quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Quinta-feira

Fanfarronices presidenciais

Ouvindo e vendo Lula na solenidade da Copa 2014 lembrei das nossas futricas domésticas, especialmente de Casildo Maldaner, cujo festival de besteirol rendeu um livro, o Casildário. Nosso nordestino presidente ganha longe do oestino Casildo, e tem se superado a cada improviso, como aconteceu em Zurique com a frase “vamos fazer uma Copa para argentino nenhum botar defeito”. Uma delícia para quem gosta e vive grandes rivalidades no futebol. Foi legalzinha essa cutucada em los hermanos, mas ao mesmo tempo um perigo. Vem troco por aí, podem esperar. Tomara não seja na forma de um “Maracanazo dois, a lição”. Repetir com a Argentina o que já aconteceu com o Uruguai em 50 no Maracanã? Não quero nem pensar, presidente Lula.

Eu prometo

Então ta. Vamos viver a Copa no Brasil, vamos relaxar e gozar (a ministra Marta já faz isso, e com um argentino que não deve botar defeito) durante sete anos, o espaço de tempo que temos até 2014. Embora as lições do Pan-Americano estejam aí fresquinhas, com uma porção de elefantes brancos a serem domesticados e uma contabilidade mal resolvida assombrando políticos e autoridades esportivas. Não vou remar contra a correnteza nem combater pás de moinho. Prometo que só de vez em quando, aqui da província, reclamarei de alguma coisa, acharei algum defeito ou usarei minha calculadora para ver o tamanho do meu débito por conta desta espera de 64 anos.

Ficção

O mais engraçado em toda essa embromação foi a tentativa de suspense, uma invenção de parte da mídia liderada pela Globo com sua ufanista cobertura. Diante de uma comitiva brasileira tendo a frente o presidente Lula, ministros, governadores, o presidente da CBF, mais Dunga e Romário, seria cômico, se não trágico e impensável, ouvir de Joseph Blatter, presidente da FIFA, ao vivo e a cores, um comunicado negando a candidatura brasileira à Copa 2014. No mínimo tema para outro livro do Paulo Coelho, peixe mais fora d’ água, impossível naquela solenidade.

Perguntar ofende

O Rei Ricardo tratou de espinafrar uma jornalista canadense, da Associated Press, que ousou tocar em um tema tabu para as autoridades brasileiras: os altos índices de criminalidade do país, especialmente do Rio de Janeiro. Até Joseph Blatter interveio, pedindo respeito ao Brasil e às instituições ali representadas. Normal. Afinal de contas hoje qualquer político de meia pataca, governista ou não, cartolinha, treinador ou jogador do Arranca Toco Futebol Clube, bem (mal) assessorado, só responde o que quer e a na hora que bem entende. Repórteres que perguntam, ao invés de fazer odes aos entrevistados, são uma espécie em extinção e, por isso mesmo, bichos cada vez mais raros e antipatizados nas entrevistas coletivas.

Saia justa

Lá pelas tantas da coletiva em Zurique, o inevitável. Onde está o Pelé, perguntou a Ricardo Teixeira um daqueles repórteres chatos e inconvenientes. Não tem que perguntar essas coisas. Tem só que elogiar a administração do homem a frente da CBF, já no terceiro mandato, prorrogado até 2015 por causa da Copa no Brasil. Coisa pouca, deve pensar o nosso Delfim Peixoto, quase trintão como presidente da Federação Catarinense. Ah, Rei Ricardo respondeu que não sabia onde estava o Pelé, sabia do Romário e do Dunga, ali ao seu lado, na mesa das autoridades. Ainda bem, a gente nem tinha percebido a ausência do Pelé e a presença do baixinho marrento junto daquele treinador mal humorado e com cara de milico americano.

Verdades do Luxa

Hoje não tem jogador importante no Brasil. Nossa primeira divisão está na Europa, a segunda ganhando dinheiro na Arábia e no Japão. Aqui ficou apenas a terceira divisão. Opinião de Wanderlei Luxemburgo sobre o atual estágio do futebol brasileiro.

Vadiagem

Aquela mancada do Jorge Silveira, técnico da seleção brasileira sub-15, fazendo quatro substituições quando o regulamento permite apenas três, deveria ser evitada pelo quarto árbitro. Como ele nada fez, as regras do jogo e os pontos brasileiros da vitória sobre o Peru foram para a cucuia. É muita gente dentro das quatro linhas para pouco resultado.

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