sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Sábado/domingo

Grenal decide

Como o Paraná está com a corda no pescoço e só falta puxar o banquinho para seu enforcamento – joga com o Vasco no Rio -, a luta pelo rebaixamento concentrará atenções em Porto Alegre e Goiânia. O Grêmio joga em casa ainda pensando na Libertadores, pressupondo uma dificuldade imensa para os agoniados corintianos. No outro confronto o Goiás pega um Inter de sangue doce no Serra Dourada. Torcedores imbecilizados pelo fanatismo querem derrota colorada em Goiânia e vitória do Grêmio em Porto Alegre, tudo para ver o Corinthians na segunda divisão em 2008.

Exílio lucrativo

O russo Boris Berezowsky, exilado na Inglaterra, foi condenado a seis meses de cadeia por lavagem de dinheiro e malversação de dinheiro quando era presidente da empresa aérea Aeroflot. Tudo normal não fosse esse gente fina um dos sócios da MSI, parceria do Corinthians em 2005, e que deu no que deu. O capitalismo dos “amigos” de Vladmir Putin não livrou a cara do Boris que reza para os ingleses não o mandarem de volta a Moscou.

Prancheta avaiana

A torcida do Avaí está torcendo o nariz para a volta do técnico Sérgio Ramirez à Ressacada. Adepto da prancheta à beira do gramado Ramirez, por enquanto, é apenas uma corruptela de Joel Santana, já que ainda não alcançou o sucesso do folclórico treinador carioca. Enquanto isso os dirigentes do Metropolitano querem tornar o uruguaio Ramirez “personna non grata” em Blumenau, de onde ele está saindo pela segunda vez para trabalhar em Florianópolis.

Futuro incerto

O Figueirense deve perder mais da metade do time que disputou o brasileiro deste ano, criando com isso mais uma temporada de incertezas para o seu torcedor. Coisas do sotaque carioca que predomina no Orlando Scarpelli, onde a falta de identificação com a cidade e com o clube coloca os negócios como prioridade absoluta. Mantendo a vaga na série A, o que vier depois é o lucro de campo e com o que a turma da arquibancada deve se contentar. Até então participação na Sul-Americana e um vice na Copa do Brasil.

Futuro certo

Ronaldo está dodói de novo, graças a mais uma lesão muscular, quando recém conseguiu entrar em campo depois de longo período no estaleiro. Pelo jeito a aposentadoria do Fenômeno está mais próxima do que se imagina e a distância da seleção de Dunga cada vez maior, para alegria de “afonsos e loves”.

Como o vinho

Túlio encerrou sua participação pelo Vila Nova na série C com 29 gols marcados em 27 jogos. Quando se pensa que chegou ao pijama e aos chinelos, ele aparece como artilheiro. E como uma montoeira de gols.

Marinheiro

O Marcílio Dias pode terminar o ano em alta e embalado para encarar o calendário de 2008 que inclui o campeonato catarinense e a série C do brasileiro. Tudo vai depender do seu comportamento em mares nunca dantes navegados, como esta Recopa brasileira diante de gaúchos e paranaenses.

Clima de decisão

Com medo da pressão da torcida o Corinthians antecipou sua viagem a Porto Alegre e fez dois treinos no Beira Rio, cedido pelo Internacional, seu possível algoz, caso perca para o Goiás.

Prancheta brasileira

Joel Santana sabe como ninguém valorizar seu passe. Ameaçou trocar o Flamengo pelo futebol do Japão, mas acabou renovando contrato depois de fazer um pequeno jogo de cena.

Clube fechado

Preocupados com as críticas sobre eventuais desvios de curso dos Jogos Abertos, dirigentes da Fesporte decidiram reunir jornalistas esta semana na sede da entidade para ouvir opiniões sobre a maior competição esportiva de Santa Catarina. Deve ter sido uma reunião apenas para os eleitos da corte porque ninguém conhece a lista de convidados e quantos atenderam ao sigiloso chamado.

Lista negra

Da mesma forma funcionou o protocolo para a solenidade desta segunda-feira, quando serão entregues as comendas do mérito esportivo de 2007. Eventuais críticas ou comentários que contrariem interesses, alguns inconfessáveis, nunca são bem recebidos por uma meia dúzia que se acha dona do esporte catarinense.

Promessa

Depois da tragédia da Fonte Nova o Ministro do Esporte, Orlando da Silva Júnior, não sai da mídia, jurando que não haverá investimento público em reforma ou construção de estádios visando a Copa de 2014.

Quinta-feira

O crime vai virar pó

É revoltante acompanhar o desdobramento da tragédia de domingo na Fonte Nova, quando morreram sete pessoas. Descobriu-se, por exemplo, que o pedido feito pelo Ministério Público baiano de implosão do estádio, ficou dois anos engavetado no judiciário. O ex-jogador Bobô, presidente da fundação que administra aquela praça esportiva, deu inúmeras entrevistas afirmando que os laudos não se referiam a algum problema sério de estrutura, contrariando, na maior cara de pau, tudo o que fora dito e escrito até então. O governador da Bahia, Jaques Wagner, eximiu-se de responsabilidade alegando que não sabia de nada. Mas encontrou um jeito rápido de varrer tudo para baixo do tapete, informando que vai implodir a Fonte Nova e que um novo estádio, com capacidade para 60 mil pessoas, será construído no local.

Pilatos

Em Santa Catarina a Associação dos Cronistas Esportivos – Acesc – faz parte da Comissão e Vistoria e, por conseqüência, tem responsabilidade na liberação de estádios para o campeonato. O que se vê, na maioria deles, na parte que nos toca, são pardieiros chamados de cabines, com muita sujeira, fiações expostas, ambientes sem porta, com cadeiras quebradas, mesas ou bancadas mambembes (quando há) e banheiros imundos. O quadro se repete ano a ano, em alguns dos estádios mais importantes, com o aval da entidade que deveria zelar pelas boas condições de trabalho dos jornalistas. E claro, com a omissão e conivência dos próprios clubes e da Federação Catarinense, que já castigam o torcedor em doses cavalares por conta de praças esportivas desconfortáveis e inseguras. Nada que incomode a quem gosta de assistir os jogos da porta dos vestiários da arbitragem, junto à mesa de delegados ou, quando existem, de camarotes refrescados e bem servidos de mordomias etílico-gastronômicas.

Polenta x pão de queijo

O futebol gaúcho, através da serrana Caxias, sempre esteve bem representado no campeonato brasileiro com a força do Caxias e do Juventude, mais a dupla Grenal. Agora são os mineiros que sobem, mantendo Cruzeiro e Atlético na série A acompanhados do Ipatinga, clube de apenas dez anos e que acaba de ganhar sua vaga na elite.

Dunga olímpico

O rabugento treinador da seleção volta à cena dia 9 de dezembro, com a sua seleção olímpica enfrentando o time de craques do campeonato brasileiro. Dunga surpreendeu fazendo uma convocação abrangente, incluindo jogadores da série B.

Ladeira abaixo

Bojan, 17 anos, prata da casa, é o novo xodó dos espanhóis do Barcelona. Terça-feira Ronaldinho Gaúcho assistiu do banco as peripécias do talentoso garoto ao lado do argentino Messi no jogo contra o Lyon.

Roteiro conhecido

O Avaí terminou o ano com água pelo queixo e acabou de novo morrendo afogado na série B. Com o defunto ainda fresco mandou embora o superintendente que pediu mais autonomia em relação aos parceiros da LSA, torrando uma etapa importante do que poderia ser o início de um bom planejamento para 2008.

Purificação

A contaminação de clubes e seleções européias, asiáticas e africanas por jogadores estrangeiros – principalmente brasileiros - começa a mexer com os velhinhos da FIFA e seu presidente, Jospeph Blatter. Uma das medidas em estudo é limitar em cinco o número de estrangeiros por time. Entre os maiores obstáculos às pretensões da FIFA estão a facilidade de nacionalização dos jogadores contratados a peso de ouro e o nariz torcido principalmente dos clubes europeus.

Verdade

Fernando Calazans, colunista de O Globo, destaca em seu espaço uma prática comum em jogos do campeonato brasileiro, o rodízio de faltas que pára os bons jogadores e prejudica o espetáculo. Calazans acusa os árbitros de omissos e incompetentes por não punirem os agressores que, na maioria das vezes, “fingem que não vêem, apesar de alertados pela Comissão de Arbitragem”. O jornalista carioca ainda faz um “mea culpa” ampliando suas críticas contundentes à maioria da imprensa esportiva, que cala e consente. Assino em baixo.










segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Terça-feira

Salve-se quem puder

O que estão chamando de a maior tragédia do futebol brasileiro, o acidente que matou sete torcedores na Fonte Nova, em Salvador, não é novidade a não ser pela sua dimensão. Acidentes em um estádio de Terezinha, outros no Maracanã e São Januário, já haviam matado uma dezena de torcedores. E nenhuma providência foi tomada, a não ser no Maracanã, recentemente reformado, mas por causa dos Jogos Pan-Americanos. No caso de domingo, na Bahia, além da queda de um pedaço da arquibancada, houve invasão de campo no final do jogo, com a torcida comemorando dentro de campo a classificação para a série B, sem que a policia pudesse evitar o tumulto que deixou mais alguns feridos. Quantos acidentes mais e quantas mortes serão necessárias para que os órgãos responsáveis pela segurança do torcedor nos estádios atentem para o problema? Do jeito que vamos teremos que criar kits de segurança para distribuir na entrada dos estádios, incluído capacetes, coletes à prova de bala e, agora, pára-quedas.

Telhado de vidro

Não podemos ficar apenas olhando para a vizinhança e falando mal da vida alheia. Também temos muitos e sérios problemas pelas mesmas razões acima citadas. A omissão das ditas autoridades é a principal delas. Já tivemos alguns ensaios de tragédias, com torcedor baleado no estádio Hercílio Luz, em Itajaí, e desabamento de parte de uma arquibancada improvisada no estádio do Brusque. Os laudos pré e pós acidentes são simplesmente ignorados, as vistorias da Federação Catarinense são pra inglês ver e a justiça desportiva é cega mesmo. Afinal, que providências foram tomadas depois do bang-bang no estádio do Marcílio e do acidente em Brusque? Os sem teto, Guarani de Palhoça, Metropolitano e Atlético Tubarão (ou será Cidade Azul?) jogarão aonde o campeonato catarinense de 2008? O presidente doutor Delfim Peixoto, sempre preocupado com seus eleitores, deve ter a solução na cartola. Que não seja parecida com a da Federação Baiana, que ignorou todas as evidências para interditar a Fonte Nova, com o apoio do judiciário estadual que engavetou pedido de liminar feito pelo Ministério Público no mesmo sentido, tantas eram as precariedades daquele estádio.

Goianada

Dependendo dos últimos resultados das séries A e C, teremos quadro clubes goianos na segunda divisão do ano que vem: Goiás, caindo da A, Atlético Goianense, Vila Nova e Crac subindo da terceirona. Difícil mas não impossível, de acordo com os números até a penúltima rodada.

Dramalhão mexicano

O atropelamento por uma moto do presidente do Avaí, João Nilson Zunino, misturou o público e o privado em novela de um só capítulo que durou a semana inteira, até o jogo de sábado na Ressacada. Entre os votos sinceros por uma recuperação rápida do cidadão Zunino, embrulhou-se a figura do dirigente que tem sua administração bastante contestada. O resultado, a pretexto de recomendação médica, foi sua providencial ausência - por medo de cobrança da torcida em caso de resultado negativo - no jogo que acabou livrando o time do rebaixamento, na ultima encenação deste lacrimoso episódio.

Rejeição

O Grêmio procura substituto para Mano Menezes em uma lista que começa por Mário Sérgio e passa por Tite, Geninho, Paulo Autuori e Adilson Batista. O único com fortes restrições por parte da torcida e da mídia é Mário Sérgio, que há vinte anos abraçou a profissão e até hoje não ganhou nenhum título. Sua passagem pelo Figueirense e a meteórica aparição no Botafogo o deixaram definitivamente “marcado na paleta”, como define o gaúcho quando quer riscar o sujeito do mapa.

São Joel

Empurrado por sua torcida, pela CBF e pelo STJD, o Flamengo está salvo e classificado para a Libertadores. E ainda ameaça terminar o ano como vice-campeão brasileiro para, aí sim, encaminhar ao Vaticano o processo de santificação do técnico Joel Santana.

Ano ruim

No Beira Rio gol do Palmeiras mal anulado, no fim do jogo gol em impedimento confirmado pela arbitragem. No Maracanã, gol do Flamengo irregular também por causa de impedimento, todos lances importantes, na frente dos auxiliares e fáceis de detectar. A CBF continua tendo mais sorte do que juízo e ainda falta um pedaço da penúltima e a última rodada inteira.

Fenômeno cabeludo

O ex-careca Ronaldo está de volta com novo visual e provavelmente de contrato assinado com alguma marca de shampoo.








sábado, 24 de novembro de 2007

Sábado/domingo

Falhas nossas 1

Alguns jornais brasileiros mantêm o hábito de dar notas para as atuações dos jogadores, como aconteceu nas apresentações da seleção. Nunca fui simpático a essa prática. Os critérios são subjetivos e constantemente submetem os avaliados a injustiças ou equívocos irreparáveis. Aconteceu comigo, quando editor de esportes do velho e bom, mas falecido “O Estado”. Por um erro de digitação, um ponteiro do Figueirense chamado Land ganhou nota um em jogo decisivo do campeonato catarinense. Natural de Vitória – ironia do destino -, Land foi um dos destaques da partida que garantiu o título, não lembro contra qual adversário. Na segunda-feira ele chegou furioso à redação com o jornal em baixo do braço, lamentando que não pudesse levar aquela edição especial para seus familiares. Coube ao editor, claro, receber o inconsolável jogador e explicar o inexplicável. Missão impossível.

Falhas nossas 2

Outra vez, como correspondente de um jornal gaúcho, passei por telefone informações sobre o Figueirense, que jogaria em Porto Alegre contra o Inter dois dias depois. Orcina era um zagueiro trazido de Bagé, forte como um halterofilista e com cara de mau, graças a um farto bigode em curva. Acrescentei, em tom de brincadeira, alguns detalhes tipo seu gosto pela noite e que, ao contrário da maioria dos atletas, isso o deixava com uma disposição incomum para combater os atacantes. O editor - sempre ele – decidiu “esquentar” a matéria e mandou o redator incorporar ao texto final os ingredientes com os quais ingenuamente brinquei, completando o “crime” com a minha assinatura. No dia seguinte, à tarde, no embarque do Figueirense, tiveram que segurar o Orcina no aeroporto. Ele queria voltar à cidade, depois de ler o jornal, para uma conversinha particular com “aquele jornalista safado”. Pior foi, na volta de um derrotado Figueirense, ir cedo pela manhã à casa do zagueirão e, de novo, explicar o inexplicável. Missão cumprida. Saí ileso, depois de muita conversa e o café matinal mais tenso da minha vida.

Grevistas em campo

O Ituano, último colocado da série B, é o adversário do Avaí neste sábado na Ressacada. Na próxima quarta tem Náutico no Scarpelli contra o Figueirense. Nada de novo, apesar do aspecto decisivo dos dois jogos para os representantes catarinenses no brasileiro, não fosse a ameaça de paulistas e pernambucanos não entrarem em campo, nem para treinamento, enquanto não recebessem salários atrasados desde setembro.

Em baixa

Exceção feita ao jogo contra os frágeis equatorianos no sempre festivo Maracanã, em termos de seleção o ano termina melancolicamente para Ronaldinho, Kaká e Robinho.

Em alta

Luís Fabiano só chegou à seleção e ao time titular graças à lesão de Afonso. Imaginem jogar contra o Uruguai e aquela faceirice toda, com Wagner Love como primeira opção para o ataque.

Mala branca

Os jogadores da Croácia venceram a Inglaterra em Wembley e ajudaram a classificar a Rússia para a próxima fase da Eurocopa de seleções. Como prêmio receberão quatro carros Mercedes-Benz, doados pelo magnata russo Leonid Fedun, presidente do Spartak Moscou.

Voz das urnas

Para felicidade do lateral esquerdo André Santos, do Figueirense, a voz do povo nem sempre é a voz de Deus. Passou o ano vaiado e sob desconfiança da torcida, mas acaba de ser indicado com Juan, do Flamengo, e Kleber, do Santos, como um dos candidatos à eleição dos melhores do ano da posição no campeonato brasileiro. O jogador do Figueira está nessa graças aos votos de jogadores, ex-jogadores, técnicos e jornalistas.

Consolo

Paulo Baier, do Goiás, também é candidato, como meia-direita, ao lado de Ibsen, do Flamengo, e Diogo Souza, do Grêmio. Reconhecimento a um dos melhores jogadores do campeonato, mas que carrega o peso do pênalti perdido contra o Corinthians, e que poderá fazer falta na matemática do seu time na luta contra o rebaixamento.

Infame

Circula pela internet e não resisti: “Robinho é triatleta. Corre, pedala e NADA”.



quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Quinta-feira

Os melhores fazem o melhor?

Os jogadores da seleção brasileira são todos titulares na Europa, exceção dos volantes Gilberto Silva e Mineiro, reservas no Arsenal e Herta Berlim. O grupo tem Ronaldinho, o melhor do mundo por dois anos e o candidato desse ano, Kaká. Robinho ainda não chegou lá, mas atravessa grande fase no Real Madrid, simplesmente um dos maiores clubes do mundo, sonho de qualquer jogador profissional do planeta. Na comissão técnica temos ex-campeões do mundo, como treinador e auxiliar, profissionais com experiência e nomes consagrados na medicina esportiva e preparação física. Aos jogadores é dispensado tratamento cinco estrelas em viagens, hospedagem, alimentação, estrutura para treinamentos e algumas mordomias ao alcance somente de triliardários xeiques árabes. Escrevendo sem levar em conta a teoria de resultados e que bicho deu ontem no Morumbi pergunto: o que falta então para termos uma seleção confiável?

Rapa do tacho

Terminada esta primeira etapa da eliminatória para a Copa de 2010 voltamos aos assuntos domésticos, com foco no que sobrou do campeonato brasileiro. Na série A há vagas para Libertadores e Sul-Americana – o Figueirense está nessa -, e gente lutando para fugir do rebaixamento, o que é muita coisa em jogo para apenas duas rodadas. Na B a parte de cima da tabela está resolvida, mas na de baixo ainda tem clube – o Avaí é um deles - esperneando para escapar da terceira divisão. É a série C, onde a briga para subir tem cinco clubes disputando quatro vagas nas últimas três rodadas.

O gato comeu

O Náutico ainda corre risco de rebaixamento e vai enfrentar o Figueirense dia 28 no Scarpelli. Responsabilidade grande e clima pesado para jogadores que esta semana fizeram greve perguntando onde está o dinheiro. Eles não recebem salário desde setembro.

Miséria campeã

Em Tubarão os clubes mudam de nome conforme o tamanho da dívida. Depois do Tubarão e do Cidade Azul surgiu o Atlético Tubarão,que acaba de ganhar a divisão de acesso, garantindo com isso participação na elite catarinense em 2008. Foi uma campanha heróica, sem dinheiro para despesas básicas, como viagens e alimentação. Os recursos saiam de rifas ou do bolso do treinador Joceli Santos. E ainda tem a briga política na cidade, encrenca da grossa e que deixa o clube sem estádio.

Fábulas fabulosas

O Marília protesta contra o Vitória, que teria utilizado um jogador irregular. O clube baiano perderia 30 pontos e, ao invés da série A – voltaria à série C. Os pernambucanos do rebaixado Santa Cruz denunciam um suposto esquema nas arbitragens da série B. Querem investigação da CBF. Quem gosta de contos da Carochinha, acredita em Papai Noel, coelhinho da Páscoa e ainda se diverte com outros entretenimentos ficcionais, bom proveito.

Lobo cansado

Parece que Zagalo jogou a toalha, pois está leiloando peças de sua coleção pessoal. A primeira delas foi a camisa utilizada por Pelé na Copa de 70, arrematada por cerca de R$ 220 mil, bem abaixo do esperado. O velho Lobo garante que não está precisando de dinheiro e que vai muito bem de saúde.

Copa em Floripa

Recebi e-mail da União Florianopolitana de Entidades Comunitárias – Ufeco -, assinada por Modesto Azevedo, agradecendo notas aqui publicadas e desmentindo informações plantadas na mídia pela senadora Ideli Salvatti. A entidade se queixa que não tem sido ouvida e sustenta que não mudou de idéia em relação à ação direta de inconstitucionalidade por causa da pretensão do Figueirense em reformular o estádio Orlando Scarpelli visando a Copa de 2014. Em carta aberta explica sua posição, garantindo não ser contra uma sede da Copa em Florianópolis: “O que a Ufeco defende é simplesmente o respeito ao Estatuto da Cidade, a Lei Federal 10257, que preconiza principalmente a gestão democrática da cidade com participação popular, e que haja vontade política de executar um planejamento responsável, sustentável, não apenas nos discursos, a começar com o cumprimento do Plano Diretor vigente em nossa cidade, com respeito à nossa Constituição. Afinal, ela existe pra quê?”






terça-feira, 20 de novembro de 2007

Terça-feira

Difícil de ver, fácil de entender

O futebol vive de evidências, de fatos concretos, apesar de sua luta constante contra a lógica. Basta olhar a seleção brasileira em campo para entender o raciocínio. Quando um time tem em seus zagueiros as melhores figuras em campo, fica claro que o adversário incomodou e que o meio de campo e ataque não trabalharam direito. Essa foi a verdade do Brasil diante do Peru, um oponente disposto a tudo para não sair de campo com mais um resultado negativo. De tudo o que se pode dizer sobre o mau futebol dos comandados de Dunga, o mais difícil de entender é o posicionamento de Kaká e Ronaldinho, boa parte do jogo ocupando o mesmo espaço dos volantes Gilberto Silva e Mineiro. Tomara contra o Uruguai as observações do domingo peruano sejam todas desmentidas e que fiquemos apenas com a realidade de que fora de casa a seleção brasileira vira um lugar comum insuportável.

Bola de cristal

O ex-treinador e “filósofo” Dino Sani cunhou a frase “em futebol se ganha, se perde, se empata”, e vou utilizá-la para colocar o Brasil diante do Uruguai em solo pátrio nesta quarta-feira. Pelo que apresentou domingo diante do Chile, o Uruguai não seria um adversário de peso para o Brasil no Morumbi. De tal forma que, jogando em casa e com uma diferença técnica considerável, o time brasileiro poderia computar três pontos antes mesmo de entrar em campo. Mas, e a rivalidade? E a instabilidade de rendimento? E a teimosia? Que peso terão esses ingredientes contra os brigadores uruguaios?

Guilhotina

Bastaram três derrotas nos três primeiros jogos das eliminatórias – duas goleadas – para rolar a cabeça do colombiano Luiz Suárez, técnico do Equador. Ele não agüentou a pressão sobre um time que classificou para as duas últimas Copas e que, por esse início decepcionante, corre sério risco de não chegar à África do Sul em 2010.

Mar de Almirante

Campeão invicto da Copa Santa Cataria, o Marcílio Dias será mais um catarinense no campeonato brasileiro de 2008, como integrante da série C. O bom trabalho do treinador Mauro Ovelha e dos jogadores precisa de complementos para a próxima temporada, de responsabilidades aumentadas e que não permite, por exemplo, um fracasso já no campeonato catarinense. Com a palavra, dirigentes do clube e empresários da região. O projeto 2008 pode – e deve - começar por uma “lixa” no estádio Hercílio Luz.

Senatriz

Não é verdade que a Copa de 2014 “é do Brasil e não de Ricardo Teixeira”, como afirmou a senadora Ideli, de repente entendida em assuntos do futebol. A Copa será no Brasil, mas ela é, sim, da FIFA, da CBF e de todas as entidades privadas que investem nesse negócio chamado Copa do Mundo. A participação do dinheiro público precisa, isto sim, ser muito bem mensurada, fiscalizada, acima de tudo, e limitada à garantia de infra-estrutura para o evento. No mais é baboseira e papo daquele personagem político que todo o brasileiro conhece demais, interpretado magistralmente por algumas figuras infelizmente assíduas freqüentadoras do nosso dia-a-dia.

Desgraça pouca

O ano do Avaí, que já era péssimo, não precisava de adendos como os de sábado, com o vexame diante do Santo André, e o atropelamento por uma moto do presidente do clube, João Nilson Zunino. Felizmente, por enquanto, as conseqüências piores ficam com o resultado em campo, pois Zunino safou-se bem do acidente. A recuperação do time é que ainda vai demorar um pouco, até o jogo de sábado em casa contra o Ituano.

Submissão

O gramado do estádio El Campin, em Bogotá, foi alargado a pedido do técnico colombiano para desgastar os brasileiros na altitude. Em Lima, aconteceu o contrário, com a diminuição do campo, solicitação do treinador do Peru, interessado em encurtar o espaço para os jogadores do Brasil. Nas duas situações a seleção de Dunga jogou conforme o ritmo estabelecido pelos adversários.

Outros tempos

O torcedor do Joinville anda saudoso de José Elias Giuliari e Valdomiro Schutzler. Hoje é só vexame, dentro e fora de campo.

sábado, 17 de novembro de 2007

Sábado/domingo

Bom senso

Ronaldinho a meia força em campo domingo, contra o Peru, é um risco desnecessário. O jogo será difícil e pesado, diante de um adversário que há 22 anos não vence o Brasil, mas ainda assim muito mais fácil de ser superado. Melhor seria poupar o Gaúcho para a partida da quarta-feira, contra o Uruguai, que não é peru para morrer na véspera.

Sobe e desce

São Paulo, Rio e Minas mostraram evolução de acordo com as classificações nas duas séries do campeonato brasileiro. Na B subiram a Portuguesa de Desportos, os mineiros do Vale do Aço com o Ipatinga, um bebezão que ainda não completou dez anos, a baianada do Vitória e os simpáticos curitibanos do Coxa, provavelmente o campeão. O São Paulo ganhou fácil a série A, e a briga pela Libertadores tem Santos, Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro. Os gaúchos estão fora de tudo, com o Grêmio ladeira abaixo e o Inter aos trancos tentando uma vaga na Sul-Americana. O Juventude caiu para a segunda divisão, fechando um ano infernal para o futebol e para o povo do Rio Grande do Sul, um estado quebrado e que consegue ter como maior oposição à governadora Yeda Crusius, o próprio vice-governador.

Pois agora

Na mesma proporção em que cobra da CBF maior apoio ao futebol feminino, a mídia esportiva brasileira, em todos os seus segmentos, ignora por completo a Copa do Brasil. A competição já começou e não se fala ou se escreve uma linha sobre as meninas jogando bola pelo país inteiro.

Porta arrombada

Palmeiras e Grêmio reclamam do STJD tratamento igual ao dispensado por suas câmaras e auditores ao Flamengo, que não perde um julgamento e, em caso de punição a algum de seus jogadores, consegue redução de pena, como aconteceu com Obina. Deixaram o barco correr no início para reclamar só agora, quando faltam apenas duas rodadas para o fim do brasileiro.

Desorganização

Cada vez que vejo e ouço as entrevistas coletivas de jogadores e comissão técnica da seleção brasileira, fico espantado com a falta de profissionalismo em momento tão importante para a imagem da CBF e os comandados de Ricardo Teixeira. Os repórteres fazem as perguntas sem serem identificados, nem com imagens, muito menos com seus nomes e dos veículos que representam. Nem entro no mérito dos assuntos levantados por alguns coleguinhas, a maioria já com muitos anos de estrada. Aí vira tragicomédia.

No divã

Adriano está no Brasil, tentando colocar a cabeça em ordem para voltar à integrar a Inter de Milão. Festas e muita bebida afastaram o atacante do time e até do grupo, já que um processo de depressão começou a atrapalhar seu rendimento e suas relações com o clube italiano. Uma pena porque, em boa forma técnica e mental, Adriano seria o titular desta seleção brasileira que vive a dúvida entre Wagner Love, Afonso e, agora, Luis Adriano.

Polvo

A senadora Ideli Salvatti deve andar desocupada em Brasília para ter tempo de se intrometer entre a Ufeco, a legislação que permite alterações no zoneamento do Estreito e a construção de um novo estádio Orlando Scarpelli. Empolgada com suas últimas atuações em prol da CPMF (da qual foi crítica ferrenha), da absolvição de Renan Calheiros e a perseguição a companheiros que não rezam pela sua cartilha, a senadora deve estar se achando poderosa ao extremo de estender seus tentáculos a assuntos ligados ao futebol e à Copa 2014. O que é lamentável para um esporte que já convive com tanta podridão e tanta gente defendendo interesses escusos. Não sou contra uma sede da Copa em Florianópolis, mas não suporto mais o comportamento oportunista de intrometidos e descompromissados com o futuro do nosso futebol.

Verdades e mentiras

Kleber Leite resolveu reaparecer aproveitando a boa fase do Flamengo. E para garantir que a divisão do tal título brasileiro de 1987 foi decidida em comum acordo com o presidente do Sport, Milton Bivar. O dirigente pernambucano desmente afirmando ser esta uma pretensão unicamente flamenguista. Como os dois são rubro-negros, com qual camisa vestiríamos o Pinóquio?






quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Quinta-feira

Dois pesos, um rubro negro

CBF e STJD vestiram descaradamente a camisa do Flamengo. Primeiro foi a permissão para jogos somente no Maracanã, e após o Pan-Americano, além da inversão do mando de campo contra o São Paulo, dando tempo para a chegada de reforços e um entrosamento maior do time. Agora veio o efeito suspensivo para a punição que obrigaria o Flamengo a jogar contra o Atlético Paranaense sem torcida na arquibancada. Leis e regulamentos não alcançam este clube do Rio de Janeiro, que ainda tem a cumplicidade da silenciosa mídia carioca.

Dupla personalidade

Os vizinhos de Dunga no balneário Ipanema, onde ele mora em Porto Alegre, ou seus funcionários no projeto que atende crianças carentes de uma região muito pobre da cidade, não conhecem aquele sujeito turrão que aparece como treinador da seleção brasileira. O mau humor constante, a cara fechada e as respostas truculentas que o acompanham nas entrevistas coletivas, não fazem parte do seu dia-a-dia de cidadão comum e muito afável. A seu favor, explicando em parte esse comportamento antagônico, algumas – às vezes muitas – perguntas imbecis feitas por determinados repórteres, totalmente despreparados para a função. Talvez também exista aí um pouco de ressentimento por causa da “Era Dunga”, pecha que carregou desde a Copa de 1990, por causa do Lazzaroni, até ganhar, como capitão da equipe, a Copa de 1994.

Pulga atrás da orelha

Ninguém duvida que a derrota em casa do Criciúma para o Paulista de Jundiaí foi um resultado normal do futebol. Menos, é claro, a torcida do Avaí, que esperava por uma vitória catarinense sobre os paulistas, adversários na luta para fugir do rebaixamento. O próximo jogo em casa do Criciúma é sexta-feira, contra o Santa Cruz, igualmente perto da degola e dependendo demais de um bom resultado fora de Pernambuco.

Como é que pode?

O Metropolitano, de Blumenau, vai jogar o campeonato catarinense em Brusque, no estádio Augusto Bauer. O Guarani, de Palhoça, vai jogar em Florianópolis, um turno na Ressacada, outro no Orlando Scarpelli. Coisinha fajuta esse regulamento do nosso estadual.

Ninguém sabe, ninguém viu

O doping da nadadora brasileira, Rebeca Gusmão, virou caso de polícia, depois que descobriram irregularidades nas suas coletas de urina no Pan-Americano. A encrenca foi parar na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública. O histórico dessa atleta não recomenda outro rumo. Quem vive na natação, à beira das piscinas, sabia há muito que esse desfecho era uma questão de tempo. O intrigante no episódio é a postura de “consentimento” da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, através da médica Renata Castro – já se demitiu - do Comitê Olímpico Brasileiro, do técnico da Rebeca, Hugo Lobo, e de seus familiares. Ou será que o doping e o aparecimento de urina de duas pessoas diferentes foram obras do Espírito Santo?

“Amicus Curiae”

Não se apressem em interpretações, como se a expressão aí de cima signifique um estrangeirismo bobo para identificar alguma Sociedade dos Amigos do Curió. O que seria normal, em se tratando de assunto ligado à Florianópolis. É simplesmente um instrumento jurídico utilizado pelo Governo do Estado em contraponto à ação da Ufeco que tenta impedir a mudança de zoneamento no Estreito, lei aprovada pela Câmara Municipal e que permitiria a construção ou reforma/ampliação do estádio do Figueirense. A decisão está com o desembargador Volnei Carlin, e foi adiada para o dia 26 justamente por causa desse, desculpem, “Amicus Curiae”. Deu pra entender?

Pragmatismo

“Não tem esse negócio de palestra de motivação ou psicologia às vésperas de um jogo. Pior são aquelas mensagens da família, de mulher ou filho, que fazem os jogadores chorar e acabam colocando a turma pra baixo. O que dá resultado mesmo é trabalho, é muito treinamento”. De Muricy Ramalho, técnico do São Paulo, bicampeão brasileiro, segunda-feira no programa “Bem Amigos”, muito bom, apesar do Galvão Bueno.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Terça-feira

Porcarias no ar

O narrador esportivo catarinense Edemar Annuseck, no boletim eletrônico
www.carosouvintes.com.br , editado pelo publicitário Antunes Severo, e pelo jornalista Ricardo Medeiros, tocou corajosamente em assunto guardado a sete chaves por emissoras da rádio e televisão: as tais transmissões “off tube”, uma enganação para anunciantes, ouvintes e telespectadores, pois narradores, comentaristas e, muitas vezes até repórteres, ficam a frente de um monitor de tevê transmitindo um jogo como se estivessem no estádio. A praga, restrita até a algum tempo aos eventos internacionais em razão de custos – só os direitos de transmissão de uma Copa do Mundo, por exemplo, podem variar de 150 a 300 mil dólares, segundo Annuseck – hoje já alcançou até os campeonatos estaduais. Essa falta de compromisso com princípios básicos do bom jornalismo está derrubando em proporções avassaladoras, a seriedade e a precisão da informação. E o pior é que a prática tem efeito dominó, atingindo todo o tipo de mídia. Como os jornais, que agora raramente mandam repórteres aos estádios, no mínimo tirando o molho e o sabor das coberturas. Por enquanto só os fotógrafos sobrevivem, até descobrirem uma técnica capaz de também mantê-los nas redações.

Mistério

Se for verdade que torcedor vai ao estádio para ver o seu time, e não o adversário, então está na hora de os dirigentes do Figueirense olharem com mais atenção para as arquibancadas do Orlando Scarpelli. Como em Florianópolis times cariocas ainda exercem certo fascínio deve haver alguma razão especial para o público abaixo do esperado domingo, no jogo contra o Vasco. Quem sabe a abundância de segredos no dia a dia do clube pode estar contribuindo para o afastamento daquele torcedor que gosta de acompanhar tudo o que envolve seu time do coração, e não apenas o que os cartolas acham que deve ser divulgado. O técnico Alexandre Gallo já entrou no jogo e tem se desdobrado para justificar o injustificável.

Os donos da bola

Enquanto Eurico Miranda e Romário mandarem no clube o Vasco não passará daquilo que se viu no Orlando Scarpelli domingo.

O que sou, para que sirvo?

Quem ganha sempre acha que está tudo bem, quem perde entende que precisa mudar tudo. É mais ou menos essa a relação entre Blumenau e os demais participantes dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Simplesmente alterar as regras do jogo não vai quebrar a hegemonia blumenauense. O problema dos Jogos Abertos é de conceito e de identidade.

Ovos mexidos

Depois de fazer o primeiro gol do Stuttgart na vitória de 3 a 1 sobre o Bayern, pelo campeonato alemão, o atacante Mário Gomes caiu no gramado reclamando de dores, como se tivesse sentido uma lesão. Questionado pelos repórteres se marcara o gol de barriga ou de coxa, Gomes respondeu: com nenhuma das duas partes, foi com o intervalo entre elas.

Gozadores

Chama-se “Confiar” a empresa do quadrilheiro Onaireves Moura, instalada dentro da Federação Paranaense de Futebol e que ele, como presidente da entidade, e seus comparsas, utilizavam para desviar dinheiro das arrecadações dos jogos e cometer outros delitos.

Mais um

Faltou incluir na lista dos deputados que retiraram suas assinaturas no pedido de instalação da CPMI da lavagem do dinheiro no futebol, o nome do pepista João Pizzolatti. Os outros, repito, são Décio Lima (PT), Paulinho Bornhausen (Dem), Nelson Goetten (PR) e Edinho Bez (PMDB).

Ética rubro negra

Com Joel Santana ainda dirigindo o time e o campeonato brasileiro em andamento, o nome de Wanderley Luxemburgo continua circulando entre os dirigentes do clube. Para ser o diretor técnico em 2008, justificam Kleber Leite et caterva.

Bafo na nuca

Além de amargar o fracasso na tentativa de subir para a primeira divisão em 2008, depois de liderar por 18 rodadas a série B, os torcedores do Criciúma agora ainda têm que agüentar o Avaí apenas três pontos abaixo.

São Jorge

Deu tudo tão certo para o Corinthians em Goiânia que até Paulo Baier, 100% de aproveitamento em pênaltis perdeu um domingo, defendido pelo goleiro Felipe.






sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Sábado/domingo

Parlamento de araque

Deu em nada o requerimento para criação da CPI do Corinthians, de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e do deputado Sílvio Torres (PSDB-SP). O próprio presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), tratou de minar o documento, atendendo o mais novo lobista do Congresso, Ricardo Teixeira, presidente da CBF. O pedido foi arquivado porque faltaram três assinaturas. Os deputados catarinenses Paulo Bornhausem (DEM), Décio Lima (PT), Nelson Goetten (PR) e Edinho Bez (PMDB), são alguns dos parlamentares (a lista é extensa) que retiraram suas assinaturas e devem estar orgulhosos do trabalho sujo que fizeram, impedindo investigações que certamente envolveriam muita gente ruim que domina o futebol brasileiro.

O que “eles” temem?

“O cartola Onaireves de Moura é acusado de ter invertido suas atribuições na Federação Paranaense de Futebol: em vez de proteger o patrimônio da entidade, seu ex-presidente teria chefiado uma quadrilha que desviou R$ 5 milhões dos cofres pelos quais deveria zelar. Que a sua prisão seja exemplo para o futebol brasileiro. E que a operação “Cartão Vermelho”, na qual Onaireves foi apanhado, amplie seu campo de investigações até os limites de outras federações chefiadas por dirigentes com métodos igualmente heterodoxos”. É a opinião da Editoria de Esportes do jornal O Globo, manifestada na edição da quinta-feira em um pezinho de página. Já é alguma coisa diante da omissão quase total da grande mídia, especialmente a Rede Globo que até agora não deu um pio sobre o assunto.

Xixi paraguaio

A nadadora Rebeca Gusmão já tinha muito com o que se preocupar depois que excesso de testosterona (hormônio masculino) foi detectado em exame antidoping feito antes do Pan-Americano. Agora o médico brasileiro Eduardo De Rose, uma das maiores autoridades mundiais em antidoping, descobriu diferenças em uma das quatro coletas da urina de Rebeca durante o Pan, caracterizando adulteração. “Amostras de urina são como impressões digitais”, explica o médico. Suspensão com anulação de todos os seus resultados é café pequeno para a nadadora que corre sério risco de ser banida do esporte.

Rivalidade I

A direção do Internacional decidiu antecipar as férias dos seus jogadores por causa de um torneio em Dubai, no início de janeiro. Os gremistas estão em pé de guerra, por interesse nos resultados do Inter contra Cruzeiro e Palmeiras, adversários na disputa por vagas para a Libertadores. O goleiro Clemer entrou na polêmica mandando um recado: “O Grêmio que faça a parte deles, pois o Inter fará a sua”.

Rivalidade II

O Figueirense chega ao final de sua série no campeonato brasileiro lutando por uma vaga na Sul-Americana. O Avaí segue esperneando para continuar na série B. Os torcedores avaianos não vão agüentar o maior rival classificado para uma competição internacional e o seu time rebaixado para a terceira divisão. Na Ressacada neste sábado, é missão Coritiba, enquanto no Scarpelli, domingo, pode ser o dia de saborear um bacalhau vascaíno.

Galo da madrugada

Romário quer ir à Olimpíada, Dunga também o quer ao seu lado como auxiliar técnico. A CBF já fez o convite, mas esbarrou em um problema: Romário não acorda cedo nem por decreto presidencial.

Glu glu

Para o técnico da seleção peruana, José del Solar, só quem morre de véspera é o peru natalino. Ele garante que contra o Brasil vai conquistar sua primeira vitória nestas eliminatórias da Copa. Será que ele já combinou com Dunga e os jogadores brasileiros?

Falha nossa

O Criciúma tinha tudo para subir para a série A em 2008, mas jogou esta grande chance na lata do lixo. Depois de uma seqüência de decisões equivocadas de seus dirigentes, a maior delas, ficou provado, a demissão de Gelson Silva, a torcida viu o time despencar na classificação. E só não está de volta à série C graças às gordurinhas acumuladas ao longo do primeiro turno e começo do segundo. O presidente Moacir Fernandes e seus companheiros de diretoria têm muito que explicar à torcida.










quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Quinta-feira

Vizinhos, vizinhos. Negócios à parte?

Em Vitória, onde estarei até sábado acompanhando o futsal universitário de Santa Catarina na Liga Nacional, vou organizar uma festa para comemorar a prisão pela Polícia Federal do vizinho eterno presidente da Federação Paranaense de Futebol, Onaireves Moura. Afastado do cargo há cinco meses, depois de ter sido preso ano passado, Onaireves agora caiu junto com oito comparsas. Formação de quadrilha, desvio de dinheiro da própria Federação e da Fundação de Atletas Profissionais, fraudes processuais e outros delitos que configuram estelionato, fazem parte do currículo criminoso desse cartola que tem muito que explicar à justiça. O presidente da Federação Paranaense é um trambiqueiro muito conhecido dos órgãos policiais que volta e meia o colocam atrás das grades. Escapa sempre para enriquecer sua folha corrida e empobrecer o futebol paranaense, mas desta vez parece que sua trepidante vida pública chegou ao fim. Para tristeza da “turma” que reúne discípulos e/ou colaboradores em Santa Catarina e São Paulo, segundo apurou a operação denominada “Cartão Vermelho”. Não deu tempo para fundar uma nova igreja que, segundo a PF, serviria para lavagem de dinheiro. Sabem onde Onaireves estava arrebanhando fiéis para instalar a matriz? Em Balneário Camboriú.

Feitiço contra

Em Criciúma a torcida contra Figueirense e Avaí é medonha, de um jeito que extrapola todos os limites de rivalidades comuns ao futebol. Não estou escrevendo por escrever, já testemunhei, ao vivo e a cores, em programas de rádios e tevês da cidade. Este ano parece que deu tudo errado para as ambições de série A do Tigre que, pelo andar da carruagem continuará fazendo companhia ao Avaí na série B. Ou permanecerá sozinho na segunda divisão, caso os avaianos despenquem para a terceirona. Como o Figueirense escapou do descenso e ainda está de olho na Sul-Americana, resta ao Criciúma pelo menos terminar com dignidade sua participação no campeonato brasileiro.

Conta fechada

Faltando um pedaço da 35ª rodada e mais três para o final, a série B, tudo indica, já conhece seus quatro classificados para a primeira divisão de 2008. Coritiba, matematicamente garantido, mais Portuguesa do Wagner Benazzi, Vitória, um dos campeões de público, e a revelação Ipatinga, estarão na elite ano que vem. Com a volta do Bahia à série B teremos dois dos maiores campeões de audiência nas duas divisões principais do nosso futebol.

Efeitos colaterais

O São Paulo está de férias? O grupo desmobilizou por causa do título antecipado? Respostas para estas perguntas aparentemente sem muito significado interessam bastante à turma que disputa vagas na Libertadores e Sul-Americana, e também à parte de baixo da tabela onde ainda tem gente com a corda no pescoço.
As últimas rodadas podem não representar nada para o São Paulo, mas há outros interesses em jogo que os paulistas não deveriam ignorar.

Qualquer semelhança...

Não é mera coincidência. O Coritiba está garantido na série A do ano que vem e, de sábado em diante, contra o Avaí, apenas cumpre tabela. Em Curitiba a imprensa local jura por todos os santos que o time paranaense busca o título da série B e que, portanto, não haverá desmobilização com prejuízos a terceiros. Veremos, sussurrou sob a sombra da figueira o velho e bom Honório Lemos.

Caos

Fiz um vôo de canguru para chegar a Vitória, a capital do Espírito Santo. Quarenta minutos de Curitiba a Campinas, mais quarenta de Campinas ao Rio, e o mesmo tempo do Rio a Vitória. Em compensação, não dá para contar o tempo perdido em aeroporto, com atrasos de vôos, falta de informação, mau atendimento e muita improvisação nos balcões das companhias aéreas. De quebra, a quebra da BRA.

Profissão perigo

Sintam o drama vivido pelas delegações de futebol, semana a semana atravessando o país. Do jeito que vai acabam inviabilizando o campeonato brasileiro. Jogos só entre vizinhos bem próximos, também enquanto nossas estradas permitirem.





segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Terça-feira

CBF envolve o Congresso

Já escrevi que não ia mais reclamar da Copa 2014 no Brasil. Seus efeitos por enquanto seguem restritos às previsões de que o dinheiro público sumirá pelo ralo, além da insatisfação de termos que agüentar o ufanismo da Globo todos os dias durante os próximos sete anos. Paciência, o que se há de fazer. Só que não é bem assim como acabam de comprovar congressistas eleitos por nós ao retirarem seus nomes da lista para instalação da CPI Corinthians/MSI. Atendendo pedido do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, deputados federais e senadores desta republiqueta – país com este tipo de representação não merece outro nome – estão caindo fora da CPI. Não entendo tanta preocupação do presidente da CBF com o Corinthians. Será que as investigações chegarão muito longe, a outros clubes, federações dirigidas por seus amigos e, muito provavelmente à entidade que dirige? Sonegação de impostos, lavagem de dinheiro, negócios mal explicados, tudo isso hoje pega muita gente ligada ao futebol. Anotem os nomes dos catarinenses que na próxima eleição devem ser esquecidos, ou lembrados como parlamentares que não merecem nosso voto: EDINHO BEZ (PMDB), PAULO BORNHAUSEM (DEM), NELSON GOETEEN (PR) E DÉCIO LIMA (PT). A relação completa está nos blogs dos jornalistas Juca Kfouri e Vitor Birner, com nomes, partidos, endereços de e-mail e fotografia.

Olho grande

Apesar da boa campanha que faz no campeonato brasileiro o Flamengo ainda não conquistou nada, a não ser o direito de permanecer na série A. No entanto, seus dirigentes têm o olho maior que a capacidade de administrar o clube e acabam tirando o time do foco que é a conquista de uma vaga na Libertadores do ano que vem. Aconteceu domingo, no Mineirão, quando jogadores e comissão técnica entraram em campo vestindo uma camiseta com a inscrição “Flamengo é penta”, uma referência ao Brasileirão de 1987, título não reconhecido pela CBF. No jogo o que se viu foi um grupo atordoado e quase goleado pelo Cruzeiro.

Menos Menezes

Faz cinco jogos que o Figueirense não perde para o Grêmio no estádio Olímpico em campeonato brasileiro. O time que hoje tem Gallo no comando manteve a escrita sábado passeando em Porto Alegre, apesar do escore apertado. Mano Menezes, incensado como um dos maiores treinadores brasileiros, ainda não aprendeu a lição básica para qualquer profissão: humildade.

Desorientados

Cartões, faltas violentas, faltas de jogo, reclamações, indisciplina, marcação de pênaltis, acréscimos ao tempo normal, tudo isso e mais um pouco desnorteia jornalistas e torcedores no acompanhamento do campeonato brasileiro em suas três séries. Graças à arbitragem brasileira que vai de mal a pior com decisões diferenciadas para uma mesma regra. Falta uma orientação segura, de gente com bom senso e um mínimo de cultura geral, algo que vá um pouco além do livro de regras. Como tinha o Armando Marques, até se tornar um rabugento autoritário.

Castigo

Quem não fazia a lição de casa ou desobedecia a professora ia para o canto da sala, ajoelhado sobre um punhado de milho e com um chapéu de orelhas de burro. Maldade e muita humilhação de tempos distantes, castigo já abolido, embora aplicável ainda hoje para certo tipo de comportamento. Alguns cartolas do futebol brasileiro, de Florianópolis e Criciúma, em especial, ficariam justificadamente bem nessa foto antiga.

Como o vinho

Finasi merece uma foto na galeria de heróis corintianos, com cinco gols em cinco jogos desta fase de agonia em que vive um dos clubes mais populares do Brasil. O velho e bom artilheiro sabe, como poucos, todos os caminhos que levam ao gol salvador.

Competência

A consagração de Muricy Ramalho como treinador começou no Figueirense, onde fez um bom trabalho, reconhecido pelo Internacional que com ele acabou vice-campeão brasileiro em 2005. Discípulo de Telê Santana, Muricy aproveitou bem as lições do mestre. É hoje, longe, e sem ser marqueteiro, o melhor treinador em atividade no país. Mas não contem com ele para trabalhar com desorganização e sem planejamento.







sábado, 3 de novembro de 2007

Sábado/domingo

O paraíso ao alcance de todos

Nossas pontes, escolas, trapiches turísticos, túneis, estradas, tudo está em petição de miséria por falta de manutenção e omissão criminosa das autoridades. Tem gente morrendo na porta dos hospitais públicos, a educação mendiga recursos, a corrupção não tem mais partido, e as instituições que deveriam zelar pela ordem e progresso do país apodreceram. Até nosso futebol, cantado em prosa e verso pelo mundo, já não é mais o mesmo porque aqui ficou a rapa do tacho. Tudo isso, no entanto, é paranóia de brasileiro pessimista, mal acostumado com a excelente condição de vida desfrutada em nosso amado país. E querem mais para parar de se preocupar com questões comezinhas? Aguardem, vem aí a Copa 2014, aquela que fará os argentinos morrerem de inveja, como prometeu nosso estimado presidente.

Para bom entendedor

Se nosso sensível e bem humorado treinador da seleção brasileira aderiu às modernidades da internet, deve estar com sua caixa de e-mail entupida. Principalmente depois que o São Paulo confirmou seu quinto título brasileiro e consagrou o goleiro Rogério Ceni como um dos melhores do mundo na posição. Até o Muricy Ramalho resolveu, sem ferir a ética, dar o seu pitaco sobre questão tão óbvia, mas que Dunga transforma em segredo de estado, assunto de segurança nacional. Mesmo o Rogério, sempre discreto e comedido, ironizou sobre seu futuro, garantindo que a única coisa em que pensa no momento é jogar futebol até 2014.

Desregulamentar é preciso

O atletismo, apesar de modalidade nobre, não recebe o tratamento que merece e acaba de levar mais uma pancada na atual edição os Jogos Abertos. A culpa, outra vez é da chuva, que teria impedido a conclusão da pista sintética de Jaraguá do Sul. Não tem problema, leva-se a competição para Itajaí, onde existe a única (e mal tratada) pista sintética de Santa Catarina. Mas, e o regulamento, que permite competições fora da sede dos Jasc desde que num raio de 60 quilômetros? Itajaí dista mais de 90 quilômetros de Jaraguá, mas isso também não será empecilho. Rasgue-se o regulamento e pronto. O aval do Conselho Estadual de Desportos está garantido, para espanto e decepção do povo que ainda tenta ignorar a politicalha e levar o esporte a sério.

Arbitragens de risco

Depois que o Márcio Rezende de Freitas foi indo, foi indo, até aprontar aquela bobagem no jogo entre Corinthians e Inter, brasileiro de 2005, não vale a pena ver de novo clubes sofrendo prejuízos irrecuperáveis por imperícia de arbitragem. Mas pode se repetir. Carlos Simon e Wagner Tardelli estão prometendo faz tempo. A prudência recomenda aposentadoria, para evitar o que aconteceu com o Inter por causa do mineiro Márcio. Pacaembu, Orlando Scarpelli e Arena da Baixada foram os palcos mais recentes, tendo como vítimas de Simon e Tardelli, Corinthians, Figueirense, Fluminense, Grêmio e Atlético Paranaense.

Elementar

A lama chegou ao tênis e até o Guga teria sido vítima de uma tentativa de suborno. Alguns tenistas já foram identificados pelas investigações que se alastram pela Europa com participação inclusive de detetives Scotland Yard.

Malandragem recompensada

Ninguém reclamou quando o Flamengo do Márcio Braga decidiu não jogar fora do Maracanã durante o Pan-Americano, ao contrário dos outros clubes cariocas. E ainda conseguiu a inversão do mando de campo para a partida com o São Paulo. Os bobos que ficaram quietos na época e não deram bola para as evidências trazidas com o benefício concedido pela CBF, agora decidiram chorar sobre o leite derramado. Esperteza da cartolagem flamenguista, pois o time de então era bem inferior ao atual. O Flamengo quer mais, além de não dar a mínima para o queixume da turma: depois de liderar uma rebelião no Clube dos 13, com apoio de Botafogo, São Paulo e Cruzeiro, Márcio exige cotas maiores da televisão, alegando média de público, coisa e tal. São estatísticas no mínimo discutíveis levando em conta que o número de jogos do Flamengo em casa é bem maior porque divide o domicílio com Botafogo, Vasco e Fluminense.