer na série A. Mas a situação ainda é grave para quem tem apenas 38 pontos. Dois pontos acima está o Náutico e abaixo estão Vasco e Portuguesa com 37. O Ipatinga tem só 34 e não escapa da queda. A esperança é que, depois do Náutico, os desinteressados Botafogo e Internacional façam a sua parte, abrindo caminho para a salvação do Figueira. Quem acredita? Além da matemática nosso representante precisa da combinação de resultados paralelos e um pouco mais de futebol nas duas últimas rodadas.

Vale tudo

A direção do Figueirense continua fazendo de tudo acreditando na permanência na primeira divisão. A decisão de levar já na quarta-feira – o jogo contra o Botafogo é só domingo – o time para o Rio de Janeiro, fugindo da chuva e do clima de pressão da torcida e imprensa, dá bem a medida da esperança que habita o Orlando Scarpelli. No Rio, longe dos maus fluídos domésticos, haverá mais tranqüilidade para os treinos, concentração e mobilização do grupo.

Alienígena

O ex-jogador Neto e hoje comentarista da TV Bandeirantes disse antes da partida entre Corinthians e Avaí no Pacaembu, que torcia pela permanência do Figueirense na série A. Com dois times catarinenses na primeira divisão todos ganhariam, inclusive os jornalistas, radialistas e profissionais de tevê, que teriam ampliado suas oportunidades de emprego. Essa conclusão do Neto é típica de quem não conhece nada da aldeia e muito menos seus caboclos. Além do que, a vaga por ele ocupada no nosso mercado de trabalho pertence a um jornalista, não a um ex-atleta.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Pavões, hienas e urubus

Que coisa! Prejuízos materiais incalculáveis, por enquanto 45 mortos, milhares de desabrigados e desalojados, destruição por todo o canto, imagens e números impressionantes. Nada disso sensibiliza oportunistas sempre a postos para tentar faturar prestígio em cima de tragédias como mais esta que vivemos. Não nos livramos deles. São umas hienas. Ou uns Pavanos como alguns secretários regionais mais conhecidos. Tem gente dando entrevista e aparecendo na televisão sem o que dizer, ocupando o espaço de técnicos realmente capacitados para falar e para agir em situações como a que nos deparamos agora por causa das chuvas que inundaram parte do Estado. Deram um chega prá lá até na Defesa Civil. O episódio do deslizamento na SC-401, rodovia que nos leva ao norte da Ilha, é sintomático e muito esclarecedor. Certos urubus travestidos de autoridades e políticos mudaram o sentido da palavra emergência, que agora passa a ser entendida como aquilo que pode ser transferido para mais tarde, até para o dia seguinte, caso da remoção de lama e rochas em uma das estradas das praias. A decisão esdrúxula partiu dessas mesmas pessoas que admitiram a possibilidade da existência de gente soterrada no local. Exceção da Celesc que, justiça seja feita, agiu de acordo com o exigido pela “emergência”, enquanto outras instituições esperaram por um milagre dos céus, que estavam mais era para inferno. A Casan, por exemplo, arrumou todo o tipo de desculpa para não sair na chuva e se molhar. Mas continuem votando neles, elegendo principalmente esses deputados festeiros que fazem tudo por uma homenagem a qualquer pé rapado incompetente que ascenda a cargos, nunca por mérito, e sim por espúrias conveniências políticas. O momento exige cancelamento de determinados rapapés e prometidas homenagens aos verdadeiros responsáveis por ações desastrosas e calamidades anunciadas, não um simples adiamento como já apregoaram as trombetas palacianas.

domingo, 23 de novembro de 2008

Nosso mordomo é a chuva

Para quem conhece a piada em cima do jargão dos romances policiais sabe o que significa a frase acima. Para quem não é familiarizado com esse tipo de literatura, explico: o serviçal é sempre o primeiro suspeito na investigação de algum crime. Na dramática situação vivida pelos catarinenses no momento as autoridades não cansam de repetir: a culpa de todos os desastres ocorridos em função da chuva interminável é ela, a chuva. Claro, como agente de efeito, não resta a menor dúvida da culpabilidade desta senhora hoje tão execrada. Mas, como causa, os muitos buracos são mais em baixo. Ou em cima, como queiram. Começam os estragos e lá vem as justificativas. Serve pra tudo, desde deslizamentos, destruição de estradas, alagamentos, enchentes, ruas esburacadas, falta de água e energia, queda de pontes, rompimento de adutoras, casas soterradas, tudo vai para a conta da intensidade da chuva. Pensemos um pouco. Existe, por exemplo, algum trabalho consistente e preventivo para contenção de encostas? A ocupação irregular de áreas de risco contribui em que medida para essas tragédias? A proliferação descontrolada de favelas nas periferias das cidades é responsabilidade de quem não fiscaliza ou não impede o agravamento deste problema social. Pelo que se observa a cada repetição destes fenômenos climáticos, definição pernóstica e pomposa para as enxurradas – um jeito de passar imagens mais fortes para aumentar o tamanho das desculpas -, o material utilizado para recapeamento de estradas e ruas é de última. O tapete preto do prefeito Dário Berger é o melhor indicativo para diagnosticar a porcaria que foi feita em vários bairros de Florianópolis. Vale o mesmo para muitas estradas recém entregues ao tráfego. A Casan explica a cada rompimento de cano que a pressão da água é o fator determinante nesses casos de chuva intensa. A Celesc faz a mesma coisa com a queda de postes ou outros defeitos no sistema. Ora bolas, será que a tecnologia aliada à engenharia moderna ainda não descobriu algum material mais resistente à pressão d’água, ao vento, à queda eventual de barreiras, ou outro tique nervoso da natureza? A cada interrupção nas redes de água e luz, a desculpa é sempre a mesma. As lições do apagão e outras anteriores não foram assimiladas. Nossas autoridades preferem olhar para tudo isso com aquela cara de coitadinhas, vítimas da chuva que nem precisa ser tão forte para provocar tantos estragos como os de agora. O pior é que, independente da estação, sempre haverá um mordomo de plantão para justificar a criminosa incompetência e omissão de quem deveria zelar pela tranqüilidade e segurança da população que paga impostos sem retorno em serviços.

As sete pragas do Egito do nosso futebol

Sou leitor diário do blog do jornalista Juca Kfouri, um crítico de texto excelente e sempre atento, oferecendo algo mais para ler de algum colaborador do mesmo nível. Como a postagem que segue, uma boa análise das mazelas do nosso esporte, especialmente do futebol.

Por WILSON MERLO PÓSNIK

Ementa Um: como todo cristão deve ter ouvido falar, as ‘Pragas do Egito’ (segundo alguns, teriam sido sete, para outros dez), seriam uma série de flagelos, segundo a Bíblia, enviados por Deus sobre aquele País para obrigar o faraó a deixar partir os hebreus: (1) a água do Nilo, transformada em sangue, (2) invasão de rãs, mosquitos e moscas, (3) peste dos animais, (4) úlceras, no corpo das pessoas, (5) chuva de pedras, (6) invasão de gafanhotos, após a ação da chuva de pedras, (7) trevas sobre o País e (8) a morte dos primogênitos de todas as famílias egípcias.

Ementa Dois: como todo brasileiro é um técnico ou mesmo, profundo conhecedor do que a pompa dos locutores de rádio de outros tempos chamava de ‘esporte bretão’, deixo a critério de cada um dos leitores deste libelo, a definição da ordem decrescente de sua importância, a substituição de algumas, ou mesmo a complementação da lista. Afinal, sete ou dez ‘pragas’ podem ser pouco !

(01) A praga da péssima organização interna dos nossos clubes e demais instituições envolvidas, com baixíssimos índices de profissionalização; em se tratando de um aparato para gerar um produto importante na nossa sociedade – o futebol profissional. Embora não se trate de um carrinho de pipoca ou boteco, a informalidade das transações vai da incompetência à malversação de recursos, estes sempre expressivos;

(02) A praga da perpetuação dos dirigentes, do tipo capitanias hereditárias - viciosa e antidemocrática: na Confederação, nas federações, ligas e clubes; neste caso, à semelhança da célebre expressão de Lampedusa: mudar, para que nada mude. Neste caso, nada deve mudar, para que tudo fique como está, no reino da Dinamarca, digo CBF !

(03) A praga da formação precária dos nossos técnicos; na sua grande maioria, tocam de ouvido, ou seja, foram formados na tradição oral e na experiência prática - estão portanto, ainda na pré-história. Muitos são quase que incapazes de exprimir suas idéias. Chamados de professores, mal conseguem articular discurso razoável – que ajudará a formação das entrevistas do atletas. Só para citar um exemplo: acompanhar, comparar e avaliar um jogo como Batatais X Pão de Açúcar (Série B Paulista) - daqueles que passam inadverditamente e em horários exóticos na 'Rede Vida', com outro jogo qualquer do Brasileiro - Série A, fica evidente as diferenças na qualidade individual dos jogadores, mas é extremamente difícil encontrar diferenças táticas significativas. Será que o Maradona tinha razão ao afirmar, quando assumiu recentemente a Seleção Argentina, que não havia mais nada a inventar no futebol ? Ou continuamos prisioneiros, nós e eles argentinos, de um mesmo ciclo permanente, de um sem número de talentos individuais e da estagnação, da modorra na organização do jogo ? Aliás, nunca vimos tanta penalidade máxima perdida, escanteios mal cobrados, bicos de zagueiros para qualquer lado etc. A propósito: jogar pelos lados geralmente, só faz parte do discurso ! Com a palavra, ‘São Telê’ !

(04) A praga da omissão do estado nas atividades de lazer (esporte, cultura e turismo); falta de ampliação do acesso ao lazer e aos esportes nas comunidades, escolas e entes associativos da periferia; o lazer orientado previniria quase tudo nestes lugares providos de quase nada !

(05) A praga das torcidas organizadas, como integrantes de uma dialética política perversa, no nosso futebol; estimuladas por dirigentes oportunistas, cumprem um papel de ocupar os estádios vazios, de forma a mascarar a péssima qualidade, muito comum nestes espetáculos. Seus deslocamentos com hordas, a caminho ou à volta dos estádios, mesmo que tangidos preventivamente pela polícia, provocam muitas vezes, conflitos com outras torcidas, depredações de imóveis, veículos, ônibus etc. sempre acobertados pelo manto da impunidade;

(06) A praga da mídia esportiva, tal qual os demais entes envolvidos no esporte, com um número considerável de profissionais sem formação sólida e em muitos casos, a serviço de perversões no nosso sistema esportivo: promove, destaca ou privilegia, como toda a mídia comercial, os negócios e o lado grotesco do espetáculo. Parece que o lado ruim sempre vende mais e melhor ! A dialética entre comerciais X programa passa a ser balanceada, de modo que se faça um bom contraponto, entre os devaneios consumistas do público e a triste realidade que parece ser o nosso dia-a-dia, vista por estes olhares ! Quanto pior for o quadro, melhor o recall dos reclames !

(07) A praga dos empresários esportivos que acompanham os atletas, desde que os mesmos largam as fraldas e se acham mentores da sua formação e desenvolvimento – numa espécie de escravidão branca, muitas vezes, com a participação ativa de pais ou responsáveis ! Por que será que os Conselhos Tutelares e órgãos afins, não intervêm neste assunto ? Afinal de contas, isto é tão perverso quando a pedofilia;

(08) A praga da multiplicação dos técnicos-empresários – misturam tarefas eticamente incompatíveis; assediam, participam daqui e d’acolá, colocam em jogo seus favoritos ou os dos seus amigos, recomendam promessas ou bondes – qualquer coisa por qualquer trinta dinheiros !

(09) A praga das transações econômicas encobertas e obscuras, que vão desde a participação de grandes mafiosos de algumas nacionalidades, a bicheiros e outros espécimes de contraventores, além dos clubes laranjas; falta uma definição clara e objetiva de regras nacionais e internacionais entre os entes do futebol profissional, desde as suas bases de formação, até as questões de previdência e assistência a atletas;

(10) A praga do baixo nível de escolarização dos nossos jogadores, desde as categorias de base - geralmente oriundos de segmentos da sociedade, com pouco acesso aos processos de educação formal e regular; o processo de profissionalização não poderia estar dissociado da educação básica – assinou o primeiro contrato, deveria ter garantida a escolarização;

(11) A praga do mau uso do esporte pelos políticos, como objeto de manobras ou plataformas para discursos demagógicos e eleitoreiros, envolvendo clubes e seus aficionados, federações, ligas etc. na sua ânsia de assumir, por todos os meios disponíveis, posições de poder formal; como que a sinalizar que eles próprios mobilizariam os recursos do estado, na solução dos problemas da área. Na verdade, o que se espera deles é o exercício de sua liderança junto ao segmento que vierem a representar, para que este, engajado a outros com os mesmos interesses, ajude a formular e concretizar essas soluções. Afinal, lazer sempre foi questão de iniciativa da sociedade (e não do estado) e cabe àquela se organizar melhor, para indicar ao estado, os caminhos a serem seguidos - as tais políticas públicas republicanas !

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Bandeiras da discórdia

Desde que resolvi morar em Florianópolis, em março de 1972, ouço aquela máxima da “cidade dos casos e ocasos raros”. Sempre vi nisso certo exagero, quase um estigma, mas depois do episódio da semana sou obrigado a admitir um tantinho de verdade na afirmativa. O Figueirense teve sua bandeira colocada nos mastros que sustentam as bandeiras do Brasil, do Estado e da Capital na entrada da cidade, no contorno da ponte Pedro Ivo, o que aconteceu logo após a conquista do titulo catarinense de 2008. O prefeito Dário Berguer, não esqueçam, é torcedor do Figueira e, por razões óbvias, muito próximo à direção do clube. Em seguida à confirmação do acesso do Avaí à primeira divisão, alguém do paço municipal e, claro, simpático às cores azul e branca, decidiu fazer a mesma homenagem pela recente conquista. Prá que? Rebuliço total nos dois lados das pontes. Mesmo em viagem de trabalhou ou turismo – ainda não está bem esclarecido – o Prefeito aceitou algumas “orelhadas” e determinou a retirada da bandeira avaiana que, talvez volte por mais uma semana ao mastro de onde saiu. Como sempre achei que lugar de material de clube é junto à torcida, sala de troféus ou nos mastros de estádios, considero a polêmica da semana previsível e por isso mesmo totalmente evitável. São poucas as cidades com rivalidades bi polarizadas como Florianópolis. São os exemplos de ânimos mais acirrados, independente da importância dos times e do tamanho da população, razão para muita cautela. Imaginem, por exemplo, uma camisa de Grêmio ou Inter vestindo a estatua do Laçador, monumento orgulho da gauchada e colocado na entrada de Porto Alegre, próximo ao aeroporto Salgado Filho. Já deu encrenca, e da braba, quase uma “guerra civil”.

A omissão a serviço do esporte

Nossa maior competição esportiva caminha para sua 50ª edição – 2010 em Brusque – e ainda não conseguiu solucionar problemas sérios vividos por algumas modalidades. O atletismo, por exemplo – começa segunda-feira -, é o que mais sofre com o mau tempo, e já teve competições canceladas, uma decepção muito grande para atletas e dirigentes em função da sua importância e do seu charme. Temos uma mísera pista sintética, criminosamente abandonada em Itajaí. A de Blumenau, no SESI, está chegando e a de Jaraguá ainda é promessa. Com sedes itinerantes os Jogos Abertos nunca mereceram a atenção dos governos estaduais e dos municípios gerando grandes dificuldades para uma das principais modalidades do evento. E quem, como Blumenau e Jaraguá, não tem tanta bala na agulha para melhorar seus equipamentos esportivos, continuará olhando para o céu e torcendo por informações positivas da meteorologia.

Festa bem Brasília

O cassado Zé Dirceu nos camarotes, como convidado especial, imagino eu do PT, e Zezé di Camargo cantado o Hino Nacional. Festinha mais brasiliense que essa para o jogo entre Brasil e Portugal, impossível.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O de sempre

O festival de besteira que assolou a mídia brasileira na discussão sobre o futuro de Dunga impressionou até os menos chegados ao assunto futebol e seleção. Os dias que antecederam ao amistoso contra Portugal foram plenos de boatos, especulações, noticias esquentadas, anúncios, previsões, comentários e indicações de prováveis substitutos do atual treinador. Com as exceções de praxe o foco ficou em cima dos últimos resultados do time brasileiro e apresentações distantes da qualidade do futebol que estamos acostumados a ver. Li e ouvi que o emprego de Dunga dependeria do resultado do jogo contra os portugueses. Quer dizer, o raciocínio da maioria dos críticos é simplista, bem como as respostas de Dunga, que não ajudam em nada a melhorar sua imagem. Centrar a discussão sobre resultados pontuais e a campanha nas eliminatórias desvia as atenções sobre o problema central que é a inexistência, até agora ao menos, do esboço de uma equipe que possa enfrentar com segurança a Copa de 2010 na África do Sul. A não ser pelo goleiro Júlio César, por Kaká e Robinho, ninguém sabe que nomes poderão compor o conjunto que vai defender a excelência do nosso futebol. Aí está o xis da questão. O pecado de Dunga é não ter aproveitado até agora todas as chances que teve para fazer experiências que mostrem alguma perspectiva de montagem de uma boa equipe, de um grupo confiável, enfim. Ele continua insistindo com bananeiras que já deram cacho, com jogadores que não têm mais nada a acrescentar a uma seleção com o peso da nossa. Resumindo, não temos zaga, o meio de campo é uma incógnita e, a partir dos testes com o desconhecido Afonso, o ataque passou a ser uma caixa preta. No mais o que acontece hoje com Dunga é uma repetição enfadonha das situações vividas por Felipão, Parreira, Zagalo, Luxemburgo e outros menos votados.